Os naipes são apenas quatro, mas hoje emergiu o quinto ás. Sim, porque isto de ser a carta mais alta de dois naipes diferentes tem que se lhe diga e até merece este parênteses à regra de qualquer baralho: quase 40 anos depois, Rui Vitória sagrou-se o quinto treinador a conquistar a Taça de Portugal por duas equipas diferentes.

Este livro histórico começou com o incontornável Otto Glória, o mago brasileiro que fazia jus ao nome e andava sempre em festa nos vários clubes por onde passou em Portugal. Em 1955, após vencer o Sporting por 2-1, conquistou a primeira Taça de Portugal pelo Benfica, repetindo o feito em 1957 (Sp. Covilhã, 3-1) e 1969 (Académica, 2-1 a.p.). Pelo meio, o técnico levantou o troféu pelo Belenenses, em 1960, ano em que derrotou o Sporting, clube que orientou em dois períodos (1961-62 e 1965/66).

Seguiu-se Fernando Vaz, o herói que conseguiu dar duas Taças de Portugal ao V. Setúbal em 1965 (Benfica, 3-1) e 1967 (Académica, 3-2 a.p.) antes de rumar ao Sporting, onde ganharia o troféu em 1971 numa famosa final contra o Benfica (4-1). Sp. Braga, Belenenses, FC Porto, Caldas, CUF, Académica, Atlético, Beira-Mar e Marítimo foram outras das formações nacionais que orientou durante a longa carreira.

José Maria Pedroto também se juntou ao leque e em dose dupla: venceu duas Taças de Portugal pelo FC Porto em 1968 (V. Setúbal, 2-1) e 1977 (Sp. Braga, 1-0) tendo, pelo meio, conseguido outros tantos títulos no comando do Boavista: em 1975 e 1976, contra Benfica (2-1) e V. Guimarães (2-1), respetivamente.

Por fim, e até hoje, Jimmy Hagan fechava o leque neste particular com triunfos na prova pelo Benfica, em 1972 (Sporting, 3-2 a.p.), e pelo Boavista, em 1979 (Sporting, 1-0 no jogo da finalíssima, após o empate a um na primeira partida).

Agora, Rui Vitória, que tinha ganho o troféu em 2013 pelo V. Guimarães contra o Benfica por 2-1 (golos de Gaitán, Soudani e Ricardo), conquistou também a Taça de Portugal, também por 2-1, e contra o V. Guimarães (golos de Raúl Jiménez, Salvio e Zungu).

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