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O vídeo de Natal que também explica um jogo que fica para a história (a crónica do FC Porto-Rio Ave)

Este artigo tem mais de 5 anos

Pela quarta vez em cinco jogos, FC Porto começou a perder, deu a volta e segurou a vitória com o Rio Ave (2-1). A 15.ª seguida, que iguala um recorde. Razões? Muitas. E uma está no vídeo de Natal.

Vinicius adiantou o Rio Ave mas Brahimi e Marega deram a volta ao resultado em menos de 15 minutos para a 15.ª vitória seguida
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Vinicius adiantou o Rio Ave mas Brahimi e Marega deram a volta ao resultado em menos de 15 minutos para a 15.ª vitória seguida

AFP/Getty Images

Vinicius adiantou o Rio Ave mas Brahimi e Marega deram a volta ao resultado em menos de 15 minutos para a 15.ª vitória seguida

AFP/Getty Images

O ambiente que se vivia nos arredores do Dragão hora e meia antes da receção do FC Porto ao Rio Ave mostrava bem o clima de confiança que os azuis e brancos atravessam, quase como se fossem invencíveis qualquer que seja o adversário, a competição ou o campo. Mas como foi possível uma equipa que começou o Campeonato com duas derrotas nas primeiras sete jornadas e exibições aquém da última temporada chegar a este ponto onde a dúvida é saber quanto acaba e não como acaba? Provavelmente já terá lido ou ouvido múltiplas explicações para essa melhoria ascensional do conjunto de Sérgio Conceição, que somou esta tarde o 15.º triunfo consecutivo e com isso igualou o registo máximo do clube que vinha dos anos 80 com Artur Jorge. Das evoluções coletivas às subidas individuais. Mas o futebol é mais do que uma ciência; aliás, apesar de não parecer no caso recente dos dragões, é tudo menos exato. E o vídeo de Natal lançado esta semana explica essa outra parte do sucesso.

FC Porto vence Rio Ave (2-1), mantém liderança e iguala recorde de 15 triunfos consecutivos

Se ainda não teve oportunidade, fazemos uma sinopse. O plantel do FC Porto chega de fato no autocarro da equipa ao Dragão, as luzes apagam-se e um coro com luzes começa a entoar o hino do clube. Brahimi, Marega e Aboubakar olham maravilhados para o que veem à frente, André Pereira, Danilo e Felipe mostram que sabem a letra. Depois, entram as famílias de jogadores, técnicos e restante staff, quando a música passa para o “Azul e branco é o coração” que ficou célebre nas comemorações do Campeonato da época passada. E também Alex Telles e Iker Casillas, entre outros, cantam como se fossem adeptos dos heróis e não heróis dos adeptos, enquanto Corona e Maxi Pereira dançam de braço no ombro e as muitas crianças vibram com o refrão. Sérgio Conceição criou uma ideia de jogo e uma dinâmica fortes na equipa mas foi sobretudo no balneário que conseguiu o que Paulo Fonseca, Julen Lopetegui, José Peseiro e Nuno Espírito Santo falharam: recuperar a mística do clube.

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Muitas vezes falamos das nuances táticas entre o 4x4x2 e o 4x3x3. Das posições de elementos mais versáteis como Herrera ou Corona. Das movimentações dos jogadores que fazem a diferença como Brahimi ou Marega. Da estabilidade do trio mais recuado como Felipe, Éder Militão ou Danilo. No entanto, isso pode não chegar para as vitórias, para as conquistas, para os títulos. Há aquele extra que empurra uma equipa, aquele último fôlego mesmo quando não há mais ar, aquela capacidade mental de iniciar um jogo a perder e não perder a calma para dar a volta. Pela quarta vez nos últimos cinco encontros, foi isso que aconteceu. Pela quarta vez nos últimos cinco encontros, houve reviravolta. E num jogo que tinha tudo para se tornar muito complicado.

Ficha de jogo

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FC Porto-Rio Ave, 2-1

14.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

FC Porto: Casillas; Maxi Pereira, Felipe, Éder Militão, Alex Telles; Danilo, Herrera; Corona (Óliver Torres, 71′), Brahimi (Adrián López, 90+1′), Marega e Soares (Hernâni, 81′)

Suplentes não utilizados: Vaná, Mbemba, Sérgio Oliveira e André Pereira

Treinador: Sérgio Conceição

Rio Ave: Leo Jardim; Nadjack, Buatu, Nélson Monte, Matheus Reis; Tarantini (Murilo, 79′) João Schmidt, Fábio Coentrão, Gabrielzinho (Bruno Moreira, 87′); Gelson Dala (Jambor, 25′) e Vinícius

Suplentes não utilizados: Paulo Vítor, Miguel Rodrigues, Junio Rocha e Leandrinho

Treinador: Augusto Gama

Golos: Carlos Vinicius (12′), Brahimi (16′) e Marega (26′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fábio Coentrão (55′ e 90+3′), Tarantini (55′) e Nelson Monte (58′); cartão vermelho a acumulação a Fábio Coentrão (90+3′)

Quase 12 anos depois, o FC Porto voltava a ter um encontro no Dragão às 15 horas. O próprio ambiente, até por estarmos perto do Natal, era diferente, mais “familiar”. O próprio horário e o momento dos azuis e brancos ajudavam a isso. Na entrada das equipas, houve coreografia especial de cartolinas, com muitas crianças mais perto da zona do relvado a aproveitarem aqueles retângulos para pedirem canetas a quem estivesse ali mais próximo e deixarem uma mensagem aos jogadores. O clima estava festivo mas o Rio Ave, mesmo sem o treinador José Gomes que assinou na véspera pelo Reading, estava ali para tudo menos festas. E foi isso que deu outra qualidade ao encontro: os vila-condenses são das equipas que melhor trabalham a bola.

O FC Porto entrou a todo o gás. Dois cantos nos dois minutos iniciais, o primeiro remate para Danilo de pé esquerdo na área aos 3′. Por momentos fez lembrar aquela velha máxima da Quinta del Buitre do Real Madrid, que entrava em campo e lutava para conseguir o primeiro remate, o primeiro canto, a primeira falta – e por norma também acaba em primeiro o jogo e o Campeonato. Mas o Rio Ave viveu bem com isso, sempre fiel a uma matriz de jogo enraizada por José Gomes e que teve prolongamento com o sucessor interino, Augusto Gama. E foi dessa forma que conseguiu inaugurar o marcador, com uma saída rápida a procurar a verticalidade, Gelson Dala a assistir Carlos Vinicius na profundidade e o brasileiro contratado no último Verão pelo Nápoles ao Real Massamá a fazer o 13.º golo da temporada. Com outra particularidade: em apenas 100 dias, o dianteiro de 23 anos marcou na Luz, em Alvalade e no Dragão. Também aqui, é craque. Nos pequenos e nos grandes jogos.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Rio Ave em vídeo]

Sérgio Conceição manifestara na véspera a sua opinião sobre a preferência entre ganhar por 1-0 ou 4-3, temática que se tornou de novo assunto de discussão após o arranque vitorioso do holandês Marcel Keizer. Ao contrário do homólogo leonino, o campeão nacional opta pelo 1-0. Primeiro, como explicou, uma equipa que não sofra golos vai sempre somar pontos; depois, porque é no registo defensivo que por norma se encontram as equipas mais regulares. Por isso mesmo, o técnico dos dragões assumiu que não tinha gostado do aumento de golos consentidos nos últimos jogos. Compilou uma série de imagens, chamou a atenção da equipa e, em 12′, o FC Porto estava de novo em desvantagem. Mas não seria um cenário que durasse muito tempo.

Apenas quatro minutos depois, Brahimi, o principal destaque azul e branco no primeiro tempo, serpenteou por entre vários adversários no corredor central, abriu na direita para Corona e foi à área concluir uma grande jogada coletiva após assistência de Soares de cabeça ao segundo poste (16′); mais tarde, e apenas num minuto, dois duros revés para o Rio Ave: Gelson Dala, que estava a ser um elemento decisivo nas transições, saiu lesionado na coxa; a seguir, Marega ganhou a frente a Nelson Monte em força após passe de Maxi Pereira e conseguiu a reviravolta de ângulo muito apertado, naquele que foi o quinto encontro seguido do maliano a marcar e logo contra a vítima preferida, a quem marcou nove vezes desde que chegou a Portugal.

Em menos de um quarto de hora, o Rio Ave passou de vencedor a vencido. E a equipa acusou essa alteração durante alguns minutos, antes de voltar a colocar a bola no chão, ter mais posse e fazer o jogo passar mais vezes pelos pés de Fábio Coentrão, o que era bem percetível pelos assobios que ouvia sempre que participava no encontro de forma ativa. Tarantini, num lance onde surgiu ao primeiro poste, ainda tentou visar a baliza de Casillas mas muito ao lado, ao contrário de Corona que, no seguimento de uma interceção incompleta de Leo Jardim, acertou de pé esquerdo no poste aos 45′.

O mexicano acabou a primeira parte com uma oportunidade flagrante e começou o segundo tempo da mesma forma, desviando pouco por cima um cruzamento de Brahimi. O FC Porto queria “fechar” o jogo com o 3-1 que poderia dar outra margem de conforto mas o Rio Ave esteve sempre dentro do resultado e, aproveitando as movimentações de Fábio Coentrão (no Verão parecia que ninguém o queria mas ainda tem muito futebol), ia conseguindo boas aproximações à baliza de Casillas, uma das quais com corte providencial de Alex Telles ao segundo poste quando Tarantini se preparava para o toque final (60′). No meio disto, Soares tão depressa tentava fazer a diferença na frente como surgia na sua área a fazer cortes de carrinho, um deles muito protestado pelos vila-condenses que ficaram a pedir grande penalidade sobre Nadjack.

A 20 minutos do final, Sérgio Conceição reforçou o meio-campo com Óliver Torres, prescindindo de Corona e colocando Marega a partir da direita no ataque. Mais tarde, o maliano voltou para o meio porque Soares deu lugar a Hernâni. O FC Porto assumia cada vez mais a aposta nas transições ao perceber que o Rio Ave continuava a arriscar o empate, que voltou a pairar num remate de Vinicius que bateu na defesa portista antes da recarga ao lado de Fábio Coentrão (que acabaria expulso por acumulação de amarelos nos descontos). Mais uma vez, como tinha acontecido com o Moreirense, os dragões voltaram a perder, deram a volta, acabaram em posição defensiva mas seguraram o triunfo. O 15.º consecutivo. Porque mais uma vez, quando o encontro foi para a anarquia tática, valeu o coletivo, o espírito de sacrifício, a entreajuda. No fundo, o que se vê de outra forma no vídeo de Natal do clube. E os dragões vão para esta pausa no Campeonato isolados na liderança.

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