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Pizzi e Vinícius e a bonita amizade entre o comandante e o soldado milhões (a crónica do Benfica-Marítimo)

Este artigo tem mais de 4 anos

Pizzi ofereceu dois e marcou um, Vinícius deu um e apontou três: a bonita amizade entre o comandante e o soldado milhões do Benfica valeu uma goleada ao Benfica, na Luz, perante o Marítimo (4-0).

Pizzi abriu o marcador, Vinícius fez os outros três golos do Benfica
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Pizzi abriu o marcador, Vinícius fez os outros três golos do Benfica

Getty Images

Pizzi abriu o marcador, Vinícius fez os outros três golos do Benfica

Getty Images

Ao longo de um mês, o Benfica não jogou na Luz. Entre jogos fora para a Primeira Liga, para a Taça de Portugal e para a Liga dos Campeões e ainda uma pausa para as seleções, a equipa de Bruno Lage esteve um mês sem jogar em casa, no próprio estádio e perante os próprios adeptos. Um mês que serviu para escolher um novo relvado na Holanda, implementar o novo relvado e tê-lo devidamente aprovado e testado. Este sábado, contra o Marítimo, o Benfica estreava o novo relvado da Luz.

Mas estreava também uma nova mentalidade. Uma obrigatória nova mentalidade depois da eliminação da Liga dos Campeões, a meio da semana, que foi o desmoronar daquele que era aparentemente o ano zero do projeto europeu do Benfica que foi apresentado sem pudores por Luís Filipe Vieira e Rui Costa no verão. Esta nova mentalidade, apontada agora às competições internas e com a única preocupação extra-fronteiras a prender-se com a possibilidade de ainda cair para a Liga Europa, acaba por retirar peso a um Bruno Lage constantemente criticado pelas escolhas na Europa.

Ficha de jogo

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Benfica-Marítimo, 4-0

12.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Benfica: Vlachodimos, André Almeida (Tomás Tavares, 45′), Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Taarabt, Gabriel, Cervi (Jota, 80′), Chiquinho, Vinícius (Raúl de Tomás, 69′)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Caio Lucas, Jardel, Florentino

Treinador: Bruno Lage

Marítimo: Amir, Nanu, René Santos, Grolli, Rúben Ferreira, Edgar Costa, Pelágio (Bambock, 76′), Vukovic (Correa, 74′), Marcelinho (Erivaldo, 68′), Getterson, Daizen Maeda

Suplentes não utilizados: Charles, Bebeto, Kerkez, Nequecaur

Treinador: José Gomes

Golos: Pizzi (8′), Carlos Vinícius (17′, 31′ e 55′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gabriel (27′ e 60′), Ferro (29′), René (30′); cartão vermelho por acumulação a Gabriel (60′)

Mas também atribui maior responsabilidade e importância aos jogos de todos os fins de semana. E nesse capítulo, no último mês, o Benfica foi escapando com exibições sofríveis e abaixo do exigido à perda de pontos que culminaria na perda da liderança. Por isso, este sábado, os encarnados estreavam também um novo capítulo da temporada onde a Primeira Liga, sem sombra de dúvidas, é a principal, única e especial prioridade. Mas mesmo a estrear relvados, mentalidades e capítulos, o Benfica voltava a casa. E um regresso tem sempre subjacente uma ideia de conforto.

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O conforto de Bruno Lage, nesta altura, está guardado na dupla ofensiva formada por Carlos Vinícius e Chiquinho. Os dois jogadores, que já tinham sido titulares contra o RB Leipzig na Alemanha, voltavam a integrar um onze inicial que não tinha qualquer alteração face ao que empatou a meio da semana para a Liga dos Campeões. Do outro lado, o Marítimo também estreava José Gomes, o novo treinador que substituiu Nuno Manta Santos (que foi para o Desp. Aves) durante a pausa para as seleções e cujas dinâmicas desenvolvidas ao longo de “duas semanas de trabalho excecional”, como referiu na antevisão, foram visíveis logo nos primeiros instantes da partida.

O Marítimo entrou forte no jogo, a pressionar alto e a surpreender a primeira fase de construção encarnada, que achou que ia ter mais espaço e mais tempo para pensar as transições. Os madeirenses mostraram que iam lutar pelo resultado logo no lance inicial, com Vlachodimos a aplicar-se desde logo para evitar o primeiro golo, e mostraram uma capacidade de reter a posse de bola que ainda não se tinha visto no Marítimo esta temporada. A influência de José Gomes, mesmo tendo em conta que este foi apenas o primeiro compromisso do treinador ao comando da equipa, fez-se desde logo sentir a partir do momento em que os insulares, até aqui um dos conjuntos da Primeira Liga com menos tempo total de posse, alcançaram nos primeiros minutos contra o Benfica uma percentagem de 60% de tempo com a bola.

