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epa09902599 Incumbent French President and candidate for re-election Emmanuel Macron holds his last camping meeting in Figeac, France, 22 April 2022. The second round of the French presidential election will take place on 24 April 2022 with Macron running in a face-off against far-right Rassemblement National party candidate Marine Le Pen.  EPA/GUILLAUME HORCAJUELO
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GUILLAUME HORCAJUELO/EPA

GUILLAUME HORCAJUELO/EPA

Avião fretado, um muro de seguranças e o protesto que marcou o último dia de campanha. Como funciona a máquina por detrás de Macron

Equipa de Macron levou jornalistas no sul de França. Os checkpoints. O cordão sanitário à volta do Presidente. Os 30 minutos de rua. E um protesto que manchou a mensagem.

Sónia Simões é a enviada especial do Observador a França

No bar restaurante La Pyramide, na praça Carnot, mesmo no centro de Figeac, a vista para o palco onde Emmanuel Macron iria discursar pela última vez, antes do dia de eleições, era privilegiada — pelo menos, até chegar o mar de gente que queria tentar os seus cinco segundos de vislumbre do Presidente francês. Depois disso, resta a ementa do dia, um menu especial e com um nome singular: “Macron”. O prato que surge na mesa de almoço junta um pedaço de queijo de cabra quente com salada, pato confitado com batatas fritas. E ainda um gelado. Tudo por 15 euros. Só não pode ser servido na esplanada, imposição da equipa de segurança do Presidente francês.

É aqui, na praça de Carnot, que por volta das 15h15 desta sexta-feira se previa a chegada de Emmanuel Macron para o seu último dia de campanha na corrida contra a candidata da extrema-direita Marine Le Pen, líder da União Nacional. Em cada um dos quatro acessos à praça estão presentes elementos do corpo de segurança privada, distribuídos por pequenos grupos. O controlo de entradas e saídas é apertado. Além da polícia francesa e de vários voluntários de colete laranja, estão no terreno 80 seguranças contratados a várias empresas, vindos de outras cidades.

No bar/restaurante Pyramide havia um menu "Macron"

SÓNIA SIMÕES/OBSERVADOR

As vozes dos apoiantes, que se vão aglomerando junto ao palco, vão afinando. Há bandeiras no ar, alguns vestem camisolas de apoio à campanha e ensaiam cânticos, por vezes a duas vozes: “Emmanuel”, gritam uns; “Macron”, respondem outros. Depois, juntos, gritam: “Et un, et deux et cinq ans de plus”, num apelo à vitória no momento da contagem dos boletins de votos. Grande parte destes apoiantes não são desta cidade, mas acompanham Macron na derradeira ação de campanha.

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O palco está montado por baixo de uma estrutura em ferro e madeira que serve de abrigo ao mercado de sábado nesta cidade medieval do departamento de Loc, com cerca de 10 mil habitantes. Esta é uma zona rural, marcada pela indústria e que à frente do poder tem um histórico socialista. A câmara é do Partido Socialista há décadas mas, na primeira volta destas Presidenciais, a maior parte votou no En Marche! de Macron. Um cenário bem diferente e a cerca de 500 quilómetros de Saint Denis, na zona a norte de Paris, onde no dia anterior o candidato marcou presença para anunciar um projeto de renovação urbanística. E não foi por acaso. Ali, numa zona urbana da capital, a maioria votou em Mélenchon, na primeira volta. O candidato do França Insubmissa, da extrema-esquerda francesa, foi o terceiro mais votado e ficou a uns curtos 400 mil votos de Le Pen. Em Figeac, neste último dia de campanha, Macron quer mostrar que não esquece, também, a ruralidade do país.

epaselect epa09902750 Incumbent French President and candidate for re-election Emmanuel Macron holds his last camping meeting in Figeac, France, 22 April 2022. The second round of the French presidential election will take place on 24 April 2022 with Macron running in a face-off against far-right Rassemblement National party candidate Marine Le Pen.  EPA/GUILLAUME HORCAJUELO

Macron foi aplaudido por centenas de apoiantes, mas acabou por ter que ser protegido pelos seguranças

