A Polícia Judiciária já estará a investigar o caso do alegado abuso sexual de uma jovem num autocarro, durante a Queima das Fitas no Porto, avança o Correio da Manhã. Uma situação que envolve várias pessoas e que foi filmada, tendo o vídeo sido divulgado depois nas redes sociais.

Também a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) abriu esta quarta-feira um processo para analisar a publicação desse mesmo vídeo por parte do Correio da Manhã (CM), divulgação essa que tem sido amplamente contestada apesar da identificação das pessoas envolvidas na situação não ter sido exposta.

Contactado pela Lusa, Otávio Ribeiro, diretor do jornal, justificou que o jornal divulgou “um facto relevante e polémico, protegendo a identidade” dos envolvidos e assinalou que “sem notícias, não há reflexão. Limitámo-nos a fazer o nosso trabalho. Trata-se de um facto relevante e polémico. Protegemos a identidade dos agentes, mas fazemos notícia. Sem notícias, não há reflexão.” Em comunicado, a ERC informou que “tornará oportunamente pública a decisão que venha a adotar sobre este caso”.

A PSP do Porto esclareceu esta quarta-feira à Lusa que não recebeu qualquer queixa sobre o alegado abuso de uma rapariga que terá ocorrido dentro de um autocarro, este mês, numa noite da Queima das Fitas. O caso terá sido encaminhado para “o órgão criminal competente”. Confirmou, contudo, estar a averiguar uma denúncia feita através do e-mail “de um cidadão”, que relatou o caso que foi filmado e partilhado nas redes sociais, para além de ter sido divulgado pelo Correio da Manhã. Entretanto, a mesma fonte disse à Lusa ter concluído não existir, naquela força policial, registo de qualquer queixa.

A edição desta quarta-feira do jornal Correio da Manhã divulga um “alegado abuso sexual num autocarro do Porto” que, de acordo com “testemunhos e comentários que circulam em várias redes sociais, se terá passado durante a Queima das Fitas, que decorreu entre 7 e 14 de maio”.

A Lusa contactou a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), que assegura o transporte especial noturno durante a Queima das Fitas, mas não obteve qualquer resposta. Contactadas pela Lusa, tanto a Procuradoria-Geral da República como a Polícia Judiciária não quiseram comentar o caso.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR