Vila Nova de Gaia recebe esta quarta feira, dia 11 de setembro, a terceira edição do evento que pensa o Ambiente e a Sustentabilidade. O Fórum Internacional de Gaia volta este ano sob o mote Colaboração em Português e traz onze dias de debates e de performances artísticas sobre o ambiente e sobre a língua.

A abrir logo na quinta-feira, dia 12 (10h, na Biblioteca Municipal de Gaia), surge aquele que é considerado o ponto alto das sessões dedicadas ao pensamento. Vão estar em Vila Nova de Gaia quatro das personalidades que receberam os prémios Goldman, conhecidos como os prémios Nobel do Ambiente, assim como o diretor do galardão, Mike Sutton.

“Vêm de continentes diferentes e representam estas pessoas que foram distinguidas por se manifestarem e desenvolverem projetos de luta e de preservação do ambiente e do planeta” Ana Carvalho, coordenadora do evento.

Criado em 1990 pelos líderes civis e filantropos Richard N. Goldman e sua esposa, Rhoda H. Goldman, há 30 anos que o prémio Goldman distingue e homenageia pessoas com esforços sustentados e significativos, muitas vezes com grande risco pessoal, que conseguiram proteger e melhorar o ambiente.  Goldman Prize – 30 anos a mudar o Mundo será a primeira conferência europeia do prémio em 30 anos e convidará a conhecer as histórias de alguns dos que se debateram, sem se conformarem, contra constrangimentos ambientais nas zonas onde viviam.

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Entre outros momentos de debate, focados também na cooperação entre países de língua portuguesa, destaca-se a conferência E depois do conflito – A missão dos construtores de paz, com o objetivo de “abordar os processos de reconciliação em países que já viveram a experiência de justiça transacional”, lê-se no comunicado.

O painel conta com Ramos Horta, político e jurista, ex-presidente de Timor-Leste e atual presidente do Painel Independente de Alto Nível para as Operações de Paz da ONU; Osiris Ferreira, juiz do Supremo Tribunal da Guiné-Bissau e secretário da Comissão Organizadora da Conferência Nacional (COCN), nomeada pela Assembleia Nacional Popular com o mandato de preparar o processo de reconciliação nacional; e o sul-africano John Volmink, atual presidente da MIET Africa.

Mas não só de debates se faz o Fórum Internacional de Gaia e por isso, este ano a maior parte do programa de onze dias é dedicado às artes.

A expressão da canção em português de outros continentes é uma das propostas do FIGaia 2019, com Tiganá Santana e Lura a interpretar sons tipicamente brasileiros e africanos, numa celebração das tradições musicais que unem os distintos povos do mundo lusófono.

Mas há também destaques na programação musical que remetem para a década de 90 em Portugal, com os Três Tristes Tigres a revisitar alguns dos temas mais icónicos, como O Mundo a meus pés. Adolfo Luxúria Canibal, autor e músico português que ficou conhecido por ser fundador e membro dos Mão Morta, leva Estilhaços ao Auditório Municipal.

Outras das apostas é a poesia. Pedro Lamares apresenta o espetáculo Ode Marítima, numa leitura integral do poema de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa.

Vai ser ainda publicado o livro Língua de Sal – Antologia Mínima de 100 Poemas em Língua Portuguesa, com o objetivo de unir vários países de língua oficial portuguesa com uma perspetiva singular sobre a poesia em português, mas que será também vertido sobre as ruas de Gaia através da iniciativa Tatuar a cidade.

Nesta edição, a câmara de Gaia decidiu alargar o número de dias para onze, mudar o evento para o centro da cidade, em vez da zona da beira-rio, e inaugurar sessões pagas, com preços que podem ir desde os 3 euros por algumas atuações artísticas até aos 10 euros em sessões de auditório.

“O objetivo de todo o fórum é convidar a uma cidadania ativa. Todos somos responsáveis por esta luta que temos de travar e que é emergente de salvar o planeta”, lembra Ana Carvalho, a coordenadora do evento.