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Ricardo Castelo/Observador

Ricardo Castelo/Observador

Anabela Baldaque: “O Portugal Fashion parece quase uma empresa de crianças. O que está a acontecer não é saudável”

Tem 34 anos de carreira, fez parte da primeira edição do Portugal Fashion, mas há duas estações que não é convidada e não sabe porquê. Depois do choque, Anabela Baldaque ainda tem esperança no futuro.

É um dos nomes maiores da criatividade nacional, sobreviveu a modas, épocas e crises, mas manteve-se com os pés no chão, a cabeça a fervilhar de ideias e com muita vontade de se reinventar. Primeiro na ModaLisboa e depois no Portugal Fashion, era na passerelle principal do evento a norte que Anabela Baldaque apresentava nos últimos anos as suas coleções. Fez parte de 42 edições e nada previa que aquele palco deixaria de ser seu um dia. No verão do ano passado, a designer foi surpreendida pela organização, a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), com a decisão de não a convidarem a participar no Portugal Fashion, a um mês e meio do evento acontecer. Depois do choque inicial, vieram as dúvidas, a tristeza, a desilusão, o sentimento de injustiça e um e-mail enviado ainda hoje sem resposta.

Na edição que se realizou durante o passado fim de semana, Anabela Baldaque voltou a não estar presente nos bastidores, esteve sentada na plateia uma única vez para assistir àquele que seria o último desfile do amigo Nuno Baltazar nesta plataforma de moda.

A criadora, que no início de 2019 abriu um novo espaço no Porto, tem a esperança de conseguir uma conversa esclarecedora com a organização, mas não afasta outras possibilidades de apresentar o seu trabalho. Crítica, positiva e bastante discreta, Anabela quer dias melhores para a moda portuguesa.

Lembra-se da primeira vez em que apresentou uma coleção no Portugal Fashion?
Foi mesmo a primeira edição de todas, em 1995, depois de um convite pelo Paulo Barros Vale, penso que foi o primeiro presidente da ANJE. O interesse era trazer as manequins estrangeiras que estavam no auge, Claudia Schiffer, Elle Macpherson, Linda Evangelista ou a Carla Bruni, e assim atrair compradores, colocando Portugal no mapa da moda mundial. Lembro-me que o primeiro desfile foi nas instalações da ANJE, a MTV até chegou a lá ir e penso que foi a única edição em que as pessoas pagavam um bilhete.

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Em que altura estava na sua carreira?
Eu já tinha um trabalho sólido, já fazia a ModaLisboa há uns três anos e sentia que tinha já um nome nacional. Durante alguns anos fiz os dois eventos e foi um esforço físico e monetário enorme, porque apresentava duas coleções diferentes. O que acontecia em Lisboa não podia ser replicado cá. Achava um bocado disparatado e absurdo, o que provocou uma grande revolta em mim. Cada coleção tinha 30 coordenados era algo muito difícil e desgastante. Depois optei por fazer apenas o Portugal Fashion, quando a ModaLisboa foi para Cascais, por uma questão de mercado e de proximidade com a minha equipa.

Os primeiros anos de Portugal Fashion foram anos felizes?
Recordo-me que nas primeiras edições que se fizeram o chamariz eram sempre as manequins e as nossas coleções eram postas um pouco de lado, ficavam para segundo plano. A imprensa falava mais nelas do que do nosso próprio trabalho, ora isso para uma pessoa que está a trabalhar a sério e que está a fazer disto uma profissão é algo um pouco inglório. Mas percebi que as coisas também podiam mudar. Naquela altura foi muito difícil, não só para mim, mas penso que para os meus colegas também. Eu tinha 22 anos e lembro-me de não tomar café para juntar dinheiro para conseguir produzir uma determinada peça, de não ir passar férias aqui ou acolá. Isto acaba por ser algo visceral, tudo depende do amor que depositamos nisto, mas foram anos bastantes complicados.

O último desfile Anabela Baldaque no Portugal Fashion apresentou a coleção outono-inverno 2017/18 ©Ugo Camera/ Portugal Fashion

Foto Ugo Camera

Quando sentiu que as coisas mudaram?
Percebi que o Portugal Fashion estava a ir por caminhos mais interessantes quando a própria equipa começou a ser ouvida. As pessoas da direção, como o Manuel Teixeira, reuniam-se connosco e sentíamo-nos apoiados porque ouviam as nossas necessidades, com o objetivo de se fazer mais e melhor. Existiram três ou quatro reuniões e isso foi muito significativo, ficámos mais confiantes no projeto, ouviram o que nós queríamos fazer. Por exemplo, antigamente íamos para o estrangeiro com desfiles coletivos, mas para quem estava a assistir era um bocado confuso ver a moda portuguesa em três ou quatro coordenados, isso não era gratificante para o criador e nem para o público. A partir dessas conversas começaram a perceber que deveriam levar cada pessoa individualmente, entenderam a identidade de cada criador e isso foi bom.

