É uma das primeiras teorias que surge quando acontece um acidente de aviação: um elemento da tripulação seria o responsável por ter deliberadamente descontrolado o avião, de modo a provocar a sua morte e de todos os que seguiam a bordo. E são vários os casos onde a hipótese de suicídio do comandante, do copiloto ou de outro membro da tripulação foi posta em cima da mesa. Volta agora a se uma das possibilidades, com Andreas Lubitz, o copiloto do Airbus 320 que se despenhou nos Alpes.

Recentemente, quando o avião das Linhas Aéreas de Moçambique TM470 se despenhou na Namíbia em novembro de 2013, enquanto voava entre Maputo e Luanda (Angola), a comissão de investigação provou que o comandante tinha “a clara intenção” de provocar um acidente. Por altura deste acidente no voo TM470, que matou 33 pessoas, o ministro dos Transportes esclareceu que as famílias iam ser indemnizadas pela seguradora da companhia aérea moçambicana e não pelas Linhas Aéreas de Moçambique. Aliás, a empresa ia mesmo receber dinheiro pela perda do avião.

Também sobre o avião da Malaysia Airlines, que tanto tem inspirado as mais loucas conspirações, surgiu a desconfiança de suicídio de um dos pilotos do MH370 que desapareceu do mapa a 8 de março do ano passado.

A Aviation Safety Network listou oito acidentes de aviação que terão sido provocados deliberadamente por um membro do comando do avião, mas apenas cinco estão de facto confirmados.

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O primeiro acontecimento deu-se a 22 de agosto de 1976, quando um piloto russo roubou um avião e fê-lo despenhar-se contra um bloco de apartamentos Novosibirsk, onde vivia a ex-mulher. Morreram 12 pessoas.

Mas o caso mais trágico  aconteceu em outubro de 1999: um avião da Egypt Air caiu a pique, 30 minutos depois de levantar voo do Aeroporto JFK em Nova Iorque, depois de o piloto ter abandonado o cockpit. A hipótese de suicídio nunca foi confirmada para o acidente que vitimou 217 pessoas.

No entanto, apenas 0,41% dos acidentes de aviação foram conclusivamente provocados por suicídios dos pilotos ou co-pilotos. Este é um dado de um estudo da Federal Aviation Administration, que provou que, entre os 3648 acidentes ocorridos no período 1993-2002, apenas 15 aviões caíram deliberadamente.