O dióxido de carbono (CO2) é essencial à vida – as plantas utilizam-no na fotossíntese – e o efeito de estufa é fundamental para manter a vida na Terra – estabiliza a temperatura média global em +15º C e não em -18º C. Mas a produção excessiva de CO2 desde a revolução industrial, tem levado ao aumento do efeito estufa e, como consequência, ao aumento da temperatura global.

Já se sabia que as plantas, desde as pequenas algas às grandes árvores, assim como os corais e outros animais que fabricam conchas calcárias, têm contribuído para a captura desse gás atmosférico, responsável pelo aumento da temperatura global. Mas os peixes, sabe-se agora, também têm um papel importante no ciclo do carbono, revelam duas equipas de investigadores, uma no Reino Unido e outra no Estados Unidos.

YOKOHAMA, JAPAN - MARCH 19:  Shoal of sardines swim in the new tank at Yokohama Hakkeijima Sea Paradise on March 19, 2009 in Yokohama, Japan. The display starts as a part of Yokohama Port 150 year anniversary celebration.  (Photo by Junko Kimura/Getty Images)

Os peixes são responsáveis pela acumulação de carbono nos fundos oceânicos – Junko Kimura/Getty Images

O fitoplancton, constituído por batérias e algas microscópicas que vivem na camada mais superficial do oceano, absorve dióxido de carbono da atmosfera para produzir biomassa que servirá de alimento ao zooplancton e aos peixes da camada intermédia. Por sua vez, estes peixes, até quando são comidos pelos peixes que habitam nas profundezas, garantem a fixação de carbono nos oceanos, conforme explica o Quartz.

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Quando regressam às zonas onde vivem, os peixes da zona intermédia e os das profundezas libertam CO2 na respiração, nas fezes ou durante a decomposição dos animais mortos. Nesta zona do oceano, o carbono afunda e é incorporado nas rochas que constituem o fundo oceânico, tornando o processo muito mais rápido do que se dependesse apenas do afundamento do plancton marinho.

Com este processo, os peixes ajudam assim a diminuir a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e, consequentemente, a reduzir a poluição e o efeito estufa.

Os oceanos são responsáveis pela captura de 31% do carbono atmosférico e os organismos que nele vivem parecem ter os mecanismos adequados, mas o homem tem desiquilibrado este ecossistema. A sobrepesca e os animais capturados sem fins comerciais tem diminuído a quantidade de peixe nos oceanos. A destruição direta, o aquecimento das águas e a acidificação têm levado ao desaparecimento dos recifes de coral, com libertação de dióxido de carbono. Além da ação dos organismos, o próprio oceano dissolve dióxido de carbono na água, mas a capacidade diminui com o aumento da temperatura.

Embora sejam os principais capturadores de CO2, as florestas e os oceanos não conseguem compensar tudo o que o homem produz, muito menos se se continuar a destruir estes ecossistemas.