GUILLAUME HORCAJUELO/EPA

O plano do último dia

Alguns dos apoiantes e parte da equipa de Macron vieram no avião comercial que a campanha reservou exclusivamente para esse grupo, mas também para jornalistas e seguranças que tinham chegado na manhã desta sexta-feira de Paris. Há jornalistas experimentados em campanha no grupo que viaja até Figeac, mas mesmo nesses casos a interação com a equipa de Macron é quase inexistente. E, mesmo no local onde o Presidente haveria de discursar a meio da tarde, os apoiantes foram colocados junto ao palco e os profissionais de comunicação na ponta oposta. Para a imprensa, o encontro foi anunciado como todos os outros que marcaram a campanha e seguindo o mesmo método, por motivos de segurança: os detalhes — e mesmo o anúncio da ação de campamha — só surgiram no dia anterior, pelas 13h27, divulgado na conta da rede social Telegram da campanha (uma das várias disponíveis, que se soma à do próprio Macron e do En Marche!, e que conta com 640 inscritos).

A zona reservada aos jornalistas ficava no lado oposto do palco rodeado de apoiantes

SÓNIA SIMÕES/OBSERVADOR

O plano era descrito numa folha A4: às primeiras horas da manhã, partiria um avião do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris; todos os jornalistas credenciados deviam estar imperativamente às 7h00 no local para garantir que não ficavam em terra. A inscrição teria que ser feita até às 17h00, havendo também a hipótese de realizar a viagem — quase 600km a sul da capital — de comboio. Mas isso implicava sair de véspera e só regressar na noite de sábado. Para quem não partisse de Paris, seriam ainda disponibilizados autocarros no aeroporto mais próximo, o de Rodez, rumo a Figeac. Esta foi a primeira ação de campanha de Macron em que a deslocação foi feita de avião.

O Observador recebeu a confirmação pouco mais de uma hora depois depois de submeter a inscrição. Pelas 18h53 (menos de duas horas após o anúncio da ação de campanha), era criado um grupo de WhatsApp que reunia 98 participantes, entre assessores de Macron e profissionais de comunicação social, para agilizar o processo. Minutos depois, um dos jornalistas questionava no grupo por que teria que estar no aeroporto 1h50 antes da descolagem do avião. Seguiu-se a concordância de um segundo. E depois outros. Mas o coro não chegou a formar-se. Telegráfica, uma das três assessores responsáveis pela ação respondeu: “O encontro está marcado para as 7h no terminal do aeroporto 2b”.

A última acção de campanha foi marcada numa cidade na zona da Occitânia onde Miterrand esteve há 40 anos

Ainda não eram 7h00 quando a equipa de Emmanuel Macron e os jornalistas começaram a chegar ao local indicado no aeroporto para tratar de toda a papelada. No avião seguiam jornalistas, sobretudo franceses, mas também ingleses, suecos e italianos. E uma dezena de seguranças sentados em pontos diferentes, que fizeram questão de fotografar o avião antes da partida. O trabalho deles, na verdade, ainda não tinha começado. Houve mesmo quem dormisse durante a viagem. Ao levantar voo, o comissário de bordo sugeriu que o grupo a vista sobre a “belle Paris”, porque para o destino estavam previstos nove graus e um dia nublado. Mas o tempo acabaria por mudar. Daí a umas horas, quando Macron subiu ao palco, já o céu de Figeac estava desimpedido e o sol brilhava forte sobre as centenas de pessoas que se reuniam na praça.

Cão polícia fareja material dos jornalistas, que são depois revistados. Viagem foi feita num avião comercial e depois de autocarro

SÓNIA SIMÕES/OBSERVADOR

O controlo apertado

À chegada de Rodez, já havia três autocarros à espera do grupo. O tempo foi todo cronometrado e nada podia falhar. “O primeiro é para a campanha, o segundo é para a imprensa e para a segurança, o terceiro para a imprensa”, comunicou um dos assessores. Dali a Figeac, o percurso demora um pouco mais de uma hora de carro, entre estradas pelas montanhas e vilas medievais. Por esta altura, Macron também estaria a caminho do destino, onde, apurou o Observador, ainda iria repousar num hotel antes de surgir em público, pelas 15h.

Os autocarros estacionaram numa colina de Figeac e, assim que os jornalistas saíram, foram encaminhados para aquele que seria o primeiro controlo de segurança. Era 11h30. O pessoal da campanha não foi controlado. Todas as malas foram alinhadas no chão e uma equipa cinotécnica da polícia (cão / guarda) farejou os sacos abertos dos jornalistas. No total havia 120 profissionais de comunicação credenciados para a cobrir o evento, mas ainda não estavam ali todos.

