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Bloco de notas da reportagem no CDS. Dia 10. Dia de Cristas mostrar como se faz

CDS estava em Leiria de manhã e voltaria a Leiria à noite, mas antes houve tempo para dar um salto a Lisboa para Assunção Cristas mostrar como se faz. De resto, ideologia, ideologia, ideologia.

Ao décimo dia, a campanha do CDS foi a Lisboa com tudo. Uma banda, a “Fanfarra Bandalheira”, contratada para animar as hostes, a tropa toda mobilizada, e as bandeiras ao alto: estavam reunidos os ingredientes para uma arruada à moda antiga. Mas para inglês ver. Numa campanha que tem sido em crescendo, com o discurso ideológico (a favor da direita e contra o Bloco de Esquerda) cada vez mais afinado para mobilizar o eleitorado garantido do CDS, era o momento por que se aguardava. Afinal, Assunção Cristas sabe como se faz e quer ver repercutido no país o que conseguiu em Lisboa.

A mensagem do CDS continua a ser a mesma, e está cada vez mais oleada: atacar a extrema-esquerda, através do Bloco de Esquerda, para espicaçar quem se sente de direita em Portugal, instando-os a irem às urnas. Esta quarta-feira, Nuno Melo deu um passo em frente nesse discurso ao dizer que o Bloco de Esquerda era “a expressão que mais deplorava na política”, pela “leviandade” com que diz tudo e o seu contrário. Já o PCP, “verdade seja dita”, é “coerente”. Depois da bicada, a caravana centrista seguiu para Lisboa onde fez uma demonstração de força em plena Rua Augusta. Problema: só havia turistas, e entre os poucos portugueses, houve quem não esquecesse a lei “Cristas” das rendas.

Na Europa, como em Lisboa, Cristas quer provar que “não há impossíveis” (mesmo que seja só para inglês ver)

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Alto. Era o momento que faltava na campanha do CDS. Antes de rumar a norte (Braga, Porto e Aveiro) para os dois dias finais, a caravana centrista deu um salto a Lisboa (literalmente) para fazer o que não fez na semana passada, quando esteve na capital: tentar mostrar que o que aconteceu a Assunção Cristas em outubro de 2017 não foi um “milagre” irrepetível. Numa arruada na baixa de Lisboa, o CDS deu tudo para exibir mobilização e garantir que tem (muita) gente que acredita que o CDS “pode mesmo ser a surpresa da noite” no domingo. Assunção Cristas disse-o: “Provámos em Lisboa que não havia impossíveis, todos achavam que havia, nós provámos que não havia. Eu continuo a acreditar que não há impossíveis, nas europeias e nas legislativas”. A arruada para inglês ver pelo menos isso teve de positivo: mostrar que o CDS não brinca às campanhas, e também sabe fazer como os grandes.

Baixo. Bem sabemos que os momentos mais mobilizadores das campanhas são encenados, e pouco têm de genuíno: o partido contrata uma banda, diz aos militantes para aparecerem em massa, distribui bandeiras e está montado o cenário. Foi o que aconteceu esta quarta-feira na grande arruada do CDS na Rua Augusta que funcionou na perfeição em termos de “boneco televisivo”, mas que deixou a desejar em termos de “contacto com a população”. Por cada dez pessoas a quem Cristas e Melo dirigiam a palavra, seis ou sete seriam turistas. A campanha centrista já antevia esta possibilidade, e, por isso, ia com a narrativa na ponta da língua: a ação de campanha foi “simbólica” para mostrar como Lisboa é uma cidade europeia e cosmopolita, aberta ao turismo. Mas quando o próprio Nuno Melo admitiu que a mensagem chegaria aos portugueses (eleitores) através da televisão e da rádio, e quando o diretor de campanha pediu a um operacional para ir colocar a bandeira nacional ao pé do candidato porque ele já estava avisado, percebeu-se o verdadeiro intuito da ação. E quando uma lisboeta interpelou Cristas por causa da lei das rendas, Cristas foi rápida a imitar Melo dizendo que a senhora tinha sido ali plantada pelos “comunistas”.

Jéssica tem 19 anos e já votou uma vez, nas autárquicas de 2017, mas não sabe se vai votar este domingo. A jovem lisboeta estava esta tarde a passear com uma amiga na Rua Augusta quando foi surpreendida por uma enchente de bandeiras azuis e brancas, uma banda a tocar, e Assunção Cristas e Nuno Melo a distribuir panfletos. Jéssica foi uma das que, encostada à parede de uma loja, a tentar passar despercebida, recebeu inevitavelmente um beijinho e uma brochura com o rosto de Cristas, Melo e Mota Soares. Mas não sabe quem eles são. Não conhece, sequer, o CDS. “Nunca ouvi falar”, diz ao Observador, acrescentando que ainda não sabe se vai votar, e, se for, não sabe em quem. Os jovens votantes são um dos alvos preferenciais dos partidos para combater a abstenção — que é tradicionalmente superior em europeias do que em legislativas ou autárquicas –, mas o objetivo de chegar aos mais jovens está longe de estar cumprido.

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É um momento raro, mas sempre apreciado, em campanha: quando duas caravanas se cruzam no mesmo sítio. Pode haver tensão, ou pode haver abraços. Neste caso, houve abraços. O CDS e o Aliança, de Santana Lopes, disputam o mesmo espaço político da direita liberal, mas quando Nuno Melo encontrou Paulo Sande esta manhã, nas Caldas da Rainha, puseram as divergências de parte. Ao Observador, Nuno Melo explicaria depois que se limitou a perguntar a Paulo Sande como estava de saúde depois do acidente de automóvel, e como estava Pedro Santana Lopes: “ainda em repouso, mas a melhorar”.

De Leiria a Lisboa são 143 quilómetros. De Lisboa para Leiria novamente (um jantar em Alcobaça) são outros cerca de 120. Daí para Braga, onde a campanha do CDS arranca quinta-feira bem cedo, são outros 263 quilómetros. Resumindo: mais 526 quilómetros percorridos esta quarta-feira.

Total acumulado: 3.864 quilómetros (desde segunda-feira, dia 13).

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