A Comissão Europeia condenou hoje o ataque desta madrugada contra um hospital da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Afeganistão e pediu a todas as partes que assegurem a proteção das instalações de saúde e humanitárias.

“Estou profundamente consternado com a morte de pelo menos nove membros do pessoal da MSF no bombardeamento do hospital gerido pela organização na cidade afegã de Kunduz”, afirmou num comunicado o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides.

Segundo a MSF, todos os nove mortos são membros da organização, assim como 19 dos 37 feridos. A organização adiantou que há muitos funcionários e pacientes desaparecidos, pelo que o balanço de vítimas ainda pode aumentar.

“As crianças, as mulheres e os homens afegãos sofrem as consequências humanitárias devastadoras de mais de três décadas de guerra. A MSF e outras organizações humanitárias realizam trabalhos de salvamento essenciais no Afeganistão, em condições muito difíceis”, afirmou o comissário.

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Stylianides apelou por isso a “todas as partes” que assegurem a proteção das instalações de saúde e humanitárias.

O governo afegão confirmou que o bombardeamento foi feito por forças dos Estados Unidos e responsabilizou os talibãs, afirmando que elementos do grupo insurgente se esconderam no hospital durante confrontos com as tropas afegãs.

O porta-voz das forças norte-americanas no Afeganistão admitiu que um bombardeamento dos Estados Unidos em Kunduz pode “ter produzido danos colaterais a uma instalação médica próxima” e que foi aberta uma investigação.

Os talibãs tomaram na segunda-feira Kunduz, cidade estratégica para as comunicações no norte do país, na que foi considerada a mais importante vitória dos insurgentes desde que foram afastados do poder em 2001.

As tropas afegãs anunciaram a recuperação do controlo da cidade na quinta-feira, depois de um contra-ataque apoiado por forças norte-americanas, mas os confrontos continuam, com os dois lados a controlarem diferentes bairros de Kunduz.