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Pizzi ganhou asas até o sonho aterrar numa Lage de pesadelo (a crónica do RB Leipzig-Benfica)

Este artigo tem mais de 4 anos

Benfica gostou tanto de ter o pássaro na mão que se esqueceu que também voa e, ao abrir mão do reforço defensivo, acabou por consentir um empate com o Red Bull Leipzig que o afasta da Champions (2-2).

Benfica podia ter saído da Alemanha a depender de si para seguir na Champions mas saiu a depender de terceiros para ir à Liga Europa
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Benfica podia ter saído da Alemanha a depender de si para seguir na Champions mas saiu a depender de terceiros para ir à Liga Europa

dpa/picture alliance via Getty I

Benfica podia ter saído da Alemanha a depender de si para seguir na Champions mas saiu a depender de terceiros para ir à Liga Europa

dpa/picture alliance via Getty I

Arena RB, Leipzig. Já é normal Bruno Lage entrar no recinto onde o Benfica joga, pisar o relvado, andar até à zona do meio-campo, em grande parte das vezes acenar para os adeptos que o saúdam. É quase uma espécie de ritual, de tradição. Mas esta deslocação à Alemanha conheceu outro pormenor que não passou ao lado de quem assistiu ao treino de adaptação: o treinador reuniu todos os elementos convocados numa roda e teve um longo discurso. Mais tarde, na conferência de antevisão, abriu o jogo sobre o teor do mesmo. “Não podemos ter medo, foi isso que disse quando nos reunimos no relvado. Temos de olhar para o que controlamos, sem medo”, explicou.

Benfica deixa-se empatar nos descontos em Leipzig e cai da Liga dos Campeões

A equipa do “Mini Mourinho” Julian Nagelsmann (que curiosamente foi apontado ao Tottenham antes do técnico português, tendo declinado qualquer tipo de abordagem por estar focado no percurso que tem ainda de percorrer no seu país) encontra-se nesta altura no segundo lugar da Bundesliga a apenas um ponto do B. Mönchengladbach, tendo ainda o melhor ataque (33 golos) e a segunda defesa menos batida (13) em 12 jornadas realizadas. À partida, eram números que podiam assustar. No entanto, comparando apenas os dados relativos à Liga dos Campeões, os alemães ganhavam apenas num parâmetro de forma destacada ao Benfica: a posse de bola (61% de média contra 49% dos encarnados). E Bruno Lage teve o mérito de mostrar como isso pode não fazer a diferença.

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“Os maus resultados preocupam porque o nosso objetivo era fazer uma prova diferente, por tudo. Concordo que a melhor maneira de o nome passar é através das grandes conquistas e da forma como a equipa joga”, tinha dito o técnico antes do início do jogo. A exibição, para quem gosta de futebol vistoso, nunca foi propriamente a mais bonita mas, durante quase 90 minutos, o Benfica foi uma equipa de Liga dos Campeões: a perceber cada momento de jogo, a não ter receio de apostar (com sucesso) no erro adversário, a não ter problemas em baixar linhas quando assim era necessário. Sempre com Pizzi em destaque, com ou sem bola. Depois, um penálti de Rúben Dias e um erro crasso da defesa permitiram que uma vantagem de 2-0 se esfumasse nos descontos.

Benfica somou o primeiro ponto fora na Liga dos Campeões mas foi o RB Leipzig que terminou em festa na Champions

FILIP SINGER/EPA

Ficha de jogo

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RB Leipzig-Benfica, 2-2

5.ª jornada do grupo G da Liga dos Campeões

RB Arena, em Leipzig (Alemanha)

Árbitro: Jesús Gil Manzano (Espanha)

RB Leipzig: Gulácsi (Mvogo, 64′); Klostermann, Upamecano, Ampadu (Mukiele, 56′), Saracchi (Schick, 70′); Sabitzer, Laimer, Demme, Forsberg; Nkunku e Werner

Suplentes não utilizados: Haidara, Lookman, Matheus Cunha e Kraub

Treinador: Julian Nagelsmann

Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo; Gabriel, Taarabt; Pizzi (Caio Lucas, 90+3′), Cervi (Jota, 90+8′); Chiquinho e Vinícius (Raúl de Tomás, 82′)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Jardel, David Tavares e Florentino Luís

Treinador: Bruno Lage

Golos: Pizzi (20′), Carlos Vinícius (59′) e Forsberg (90′, g.p. e 90+6′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Taarabt (52′) e Rúben Dias (89′)

Lage montou bem o antídoto para o Red Bull Leipzig e permitiu que a equipa ganhasse asas. Aliás, tantas asas que, em caso de triunfo (um feito raro na Alemanha, onde venceu apenas por duas ocasiões em 27 jogos), os encarnados dependiam apenas de si para seguir na Liga dos Campeões. Depois, fiou-se em demasia na confusão que o ataque germânico mostrava, não reforçou o eixo recuado tendo em conta o número de unidades que se tinham fixado na frente e acabou por cair de forma inglória. No jogo e pelo menos da Champions, restando como única solução vencer o Zenit anulando a desvantagem de 3-1 trazida de São Petersburgo. Num instante, tudo mudou.

