Um luta para entrar, outro para não sair. A bipolarização entre PS e PSD, em 2019, atirou o Bloco de Esquerda para fora do parlamento regional e a CDU, apenas com mais 88 votos, conseguiu manter a representação com o seu rosto mais conhecido no arquipélago, o antigo padre vermelho Edgar Silva. As sondagens apontam agora para um crescimento do BE nas eleições de domingo (que até pode eleger um grupo parlamentar) e para a hipótese da CDU sair do hemiciclo. Ambos os partidos garantem ao Observador que não são adversários diretos, mas nesta história há rostos nacionais e até oligarcas russos ao barulho.
Uma leitura de resultados mostra que o PCP ficou sempre à frente do Bloco de Esquerda em eleições regionais, mas aconteceu um fenómeno paralelo: desde 2005, o Bloco tem sempre excelentes resultados na região para as legislativas nacionais, fica sempre à frente do PCP na região e até elegeu um deputado à Assembleia da República pelo círculo da Madeira em 2019.
Isto significa que os madeirenses gostam das lideranças nacionais do Bloco de Esquerda e isso levou a que estrategicamente Catarina Martins já esteja pela segunda vez na Madeira a fazer campanha no espaço de uma semana. O mesmo acontece com a líder Mariana Mortágua, que foi a Lisboa participar no debate da moção de censura, mas vai voltar à região para fazer combate político. São trunfos eleitorais, na leitura bloquista (“Numa campanha difícil, ajuda muito”, reconhece o candidato do BE, Roberto Almada).
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