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"A vitimização pode ser viciante. É uma desculpa para não mudarmos de vida"

Porque nos comparamos com os outros e achamos que a vida é injusta? Em entrevista, Amy Morin responde a algumas destas perguntas e traça o perfil de quem é mentalmente forte.

Há um certo respeito que se instala quando Amy Morin conta a sua história. Três anos depois de ter perdido a mãe sem qualquer aviso, o marido de 26 anos morre —  também esta uma perda inexplicável, um ataque cardíaco súbito. As tragédias desta psicoterapeuta e professora universitária na Northeastern University, em Boston, nos EUA, não se ficaram por aqui e serviram de motor de arranque para que Amy se debruçasse sobre o conceito de força mental (não confundir com saúde mental). Nessa busca escreveu dois bestsellers internacionais, incluindo “13 coisas que as pessoas mentalmente fortes não fazem” (Lua de Papel) — a Ted Talk relacionada, datada de 2015, já foi visualizada quase 13 milhões de vezes.

O livro está à venda em Portugal a partir do dia 2 de junho © Divulgação

O livro de Amy Morin chega dia 2 de junho ao mercado nacional, depois de um ligeiro atraso provocado pela pandemia de Covid-19, e resulta de uma carta que a autora escreveu para si própria aquando de mais uma tragédia pessoal. Na carta, sintetizou as coisas que as pessoas mentalmente fortes não fazem — depois de partilhada na Internet, as suas palavras tornaram-se virais, foram publicadas na revista Forbes e lidas por mais de 50 milhões de pessoas.

Em entrevista ao Observador, Amy Morin explica como a vitimização, a comparação com os outros e a fraca autoestima podem prejudicar-nos, mesmo que não tenhamos noção de que essas são precisamente algumas das nossas fragilidades: “Comparar a nossa vida com a dos outros não nos faz bem. É difícil sermos felizes com o que temos se acharmos que a vida dos outros é melhor. Temos energia e tempo limitados e certamente não os queremos gastar assim. Em vez de nos queixarmos, podemos agir de maneira a melhorar a nossa vida”.

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Na Ted Talk de 2015 disse que o ato de invejarmos os amigos e de nos queixarmos do patrão rouba-nos força mental. Como assim?
Comparar a nossa vida com a dos outros não nos faz bem. É difícil sermos felizes com o que temos se acharmos que a vida dos outros é melhor. Temos energia e tempo limitados e certamente não os queremos gastar assim. Em vez de nos queixarmos, podemos agir de maneira a melhorar a nossa vida. É uma escolha mais interessante pensar no que podemos fazer de diferente e em como podemos melhorar a nossa vida. Pensar em como ir atrás das coisas que queremos fazer e agir de maneira a que isso aconteça.

Segundo o livro, as pessoas mentalmente fortes não perdem tempo a sentirem pena de si próprias. A vitimização pode ser viciante?
Sim, para muitas pessoas [a vitimização funciona como uma] desculpa pelo motivo de as suas vidas não serem assim tão boas, no sentido em que a culpa não é delas. Elas começam a interpretar o papel da vítima de maneira a que não sintam que precisam de mudar — e recebem atenção por estar num lugar escuro. Isso torna-se numa desculpa: em vez de mudarem de vida, podem culpar outras pessoas ou outras coisas pelo facto de as suas vidas serem más. Assim, não precisam de melhorá-la e não têm de assumir responsabilidades pelos seus problemas.

Assumir o papel de vítima é, então, uma forma de não encarar os problemas de frente?
Exatamente. Quando achamos que somos vítimas e não procuramos soluções, assumimos que não é justo termos aqueles problemas.

Mas se somos vítimas das circunstâncias, nunca vamos ter um verdadeiro controlo sobre as nossas vidas…
Sim, é muito importante pensar nas coisas em que podemos controlar: às vezes podemos controlar os nossos esforços, a nossa atitude, a nossa forma de pensar ou até as ações que tomamos… É muito importante recuperarmos isso e focarmo-nos nas coisas que podemos controlar em relação às nossas vidas, ainda que haja muitas coisas que efetivamente não conseguimos controlar.

"Se concluirmos que não somos bons o suficiente, que não fomos feitos para sermos bem-sucedidos ou que ninguém gosta de nós, essas coisas vão tornar-se em profecias que se cumprem, isto é, começamos a agir de forma a que isso se torne realidade. Depois, ficamos tristes e começamos a pensar em todas as coisas más que reforçam essas crenças. É esta espiral negativa que se torna difícil de quebrar."

