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Bastou o Pinho para secar um eucaliptal de euforia (a crónica do Marítimo-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

Sporting mexeu muito, criou pouco e deixou andar um jogo mais ou menos à espera que se resolvesse com o tempo. Depois, Rodrigo Pinho teve espaço. E o Marítimo acabou com as esperanças leoninas (2-0).

Depois de FC Porto e Benfica, Rodrigo Pinho marcou ao Sporting e ainda fez a assistência para o 2-0 de Léo Andrade
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Depois de FC Porto e Benfica, Rodrigo Pinho marcou ao Sporting e ainda fez a assistência para o 2-0 de Léo Andrade

Jose M. Alvarez/JARSportimages.com

Depois de FC Porto e Benfica, Rodrigo Pinho marcou ao Sporting e ainda fez a assistência para o 2-0 de Léo Andrade

Jose M. Alvarez/JARSportimages.com

“Três pontos de luta e muito sangue quente contra as condições do relvado… Seguimos juntos na luta”. Foi com esta frase e com a imagem de um leão cheio de lama na cara que Sebastián Coates, capitão do Sporting, comentou através das redes sociais o triunfo da equipa verde e branca frente ao Nacional que permitiu manter a vantagem de quatro pontos na liderança do Campeonato. Antes, Nuno Santos, marcador do primeiro golo, falara de “uma vitória que valeu por seis pontos”, tendo em conta as dificuldades do campo, ao passo que Palhinha se mostrou “muito feliz pela vitória de todos”: “Seja onde for e em que condições forem esta união estará sempre presente!”. “Não tenho palavras para a atitude destes jogadores”, resumiu na conferência de imprensa Rúben Amorim.

Marítimo vence Sporting na Madeira por 2-0 e elimina líder do Campeonato nos oitavos da Taça de Portugal

O encontro frente ao Nacional foi um exemplo paradigmático do que é o Sporting da presente temporada. Muito se falou sobre a capacidade que a equipa teve em assimilar ideias dentro de um modelo tático que necessita de muito trabalho para carburar e houve também esse upgrade face ao jogo com o Belenenses SAD no Jamor de perceber as condições e o contexto do encontro para adequar esses mesmos princípios. Mais do que isso, o que justifica a atual posição dos leões no Campeonato passa pelo espírito criado pelos jogadores em nome do coletivo, o mesmo que fez com que quase todos tivessem o equipamento branco enlameado com apenas alguns minutos de jogo. Todavia, e como em tudo, havia uma fatura associada a isso. E a mesma seria apresentada na Taça de Portugal.

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Sem competições europeias desde o início de outubro, quando perdeu no playoff de acesso à fase de grupos da Liga Europa com o LASK Linz em Alvalade, o Sporting teve apenas dois momentos com jogos a meio da semana. No primeiro, pelo adiamento da ronda inaugural com o Gil Vicente quando os leões tinham quase metade da equipa infetada com Covid-19, a exibição com os minhotos teve pouca qualidade, terminou em vitória apenas nos minutos finais mas houve uma redenção uns dias depois na receção ao Tondela; no segundo, a partida para os quartos da Taça da Liga com o Mafra foi aproveitada para haver uma rotação quase completa das escolhas iniciais. Agora, não existia margem. Nem de erro, nem de grandes mexidas. E isso frente a um conjunto insular agora liderado por Milton Mendes que apresenta uma forma de jogar diferente da que tinha e que gera mais dificuldades.

“Naturalmente sabemos que esta não é a nossa rotina mas procurámos criar aqui as melhores condições. Toda a estrutura trabalhou nesse sentido e todos estamos conscientes da tarefa que temos de realizar. Sabemos que a resposta dos jogadores na última partida foi muito boa, mas também sabemos que temos um plantel no qual confiamos. Temos um grupo largo de jogadores que nos tem dado sempre a melhor resposta e é nisso que nos baseamos na preparação do jogo que vamos encarar com a maior ambição e com vontade de ultrapassar este desafio”, comentara Emanuel Ferro, adjunto de Rúben Amorim, sem entrar em detalhes sobre a equipa que se iria apresentar diante do Marítimo 72 horas depois do triunfo com o Nacional e a 96 horas da receção ao Rio Ave.

Foi isso que se confirmou nas opções iniciais, até com mais alterações do que se pensava: além da mudança na baliza, com Luís Maximiano a entrar para o lugar de Adán, os leões tiveram mexidas em todos os setores e com alguns posicionamentos menos habituais, como Feddal como central ao meio (sem Coates, foi Borja que passou para a esquerda) ou Gonzalo Plata a fazer toda a ala direita em vez de Porro. Não foi bom mas houve exibições piores esta temporada. No entanto, pecou sobretudo na falta de profundidade que impediu a equipa de criar mais oportunidades. E quando entraram Pedro Gonçalves, João Mário, Porro ou Sporar, era tarde. Tão tarde que, numa solução já antes vista, Coates foi a jogo para ter pouco mais de dez minutos a jogar como avançado.

