O ministro da Educação anunciou, esta quarta-feira, que a prova de diagnóstico de inglês do 9.º ano, elaborada pela Universidade de Cambridge, vai passar a contar para a nota final dos alunos. Caberá a cada escola, no âmbito da sua autonomia, decidir qual a ponderação.

Na sessão de apresentação pública dos resultados do Preliminary English Test (PET) deste ano, obrigatório para todos os alunos do 9.º ano de escolaridade, mas sem penalizações para quem não o fizesse, o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, admitiu, no entanto, que o peso do PET para a nota final dos alunos possa ser de 30%, como acontece com as provas finais de Português e Matemática e com os exames nacionais do ensino secundário.

Resultados foram melhores do que em 2014 

Em 2015, o nível de dificuldade da prova foi elevado, tendo sido aplicado o Preliminary English Test, centrado no nível B1 (utilizador independente). “Procurou-se assim incentivar a melhoria do desempenho de cada aluno”, escreve o Ministério da Educação em comunicado. Em 2014, tinha-se optado pelo Key for Schools, centrado no nível A2 (utilizador elementar).

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De acordo com os dados apresentados esta quarta-feira, verificou-se uma significativa redução (de 20%) da percentagem de alunos com nível A1 ou inferior e uma subida considerável da percentagem de alunos com nível B1 ou superior. Estes dois factos combinados representam uma melhoria considerável dos resultados.

Ainda assim mais de 60% dos alunos do 9.º ano têm um nível de inglês elementar, abaixo do domínio exigível a este ano de escolaridade e apenas 29,1% dos alunos do 9.º ano obtiveram resultados dentro do nível esperado (B1), melhorando o resultado de 17% de 2014, e 9,1% conseguiram mesmo chegar ao nível B2, um nível de certificação e de domínio da língua esperado no ensino secundário

Este foi o segundo ano de realização desta prova, que permite aos alunos, que o desejarem, a obtenção de um certificado reconhecido por instituições académicas e profissionais em todo o Mundo, a preço reduzido ou mesmo gratuito. O teste foi feito, em todas as suas componentes, por 85.297 alunos, o que significa que 23,5% dos alunos (26.237) não realizaram a prova, segundo dados divulgados pelo IAVE.

Estado vai ter de pagar parcialmente a prova de inglês

Este ano, o Estado vai ter de pagar parcialmente a prova de inglês, uma vez que a receita obtida através do financiamento dos patrocinadores e dos certificados emitidos não garante a totalidade do financiamento, adiantou a tutela.

Inicialmente associaram-se à introdução desta prova em Portugal o BPI, a Connexall®, a Fundação Bissaya Barreto, a Novabase e a Porto Editora. Mas dos parceiros iniciais já só restam o BPI e a Porto Editora.

A juntar-se à saída dos parceiros, o número de pedidos de certificados muito inferior ao número de inscritos na prova.

Dos mais de 85 mil alunos que fizeram o teste, apenas 19 mil pediram um certificado de Cambridge, sendo que 22 mil alunos tiveram resultados passíveis de lhes serem atribuídos certificados.

[Notícia atualizada às 17h40 com informação sobre os custos da prova para o Estado]