Chegou a ir lá fora com o Portugal Fashion. Como correram essas experiências?
Sim, fui a São Paulo, Nova Iorque e Madrid. Nova Iorque foi fabuloso porque tive uma compradora americana que quis ter lá a minha coleção, foi uma coisa estrondosa, mas a encomenda era tão boa que eu não tinha dinheiro para encomendar os tecidos. Na altura até falei com a ANJE para me ajudar e a resposta deles era que não podiam ajudar monetariamente porque só trabalhavam a imagem. Eu pensei: “mas eu tenho mais do que uma imagem, eu tenho uma encomenda”. Eram cem mil euros, uma coisa fabulosa. Ainda contactei algumas empresas, mas não consegui ajuda, perdi essa oportunidade e ainda perdi algum dinheiro, porque as pessoas tinham apostado em mim e como falhei tive que indemnizá-las por isso. O Portugal Fashion não estava preparado para apoiar os criadores nestes aspetos, era apenas uma espécie de marca. Depois de Madrid, em 2015, nunca mais fui convidada para ir lá fora e nunca me explicaram as razões. Tentei ir com eles a Paris, os franceses gostam das minhas peças e sinto que teria algum mercado lá. Havia algum encantamento da minha marca em França e na Bélgica e por isso cheguei a falar dessa possibilidade, mostrando-me interessada, mas nunca me disseram nada em concreto.

Como foi a sua relação com a organização ao longo dos anos?
Sinceramente nunca senti uma grande mudança ou evolução relativamente às organizações que foram passando. Nunca houve uma rotatividade democrática de horários, por exemplo. O meu horário nunca foi bom. O que é um horário bom? É aquele em que à partida as pessoas não têm de faltar ao trabalho para irem ver um desfile, ora os meus sempre foram à quinta ou à sexta-feira ao final da tarde.

"Eu achava que nem estava a ouvir bem, fiquei assim um bocadinho em choque porque não estava de todo à espera, não estava mesmo a acreditar. Não se diz a um mês e meio do evento que uma pessoa que faz um trabalho bom, coerente e consistente não vai participar."

Nunca questionou isso?
Claro que sim, mas não me diziam nada. A não ser uma única vez em que telefonei à Ana Paula Andrade e pedi-lhe para olharem para a minha marca de uma forma um bocadinho diferente e ela conseguiu alterar o meu desfile para um horário mais simpático, mas na edição seguinte voltou tudo ao mesmo. Também nunca pedi para fazer um desfile num local diferente porque tinha que pagar uma verba para o aluguer do espaço. O apoio que tinha da ANJE centrava-se na cedência de manequins ou da iluminação, eu teria que investir num sítio diferente. Eu tenho um feitio em que entendo demasiado bem as coisas, sou pouco interventiva, não me manifesto muito e se calhar a própria ANJE sabe a quem pode pôr os horários menos bons.

Qual era o procedimento do convite para participar no Portugal Fashion?
Sempre foi um convite feito por carta, atempadamente, ou seja, com três ou quatro meses de antecedência. O dia, a hora e o local eram comunicados mais em cima do desfile e era algo sempre definido pela organização. Fui sempre convidada para todas as edições, não fiz uma vez por opção minha, há muitos anos, já não me recordo porquê, mas sim, fui sempre uma presença assídua do evento. Continuava a fazer sentido, continuava a ser gratificante. Conseguia captar sempre mais público e apesar de fazer Portugal Fashion há tantos anos era cada vez mais revigorante. Penso que tinha reunidas todas as condições para continuar a fazê-lo de uma forma afirmativa.

A Anabela não participou nas duas últimas edições. Porquê?
Tinha a coleção praticamente concluída, inclusive os patrocinadores de calçado e acessórios fechados, e recebi um email da [project leader] Mónica Neto a pedir uma reunião em finais de julho e inícios de agosto. Nessa data já estava tudo mais do que decidido. Foi nessa reunião na ANJE que me foi dito que não iria fazer essa edição do Portugal Fashion. Posso lhe dizer que eu achava que nem estava a ouvir bem, fiquei assim um bocadinho em choque porque não estava de todo à espera, não estava mesmo a acreditar. Não se diz a um mês e meio do evento que uma pessoa que faz um trabalho bom, coerente e consistente não vai participar. Há quem diga que só podemos contar com a morte, que é a única coisa certa que temos na vida, mas realmente não fazia sentido acontecer o contrário.

