Os números não explicam um jogo de futebol mas os números dão pistas para perceber um resultado no futebol. No caso do FC Porto, os três golos sofridos em 28 minutos frente ao Sp. Braga foram exemplo paradigmático disso mesmo: os dragões não consentiam três golos em casa numa competição nacional desde 1975/76 e passaram a ter 36 golos sofridos em 37 encontros realizados, naquele que é o pior registo desde 2001/02. É na defesa que está o calcanhar de Aquiles dos azuis e brancos (e por defesa entende-se toda a equipa a defender e não apenas os quatro elementos que estão no setor recuado). E foi por aí que os portistas falharam a final da Taça de Portugal.

Sérgio e as palavras que Lucas Piazon levou (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Pela quinta vez na presente temporada, o FC Porto sofreu três golos – a terceira no Dragão, outrora uma espécie de terreno proibido para os adversários marcarem. Seis épocas depois, os azuis e brancos voltaram a perder em casa para a Taça de Portugal e levam uma série de apenas uma vitória, cinco empates e uma derrota nos últimos sete jogos realizados nas provas nacionais. E as “altas patentes” do clube, entre treinador e capitão, assumiram os erros próprios cometidos na primeira meia hora de jogo que levaram à derrota frente aos minhotos.

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“Foram 25 minutos horríveis da nossa parte. Não é isso que o mister pede. Nós, jogadores, somos responsáveis, já foi assim contra o Boavista. Tínhamos esse exemplo. Em casa estamos a facilitar muito como grupo. Quando é assim, o Sp. Braga tem boa equipa. Depois correr atrás do resultado, tentar dar a volta a um resultado para o qual nós nos pusemos a jeito, é muito difícil. Não foi isso que o mister pediu. Longe disso. Foi horrível. O que fizemos hoje nos primeiros 25 minutos foi horrível. Depois tentámos honrar o que é estar no FC Porto mas não chega. Temos de entrar mais forte, ser mais coesos, para não cometer esses erros infantis da primeira parte”, começou por lamentar o central e capitão de equipa Pepe, antes de abordar o peso deste desaire para a época.

“É difícil. Um dos objetivos que queríamos caiu hoje. Não chegámos à final. Há que levantar, lutar até final, ser mais equipa, entrarmos mais fortes. Não podemos dar esta abébia jogos após jogos, paga-se caro. Não estamos aqui a brincar, estamos a trabalhar a sério”, concluiu na zona de entrevistas rápidas da TVI.

“Depois de sofrermos três golos ficava muito difícil, apesar de nunca baixarmos os braços porque isso não faz parte do nosso ADN. O jogo começa quando o árbitro apita e quando ele apita para acabar. Não podíamos entrar assim, com erros primários. O Sp. Braga entrou bem e os dois erros iniciais deram golo. Depois houve ainda o terceiro, numa falta que me parece inexistente. O nosso início não tem nada a ver com a história deste clube e desta equipa. Depois marcámos, houve a expulsão mas não houve mais jogo. Estivemos sempre a tentar ter o controlo mas isso foi visível, não com tanto discernimento como esperava mas com algumas ocasiões. O Sp. Braga defendeu de forma baixa, como lhe competia. Pela nossa entrada hoje, o Sp. Braga mereceu, embora não esteja convencido com os dois jogos”, assumiu Sérgio Conceição, antes de explicar as mudanças no onze.

“Assumo sempre a responsabilidade do onze. Temos de olhar em várias vertentes para o jogo, para a estratégia, e para essa estratégia é preciso jogadores a 100% fisicamente. O Zaidu e o Sérgio estavam mais limitados mas isso não é desculpa, qualquer jogador que entre tem de dar uma resposta diferente naqueles 28 minutos”, reforçou, comentando depois o que pretendia com as alterações: “Vou fazendo o que tenho a fazer, dependendo do momento e da estratégia. Tudo é pensado. O importante é baixar a cabeça, não levantá-la, e ver o que fizemos pois este jogo é para lembrar. Hoje pesa, amanhã pesa na preparação para o Gil [Vicente], onde temos de dar uma resposta de acordo com a equipa, pois há o objetivo Campeonato, depois temos a Liga dos Campeões e essa é uma resposta que temos de dar”, rematou o treinador dos azuis e brancos.