Foi feita revista a todos os que entraram no recinto do debate e as malas dos jornalistas farejadas por cães guias

Os jornalistas foram depois revistados e só então confirmadas as credenciais. Um dos assesores, sentado no chão, conferia a lista com mais de uma centena de nomes enquanto atribuía um cartão de imprensa a cada um. Já depois, junto ao acesso ao quarteirão onde tudo iria acontecer, a polícia pediu novamente que se mostrassem os sacos. Aqui só entravam residentes, convidados e mais ninguém. E mesmo estes eram revistados. O que para alguns residentes causou mau estar. Houve mesmo quem, perante a confusão na cidade e a limitação de circulação, decidisse não abrir o seu comércio, dado o transtorno.

A voz de Macron

Pelas 15h15, hora prevista da chegada de Macron, voltou a haver uma notificação no grupo de WhatsApp do evento. Um jornalista perguntava a hora de chegada de Macron. “Ele está atrasado. A hora prevista é pelas 15h30 -40”, responde um responsável. “O Presidente atrasado? Nunca tal tinha acontecido”, ironizou outro.

Por esta altura, os apoiantes de Macron continuavam a afinar as vozes e a agitar bandeiras de apoio. Na praça, começou a chegar a população local à espera do Presidente. “Macron, Président” gritavam alguns. Ouviram-se palmas e todos pareciam indiferentes à operação montada por detrás deste último evento da campanha presidencial. Mas quem olhasse para as janelas dos edifícios percebia: seguranças e polícias à civil misturavam-se entre moradores. Em cada canto da praça os seguranças movimentavam-se e comunicavam entre eles. “Não se brinca com a segurança do Presidente”, disse mesmo um dos seguranças ao Observador, vindo de Toulouse.

Macron chegou finalmente pelas 16h00. Entrou por um túnel empedrado e atravessou um caminho ladeado por grades que o conduzia ao palco. Neste percurso diria, em declarações à Lusa: “Quero agradecer ao meu amigo Costa, que foi formidável. O António foi adorável, e fiquei muito emocionado”. Reagia assim ao artigo que o primeiro ministro português assinou com os seus homólogos espanhol e alemão e que foi publicado no jornal Público, no El País e no Le Monde com o título “França a votos: pela extrema-direita ou pela Europa” e em que apelam ao voto em Macron, contra o avanço da extrema-direita. Ainda assim, nem todos conseguiram chegar a ele. Eram demasiadas as pessoas que o queriam ver.

Presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro Antonio Costa

Macron e António Costa

IAN LANGSDON/EPA

Foi o presidente da câmara de Figeac quem abriu o comício. “Diante do mundo de ódio, da intolerância e da xenofobia, as nossas diferenças desaparecem”, começou por dizer André Mellinger, ele que já tinha apelado à população para votar no En Marche!. Na vez de Emmanuel Macron, um coro de apoiantes voltou a soar. O agora Presidente falava e parava para ouvir o apoio e depois retomava a palavra. Agradeceu ao presidente da câmara, à sua antecessora, aos parlamentares que ali estavam por ele e, também, a Jean Castex — primeiro-ministro (desde 2020), que é igualmente da região da Occitânia.

SÓNIA SIMÕES/OBSERVADOR

Num palco, rodeado por uma audiência eufórica, Macron era o centro das atenções. Estava entre o povo e ia-se posicionando à medida que falava para poder olhar para todos eles, quase em círculo. No acesso por onde entrou estavam os seus assessores e a equipa. Os jornalistas movimentavam-se entre a multidão à procura da melhor imagem, com uma barreira humana de apoiantes. O discurso ainda só tinha queimado alguns minutos quando se ouviram assobios. Macron reagiu, olhou para o local onde lhe pareceu ter identificado alguma agitação e deparou-se com uma faixa branca de letras negras penduradas numa varanda. “Quando tudo for privado, nós ficaremos privados”, lia-se na mensagem inscrita por apoiantes da Marine Le Pen.

“Não, não se assobia às pessoas. Eu acredito no respeito. Há muitas coisas que às vezes são ditas. Têm sorte de estar numa democracia e interpelar assim um Presidente em funções e um candidato. Espero que isso possa continuar a acontecer, porque no dia 24 de abril haverá outro candidato, e será outra escolha”, dirigiu-se aos militantes, que em resposta lançaram para a rua páginas A4 com mensagens semelhantes. “Se vierem aqui no final, sem lançar papéis, poderemos falar e trocar ideias”, ripostou o candidato, continuando a falar “para todos”, tal como se tinha comprometido. Ouviram-se aplausos.

