“Os sócios não estão cá dentro? Mas não entram no pavilhão? Mas os sócios que entrem à vontade no pavilhão, esta sala é para encher, é para encher de vezes se for preciso”. Às 2h26, sensivelmente sete horas depois da última intervenção no auditório Artur Agostinho, Jaime Marta Soares chegou ao palanque e começou a pedir aos serviços para abrirem as portas de acesso à sala pelo hall VIP, onde se concentravam jornalistas, delegados e funcionários. Pouco depois, sem que entrasse qualquer associado, lá voltou ao mesmo local percebendo que esta tinha sido mais uma entrada em falso quando todos já sabiam o triunfo de Frederico Varandas, até a percentagem final de diferença para João Benedito, e queriam apenas encerrar esta noite eleitoral.

“Senhores e senhoras jornalistas, boas noites, é um prazer esta sempre a falar convosco. Esta eleição deu uma lição a Portugal e ao mundo mas importa interpretar os valores que mais importam para a vivência da nossa coletividade nesta maratona brilhante, extraordinária, maravilhosa. Os sócios falaram efetivamente sobre quem querem para gerir o Sporting. O silêncio do voto foi o ecoar da palavra dos sócios. E não sei se já disse isto ou não hoje mas, estejam onde estiveram, os fundadores estão muito felizes com o legado que deixaram. Esta é uma lição por demais evidente e espero que entendam de uma vez por todas para quem pense que o Sporting tem donos. Não tem e vai continuar com o seu progresso e modernidade”, começou por referir.

Sete minutos depois, Jaime Marta Soares prosseguia a sua intervenção. “Muitas vezes o homem constrói a máquina mas não controla os problemas. Durante duas horas, não sei o que aconteceu mas foi preciso dar cabo e pôr cabo nos computadores. Foi desagradável para nós e para a comunicação social, ávida de dar informação. Foram saindo resultados que não tinham nada a ver mas as coisas acontecem, apesar de não ter sido com o brilharete ao longo do dia também detetámos o que temos de fazer”, disse, não explicando o porquê das fugas desses resultados ou  a origem dos mesmos tendo em conta o reduzido número de pessoas com acesso à informação. “Quando queremos fazer bem, queremos fazer melhor. Foi feita a análise, os delegados fizeram as perguntas mas nada saiu do âmbito deste dia extraordinário do que aconteceu. Posto isto, vamos aos números…”, seguiu.

  • Lista A, João Benedito: 9.735 sócios, 39.189 votos – 36,54%
  • Lista B, José Maria Ricciardi: 2.594 sócios, 15.481 votos – 14,55%
  • Lista D, Frederico Varandas: 8.717 sócios, 45.019 votos – 42,32%
  • Lista E, Rui Jorge Rego: 98 sócios, 544 votos – 0,51%
  • Lista F, Dias Ferreira: 516 sócios, 2.504 votos – 2,35%
  • Lista G, Tavares Pereira: 197 sócios, 954 votos – 0,90%

“Fizemos vários encontros ao longo do dia, penso que nos entendemos muito bem. Marcaram bem o profissionalismo, fizeram bem o seu trabalho. Por isso quero terminar com um grande ‘viva o Sporting!'”, terminou depois de ter anunciado os resultados, antes de responder a algumas perguntas sobre o que espera sobre o futuro do clube e quando já se ouvia no interior do auditório Artur Agostinho a festa no exterior pelo triunfo de Frederico Varandas, que conseguiu ecoar alguns insultos que se tinham ouvido antes do início da intervenção contra Jaime Marta Soares, presidente da Mesa que termina agora a sua vigência em Alvalade.

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