Fernando Santos diz que “é um grupo muito enganador” e coloca como favorita a Espanha (para vencer o grupo e o próprio Mundial). Julen Lopetegui acha que Portugal vai ser o grande adversário de Espanha, mas não descarta os perigos de Irão e Marrocos. Carlos Queiroz está felicissímo por defrontar um ex-campeão Mundial e o atual campeão Europeu. E Hervé Renard está longe de se sentir derrotado, porque “nada é impossível em futebol”. Foi assim que reagiram ao sorteio do Mundial os selecionadores das quatro equipas que se vão defrontar no grupo B, o grupo de Portugal.
“Portugal tem de assumir a sua parte de responsabilidade e de favoritismo, mas quando vemos com outra atenção percebemos que será um grupo muito difícil”, começou por dizer Fernando Santos, considerando que o primeiro jogo, o Portugal-Espanha (dia 15 de junho),”é importante e pode marcar”. Mas também ele não desvaloriza Irão e Marrocos. “Terminaram invictas os seus grupos [na qualificação]”, analisou o selecionador, em declarações ao site da FPF.
O selecionador português atribui favoritismo à Espanha, mas diz que Portugal tem a responsabilidade de lutar pelo apuramento. Fernando Santos mesmo que os espanhóis são candidatos a ganhar o Mundial (outra vez): “A Espanha é naturalmente favorita, como tenho dito sempre. Não é a primeira vez que o digo e não é porque vou defrontar a Espanha. Sempre disse que é uma das equipas favoritas a [conquistar] este Campeonato do Mundo e a Portugal compete-lhe fazer o que tem feito, que é procurar em cada jogo vencer”.
Em entrevista à SIC Notícias, Fernando Santos realça o facto de Portugal ter sido feliz no que toca à distância que tem de percorrer entre cada jogo: “No aspeto das viagens não foi mau, também era um aspeto importante”, disse o selecionador. Fernando Santos ainda realçou que “não grupos acessíveis nem menos acessíveis, o futebol não se mede assim. No campeonato da Europa era um grupo acessível e depois não foi nada”.
Lopetegui: “Complicado, difícil e duro”
Já Julen Lopetegui, o selecionador espanhol (e ex-treinador do FC Porto) considerou o grupo B “complicado, difícil e duro”, apontando Portugal como o principal adversário: “Portugal é uma grande equipa”, recordando depois um particular de má memória para os espanhóis [o de 2010 no Estádio da Luz que acabou 4-0]. Mas Lopetegui também não desvaloriza Marrocos, que se “classificou eliminando a Costa do Marfim, uma equipa com pergaminhos”, nem sequer o Irão, que “não sofreu um golo na fase de qualificação e vai exigir-nos muito”.
O selecionador espanhol não quis contudo destacar Cristiano Ronaldo como o grande problema da equipa portuguesa. “Não é o momento para falar de nomes, todos as equipas são muito boas. Portugal ganhou o Europeu e tem um plantel forte, com jogadores do mais alto nível”. Lopetegui também está preocupado com os perigos de Marrocos, já que a “maioria dos jogadores jogam na Europa”, destacando Tienen Ziyech, do Ajax”. Sobre o Irão, que a Espanha nunca defrontou, o espanhol falou da experiência de Carlos Queiroz, que “vai dar trabalho”. Em suma: “Todos os rivais vão ser iguais, é um grupo duro e vamos enfrentá-lo como tal”.
Carlos Queiroz: “Portugal e Espanha favoritos, a não ser que cometam um erro”
Quanto a Carlos Queiroz considerou que tanto Espanha como Portugal são as “equipas especiais do Grupo B, e claras “favoritas” para passar aos oitavos de final: “São favoritas, a não ser que cometam um erro”. Queiroz reconheceu que o sorteio lhe colocou no caminho dois rivais muito especiais: “Estou muito contente, calharam-nos duas equipas muito especiais para mim, primeiro Portugal e depois Espanha. Vai ser uma competição muito dura. Vamos estar com Espanha, campeã do mundo, e Portugal, campeão da Europa, não podia ser melhor”. Já sobre Marrocos destacou a “qualidade dos jogadores, a intensidade e o ritmo”.
O selecionador do Irão falou com a SIC Notícias depois do sorteio do Mundial 2018. O treinador disse que o sorteio “dói sempre”, mas que “jogar contra um ex-campeão do mundo e o campeão da Europa é uma alegria e sempre uma grande emoção. Para o Irão é uma honra poder estar neste grupo”.
Quanto a jogar com Portugal, Queiroz diz que “de certa maneira até é mais simples porque teríamos de fazer três jogos com outras três seleções e assim só tenho de fazer dois jogos com duas seleções e outro com Portugal. Vai ser um jogo especial, vai ser um bom jogo de futebol e vou estar em casa dos dois lados”.
O selecionador do Irão garante que a sua equipa vai “vender cara a vida e lutar jogo a jogo porque essa é a característica do Irão”.
Hervé Renard: “Nada é impossível em futebol, temos de acreditar nisso”
Hervé Renard: "We've done everything to qualify, we're so happy to be here, we have to face this group with great motivation, not to be defeated. Our first game against Iran will be crucial. Nothing is impossible in football, you have to believe in it." #Morocco pic.twitter.com/ws0wsioHXo
— Abdellah Aârab (@AbdellahAarab_) December 1, 2017
O que menos falou foi Hervé Renard, o selecionador marroquino. Considerou o grupo difícil, mas não se dá já por vencido: “Fizemos tudo para nos qualificar, estamos muitos contentes por estar aqui, enfrentamos este grupo com grande motivação, não para sermos derrotados”, disse. Para o treinador francês que orienta a equipa de Marrocos, o “primeiro jogo com o Irão vai ser crucial”. Lema: “Nada é impossível em futebol, temos de acreditar nisso”.