Bela Balda Studio: o novo mundo de possibilidades de Anabela Baldaque

Deram-lhe alguma justificação?
Perguntei logo a razão e disseram-me que não sabiam bem, que tinham de pensar mais nos criadores que saem da plataforma Bloom, que eu podia não ir a esta edição, mas que podia ir para na próxima. Perguntaram-me se eu não queria fazer um happening qualquer sem ser em desfile. Eu fiquei completamente incrédula e triste. Considero-me uma pessoa extremamente responsável e só pensava como poderia dizer isto às pessoas que confiaram em mim. Tentei perceber esta injustiça, pois isto não se faz a um mês e meio do evento, é muito absurdo. Como tinha a coleção toda feita ainda aceitei ir para o showroom Brand Up, mas não foi uma experiência muito positiva. É um espaço sempre muito confuso, funciona bem como uma montra, mas os nossos clientes vão só para ver o desfile e depois preferem ver toda a coleção no atelier com mais tempo. Evidentemente que continuarei a fazer desfiles, a minha marca irá continuar a ter as suas fontes, só acho que esta organização não foi correta comigo.

Ponderou fazer algum happening?
Não aceitei fazer nada desse género nem de género algum porque o que quero mesmo é fazer desfiles, é aí que eu me sinto bem, é esse o meu desafio. Disse-lhes que não estava disponível, mas que estava interessada em discutir com eles outra opção qualquer. Ninguém me respondeu.

Qual foi o seu estado de espírito a partir deste momento?
Eu sou uma pessoa muito positiva, então passei a divertir-me um bocadinho com isto. O que é que eu posso pensar? Que as pessoas andam muito distraídas? Que são pouco profissionais? Que não têm tempo? Não sei, é tudo muito estranho. Eu gosto de fazer desfiles, gosto de ver uma coleção em cima de uma passerelle, com princípio meio e fim. Isto é triste, parece uma infantilidade, parece quase uma empresa de crianças. É preciso comunicar com as pessoas, o que está a acontecer no Portugal Fashion não é saudável.

Esperava ser convidada para esta edição?
Sim. Quando terminou a última edição, em outubro, enviei e-mail onde pedi uma reunião para falar sobre o Portugal Fashion e nunca obtive resposta até hoje. Houve um telefonema a uma semana desta edição da Ana Paula Andrade a dizer que lamentava ninguém me ter respondido, mas não me deu feedback relativamente à minha intenção de me reunir com eles para perceber se posso continuar a contar com a passerelle do Portugal Fashion ou se passo a fazer os meus próprios desfiles. Para mim faz todo o sentido uma marca que está há tanto tempo com eles continuar a estar com eles.  Senti-me triste com uma posição que não entendi e que continuo a não entender. As pessoas não podem fazer de conta, têm de falar connosco. Nunca me deram uma resposta, as coisas ficam assim no vazio, esquecidas, e isso é muito triste.

"Quando vi esta atitude do Nuno sinceramente emocionei-me imenso e até chorei um pouco. (...) Na nossa profissão há tantas dificuldades que quando conseguimos que as pessoas nos entendam é muito bom. Eu senti isso e pensei “ainda bem que ele deu este pontapé porque começou a respirar melhor”.

Como viu a despedida do Nuno Baltazar desta plataforma?
Quando vi esta atitude do Nuno sinceramente emocionei-me imenso e até chorei um pouco. Evidentemente que são respostas emotivas, mas isto é tudo muito visceral. Na nossa profissão há tantas dificuldades que quando conseguimos que as pessoas nos entendam é muito bom. Eu senti isso e pensei “ainda bem que ele deu este pontapé porque começou a respirar melhor”.

Assistiu ao desfile?
Sim, ele convidou-me e fiz mesmo questão de ir, até porque já sabia que era o último. Não fazia ideia que o Nuno iria bater com a porta relativamente a esta administração da ANJE, pensava que ia ser o último desfile agora, mas que ele iria fazer outra coisa qualquer, que era só uma etapa e que não teria uma importância tão extraordinária. Não sabia que era uma maneira de chamar a atenção, de pôr uma luz sobre estes assuntos, o que me leva a ter ainda mais admiração por ele, o facto de estar a contribuir para todos nós como setor de criatividade acho que isto é uma benção que eles nos está a dar. No meu caso foi bem mais devastador, não me deram a oportunidade de fazer um último desfile para encerrar um capítulo. Eu não faço Portugal Fashion há duas edições e a minha vida continua, nós ficamos incomodados com a maneira como tudo é feito, não é o que se faz, mas a maneira como se faz.

Que impacto pensa que terá a atitude do Nuno?
Acho que vamos aprender muito com esta atitude dele, porque vai contribuir para todos nós. Ele foi destemido, fez o que eu talvez deveria ter feito. Eu tentei fazê-lo junto da ANJE, tentei saber sempre mais. É aí que eu lamento imenso que esta administração não tenha tido mais consideração, custa-me falar em falta de respeito, porque me custa a acreditar que as pessoas não tenham respeito umas pelas outras, mas não consigo compreender. Se calhar é só distração, não sei. Custa-me perceber.