Em apenas alguns segundos, no entanto, um dos seguranças que se encontrava na janela do piso inferior conseguiu puxar a faixa. O momento captado em vídeo circula já no Twitter. Esta seria a primeira de várias intervenções que os seguranças de Macron se viram forçados a fazer.

Macron continuou a falar na importância das zonas rurais, o seu público e objetivo neste último dia de comício. Prometeu continuar o trabalho de descentralização dos serviços públicos para estas zonas, a reforçar as forças de segurança e as vias ferroviárias, a investir na internet e na fibra, para travar o isolamento. À medida que ia falando, ia bebendo água. Chegou mesmo a tirar o casaco e a arregaçar as mangas para continuar a falar, seguro de si, no mesmo local onde 40 anos tinha estado François Miterrand, como fez questão de sublinhar.

epa09902768 French President Emmanuel Macron, candidate for his re-election in the 2022 French presidential election, delivers a speech during a campaign rally in Figeac on the last day of campaigning, ahead of the second round of the presidential election, France, 22 April 2022.  EPA/BENOIT TESSIER / POOL  MAXPPP OUT

Macron começou a discursar de casaco, depois tirou-o e arregaçou as mangas no último dia de campanha

BENOIT TESSIER / POOL/EPA

Mas, apesar do apoio da câmara e da triagem dos visitantes, as vozes da oposição continuaram. Ainda discursava quando um grupo de jovens exibiu uma bandeira que dizia “Nem Macron, nem Le Pen”. Desta vez, ainda antes de Macron interromper o seu discurso, os seguranças tiraram a mensagem de cena e as palavras do candidato prosseguiram. Macron falou da importância que quer dar aos mais idosos e em dar-lhes condições em casa, caso não pretendam ir para lares. Tocou no tema da saúde e na importância de contratar mais profissionais e voltou a tocar na pasta da ecologia, trazida a debate na última semana, naquilo que os analistas interpretam como um piscar de olho aos votos da esquerda. No final de um discurso de uma hora, apelou ao voto no dia 24. Foi aplaudido por fervorosos apoiantes, mas não se foi embora de imediato.

Primeiro, conversou no palco com quem estava mais próximo e o conseguia alcançar. Posou para fotografias e sorriu. Depois, decidiu desceu ao patamar inferior ao nível de quem o ouvia, para estar entre a população. Mas não conseguiu dar muitos passos. Acabou cercado por uma corrente de seguranças enquanto comunicava com um e outro. Houve mesmo quem lhe desse um presente. Só os repórteres de imagem conseguiram aproximar-se dele neste momento. De resto, só quando alguém gritava fazia antever alguma situação, como o manifestante anti-vacinas que também acabou por ser afastado pelos seguranças.

Apoiantes de Le Pen levaram Macron a interromper discurso e faixa que exibiram foi removida pelos seguranças do evento.

No grupo de WhatsApp, vários jornalistas perguntavam aos assessores se Macron se aproximaria do local destinado à imprensa para declarações. Outros perguntavam o que se estava a passar por não conseguirem alcançá-lo. Quem estava mais próximo tentava dar o máximo de informação possível. A certa altura, uma assessora disse mesmo que ela própria não estava a conseguir decifrar as palavras do Presidente. O momento de confusão acabaria minutos depois, com Macron a ser levado pela sua comitiva. Neste momento, todos foram impedidos de abandonar a Praça Carnot até informação de que Emmanuele Macron tinha chegado ao seu destino.

O autocarro de volta ao aeroporto partiu às 18h15 de Figeac. No grupo de WhatsApp, os assessores lembravam a importância da pontualidade para que ninguém perdesse o avião. Já dentro dos autocarros, a equipa de Macron ofereceu sacos em papel com sanduíches e água a quem desejasse. No aeroporto, e depois de vários pedidos, a transcrição do discurso de Macron acabou por ser colocada no grupo. Houve ainda lugar a uma publicação de alguém que encontrou uns sapatos esquecidos no controlo da entrada antes do embarque. Jornalistas, seguranças e apoiantes de Macron seguiram mecanicamente para o avião. Já em Paris, e em terra, uma das assessoras desejou um bom regresso a casa também no grupo do WhatsApp. Outro responde: “Bom fim de semana de ‘silêncio republicano’ e, sobretudo, não se esqueçam de que temos uma enorme oportunidade de manter o Presidente da República”.

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