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PAULO BAPTISTA2

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A dança visionária de Francis Graça, entre a ambição e o regime

Em 1926, estreia-se sozinho no palco do Teatro Novo. Em 1940 funda a primeira companhia de dança estatal. Entre o escândalo e a submissão ao Estado Novo, quem foi Francis Graça?

Não é possível pensar a cultura do século XX sem a ideia da libertação do corpo. Depois de milénios de catolicismo em que o corpo não pertencia ao individuo, mas a Deus, eis que o homem conquista o corpo próprio, muito por via do desenvolvimento tecnológico, da fotografia, do cinema, mas também da dança. Mesmo os estados que já tinham a tradição do ballet clássico, com a sua rígida técnica, veem nascer formas de expressão corporal que preconizavam uma nova liberdade do corpo; Isadora Duncan, a companhia americana Dennishawn, Nijinsky, os Ballets Russes, Martha Graham. Em todos eles um ideário ligado à natureza, à relação com a terra, à busca de uma origem que os levou a explorar as culturas ancestrais dos povos, fossem eles os nativos da América, os Cossacos ou as danças das camponesas russas.

Toda a Europa culta e refinada rejubilava com a dupla formada por Nijinsky e Diaghilev que deram ao mundo os Ballets Russes. Portugal não foi exceção. Quando a companhia se apresenta, em 1918, em Lisboa, a capital, periférica e ruralizada, sem qualquer tradição de dança, sem uma escola de ballet, ficará assombrada. Há quem faça discursos pedindo que se olhe para as tradições populares portuguesas e se crie um projeto idêntico, mas nada se fará. Mesmo a elite culta, que viajava e conhecia o que se estava a fazer um pouco por todos os países Ocidentais — como António Ferro, jornalista e futuro homem ao leme do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) — nada fez. O máximo que  nasceu nessa década de 20, ainda no rescaldo da 1ª Guerra Mundial, foi o Teatro de Revista, na altura um objeto cultural de vanguarda onde se farão muitas e importantes experimentações artísticas.

É pois neste neste pais onde a dança era um deserto que, em 1926, no palco do Teatro Novo (foyer do Cinema Tivoli) que Francisco Florêncio Graça, bailarino autodidata, se estreia. Sozinho em palco, vestido num fato colante, a dançar Brahms e Schubert e, provavelmente, sonoridades vindas do jazz e a fazer movimentos considerados impróprios para um homem, criará ondas de choque. Nas semanas seguintes não se falará de outra coisa na capital e o bailarino Florêncio (nome que usava à data) escapa para Paris. É assim entre aplausos e apupos, entre admiradores e detratores, num corpo que dançava sob as influencias da dança  clássica, da dança moderna e dos ritmos do Harlem nova iorquino, que Portugal vê nascer o seu primeiro grande bailarino.

"Francis torneia a sua impreparação e a do elenco e inventa uma dança híbrida que funde expressionismo, ballet, mímica, património popular", lembra a curadora Luísa Roubaud

Neste ano, quando passam 120 anos sobre o seu nascimento, o Museu Nacional do Teatro e da Dança dedica-lhe a exposição “Francis Graça: dança, esplendor e sombra” e procura contar a história do homem em cujo corpo o país projetou o seu inconsciente social, sexual, político, cultural. Com a curadoria da investigadora em dança Luísa Raubaud, esta mostra fica patente até 4 de setembro.

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“A passagem do tempo obriga-nos a tirar à vida e ao legado deste artista os véus ideológicos que lhe foram colados depois do 25 de Abril. A sua importância na história da dança em Portugal não pode continuar a ser apagada, porque tanto ele como os Bailados Verde Gaio que fundou são mais do que uma obra do salazarismo”, afirma Nuno Costa Moura, atual diretor do museu. A ideia é corroborada pela comissária, que fez uma tese de doutoramento sobre os Verde Gaio, que foram a primeira companhia de dança portuguesa “e retirando a ideologia subjacente foram um projeto singular, inovador e importante num país que não tinha nem tradição, nem sequer uma escola de dança, em 1940”.

Não se lhe conhecem relações amorosas de qualquer espécie, não constituiu família. A sua vida era a dança. A sua voz era circunspecta, a sua vida e o seu corpo firmemente disciplinados. A sua capacidade de trabalho avassaladora. Fora isso, gostava, até ao fim, de cuidar de si: a imagem, a elegância, a forma como se vestia faziam dele um "dandy".

