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Pedimos a seis garrafeiras para escolher vinhos de diferentes países
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Pedimos a seis garrafeiras para escolher vinhos de diferentes países

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Pedimos a seis garrafeiras para escolher vinhos de diferentes países

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

20 vinhos do mundo. Quando uma garrafa é um bilhete de ida

A pedido do Observador, seis garrafeiras escolheram 20 vinhos internacionais. Da África do Sul ao Líbano e à Síria, nesta viagem precisa apenas de levar o copo e o saca-rolhas.

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Na maior dificuldade em fazer as malas e partir à aventura, consequência da crise sanitária que dura há mais de um ano, a sugestão é viajar através do vinho e dos diferentes terroirs que ele pode representar: do Sauvignon Blanc fresco e marcado pelos frutos tropicais da Nova Zelândia à mineralidade e acidez da Grüner Veltliner, a casta branca mais plantada e conhecida na Áustria. Porque o vinho são pessoas, regiões e até países, pedimos a seis garrafeiras, em Lisboa, no Porto e em Matosinhos, para sugerir rótulos que servem de carimbos no passaporte de enófilos. Há sugestões para diferentes bolsos e, certamente, para diferentes gostos.

Comida Independente: França e Itália

As propostas da Comida Independente, em Lisboa

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Alsácia Vincent Fleith Pinot Noir “Marius” (33,25 euros)
A quinta de 9 hectares pertence há mais de 200 anos à mesma família, explica ao Observador o sommelier Olavo Fernandes. Foi Vincent Fleith quem converteu, na década de 1990, as vinhas da família em favor da agricultura biológica. O trabalho do produtor, continua Olavo, “passa por colher as uvas por parcela e fazer uma vinificação que expresse as características dos diferentes tipos de solo que possui na vinha”. O Pinot Noir, diz, é uma uva que na Alsácia, norte de França, expressa uma fruta vermelha fresca, leve e mais ligeira do que na vizinha Borgonha, onde tem mais protagonismo. Na Comida Independente há ainda um Riesling e um Pinot blanc do mesmo produtor.

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Friuli Skerlj Malvasia (29,75 euros)
A região em causa é muito peculiar, garante Olavo Fernandes. Situa-se no extremo norte de Itália e é influenciada pelo estilo de vinificação dos Balcãs e do leste europeu. Entre as práticas de vinificação associadas está a técnica de enterrar os vinhos numa ânfora de barro com dimensões próprias para o efeito, à semelhança do que acontece também na Geórgia e na Eslovénia. “Em Itália acontece especificamente nesta região, Friuli”, acrescenta. “Aqui, o vinho laranja não é uma moda, é uma tradição. Nas castas mais aromáticas como esta Malvasia, dá-se um interessante contraste entre o aroma quase doce e uma acidez e secura de boca cortantes.”

M&S Bouchet Loire (18,75 euros)
“François Bouchet (pai do atual produtor) foi juntamente com Nicolas Joly um dos grandes impulsionadores do movimento biodinâmico no Loire nos anos 1970/80”, conta Olavo Fernandes. O Vale do Loire é uma região muito extensa que acompanha o percurso deste rio que praticamente atravessa a França inteira. Já a zona de Anjou-Saumur, onde este vinho em particular é feito, “é o ponto intermédio em que a região passa de um clima atlântico para um clima continental, seco, fresco, onde se produzem vinhos de grande leveza e elegância”. Neste Cabernet Franc, assegura o sommelier, sobressaem as notas de pimentos crus.

Estado d’Alma: Líbano, China, Síria e Argentima

As propostas da garrafeira Estado d'Alma, em Lisboa

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Bargylus Grand Vin de Syrie 2011 (28,50 euros)
A Síria acaba por não ser a primeira opção do consumidor quando se pensa em vinhos de outros países, diz Tiago Paulo da garrafeira Estado d’Alma. “Aqui estamos a falar de um vinho de 2011, um ano mítico em Portugal, mas não tão mítico na Síria. Trata-se de um blend tradicional. Eles usam muito as uvas Chardonnay e Sauvignon Blanc, o que é caso deste vinho em particular.” É um vinho “giro”, diz, ideal para se experimentar e fazer, até quem sabe, uma prova cega. “Este é aquele vinho surpresa.”

