Uma fábrica do grupo Arkema – um dos maiores fabricantes de químicos do mundo – localizada nos arredores de Houston, Texas, sofreu duas explosões depois da passagem do furacão Harvey, que deixou a fábrica sob mais de um metro de água. Sem eletricidade e geradores para manter os químicos arrefecidos, a fábrica corria o risco de arder – ou explodir – e não havia nada que a empresa pudesse fazer.

As autoridades dão conta de fumo negro: segundo a BBC, um polícia destacado para o local terá sido transportado para o hospital depois de inalar os fumos químicos e outros terão sido levados para avaliação.

A fábrica situa-se em Crosby, a cerca de 30 quilómetros de Houston, uma das regiões mais afetadas pela passagem do Harvey, e segundo o comunicado da empresa, foram feitas as devidas diligências e a gerência da fábrica preparou-se para a chegada do furacão. Contudo, “a fábrica nunca enfrentou inundações desta magnitude”, esclarece a empresa.

Temos [inundações de] 1,83m de água em toda a fábrica, nunca antes visto. Perdemos a principal fonte de energia e os dois geradores de segurança estão submersos. Como resultado, a refrigeração necessária dos nossos materiais foi perdida”, anunciou o responsável norte-americano da Arkema, Richard Rowe

A principal produção da fábrica gira em torno do peróxido orgânico, utilizados em bancadas de cozinha, tintas, plásticos e canalização. Os materiais brutos devem ser mantidos a baixas temperaturas, mas sem sistemas de refrigeração devido ao corte da eletricidade e com os geradores submersos, a empresa prepara-se para “o [risco] potencial para uma reação química que dê origem a chamas e a uma explosão no local é real”, garante a empresa.

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Os materiais podem agora explodir e causar um fogo intenso. A enorme quantidade de água dentro e ao redor da fábrica impede-nos de o prevenir.”

Com os acessos cortados e com os avisos provisórios colocados nas estradas (“Não entrar, sentido errado!”), a empresa não tem grande alternativa senão aguardar a descido do nível das águas. Todos os residentes no raio de 2,4 quilómetros foram evacuados na terça-feira e a Administração Federal de Aviação interrompeu a circulação aérea ao redor do local. O Departamento de Segurança Nacional instalou igualmente um posto de comando perto da fábrica para controlar a situação.

Um bombeiro dos Bombeiros Voluntários de Crosby admitiu à KPRC de Houston que a situação “é séria o suficiente para estarmos a fazer evacuações”. O risco de explosão fez soar os alarmes na memória de quem se lembra da tragédia de 2013 quando uma fábrica de fertilizantes em West, Texas, explodiu tendo causado 13 mortes e mais de 160 feridos.

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