Quarta-feira há Liverpool de visita ao Dragão e Sérgio Conceição resolveu fazer poupanças na visita a Chaves. Ausentes entre habituais titulares são, há muito, Marcano, Danilo ou Aboubakar, todos por lesão. Mas Sérgio deixaria também Ricardo Pereira e Brahimi a descansar no banco (Ricardo entraria perto do final, com o jogo resolvido) e apostou em Maxi Pereira e Otávio na sua vez.

Importa dizer que o Chaves (a par do Rio Ave) é talvez, com exceção dos “grandes”, o clube que melhor (e mais vistoso também) futebol pratica cá no burgo, voltando ao ataque (mas com ordem e ideias) e sem pensar em levar unicamente um pontinho – com o “autocarro” estacionado na retaguarda. Ainda assim, os portistas tiveram uma partida fácil, fizeram-na fácil, mesmo não precisando de uma intensidade alta. Devagar, devagarinho – houve espaço e passividade de sobra na defesa dos flavienses – foi chegando ao golo e a contagem só pararia, nos derradeiros minutos, com o quarto, apontado por Sérgio Oliveira – provavelmente o melhor em campo.

Logo ao segundo minuto, Maxi cruza à direita para a entrada da grande área do Chaves, Sérgio Oliveira não consegue o remate de primeira mas a bola, caprichosa, ainda fica rendondinha para Herrera. O remate do mexicano é forte mas à figura do guarda-redes António Filipe, que defende. Ameaçou em seguida Soares. Foi ao minuto 11. Domingos Duarte disputa a bola como brasileiro, ganha-lhe a frente mas escorrega e deixa o ponta-de-lança portista com a baliza em mira. Soares dribla o guarda-redes e remata. Mas Domingos já havia chegado à linha de baliza e cortou.

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Depois das ameaças, e à terceira, a rede agitar-se-ia mesmo. O minuto era o 14. Otávio recupera a bola a Domingos Duarte (o central do Chaves pediu falta mas o corte foi limpo, primeiro na bola e só depois há contacto de Otávio com Duarte) e entrega-a em Sérgio Oliveira, que a conduziu até perto da grande área do Chaves. Depois, e quase lá, Sérgio isolou Soares nas costas da defesa. O brasileiro rematou cruzado e abriu o marcador.

Do lado do Chaves, só Matheus Pereira, o talento que Matheus tem na canhota, desassossegada a defensiva portista. Ao minuto 22, avançou sozinho pela direita, procurou uma nesga de espaço para rematar e rematou, forte e colocado. José Sá fez um defesa soberba, só com a luva esquerda.

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Chaves-FC Porto, 0-4

Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, em Chaves

Árbitro: Artur Soares Dias

Chaves: António Filipe; Paulinho, Maras, Domingos Duarte e Djavan; Filipe Melo, Pedro Tiba (Platiny, 82′) e Bressan (Stephen Eustáquio, 62’); Matheus Pereira, William e Davidson (Perdigão, 59’)

Suplentes não utilizados: Ricardo, Nuno André Coelho, Furlan e Jorginho

Treinador: Luís Castro

FC Porto: José Sá; Maxi Pereira, Felipe, Reyes e Alex Telles; Sérgio Oliveira, Herrera e Otávio (Óliver Torres, 67’); Corona (Ricardo Pereira, 74’), Marega (Waris, 62’) e Soares

Suplentes não utilizados: Iker Casillas, Osorio, Brahimi e Gonçalo Paciência

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Soares (14’; 28’), Marega (57’), Sérgio Oliveira (90′)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Matheus Pereira (20’), Bressan (44’), Otávio (48’), Maxi Pereira (56’), Corona (65’) e Waris (65’)

Mas foi mesmo o FC Porto a ampliar a vantagem no marcador, seis minutos volvidos. A defesa do Chaves deu espaço de sobra a Maxi para cruzar. E este cruzou. Na grande área, nem Paulinho nem Domingos Duarte seguiram Soares (outra vez espaço de sobra) e o brasileiro rematou, sozinho de de primeira, para o golo portista. Nos três encontros que disputou frente ao Chaves pelo FC Porto, Soares marcou sempre. Em apenas 28 minutos em Chaves, Soares marcou mais golos do que em todos os 279 que disputou este temporada no campeonato. O seu último bis foi em março, frente ao Arouca.

Antes do intervalo, duas ocasiões, uma para o FC Porto e outra para o Chaves.

Ao minuto 32, Soares deixou Marega com a baliza à mercê na pequena área. O maliano conseguiu o impossível: sem guarda-redes na baliza, não fazer o terceiro e permitir o corte de Maras. Depois, ao minuto 35, Matheus Pereira faz o que quer de Alex Telles, entra na grande área, cruza, mas Davidson, atrapalhado por Felipe, não consegue desviar para a baliza e José Sá acaba por cortar a bola para longe.

Após o recomeço, em vantagem, o FC Porto abrandou. Muito. E só ao minuto 57 houve o que contar. E logo um golo. Espaço, espaço, espaço. Tanto espaço. Maxi cruza para a grande área, Marega tabela com Otávio, o brasileiro devolve-lhe a bola de calcanhar e Marega remata. O remate ainda desvia em Filipe Melo e trai António Filipe. É o 16.º golo de Marega na Liga, que ultrapassa Aboubakar como goleador-mor dos portistas no campeonato.

Depois, os ferros. Ao minuto 59, num remate à meia volta, de frente para a baliza, Soares acerta onde menos queria: o poste direito do Chaves. Ao minuto 65, Waris, à esquerda, remata e acerta com estrondo na barra. Em qualquer dos lances a defesa do Chaves foi passiva.

Mesmo a fechar, Sérgio Oliveira avançou em direção à grande área, tabelou com Herrara, o mexicano picou a bola para as costas da defesa do Chaves, Sérgio amorteceu-a no peito e rematou depois. É golão, é.