Efetivamente, esta não é uma exposição que pareça desejar fazer um branqueamento da vida e da obra de Francis Graça, nem da forma como ele, António Ferro e Salazar se serviram mutuamente. Pelo contrário, ele procura mesmo ultrapassar a figura do bailarino português para nos mostrar como o corpo se tornou o principal nó górdio da Cultura Moderna, em qualquer expressão artística, e como o corpo de Francis Graça foi o espelho que muitos puderam usar para dar a ver olhares artísticos (de cineastas, fotógrafos, pintores, cartoonistas), bem como políticos e ideológicos.

Francis Graça, um espírito livre dentro da submissão

Da sua vida privada quase nada se sabe. Não se pode dizer que era homossexual como Valentim de Barros, um bailarino português que dançava na Alemanha, e acabou deportado pela Gestapo e morreu no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda. Não se lhe conhecem relações amorosas de qualquer espécie, não constituiu família. A sua vida era a dança. A sua voz era circunspecta, a sua vida e o seu corpo firmemente disciplinados. A sua capacidade de trabalho avassaladora. Fora isso, gostava, até ao fim, de cuidar de si: a imagem, a elegância, a forma como se vestia faziam dele um dandy.

A curadora da exposição assume que trabalhou “com indícios” e a ideia de que “se pode contar a vida de um Homem é uma utopia”. Dotado de uma inteligência cinestésica acima da média, genial coreógrafo, perseverante, disciplinado, culto, ambicioso. Muitas são as coisas que podemos discutir a partir do seu percurso. Certamente, a sua história não é a de um herói rebelde, que serviria que nem uma luva ao romantismo. No entanto, tudo o que fez pela dança em Portugal, incluindo aceitar ser um ornamento do Estado Novo, fazem dele um herói pragmático, que não pode continuar a ser arrumado e obliterado nos dossiers do salazarismo.

Sobre o corpo de Francis Graça (aqui fotografado em 1925) vários artistas fizeram representar o seu próprio olhar e espirito artístico

Mario Novaes

“Depois de regressar de Paris, onde está apenas três meses e volta desencantado ao perceber que não terá muito futuro como bailarino pois não tem técnica, ele lança-se a tudo e a primeira proposta que lhe surge é um trabalho na revista “Cabaz de Morangos”, onde faz um número de nu artístico, usando apenas uma mascarilha. Assume o nome Francis Graça e a partir daí estará na revista, no cinema, em recitais com bailarinas, posará para inúmeros artistas, o que dá ideia da sua enorme popularidade”, explica Luísa Roubaud.

Vindo de uma família da burguesia Lisboeta, conservadora, estudava música no Conservatório e a família queria vê-lo violinista. O pai dirigia a praça de touros do Campo Pequeno e, numa entrevista dada à Emissora Nacional, em 1955, ele explica que “a família não tinha posses para que ele fosse estudar para o estrangeiro”, e que “ser bailarino era impensável”. Porém, sem escola e sem o apoio de ninguém, ainda frequenta aulas com uma professora de dança residente em Lisboa (a russa N. Artamaroff) e é aconselhado a seguir a carreira de bailarino, o que fará, aceitando e enfrentado o escândalo, o falatório, mas também a admiração e uma vida que nada teve de quotidiana, fútil e tributável, como diria Fernando Pessoa.

A forma como se faz fotografar mostra a influencia que tinham nele as várias correntes modernistas do início do século: “Vemo-lo envolto em túnicas helénicas, em estúdio, ao ar livre (…) no classicismo preconizado pela dança livre (…), em citações ao orientalismo em voga, o fascínio do exótico (…) e ainda associações a Nijinsky”, escreve Roubaud. “Percebemos que se dava com a elite culta de Lisboa, nomeadamente com o grupo Orfeu, que conheceu Fernando Pessoa, a quem manda um bilhete com o dia e a hora do seu nascimento para ele lhe fazer um horóscopo, mas não é provável que frequentasse tertúlias intelectuais. Faz coisas que mostram como eram largas as ideias que tinha sobre a arte em geral e a dança em particular;  ainda antes de podermos dizer que ele estava a ser instrumentalizado pelo Estado Novo, Francis cria, para a revista “Chá de Parreira”, em 1929, uma coreografia para um fado e o resultado vai comover o público. Só nos anos 80 o fado voltará a ser dançado”.

Graça é um homem que sabe jogar o jogo do regime e continuará a fazê-lo para colocar de pé o seu sonho. Mesmo sabendo que é o elo mais fraco na relação com António Ferro e o Estado Novo (não é com facilidade que Salazar abre os cordões à bolsa para criar e manter uma companhia de dança), o bailarino vai criar um compromisso entre a curta liberdade criativa que tem e as exigências do regime.