Chateau Musar 2000 Gaston Hochar (65 euros)
Se calhar é a casa mais conhecida do Líbano, do Vale do Beca, atira Tiago Paulo, para depois explicar como estes são “vinhos impressionantes”, sobretudo os brancos e os rosés. “O rosé, por exemplo, ao contrário do que acontece em Portugal, é tão valorizado no Líbano que só o fazem em anos atípicos, quando o ano é muito bom.” O branco, em destaque, vai, ainda assim, “marcar mais e é mais fácil de se encontrar”. “O branco é feito com duas uvas muito características da região, o que lhes dá uma longevidade ímpar no Médio Oriente, e onde vamos buscar notas a petróleo, como os Rieslings da Alsácia… Já tive oportunidade de provar este branco de 2000, acho que nunca me vou esquecer dele pela sua singularidade. E é um branco que ainda vai aguentar mais uns anos em perfeitas condições.”

Ventisquero Carménère Single Block Grey [Glacier] Trinidad Vineyard 2017 (21,50 euros)
A Carménère é uma uva muito característica desta região — quando se pensa em Carménère, pensa-se automaticamente no Chile, o que não quer dizer que não se encontre a casta noutros países. “Mas este Carménère é Chile, respira a Chile.” Tiago Paulo fala em notas de chocolate e também em austeridade. “É um vinho mais poderoso, é um grande reserva com algum estágio em barrica e oriundo de uma parcela única. É uma ótima relação qualidade-preço.”

Moser XV Riesling Italian Ningxia Chateau Changyu 2016 (14,50 euros)
“Este vinho vem de uma casa relativamente recente, de 2013, mas nesta região — Ningxia — o produtor mais antigo remonta a 1890”, explica o gerente da Estado d’Alma. Apesar do nome Riesling Italia, a uva em causa é característica da região e não é italiana. “É um vinho bem pontuado, dignifica muito bem a região”, garante.

Garrafeira Imperial: Áustria, Hungria e Espanha

As propostas da Garrafeira Imperial, em Lisboa

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Loimer Gruner Veltliner 2017 Kamptal (15,90€)
Mariana Siqueira, da Garrafeira Imperial, fala desde logo na mineralidade deste vinho branco, da acidez elevada e das notas de maçã verde, ananás, pimenta branca e alguma salinidade. “Este vinho remete-nos imediatamente à Áustria por dois motivos: primeiro, por utilizar a casta branca mais plantada e conhecida do país, a Grüner Veltliner e, depois, por ser um vinho feito por um dos génios dos vinhos biodinâmicos, Fred Loimer, num país muito avançado e conhecido por esse tipo de vinhos.”

Vega Sicilia Mandolás Oremus Furmint 2017 (14,90€)
É branco seco, diz Mariana, surpreendente e com muita personalidade. Destaque para os aromas a damasco e gengibre e para o facto de ser cremoso na boca sem, no entanto, deixar de ser fresco e elegante. “Ao provar este vinho somos transportados para uma das regiões vitivinícolas mais antigas do mundo, região que produz um dos vinhos mais famosos entre reis e rainhas por muitos séculos: os Tokaji. A casta é a mais tradicional, a Furmint, mas em forma de vinho branco seco.”

La Rioja Alta Gran Reserva 2010 (51.90€)
A textura é sedosa e os aromas resvalam para fruta preta em compota, mas não só. Mariana Siqueira fala em notas especiadas, balsâmicas, a madeira tostada, a chocolate negro e ainda menta ligeira. É um vinho que faz jus ao estilo tradicional da Rioja, em Espanha, e resulta de duas castas: 90% Tempranillo e 10% Graciano. “É um vinho especial e mostra o Tempranillo, uma casta que conhecemos muito bem em Portugal como Tinta Roriz ou Aragonez, em todo o esplendor que pode ser encontrado na Rioja.” Mais do que isso, é um vinho que representa muito bem a região de origem e, diz ainda Siqueira, é “um grande vinho em qualquer parte do mundo”, que só sai para o mercado com muitos meses de barrica e muitos anos de garrafa.

Tio Pepe: Alemanha, África do Sul, França e Austrália

As propostas da garrafeira Tio Pepe, Porto

Rui Oliveira/Observador

Prinz Von Hessen Riesling Trocken 2019 (11,50 euros)
O vinho é proveniente da região de Rheingau, na Alemanha, e mostra-se seco, bastante aromático, fresco e e elegante. “Excelente acompanhamento para sushi”.

The Chocolate Block 2019 (32,50 euros)
O vinho da região de Swartland, na África do Sul, é composto maioritariamente pela casta Syrah (71%), sendo as restantes a Grenache, Cinsault, Cabernet Sauvignon e Viognier. A região de Swartland fica junto à costa e os seus solos são mais arenosos. Além disso, é conhecida pela “irreverência dos jovens enólogos” que aí procuraram fazer vinhos diferentes. É “um tinto muito elegante e surpreendentemente fresco, suave na boca e pronto a beber”, garante Luís Cândido da Silva, o homem ao leme da garrafeira Tio Pepe.