16 jogos depois, o Sporting sofreu a primeira derrota em termos nacionais. E sofreu porque, além de ter sido uma equipa curta que muitas vezes parecia comprida pela capacidade que João Palhinha tinha em ganhar bolas e evitar as saídas do Marítimo, esperou que o golo aparecesse em vez de procurar o golo. Foi essa atitude passiva que valeu o nulo ao longo de 60 minutos, foi essa atitude precipitada que fez com que não houvesse a melhor reação na última meia hora. E bastaram dois remates enquadrados ao Marítimo para segurar a passagem aos quartos da Taça de Portugal e para coroar a boa organização defensiva potenciada por Rodrigo Pinho, que voltou a mostrar que é jogador de “grande”, com um golo e uma assistência que fizeram a diferença nas contas finais do jogo.

Ficha de jogo

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Marítimo-Sporting, 2-0

Oitavos de final da Taça de Portugal

Estádio do Marítimo, no Funchal

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Marítimo: Caio Secco, Zainadine, Lucas Áfrico, Léo Andrade; Winck, Irmer, Bambock (Pelágio, 90+2′), Hermes; Rafik (Correa, 78′), Rodrigo Pinho (Edgar Costa, 90+2′) e Joel Tagueu (Milson, 64′)

Suplentes não utilizados: Charles, Kerkez e Rúben Macedo

Treinador: Milton Mendes

Sporting: Luís Maximiano; Luís Neto (Porro, 76′), Feddal, Borja (Sporar, 76′); Gonzalo Plata, Palhinha, Matheus Nunes (João Mário, 76′), Nuno Mendes; Bruno Tabata (Pedro Gonçalves, 70′), Nuno Santos e Tiago Tomás (Coates, 81′)

Suplentes não utilizados: Adán e Jovane Cabral

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Rodrigo Pinho (68′) e Léo Andade (79′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Luís Neto (37′) Joeal Tagueu (45+4′), Léo Andrade (49′), Cláudio Winck (61′), Bruno Tabata (66′), Pedro Gonçalves (72′), Correa (90+5′) e Gonzalo Plata (90+5′)

Os insulares começaram a todo o gás, tentando surpreender Luís Maximiano logo no pontapé de saída e tendo mais um tiro desviado para canto de Rodrigo Pinho dentro do primeiro minuto. Com Joel Tagueu mais na esquerda (no último encontro, em Braga, pisara terrenos mais centrais), a equipa de Milton Mendes tentava condicionar de uma forma agressiva a saída do Sporting para, passada essa primeira linha, juntar setores e roubar espaço nas habituais movimentações dos alas contrários. No entanto, tinha um problema na estratégia que passava pelas costas da linha de três centrais e pela profundidade. E não demorou a ser colocado em causa dessa forma, com Matheus Nunes a ganhar espaço para entrar vindo de trás pela direita e Tiago Tomás a desviar à trave na área (7′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Marítimo-Sporting em vídeo]

O Marítimo assumia o risco de jogar com uma defesa subida quando os lisboetas não construíam de forma mais organizada a partir de trás e saltavam setores, o que continuou a ser explorado pelos visitantes que tiveram Nuno Santos e Bruno Tabata com boas oportunidades travadas por Caio Secco ainda antes do quarto de hora inicial em lances que seriam depois travados por posição irregular. Depois, e mesmo tendo mais bola, o Sporting teve mais dificuldades em criar oportunidades, aproveitando apenas um pontapé longo mal executado pelo guarda-redes maritimista para Palhinha isolar de primeira Nuno Santos mas o remate na área ser travado pelo brasileiro. O intervalo chegava sem golos, com apenas um remate enquadrado em sete (4-3), três cantos (1-2), 26 faltas (14-12) e uma grande diferença na posse de bola (37%-63%) ainda que sem resultados práticos para os leões.

No segundo tempo, Rodrigo Pinho teve um remate forte por cima (53′) e Bruno Tabata viu Caio Secco travar um tiro rasteiro de pé direito após assistência de Gonzalo Plata (58′) mas o Sporting foi deixando passar os minutos achando que, à semelhança de outras ocasiões (e nos quatro jogos com nulo ao intervalo esta época tinha sido assim), o golo acabaria por surgir de forma natural. Não surgiu, nem sequer esteve perto. E foi o Marítimo a fazer o 1-0, na primeira tentativa enquadrada com a baliza de Luís Maximiano feita por Rodrigo Pinho após assistência de Milson aproveitando a passividade da linha defensiva verde e branca que pediu fora de jogo (68′).

Pedro Gonçalves foi a primeira aposta de Rúben Amorim, logo após o 1-0. E seguiram-se, de uma assentada, Porro, João Mário e Sporar, desfazendo a linha de três centrais para abrir a frente de ataque com dois avançados, maior presença no corredor central e outra capacidade pelas laterais. Na teoria, era o que o Sporting há muito “pedia”; na prática, de nada funcionou porque, na sequência de um canto na esquerda batido por Marcelo Hermes, Rodrigo Pinho desviou ao primeiro poste e Léo Andrade só teve de encostar sozinho na pequena área com a defesa verde e branca mais uma vez a marcar com os olhos (79′). Até ao final, Sporar ainda falhou uma oportunidade a um metro da baliza mas a surpresa estava escrita e não mais seria alterada, com o Marítimo a bastar apenas de dois remates enquadrados para bater o pé ao líder do Campeonato e assegurar passagem aos quartos da Taça de Portugal.

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