Nos vários núcleos da exposição podemos ver curiosidades como o bailarino a dançar um fandango estilizado no filme “A Severa”, de Leitão de Barros, ou alguns excertos de espetáculos criados e dançados por ele para os Verde Gaio. Em simultâneo vemo-lo a dar aulas de dança às girls (coristas) da revista, pois ele muito se queixava da falta de sofisticação das mesmas. As suas aulas tiveram direito a uma reportagem num jornal e ainda hoje se assume que a revista teve um antes e um depois de Francis Graça.

Nos anos 30, Francis Graça, que “sonhava com uma dança de expressão portuguesa” (e partia desse sonho), coreografa solos ou duetos com Ruth Walden, uma bailarina alemã, refugiada em Portugal que conheceu a dançar na revista. São essas criações que o vão levar a vários países a convite do SPN e de António Ferro. Estes duetos tiveram bastante sucesso, que se comprova por uma panóplia de fotografias de ambos os bailarinos com celebridades da época, como a bailarina inglesa Margot Fonteyn, a mítica dançarina americana Josephine Baker ou Amália Rodrigues.

Bailados Verde Gaio: entre o visionarismo artístico e as exigências do regime

Estes convites do SPN mostram que o regime não era indiferente ao talento de Francis Graça. “Ele e António Ferro são uma espécie de Diaghilev e Nijinsky portugueses, sendo Francis o ideólogo, o criativo, e Ferro o homem no terreno”, conta, ao Observador a curadora. “É desta parceria que, em 1940, nascem os Bailados Verde Gaio. Um projeto artístico muito marcado por tudo o que lhe falta, como técnica de dança, bailarinos com formação, liberdade criativa, mas que fará disso um impulso para a sua singularidade. A verdade é que desde a sua extinção, em 1977, nunca mais existiu um interesse pela estilização das danças folclóricas portuguesas e nunca se conseguiu ultrapassar um olhar ideológico sobre os Verde Gaio, o seu repertório, o seu legado à dança e à cultura Portuguesa”.

Uma imagem de Francis, já nos Bailados Verde Gaio, onde a estilização do folclore português era o grande núcleo, embora cada peça obedecesse a uma narrativa também ela criada pelo bailarino

CAPTURA

Percebemos, até à formação desta companhia de dança, que Graça é um homem que sabe jogar o jogo do regime e continuará a fazê-lo para colocar de pé o seu sonho. Mesmo sabendo que é o elo mais fraco na relação com António Ferro e o Estado Novo (não é com facilidade que Salazar abre os cordões à bolsa para criar e manter uma companhia de dança), o bailarino vai criar um compromisso entre a curta liberdade criativa que tem e as exigências do regime. Ferro quer que o Verde Gaio seja uma imitação dos Ballets Russes de Diaghilev; Francis percebe que sem técnica de dança, sem escola, não podemos querer imitar o que se faz noutros países e mais vale apostar nas tradições portuguesas. Luísa Roubaud: “Em poucos meses Francis reúne cerca de duas dúzias de bailarinos com boa vontade, pouco treino técnico e prepara uma soirée dos ‘ballets russes portugueses’. Ferro e Francis dão corpo a uma dança de inspiração historicista e folclorista (…) com genialidade, Francis torneia a sua impreparação e a do elenco e inventa uma dança híbrida que funde expressionismo, ballet, mímica, património popular”

Embora a exposição procure focar-se na figura de Francis Graça, é impossível falar dele sem falar do facto de ter sido um dos fundadores da primeira companhia de dança portuguesa, onde ele foi bailarino, coreógrafo, ensaiador, concebia a narrativa e toda a estética da peça. Efetivamente, ele sozinho levantou uma companhia de dança a partir das tradições portuguesas. Disciplinado, obstinado mas também “cauteloso”, como o próprio se definirá numa entrevista, percebendo com muita lucidez o que o regime queria, ele fundou um grupo de bailado que foi um sucesso artístico a nível nacional e internacional. Em troca ajudava a promover o ideário salazarista.

Morre em 1980, numa casa de saúde em Paço d'Arcos, vítima de aterosclerose. Apesar de ter esquecido quase tudo, pediu que lhe colocassem uma barra de ballet no quarto e até ao fim da vida: todos os dias exercitava-se. A mente esqueceu, mas no corpo, que foi o corpo de um país, a memória permaneceu.

