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O único bailinho foi o vira o disco e toca o mesmo (a crónica do Marítimo-Benfica)

Este artigo tem mais de 5 anos

Parar no peito, fintar sem espaço, olhar para um lado e bater para o outro: três ações em 90 segundos definiram 90 minutos. Novo Benfica vence Marítimo (1-0); Jonas, aos 34 anos, ainda é o seu elixir.

Jonas, com ar queixoso ainda por causa da falta de Amir na grande penalidade, deu mais uma vitória ao Benfica
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Jonas, com ar queixoso ainda por causa da falta de Amir na grande penalidade, deu mais uma vitória ao Benfica

EPA

Jonas, com ar queixoso ainda por causa da falta de Amir na grande penalidade, deu mais uma vitória ao Benfica

EPA

Depois da tempestade que assolou o Benfica durante as 48 horas que se seguiram à goleada sofrida em Munique frente ao Bayern, já tinha havido quatro episódios de vento em popa no resultado mas nem isso trouxe a desejada bonança. Se dúvidas existissem, basta olhar para a receção à comitiva encarnada no aeroporto da Madeira: fria como a noite, pouco participada como a aparente confiança que parece existir na equipa. As vitórias costumam ser aquele bálsamo transversal que cura tudo: não interessam os compostos que surgem nas suas bulas, não se liga à origem e proveniência, aproveita-se apenas para tratar dos problemas e ponto final. Mas não é isso que se sente nesta fase da temporada – parece faltar ainda qualquer coisa. Se o slogan da época era #reconquista, e se foi assim que tudo começou no arranque do Campeonato, por agora mantém-se no #retoma.

Benfica vence Marítimo por 1-0 com golo de Jonas de penálti e soma quinto triunfo consecutivo

O Benfica ganhou ao Feirense com uma segunda parte arrasadora, cumpriu os serviços mínimos na receção ao P. Ferreira para a Taça da Liga, foi arrancar um complicado e sofrido triunfo a Setúbal, terminou da melhor forma a fase de grupos da Champions com o AEK Atenas. Ponto comum? Não ter sofrido qualquer golo. É verdade que quatro vitórias consecutivas eram desde logo o melhor registo da temporada mas os 374 minutos sem sofrer desde o 5-1 de Franck Ribéry na Allianz Arena deixavam também a ideia de correção daquele que tinha sido um dos problemas nos últimos meses: a irregularidade defensiva. No entanto, os assobios não desapareceram de vez e a paciência continua de pavio curto. Se dentro de campo sai para fora a imagem de união entre todo o grupo, essa simbiose que outrora houve com os adeptos procura ainda a maioria que legitime essa recuperação.

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Ficha de jogo

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Marítimo-Benfica, 0-1

13.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Marítimo, no Funchal

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Marítimo: Amir; Bebeto, Zainadine, Lucas Áfrico, Rúben Ferreira; Gamboa (Edgar Costa, 56′), Fabrício, Vukovic, Correa (Barrera, 85′); Danny (Joel, 68′) e Rodrigo Pinho

Suplentes não utilizados: Charles, Marcos Silva, Jean Cléber e Nanu

Treinador: Petit

Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo; Fejsa, Gedson Fernandes, Pizzi; Zivkovic (Gabriel, 74′), Cervi (João Félix, 90′) e Jonas (Seferovic, 80′)

Suplentes não utilizados: Svilar, Alfa Semedo, Krovinovic e Castillo

Treinador: Rui Vitória

Golo: Jonas (45+2′, g.p.)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Correa (25′), Amir (45+1′), Zainadine (57′), Fabrício (65′), Danny (66′), Jardel (70′) e André Almeida (90+4′)

Os 374 minutos transformaram-se em 464 minutos de forma “limpinha” – o Marítimo nem um remate conseguiu enquadrar na baliza de Vlachodimos, o que diz bem da solidez defensiva dos encarnados em mais um capítulo na melhor série da temporada. Na frente, apesar de haver um Zivkovic em crescendo e um Gedson Fernandes que, com mais ou menos influência, consegue sempre encontrar a sua zona de conforto no campo para desequilíbrio das estruturas adversárias, é sempre o mesmo que decide: Jonas, o caçador de leões insulares que tem no adversário desta noite a principal vítima na Liga a par do Belenenses desde que chegou à Luz (11 golos). Aos 34 anos, continua a ser um craque. E bastam três ações em 90 segundos para explicar o que resolveu 90 minutos – a forma como recebeu no peito após cruzamento de Cervi quando qualquer avançado tentaria por instinto visar a baliza de cabeça; a finta que faz sobre Amir mesmo sem grande espaço para esse recurso antes de ser derrubado; a frieza com que converteu a grande penalidade, a olhar para um lado enquanto corria para a bola antes de bater para o outro, naquele que foi o primeiro golo de bola parada da época. O Benfica leva cinco vitórias seguidas em todas as provas, o brasileiro marca há cinco jogos consecutivos na Liga. Mais uma vez, um e outro registo confundem-se.