Como é que acha que estas pessoas, que tendem a vitimizar-se, se vêm a si próprias? Acha que estão conscientes de como são para si próprias e para os outros?
Não acho que as pessoas tenham muita autoconsciência, penso que elas acreditam verdadeiramente que as suas vidas são mais injustas do que as dos outros. Se elas não pararem para olhar em volta e perceber como estão a afetar as outras pessoas, ou como as outras pessoas também têm problemas, elas tendem a exagerar [e a pensar] que as suas vidas são piores do que todas as outras. Então, perdem noção do facto de que os outros também têm problemas.

Como se perdessem perspetiva?
Exatamente.

Até que ponto é que as crenças que temos sobre nós próprios podem prejudicar-nos?
Se concluirmos que não somos bons o suficiente, que não fomos feitos para sermos bem sucedidos ou que ninguém gosta de nós, essas coisas vão tornar-se em profecias que se cumprem, isto é, começamos a agir de forma a que isso se torne realidade. Depois, ficamos tristes e começamos a pensar em todas as coisas más que reforçam essas crenças. É esta espiral negativa que se torna difícil de quebrar.

As crenças pouco saudáveis que temos sobre os outros são também um reflexo de conflitos interiores? Há pessoas que têm mais estereótipos do que pensam.
Definitivamente, todos nós temos crenças sobre o quão confiáveis as pessoas são no geral — ou são boas ou, então, más. Essas crenças guiam-nos. Pedimos ajuda quando temos um problema ou guardamos tudo para nós, escondemos os nossos erros… Tudo isso reflete muitas das escolhas que fazemos baseadas no facto de pensarmos se as outras pessoas vão ajudar-nos ou vão magoar-nos.

É a insegurança pessoal que nos faz projetar estereótipos em relação aos outros?
Sim, muitas vezes é uma projeção de como nos sentimos em relação a nós próprios. Se me sentir mal, e tiver baixa autoestima, vou esperar que as outras pessoas me tratem mal. Talvez haja experiências de vida em que isso aconteceu, mas a questão aqui é que nos focamos apenas nisso e esquecemo-nos de todas as pessoas que foram boas para nós. Nós escolhemos aquilo em que nos focamos. Se alguém é bom para nós, pensamos que é apenas um acaso e ou até ficamos suspeitos dos seus motivos — “Esta pessoa está a ser simpática porque quer alguma coisa de mim?”. Isto em vez de repararmos que a pessoa é simpática.

Vivemos numa sociedade muito competitiva. Será que isso contribui para o facto de nos comparamos tanto uns com os outros?
Acho que quando olhamos para as vidas dos outros esquecemo-nos de que eles têm problemas, têm coisas sobre as quais não estão a falar. Não conhecemos a história completa de ninguém, mas fazemos as histórias com base no que vemos. Quando alguém se parece feliz numa fotografia, pensamos “Ah, tem uma boa vida”. Ou quando alguém parece que tem muito dinheiro, inventamos uma história sobre o quão rico e sortuda essa pessoa é. Esquecemo-nos de que nenhuma vida é perfeita.

"Se me sentir mal, e tiver baixa autoestima, vou esperar que as outras pessoas me tratem mal. Talvez haja experiências de vida em que isso aconteceu, mas a questão aqui é que nos focamos apenas nisso e esquecemo-nos de todas as pessoas que foram boas para nós. Nós escolhemos aquilo em que nos focamos."

Como é que a necessidade de controlo está associada à ansiedade?
As pessoas ansiosas por norma querem controlar tudo e, quando não conseguem, os níveis de ansiedade aumentam. Quanto mais ansiosas ficam, mais tentam ter controlo sobre as coisas e isso é um ciclo vicioso que também é difícil de quebrar.

Há tantas formas de sentir e viver a ansiedade. A maneira como estamos a levar a nossa vida tem contribuído para isso?
Penso que tudo — desde os dispositivos digitais aos hábitos de sono e até ao ato de consultar frequentemente os emails ou as redes sociais — faz aumentar a nossa ansiedade em vez de a fazer desaparecer. É suposto estas coisas tornarem as nossas vidas mais fáceis, mas penso que, muitas vezes, fazem com que seja mais difícil relaxar.

