As buscas para encontrar os quatro desaparecidos no naufrágio de um arrastão à entrada do porto da Figueira da Foz recomeçaram na alvorada desta quarta-feira, disse à Lusa o comandante Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN). Os mergulhadores forenses e da Polícia Marítima estão desde as 11h30 a vistoriar o arrastão.

Nuno Leitão disse à Lusa que os mergulhadores estiveram a avaliar as condições de mergulho junto ao navio afundado e que depois procederiam às buscas. À saída da barra está a patrulha oceânica Figueira da Foz e um helicóptero da Força Aérea também está a colaborar com as buscas. A sul do local do naufrágio, nas praias a sul, continuam a decorrer buscas com recursos a meios terrestres.

Antes da chegada da equipa de mergulhadores, Nuno Leitão disse que p grande objetivo era o de “encontrar na zona de costa e enrocamento alguma coisa” e “recolher as artes de pescas que representam perigo para a navegabilidade da zona”. O comandante do ISN pensa que é possível haver “alguma evolução na operação de remoção da embarcação, que está numa zona de risco de entrada da barra” durante o dia de hoje.

“As condições melhoraram esta manhã em relação à noite de ontem [terça-feira], que eram muito adversas e por isso não conseguimos chegar à embarcação por falta de visibilidade e pela quantidade de artes de pesca que estavam dentro de água”, explicou Nuno Leitão.

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O arrastão Olívia Ribau naufragou pouco depois das 19h00 de terça-feira, tendo a autoridade marítima recebido um alerta de emergência pelas 19h13, através de um sinal de emergência enviado pelo equipamento a bordo acidentado, de acordo com informação da Polícia Marítima.

Na altura, foram empenhados os meios de salvamento da Capitania, e a barra fechada, tendo-se confirmado a inacessibilidade das embarcações semirrígidas e mota de água à embarcação que se encontrava nas pedras, em virtude das condições de mar adversas.

Nas buscas participou o helicóptero EH-101 da Força Aérea Portuguesa que se deslocou para o local, onde iniciou as buscas às 21h00. A mota de água conseguiu recolher dois tripulantes que se encontravam numa balsa salva-vidas da embarcação, e cerca das 21h30 foi retirado da água um tripulante já sem vida.

Nuno Leitão lamentou ainda facto de os tripulantes se encontrarem sem colete salva-vidas quando estavam entrar num porto, o que representa um risco acrescido, uma vez que a barra da Figueira da Foz encontrava-se, na segunda-feira, condicionada à entrada a embarcações de 11 metros. Hoje, a barra da Figueira da Foz encontra-se encerrada.

Até ao momento, estão confirmados no naufrágio do arrastão Olívia Ribau, registado em Aveiro, uma vítima mortal, quatro desaparecidos e dois sobreviventes, que estavam numa balsa e foram salvos por uma moto de água.

Os tripulantes do navio são maioritariamente da região da Figueira da Foz (povoações da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa) e têm idades entre os 40 e 56 anos.