Quando no final do primeiro episódio de “The Last Of Us” vemos ao fundo a cidade de Boston e os seus edifícios, perdura uma sensação de desconforto. Mais do que a destruição, o que ganha protagonismo é a imagem de um mundo sem nós, sem os humanos. Ao longo da série, à medida que as personagens chegam a diferentes cidades, há a noção de que a natureza tomou conta do mundo durante a nossa ausência e é esse o tema do livro O Mundo Sem Nós (publicado em Portugal pela Estrela Polar, mas entretanto esgotado), de Alan Weisman.

O livro foi lançado originalmente em 2007. Alan Weisman imaginou o que seria o mundo sem pessoas. O que aconteceria às cidades, ao planeta e à vida selvagem se os humanos simplesmente desaparecessem. Duas das imagens mais imediatas e perenes revelam-se logo no início do livro: uma é a ideia de que quando compramos uma casa, estamos a comprar algo que eventualmente será destruído (e o que isso faz à auto-estima de quem tem um crédito à habitação). A outra é o que aconteceria a Nova Iorque se ficasse deserta de gente.

O livro foi um sucesso imediato e tornou-se uma referência, não apenas por alimentar a ideia (será inevitabilidade?) que a vida continuará sem nós, mas também pela reflexão que lança: o que podemos fazer para evitar isso? Além disto, O Mundo Sem Nós também se debruça sobre outra área de fascínio generoso: como era o mundo antes de nós? A investigação de Weisman é profunda, a leitura acalma mais do que alarma: não que estejamos a fazer as coisas bem para garantir a nossa sobrevivência, mas a ideia de que tudo continuará é, apesar de tudo, tranquilizadora.

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