“Está na altura de tirar o anátema aos Verde Gaio e de perceber que eles foram o que eles tiveram de bom e de mau, sobretudo porque eles foram fruto de uma determinada circunstância coletiva, política, artística e individual. Eles foram o sonho de um homem só que percebeu que só o realizaria aliando-se ao regime. Não sem conflitos porque, apesar do sucesso internacional que o grupo conquistava em digressões pela Europa e América do Sul, Salazar nunca deixou de desconfiar”, afirma Luisa Roubaud. De facto, uma das coisas que se podem ver nesta exposição no MNTD é uma carta do Presidente do Conselho a um embaixador, onde ele quer saber se esse “sucesso” de que falam os jornais é mesmo verdade. E António Ferro nunca esteve totalmente satisfeito com a incursão nas danças tradicionais portuguesas.

Tal como tinha ousado ser o primeiro a coreografar e a dançar fado, Francis vai ser o primeiro a coreografar uma partitura feita pelo compositor modernista brasileiro Camargo Guarnieri. A partitura chamada “Dansa Selvagem” incluía ritmos tropicais e foi oferecida a Francis numa tournée, em 1939. Um década depois, quando regressa à direção dos Verde Gaio, após dois anos a viver no Brasil devido a uma contenda com António Ferro, Francis vai remontar essa peça (que já tinha coreografado no Brasil) e dançá-la com Ruth Walden. “Será, por isso, também o percursor da integração das culturas das ex-colónias na dança portuguesa, o que mais uma vez mostra como era um notável pensador e criador da dança”, reafirma Luisa Roubaud.

E apenas nos anos 90 Clara Andermatt e Paulo Ribeiro, com “Dançar Cabo-Verde”, vão voltar aos territórios das ex-colónias. “A psicanálise ensina-nos que tudo o que é recalcado acaba por regressar. Podemos ver isso também na história e na cultura de um país. Muito do que foi feito por Francis nos Verde Gaio e que foi obliterado, acabou por voltar, como o retorno do recalcado; desde a dança para o fado, à tragédia de Pedro e Inês, que Olga Roriz recriou para a Companhia Nacional de Bailado, em 2003, até à lenda de D. Sebastião que André e. Teodósio e Rui Lopes Graça usaram para dar corpo à peça “Perda Preciosa”, em 2012. A dança portuguesa volta sempre às mesmas histórias porque elas continuam a permanecer nos nosso inconsciente coletivo”, afirma a curadora para reiterar que muitos temas usados por Francis Graça não se explicam pela via do nacionalismo salazarista, mas mostram apenas que ele também foi bom a compreender e intercetar os nossos fantasmas comuns.

No corpo de Francis Graça o país projetou o seu inconsciente social, sexual, político e cultural

PAULO BAPTISTA2

Apesar do talento e de todos os sacrifícios pessoais feitos em nome da dança em Portugal, em 1957 Francis Graça é impedido de continuar a dançar e, em 1960, é convidado a reformar-se. Não é sem mágoa que o faz. Embora já tivesse uma idade avançada para ser um bailarino no ativo, sente-se capaz de continuar. Aliás, nunca assumirá a idade que tem. E quando lhe perguntavam o ano do nascimento respondia que “não se lembrava”. Com uma reforma curta vai dar aulas para uma escola de dança no Porto, o Parnasso. Sente-se humilhado, detesta a vida no Porto e consegue voltar para Lisboa onde, em 1968, ainda faz uma coreografia para o recém criado Grupo Gulbenkian de Bailado. Esta peça, “Encruzilhada”, será pois o seu derradeiro trabalho antes de se tornar um dandy do Chiado e lentamente começar a ser obliterado. Morre em 1980, numa casa de saúde em Paço d’Arcos, vítima de aterosclerose. Apesar de ter esquecido quase tudo, pediu que lhe colocassem uma barra de ballet no quarto e até ao fim da vida: todos os dias exercitava-se. A mente esqueceu, mas no corpo, que foi o corpo de um país, a memória permaneceu.

“Francis Graça: dança, esplendor e sombra” é uma exposição que quer ser também a porta para uma nova vida do Museu Nacional de Teatro e Dança. Como fez questão de explicar ao Observador o seu diretor, Nuno Costa Moura, “o museu precisa de abrir mais espaços para a dança, mas também novas formas de mostrar o seu acervo, os seus recursos, criar relações com as companhias de teatro e dança e não apenas receber e guardar objetos. Já em novembro tudo o que está exposto será retirado para uma grande exposição sobre os 555 anos de Gil Vicente”.

A mostra fica patente até ao dia 4 de setembro, no Museu Nacional do Teatro e da Dança, em Lisboa

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