Numa equipa que apresentou como novidade Taarabt para reforçar o meio-campo em vez de Florentino, Cervi fez o primeiro remate logo nos primeiros segundos, ainda houve mais uma tentativa mas seria uma questão de (pouco) tempo até o RB Leipzig assumir o comando do jogo, num misto de estratégia própria e também alguma incapacidade a nível de transições. Upamenaco, num cabeceamento após bola parada que saiu à figura do guarda-redes Vlachodimos, deixou a primeira ameaça (ainda que sem perigo) à baliza dos encarnados (5′), seguida por uma tentativa de Forsberg depois de um erro na saída de Ferro e Taarabt que saiu por cima (6′). Os germânicos tinham mais bola e circulação, os encarnados conseguiam fazer entrar mais passes verticais na saída.

Aos 16′, num início de transição no lado esquerdo do Benfica, Bruno Lage já saltava fora da zona técnica para que Cervi conseguisse soltar a bola para o corredor central e até chegar ao flanco contrário, enquanto Pizzi, que perdeu a bola, gritava “anda, anda” aos companheiros de equipa. Da mesma forma como se percebia que nem sempre os posicionamentos defensivos eram os mais corretos à entrada do último terço, havia espaços para serem explorados entre linhas na organização dos visitados e foi dessa forma que o conjunto português inaugurou o marcador: Adel Taarabt combinou com Carlos Vinícius, o marroquino cruzou rasteiro, Upamenaco teve um corte deficiente e Pizzi, a antecipar-se ao adversário direto, rematou de pé esquerdo sem hipóteses para Gulácsi (20′).

Se Nagelsmann já estava à beira de um ataque de nervos com as movimentações no ataque, pior ficou com a “casa” dada pela sua defesa. E não ficou melhor quando Nkunku, sozinho na área, atirou para defesa de Vlachodimos. A pressão alta do RB Leipzig conseguiu fazer com que o Benfica perdesse dez bolas no seu primeiro terço na metade inicial da partida mas os germânicos nunca conseguiram ter a eficácia revelada pelos encarnados e tiveram no guardião grego um obstáculo intransponível, como se veria mais tarde numa jogada em que travou o remate de Forsberg e voou na tentativa de Sabitzer (num lance onde se pediu penálti de Grimaldo sobre Nkunku). E se é certo que, em várias fases do jogo, o conjunto de Bruno Lage juntou demasiado as linhas em fase defensiva retirando a capacidade de sair em transições, a verdade é que a melhor oportunidade não concretizada até ao intervalo ainda pertenceu a Pizzi, que atirou à trave após grande trabalho individual da esquerda para o meio (45′).

O segundo tempo começou com mais um susto junto da baliza do Benfica mas que não teve nada a ver com uma situação de perigo: após saltar com Upamenaco, Vlachodimos ficou deitado no chão atingido pelo braço do defesa contrário, o que obrigou a uma paragem de quatro minutos para assistência ao grego que ficou com a zona do olho e sobrolho esquerdos inchada. Zlobin ainda aqueceu mas o número 99 manteve-se em campo e mostrou-se bem recuperado, pela forma corajosa como ia saindo aos muitos (até excessivos) cruzamentos tentados pelos alemães no arranque do jogo. Oportunidades? Poucas, nenhumas. E o Benfica voltou a ser feliz.

Numa tentativa de explorar a profundidade nas costas da defesa subida do RB Leipzig (e por subida entenda-se já colada à linha de meio-campo), o central Klostermann teve uma escorregadela comprometedora com Vinícius nas costas e acabou por isolar o avançado que agradeceu a passadeira estendida e foi até à área contrária fazer o 2-0 e procurar as máquinas para fazer a pose que começa a ser usual esta temporada – é que mesmo não sendo muitas vezes titular, o avançado leva já nove golos, naquele que foi o terceiro encontro consecutivo a marcar. Tudo corria bem ao Benfica, nada corrida bem ao RB Leipzig, que ficou sem o guardião Gulásci por ter ficado combalido num choque com o joelho do dianteiro encarnado (e saiu com dos golos sofridos e nenhuma defesa…).

Schick, numa das poucas ocasiões em que Werner conseguiu fazer a diferença saindo da zona dos centrais para um espaço entre linhas, ainda surgiu na área descaído na esquerda a rematar ao lado da baliza de Vlachodimos (74′) mas cada vez que Nagelsmann lançava uma opção mais ofensiva, a equipa germânica perdia qualidade no ataque e permitia uma gestão cada vez mais consistente do Benfica, que não aumentou para 3-0 com um golo fantástico de Raúl de Tomás do meio-campo porque Mvogo foi ainda a tempo de desviar para canto (84′). Tudo parecia bem até Rúben Dias cometer uma grande penalidade sobre Schick, naquele que seria o início do pesadelo: Forsberg fez o 2-1 de grande penalidade aos 90′ para bisar aos 90+6′, surgindo isolado na área para desviar de cabeça.

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