08:10

Toca o telefone

19 de agosto. “Alerta de perigo de emergência”. Um dos 10 tripulantes do navio liberiano Celine agrediu o Comandante e ameaça incendiar o navio. A informação chega ao Centro Coordenador de Busca de Operação Marítima em Lisboa. Está a 52 milhas a sul da costa de Sesimbra, fora das águas territoriais nacionais.

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D.R.

08:11

Começa a troca de informação

A informação passa para o COMAR, responsável pela área da Segurança, que alerta o Chefe do Estado Maior da Armada e, por inerência, a Autoridade Marítima Nacional. O Almirante começa a coordenar a operação. Ao mesmo tempo, a Corveta António Enes, da Marinha, também é informada.

D.R.

08:20

Nova comunicação com o Celine

Novas informações recolhidas: Número de tripulantes – 10 pessoas de nacionalidade turca; Comprimento do navio – 90 metros; Largura do navio – 16 metros
As autoridades portuguesas informam os Consulados da Turquia e da Libéria.

D.R.

08:50-11:00

Operação no mar e no ar

Ativa-se a “sala da situação”, ligam-se os sistemas de informação e organizam-se as forças policiais. É pedida a intervenção do Grupo de Ações Táticas, o grupo de mergulho-forense de Setúbal prepara-se, o avião P3 da FA será os “olhos da missão”. A Corveta António Enes recebe ordens para se aproximar do local.

12:14

“Navio hostil”

É formalizado o pedido de auxílio do navio. Nesta altura não há dúvidas sobre a necessidade de intervenção do Estado Português. O navio é informado que deve ficar a 6 milhas da costa portuguesa. As regras mandam que se considere o navio como “hostil”, porque os tripulantes podem estar sob coação.

Paulo Spranger/ Global Imagens

12:20-13:00

Intervenção confirmada

Confirmado o pedido de auxílio às autoridades portuguesas para intervenção. Confirmada a posição do navio através do Marine Traffic. O avião P3 chega ao local e começa a relatar a informação. Nesta altura, o agressor já teria anunciado que iria incendiar o navio.

13:07-14:30

Mais reforços

A partir do avião da Força Aérea sabe-se que, afinal, os nove elementos não estão fechados na ponte do navio. Quatro estão a circular livremente, só os oficiais é que estão presos na ponte do navio. Por causa disso, é redefinida a entrada a bordo do navio. O GAT é reforçado de 7 para 9 elementos.

Paulo Spranger/ Global Imagens

14:40-15:48

Alvo confirmado

O Ministério Público é informado e concorda com a operação. O Comandante Malaquias decide intervir. Todos os efetivos estão reunidos em Sesimbra: elemento da Polícia Marítima do Comando Local de Setúbal; Grupo de Mergulho Forense e GAT. No total, vinte elementos.

D.R.

15:50

Ordem de abordagem

Embarcação de alta velocidade (EAV) de Sines, a “espiã” junta-se às restantes, depois de fazer o último relato do que observou. Durante todo este processo o navio liberiano dava informações através do imediato (segundo oficial), porque o comandante não falava inglês.

D.R.

15:51

Abordagem

Entrada no navio. O Grupo de Ação Tática toma o navio de assalto.

D.R.

15:52

Detenção

O tripulante agressor já estava passivo, não oferece resistência e acata as ordens.

D.R.

15:53

Segurança do navio em curso

É feita a vistoria ao navio, para que todos fiquem em segurança.

D.R.

15:53

Mergulhadores a postos

Ao mesmo tempo, os mergulhadores da Polícia Marítima estão em prontidão caso seja preciso intervir.

D.R.

15:56

Homem detido no convés

O suspeito está imobilizado no chão, ao cuidado de dois elementos do GAT.

D.R.

16:37-17:10

Navio seguro

Depois da vistoria, o navio é declarado seguro. O GAT fala com o comandante e com o imediato do navio. O agressor está detido e não há ameaça a bordo. O comandante turco não quis entrar em território nacional, assim como não quis assistência médica. Não quis também apresentar queixa contra o tripulante agressor.

D.R.

17:15

Regresso a terra com o detido

O agressor é trazido para terra, também por vontade do armador do navio, que disse preferir apresentar a queixa na Turquia. As despesas do repatriamento são asseguradas pelo armador. O navio Celine segue viagem.

D.R.

17:38

Aproximação a terra

Regresso das quatro embarcações. O detido vem a bordo na embarcação do GAT.

D.R.

17:39

Chegada a terra

Chegado a terra, o agressor é entregue ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

D.R.

17:40

Desembarque do detido

O tripulante detido, depois de entregue ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, passa a noite em Portugal. Na manhã seguinte parte para a Turquia onde ficará à guarda das autoridades daquele país.

D.R.