Ficar preso ao passado é outra coisa que as pessoas mentalmente fortes não fazem. De que maneira é que isso pode interferir com a nossa vida?
É difícil focarmo-nos no presente quando estamos sempre a pensar no passado. Algumas pessoas replicam erros na sua cabeça, outra vezes reveem momentos em que foram magoadas, mas isso faz com que seja muito difícil aproveitar o momento. É muito difícil planear o futuro quando estamos presos a viver no passado.

Muitas pessoas olham para trás e pensam que determinada relação era muito melhor do que realmente foi ou que ter os miúdos em casa era fantástico e esquecem-se dos momentos difíceis. É importante saber que a forma como o nosso cérebro se recorda das coisas é um pouco diferente da realidade. Muitas vezes precisamos de nos recordar que, se calhar, algo não foi assim tão bom quanto possamos pensar. Mesmo que tenham sido momentos muito bons isso não significa que não podemos ter mais momentos bons no futuro. Às vezes olhamos para o passado de forma diferente em relação ao que realmente aconteceu. E não o fazemos necessariamente com base em factos: os nossos cérebros inventam histórias sobre experiências que tivemos; estudo atrás de estudo mostra que as nossas memórias não são provavelmente precisas.

"Acho que quando olhamos para as vidas dos outros esquecemo-nos de que eles têm problemas, têm coisas sobre as quais não estão a falar. Não conhecemos a história completa de ninguém, mas fazemos as histórias com base no que vemos. Quando alguém se parece feliz numa fotografia, pensamos "Ah, tem uma boa vida". Ou quando alguém parece que tem muito dinheiro, inventamos uma história sobre o quão rico e sortuda essa pessoa é. Esquecemo-nos de que nenhuma vida é perfeita."

Ao fazê-lo até pode ser injusto para as pessoas à nossa volta?
Sim…

No fundo, tal como escreve no livro, queremos que o mundo seja justo. Para algumas pessoas é mais difícil de aceitar que o mundo nem sempre é justo. Que conselho lhes daria?
É preciso lembrar que o mundo nem sempre é justo e que nem sempre conseguimos as coisas pelas quais lutámos. Mesmo que sejamos boas pessoas e que trabalhemos muito, isso não significa que coisas más não aconteçam. É preciso olhar para os obstáculos que enfrentamos como uma oportunidade e não como uma dificuldade.

Tentar agradar os outros é um ato egocêntrico, escreve. É possível que muitos de nós não tenham um conhecimento profundo sobre o motivo pelo qual fazemos determinadas coisas?
Penso que para muitas pessoas os seus motivos nem sempre correspondem ao que realmente retiram das situações. Por exemplo, alguém que diz que quer agradar os outros porque não quer ser egocêntrico — quando examinamos porque é que está a tentar agradar toda a gente, percebemos que o faz porque quer ser gostado/a. No final, é por um motivo um pouco egocêntrico. Acho que é muito importante as pessoas questionarem-se: “Porque é que estou a fazer isto? O que estou a tentar tirar disto? O que tenho medo que aconteça se eu não fizer isto?”. Se as pessoas passarem algum tempo a refletir sobre isto…talvez consigam chegar ao cerne do problema.

Mesmo para quem não procure psicoterapia, aconselha as pessoas a autoexaminarem-se?
Sim, penso que a autoconsciência é a chave para vivermos as melhores vidas possíveis. Passar alguns minutos a pensar sobre os nossos pensamentos, comportamentos e emoções deixa-nos mais cientes.

"É difícil focarmo-nos no presente quando estamos sempre a pensar no passado. Algumas pessoas replicam erros na sua cabeça, outra vezes reveem momentos em que foram magoadas, mas isso faz com que seja muito difícil aproveitar o momento. É muito difícil planear o futuro quando estamos presos a viver no passado."

Parece que é tudo uma questão de autoestima. O que pode prejudicar a construção da nossa autoestima?
Às vezes são as nossas experiências de vida, passamos por momentos difíceis, as pessoas gozam connosco, somos rejeitados, falhamos. E isso faz-nos pensar de forma diferente sobre nós próprios. Às vezes é uma questão de personalidade, há pessoas que têm uma personalidade que as faz ter mais dificuldades em relação à autoestima. Outras vezes é a infância, a forma como fomos educados. E ainda a genética: há pessoas que estão predispostas biologicamente para ter depressão ou/e ansiedade, problemas de saúde mental que também podem afetar a autoestima.