Joseph Drouhin Chablis Vaudon 2018 (21,50 euros)
“A região de Chablis é a porta de entrada da Borgonha e um terroir de excelência para a casta Chardonnay com solos argilo-calcários. Um vinho branco complexo e mineral que acompanha bem pratos mais ricos como peixes assados.”

Rosemount Diamond Label Syrah 2018 (14,90 euros)
“Um bom exemplo de um Syrah do novo mundo”, diz Luís Cândido da Silva, referindo-se ao rótulo australiano. O vinho é marcado por muitos frutos pretos e vermelhos, e apresenta notas de chocolate e alguma madeira de carvalho. “Bom para acompanhar pratos de carne e queijos.”

Wine O’Clock: Nova Zelândia, Napa Valley e Alemanha

As propostas da garrafeira Wine O'Clock, em Matosinhos

Rui Oliveira/Observador

Villa Maria Sauvignon Blanc 2019 (14,25 euros)
Marlborough é uma das regiões da Nova Zelândia, localizada no nordeste da Ilha Sul, onde estão 90% das plantações de Sauvignon Blanc do país, garante Ana Dias da garrafeira Wine O’Clock. A empresa Villa Maria foi fundada nos anos 1960 por George Fistonich e, atualmente, encontra-se em quatro regiões diferentes do país, produzindo 28 castas. “Este Villa Maria Sauvignon Blanc de 2019 é um vinho com todas as características deste terroir: vibrante, fresco, marcado pelos aromas e sabores cítricos, e pelos frutos tropicais. Um excelente vinho para beber só ou a acompanhar peixe e marisco.”

Hess Chardonnay 2018 (21,80 euros)
O vinho do Napa Valley, nos EUA, faz parte de um projeto com mais de 170 anos, fundado por Johan Hess e que, tanto tempo depois, ainda permanece na família. A vinha que dá origem a esta uva situa-se na parte sul de Napa, perto da Baía de São Paulo, usufruindo, assim, de influência marítima e solos arenosos. O resultado é um vinho com aromas a maçã verde e a pera, assegura Ana Dias. “Na boca é vibrante, untuoso e com uma boa estrutura. Um Chardonnay verdadeiramente Californiano!”

Dr. Loosen Riesling Dry 2018 (13,75 euros)
A propriedade Dr.Loosen está na mesma família há mais de 200 anos e é administrada por Ernst F. Loosen desde 1988 — na altura em que assumiu posse tinha desde logo no seu encalço vinhas não enxertadas com uma idade média de 60 anos e alguns dos vinhedos mais bem classificados da Alemanha. Este Riesling do Vale do Rio Mosel é produzido na zona de Ürzig, marcada por solos vulcânicos. “É um vinho seco, com um nariz bem marcado pelo pêssego, na boca sentimos notas florais e de frutas exóticas, com um final longo”, diz ao Observador Ana Dias da garrafeira Wine O’Clock. O vinho pode ser bebido já ou, então, guardado.

Garage Wines: França, Alemanha e Argentina

As propostas da Garage Wines, em Matosinhos

Rui Oliveira/Observador

Château Saint Maur L’Excellence Cru Classe 2019 (21 euros)
“A Provença é talvez a região francesa mais emblemática na produção de vinhos rosé de alta qualidade”, argumenta Ivone Ribeiro da Garafe Wines, descrevendo uma região muito pitoresca, marcada por pequenas villas e onde as curvas e contracurvas das estradas dão acesso aos mais variados château. O vinho escolhido é uma representação da região.

Alpasión Grand Petit Verdot 2015 (31 euros)
“Entre planícies, montanhas de perder de vista e uma gastronomia e vinhos de nos encher a alma, a Argentina e em especial Mendoza são reconhecidas mundialmente pela sua elevada qualidade na produção de azeite e vinho. Mendoza é uma das nove grandes capitais do vinho, a cidade é um destino emergente de enoturismo e base para explorar as centenas de vinícolas da região localizadas ao longo da Rota do Vinho da Argentina”, descreve Ivone Ribeiro.

Prinz Hessen Dachsfilet Riesling Trocken 2017 (22 euros)
“O Rheingau (“Distrito do Reno”), situado no coração da Alemanha, é a joia da coroa entre as regiões alemãs de enoturismo. Esta pequena região, de paisagens de tirar a respiração, possui o melhor em cultura, vinho, natureza e pontos turísticos que os visitantes poderiam esperar. Isso é sublinhado pela renomada hospitalidade do Rheingauer. Os vinhos são inesquecíveis.”

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