Partilhou com o Nuno e intenção de organizar uma espécie de sindicato de designers?
Nós trabalhamos muito num núcleo, cada um no seu atelier e somos demasiado fechados, não há propriamente algo ou alguém que nos defenda. O Nuno, juntamente com o Paulo Ribeiro, teve a ideia de fazer uma coisa legal, com estatutos, onde o Júlio Torcato e o Nuno Gama também estavam incluídos. Ligou-me e eu gostei logo da sugestão, é algo necessário e que vai acabar por acontecer, pode não ser na nossa geração, mas vai ter que existir uma associação com pessoas ligadas ao comércio, à parte económica e aos apoios. Eu só consigo desenhar roupas, é o que sei e gosto de fazer, e apesar de estar atenta ao resto, ao IVA excessivo que pagamos, por exemplo, não sei dar esses passos e perco-me.

Essa ideia acabou por não continuar, porquê?
A intenção de criar a associação de criadores de moda nacional foi esmorecendo porque talvez não fôssemos as pessoas certas e mais disponíveis para o fazer.

Considera que existe pouca união dentro do setor?
Acho que é mesmo por falta de tempo. Lembro-me de termos abordado o Buchinho e ele não conseguiu ouvir-nos nem acrescentar nada porque estava com imenso trabalho. Há uma necessidade enorme que este coletivo aconteça, os fundos comunitários não vão ser eternos, por isso temos que ser sustentáveis por nós próprios. Se calhar o Portugal Fashion também já está a tentar fazer isso, ao dar mais palco a marcas industriais e menos a moda de autor. Pode haver dinheiro que esteja a ser pago para essas marcas estarem lá, não sei.

©Ugo Camera/ Portugal Fashion

Foto Ugo Camera

A mistura de marcas comerciais com a moda de autor no mesmo calendário faz sentido para si?
Não acho mal que convivam na mesma plataforma desde que seja em dias diferentes. Porque razão vamos ver a coleção da Anabela Baldaque e logo a seguir uma coleção da Salsa? Não cruza nem para eles nem para mim. É necessário existir mais coerência e agir com mais pujança, acho que no fundo é esse o objetivo de todos. Penso que as coisas têm mais força se houver um núcleo, essa mistura acaba por tornar tudo muito confuso. Eu andei, ando e andarei à procura de parcerias com marcas de calçado portuguesas, por exemplo, e tenho tido imensas dificuldades. Se o calçado nacional está presente na mesma plataforma que eu porque não se fazem parcerias e sinergias?

Entende a necessidade de rotatividade entre criadores?
Quando a minha geração apareceu não havia ninguém para tirar porque éramos pioneiros, por isso, sim, é algo que pode fazer sentido, só acho que deve ser feito gradualmente, com consentimento e com esclarecimento. Esta organização do Portugal Fashion talvez não perceba bem o que é a moda na sua essência, trabalha mais com os números e com projetos. Pode ter razão à sua medida, mas eu era incapaz de fazer isto a uma pessoa, mesmo que não gostasse dela, porque há trabalho, esforço e dedicação. Sinto imensa a responsabilidade para com as pessoas com quem trabalho, é algo que me preocupa muito. Tenho obrigação que as minhas coleções corram bem para lhes poder dar dinheiro.

Se não fosse tão low profile, acha que conseguia ter mais protagonismo?
Não posso dizer que não sou respeitada, porque sinto que sou, mas se não fosse tão low profile conseguia ter muito mais do que tenho, tenho essa consciência. Provavelmente já me tinham convidado para ir lá para fora fazer os meus desfiles, e por aí fora. Mas eu gosto de ser assim e tenho de continuar a ser eu, a conseguir fazer as coisas sem esforço. Com 55 anos de vida e 34 anos de carreira não sei se ainda tenho alguma coisa a provar.

Regressar à ModaLisboa é uma possibilidade?
Por acaso fui lá este ano e gostei muito da organização, mas não estou a pensar nisso. Eu continuo à espera de ter uma conversa com a ANJE. Acho que as pessoas têm que cair nelas e responder, não só por educação, mas também por respeito. Eu ainda não enviei mais nenhum e-mail sobre isto, mas vou ter que mandar porque gostava de saber as razões desta decisão. Do fundo do meu coração ainda tenho esperança que essa conversa aconteça.

Se a conversa não acontecer, pensa em alternativas?
Sim, perfeitamente. Eu posso fazer tudo sozinha, por isso estou tranquila. Vou continuar a criar, a ter a minha marca, a fazer desfiles e a ter ideias. Gosto de me aperfeiçoar, depois de tantos anos sinto que ainda posso fazer coisas novas.

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