Sem Rafa, que volta apenas no início do ano de 2019, Rui Vitória foi pragmático, lançou Cervi no onze e manteve todas as outras opções iniciais que nesta altura parecem formar a base da equipa. E que, pela própria disposição do Marítimo de Petit em campo, até lhe poderia dar alguma vantagem no corredor central. No entanto, acabou por ser a partir daí que os insulares, mesmo sem grande oportunidades, foram conseguindo sair em abordagens ao último terço com mais perigo do que acontecia perto da sua baliza. Exemplo disso mesmo foi o remate de Rodrigo Pinho, pouco por cima, à passagem dos 15 minutos. Se Fabrício era um autêntico panzer a varrer e conduzir bola, e Gamboa tinha maior liberdade para distribuir jogo, a dupla Pizzi-Gedson Fernandes demorou largos minutos até conseguir finalmente uma ação defensiva com sucesso.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Marítimo-Benfica em vídeo]

O Benfica era aquela equipa do toque, com toque mas a quem faltava um toque final. Com maior ou menor velocidade, tendo de forma incontornável o melhor jogo a passar pelos pés de Zivkovic, o conjunto de Rui Vitória até conseguia algum espaço quando colocava a bola entre meio-campo e defesa maritimista mas, na altura da verdade, ou o passe saía longo (como aconteceu com Jonas), ou a finalização era precipitada (Cervi de cabeça à entrada da área), ou a linha de passe escolhida não era a maior (de novo Cervi, que teve uma primeira meia hora muito abaixo do que fez no arranque da temporada). Com menos posse mas uma maior verticalidade, os visitados chegavam à área contrária mas o remate de Vukovic saiu ao lado (28′).

À passagem da meia hora, Rúben Dias, num carrinho providencial a cortar a bola no momento em que Danny se poderia isolar rumo à baliza de Vlachodimos, anulou aquela que seria a última abordagem do Marítimo com potencial perigo. Não foi um golo, não contou como assistência, mas serviu de condão para os minutos finais de maior perigo do Benfica, neste caso com Grimaldo em destaque na transformação de um livre direto (36′) e numa jogada onde conseguiu chegar à área para tentar o remate cruzado (38′). Amir, iraniano que esteve no Campeonato do Mundo, foi segurando todas as investidas (à primeira ou à segunda) mas não conseguiu manter a baliza a zeros até ao intervalo: depois de uma trivela de Cervi na direita, Jonas fez aquilo que poucos ou nenhuns se lembrariam naquela altura em que tinha a baliza por perto, matou a bola no peito e sofreu falta para grande penalidade que o próprio transformou, naquele que seria o primeiro golo de bola paradas da temporada (45+1′).

Sem mexidas de lado a lado, o Benfica teve uma jogada a todo o gás pela direita com Zivkovic e André Almeida a combinarem antes do cruzamento para Jonas ser cortado, e a insistência de Gedson Fernandes bater no mar de pernas insulares à frente da área, mas isso acabou por enganar em relação ao que se passaria nos minutos seguintes: mais do que investir muito no segundo golo, que poderia apenas ter surgido num livre direto de Jonas para defesa fácil de Amir, os encarnados tentaram controlar a partida com marcação de tempos de jogo e definição de linhas mais baixas em alguns momentos, consentindo também uma única chance ao Marítimo até ao último quarto de hora que Correa, de cabeça, desperdiçou após cruzamento de Danny.

Jonas ainda teve uma possibilidade de visar a baliza na área mas, apertado entre os centrais, fez quase um passe para Amir. Pouco depois, saiu, tal como já tinha acontecido com Zivkovic. Se o futebol do Benfica nunca foi propriamente muito imaginativo na Madeira mas sem os dois elementos mais influentes na frente resumiu-se (ainda mais) a pouco ou nada – até porque Gedson Fernandes, o médio que sofre mais faltas na Liga, ia de forma inevitável ao chão com falta sempre que subia um pouco mais. Com um mérito, apesar de tudo: mesmo tendo bolas paradas em cantos e livres laterais para tentar fazer a diferença, o Marítimo nunca conseguiu a oportunidade de sequer visar o empate quando se lançou de forma mais acentuada no ataque. Com isso, o 1-0 arrastou-se até ao fim. E o único bailinho na Madeira foi o vira o disco e toca o mesmo de Jonas a decidir o encontro.

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