Ainda assim, a diferença entre as duas equipas acabou por ficar delineada e demarcada através da eficácia. Aos 8 minutos, o Marítimo levava três oportunidades de golo, incluindo uma que obrigou Vlachodimos a uma enorme defesa depois de um remate de Maeda (5′); o Benfica levava apenas uma, por intermédio de Chiquinho, e só precisou de outra para abrir o marcador. A partir de uma jogada pelo corredor direito, a ala que os encarnados estavam a privilegiar, André Almeida cruzou para Carlos Vinícius, que dominou de costas para a baliza e serviu Pizzi, que bateu Amir e marcou pela 15.º vez esta temporada (8′). A interrupção prolongada que se seguiu ao golo, para que Fábio Veríssimo confirmasse que Vinícius não estava em fora de jogo, acabou por quebrar o ritmo de uma partida que até esta altura estava rápida e irrequieta.

O segundo golo dos encarnados acabou por surgir por intermédio dos mesmos intervenientes mas com as responsabilidades invertidas: mais confortável a atacar e mais confiante a defender, face à vantagem, o Benfica aumentou os números do marcador através de um passe vertical importante de Taarabt, que descobriu Pizzi na grande área para o médio assistir Vinícius à saída do guarda-redes (17′). Ao passar da meia-hora, o avançado brasileiro bisou pela terceira vez desde que reforçou o Benfica, ao aproveitar um desvio de Amir depois de um cruzamento, novamente, de Pizzi (31′).

Na hora do intervalo, o Benfica estava a ganhar confortavelmente mas o Marítimo continuava com a maior percentagem de posse de bola — ainda que, depois de ter ficado em desvantagem, raramente tenha chegado com a bola controlada à grande área de Vlachodimos. Mais do que a ganhar por números sólidos, os encarnados estavam bem na partida e tinham o controlo do meio-campo, através de uma boa exibição de Taarabt e de uma ligação saudável entre o setor intermédio e o mais ofensivo, providenciada pela mobilidade de Chiquinho. Mesmo com Cervi algo apagado, a eficácia acima da média de Vinícius e o pêndulo bem oleado de Pizzi estavam a fazer a diferença necessária para que o jogo estivesse totalmente sob controlo.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Marítimo:]

Na segunda parte, Bruno Lage tirou André Almeida, que mostrou dificuldades físicas no primeiro tempo, e lançou o jovem Tomás Tavares. Os primeiros instantes depois do intervalo trouxeram um Benfica igualmente dinâmico mas nunca avassalador, que colocava os blocos relativamente recuados e junto da linha do meio-campo, à espera das investidas do Marítimo para depois soltar a velocidade na transição e procurar engordar o resultado. Chiquinho esteve perto de marcar pela primeira vez na Liga, com um remate que Amir encaixou (49′), mas acabou por ser preponderante para o quarto golo do Benfica e o terceiro da conta pessoal de Vinícius.

Chiquinho rematou forte de fora de área, Amir defendeu para a frente e Carlos Vinícius só precisou de estar no sítio certo para carimbar o primeiro hat-trick pelos encarnados na recarga (55′). O jogo perdeu algumas características quando faltava meia-hora para o apito final, graças à expulsão de Gabriel (viu o segundo cartão amarelo), mas nem com mais um elemento os madeirenses conseguiam superiorizar-se aos encarnados e criar perigo junto da baliza de Vlachodimos. Bruno Lage, que estava a preparar a entrada de Raúl de Tomás na hora na expulsão de Gabriel, ainda recuou na decisão devido à inferioridade numérica mas acabou mesmo por fazer entrar o avançado pouco depois, ciente de que a energia e a vontade que o Marítimo tinha mostrado na primeira parte se tinha esgotado com o passar dos minutos e os quatro golos sofridos. Com menos posse de bola, com menos remates do que aquilo que é normal, o Benfica só precisou de ser eficaz para aproveitar as variadas fragilidades defensivas do Marítimo, onde José Gomes ainda tem muito para mudar para voltar a tornar a equipa competitiva.

Até ao final, José Gomes ainda lançou Erivaldo, Correa e Bambock, Bruno Lage deu minutos a Jota mas o resultado não voltou a alterar-se. Em dia de estreia de relvado, de mentalidade e de capítulo, o Benfica jogou pelo seguro e foi fiel às tradições para golear de forma confortável o Marítimo e garantir, desde já, a manutenção da liderança até ao próximo fim de semana. Carlos Vinícius, que regressou a Portugal rodeado de dúvidas por ter custado 17 milhões aos cofres encarnados, marca um golo a cada 42 minutos e Pizzi parece entender-se às mil maravilhas com o avançado brasileiro. A equipa de Bruno Lage assentou na parceria entre um e outro para carimbar mais três pontos e obter um resultado importante na ressaca da eliminação da Liga dos Campeões.

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