Pessoas mentalmente fortes não receiam passar tempo a sós. Como é que a sociedade moderna olha para o ato de estarmos sozinhos, isto é, de passarmos tempo connosco mesmos?
Penso que, na maior parte das vezes, olhamos para as pessoas que gostam de estar sozinhas como algo estranho — pensamos que é uma pessoa solitária ou que tem problemas sociais. Mas tempo a sós é realmente importante, significa que estamos confortáveis connosco mesmos e que gostamos da nossa própria companhia, o que é uma coisa ótima e pode ser um sinal de saúde mental.

A solidão é definitivamente um problema e é importante que as pessoas percebam que estar sozinhas pode provocar solidão. Mas também nos podemos sentir sozinhos quando estamos rodeados de terceiros. A solidão não é só sobre estar-se sozinho. A solidão é muito má para a saúde mental, pelo que se as pessoas se sentirem sozinhas é importante ter isso em conta. Mas também é possível desfrutar de estarmos sozinhos sem nos sentirmos sós.

Fazendo uma referência à pandemia: para quem não perdeu trabalho ou entes queridos, para quem não ficou em confinamento com crianças pequenas e ou com pessoas de risco, ficar em casa pode ter sido uma oportunidade para descansar e desligar. Pode haver um lado positivo pelo facto de termos abrandado e ganhado perspetiva?
Penso que muitas pessoas estão a retirar coisas positivas disto, no sentido de analisar as prioridades, perceber como estavam a viver as suas vidas, isto é, se estar ocupados a toda a hora era algo de que realmente desfrutavam ou não. Não há nada de errado em abrandar e encontrar prazer nas coisas mais simples da vida. Muitas pessoas estão a contar-me sobre as mudanças que planeiam fazer, as coisas às quais não querem voltar.

Os problemas descritos no livro — isto é, as 13 coisas que as pessoas mentalmente fortes não fazem — são também um reflexo da sociedade em que vivemos?
É isso, definitivamente. Acho que muitos dos maus hábitos são reforçados pela sociedade, por isso é que quis escrever o livro. Porque é difícil não fazer estas coisas sobretudo no mundo de hoje. Mas é importante tentar evitar estes hábitos sabendo que temos, por vezes, de lutar contra eles e que podemos não nos encaixar quando não fazemos essas coisas… É mesmo o melhor para nós.

O que é, efetivamente, a força mental?
A força mental é diferente de saúde mental. Saúde mental significa que somos capazes de aproveitar a vida, somos felizes, não temos depressão ou ansiedade, esse tipo de coisas. Força mental é sobre as escolhas que fazemos. Tal como podemos escolher ficar fisicamente fortes ao ir ao ginásio, a força mental requer que façamos exercícios. Todos nós possuímos força mental até um certo nível, mas isso não significa que não iremos desenvolver um problema de saúde mental — podemos vir a ter depressão ou ansiedade, mas podemos escolher todos os dias fazer as coisas que nos deixam mais resilientes.

"Uma pessoa mentalmente forte pode ser um pai que fica em casa ou alguém que está feliz num trabalho com poucos níveis de stress, porque isto é sobre viver de acordo com os nosso valores, quaisquer que eles sejam. Não tem necessariamente que ver com ter imenso dinheiro ou ter fama, é sobre saber quais são os nossos valores e saber se estamos a viver de acordo com eles."

Porque é que acha que ficamos tão presos às nossas escolhas?
Tendemos a prestar apenas atenção ao que acontece aqui e agora, no sentido do que o sabe melhor agora. Não paramos para refletir no quadro mais amplo: “Como quero viver a minha vida? Quais são os meus valores? Quais são as minhas prioridades?”. Em vez disso, ficamos preocupados em estarmos continuamente ocupados.

Acha que grande parte das pessoas não vive o seu potencial máximo por causa da existência de receios e dúvidas?
Penso que muitas pessoas ficam tão embrenhadas nos problemas do dia a dia que acabam por não aproveitar a vida. Acabam por não viver uma vida rica e feliz tal como podiam.

Conhece pessoas bem sucedidas que representam as qualidades que descreve no livro?
Sim, dou exemplos no livro de pessoas que são mentalmente fortes, mas penso que qualquer pessoa pode ter esta característica. Às vezes, uma pessoa mentalmente forte pode ser um pai que fica em casa ou alguém que está feliz num trabalho com poucos níveis de stress, porque isto é sobre viver de acordo com os nosso valores, quaisquer que eles sejam. Não tem necessariamente que ver com ter imenso dinheiro ou ter fama, é sobre saber quais são os nossos valores e saber se estamos a viver de acordo com eles.

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