Em Wall Street, o dia estava prestes a começar e nada fazia prever o que se viria a passar a seguir durante a manhã de quarta-feira, 8 de julho — ou melhor, quase nada. A abertura das principais bolsas norte-americanas decorreu de forma aparentemente normal, por volta das 9h30. No entanto, uma delas viria a experienciar problemas informáticos. Às 11h32, a negociação de títulos da bolsa de Nova Iorque — New York Stock Exchange (NYSE) — foi suspensa e as transações só foram retomadas mais de três horas depois, sendo esta a maior paragem dos últimos três anos.
Mas voltemos um pouco atrás no tempo, até ao dia anterior, 7 de julho. Passavam 45 minutos das oito da noite em Lisboa — cerca de 12 horas antes da suspensão da bolsa — quando uma das principais contas do grupo “Anonymous” no Twitter partilhava a seguinte mensagem na rede social: “Pergunto-me se amanhã vai ser um dia mau para Wall Street… só podemos esperar.”
Wonder if tomorrow is going to be bad for Wall Street.... we can only hope.
— Anonymous (@YourAnonNews) 8 julho 2015
Nada relaciona diretamente este tweet com o que se passou na NYSE quarta-feira, até porque os responsáveis da bolsa nova-iorquina descartaram totalmente a hipótese de ataque informático, responsabilizando antes um “erro interno” pela suspensão das negociações de títulos. Aliás, segundo a revista Time, terá existido um pré-aviso às empresas e principais investidores de que algum software antigo iria ser substituído por novos programas, não havendo, para já, qualquer confirmação oficial.
Ainda assim, a publicação da conta @YourAnonNews — seguida por mais de um milhão e meio de pessoas — fez buzz na imprensa internacional, merecendo referências no jornal britânico The Independent, no USA Today e até na própria Time, que acrescenta que o caso poderá tratar-se de uma mera “coincidência”.
A manhã desta quarta-feira ficou também marcada por um outro erro informático nos sistemas da United Airlines. Os aviões da companhia aérea ficaram por terra, devido a um “problema técnico” na “rede de ligação”, que acabou por atrasar voos não só nos Estados Unidos da América como um pouco por todo o mundo.