É luso-descendente e tem nove anos. Mede 1,30 metros, pesa 28 quilos, tem pele morena, olhos e cabelos castanhos. Usava um vestido sem mangas e calçava sabrinas brancas, no momento em que desapareceu. Foi assim que a polícia francesa descreveu Maëlys de Araújo na primeira publicação que fez no Twitter a pedir que as pessoas ajudassem a dar informações e a localizar a criança. As autoridades fizeram o apelo nas redes sociais, nem 24 horas tinham passado do desaparecimento. A luso-descendente desapareceu há mais de uma semana.

O que se sabe até ao momento

Maëlys desapareceu na madrugada de 26 para 27 de agosto, numa quinta na região de Pont-de-Beauvoisin, em França, a cerca de 85 quilómetros de Lyon;

A criança estava numa festa de casamento e foi vista, pela última vez, na sala das crianças. A mãe da menina, prima da noiva, deu por falta da filha quando passavam poucos minutos das 3 horas da manhã;

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As autoridades foram chamadas ao local quando, após as primeiras buscas, a criança continuava sem aparecer. Todos os 180 convidados que estavam na festa de casamento foram ouvidos. Também as quase 70 pessoas que estavam noutros salões e bares próximos do local foram interrogadas;

Duas pessoas foram detidas: um homem de 24 anos que trabalhava nas imediações da quinta e outro de 34 anos que era convidado do noivo e descrito como amigo do pai de Maëlys, embora os pais da menina, Joachim e Jennifer de Araújo, tenham negado conhecê-lo;

O primeiro suspeito estava perto da quinta onde se realizou a cerimónia e já tinha falado à polícia, mas as declarações prestadas foram consideradas inconsistentes e acabou por ser detido. Foi libertado dois dias mais tarde;

O segundo suspeito terá garantido no interrogatório inicial à polícia que não saiu do local da festa mas outros convidados disseram à polícia que o tinham visto ausentar-se no momento em que a menina terá desaparecido. O suspeito reconheceu, mais tarde, que mentiu. As autoridades resolveram prolongar o seu prazo de detenção por mais um dia, mas acabaram por libertá-lo no dia seguinte. O homem já era conhecido da polícia local por “delitos comuns”, entre os quais consumo de drogas;

O segundo suspeito ficou em prisão preventiva — dois dias depois de ter sido libertado — depois de a polícia ter descoberto vestígios de ADN no painel de controlo do carro e o próprio suspeito ter admitido que a menina esteve no interior da viatura;

A polícia está a investigar a zona da residência da família do suspeito, em Domessin, uma comuna francesa em Savoy, onde vivia;

A polícia francesa fez buscas nos rios da região e nos terrenos que circundam o local, com recurso a mergulhadores, cães farejadores e helicópteros;

O que falta saber

A razão pela qual o segundo suspeito mentiu no interrogatório inicial;

O que é que Maëlys esteve a fazer no carro do segundo suspeito e qual a razão para ter sido detetado vestígios de ADN no painel de controlo do carro;

Qual a relevância da casa da família do segundo suspeito, que a polícia está a investigar, para o caso do desaparecimento;

Fica por saber se os pais da criança conhecem realmente ou não o segundo suspeito. Os pais negaram conhecê-lo mas, inicialmente, dizia-se que o suspeito era amigo do pai.