789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

i

LUSA

LUSA

Bloco de notas da reportagem no CDS. Dia 6. E a direita é toda nossa, olé, olé

Falta uma semana para as eleições e é dia de decidir o campeão de futebol. Nuno Melo já escolheu a ala para jogar: a direita. E quer ficar com ela só para si. No fim, quer o terceiro lugar da tabela.

Paulo Portas costumava dizer que à direita do CDS só uma parede. Era o mesmo do que dizer que não havia extrema-direita em Portugal. Este sábado, no sexto dia de campanha oficial do CDS para o Parlamento Europeu (e numa altura em que proliferam os movimentos de extrema-direita na Europa), Nuno Melo procurou fazer exercício semelhante e concentrou o discurso na demarcação do CDS da extrema-direita, por um lado, e na colagem do PSD à esquerda socialista, por outro.

No fim, o que sobra? A direita, pura e dura, e é esse campo político que o CDS quer conquistar. Sabendo que não consegue entrar na competição cerrada entre PS e PSD pelo eleitorado do centro, Nuno Melo aposta tudo no eleitorado da direita. Porque “há muitas pessoas em Portugal que se sentem de direita” e têm de estar representadas nos órgãos políticos. Colando Rio a Costa, e encostando-os à esquerda, e nem sequer nomeando “aqueles partidos”, que se posicionam à direita da direita, no extremo, Nuno Melo passou o dia a apelar ao voto da direita. No fim, o objetivo é ficar no terceiro lugar da tabela classificativa: atrás do PS e PSD, certo, mas à frente do BE e PCP.

PCP e BE à frente do CDS nas sondagens? Melo dramatiza e apela à direita democrática para votar contra os que “defendem ditaduras”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O CDS sempre foi um partido de direita democrática e moderada, e sociologicamente, em Portugal há muitas pessoas que se sentem de direita e que têm de estar representadas na Assembleia da República e no Parlamento Europeu”.

Foi o mote do dia e é neste tabuleiro que o CDS se quer posicionar: aproveitar o balanço do crescimento dos movimentos de direita em toda a Europa, e ser o representante da direita em Portugal.

Alto. O CDS não está a entrar num despique de ataques com os seus adversários, deixa isso para Paulo Rangel e Pedro Marques, e põe-se no seu lugar. Sabendo “realisticamente” que não pode competir, em termos eleitorais, com os dois partidos que seguem na frente nas sondagens, começou hoje a definir bem os seus objetivos: falar apenas e só para o eleitorado da direita, assumindo que não joga na primeira liga, e apelar ao voto para que o CDS, partido “democrático”, tenha mais votos do que PCP e BE, “partidos extremistas”. Apesar de este discurso colidir de certa forma com o discurso de Assunção Cristas, que quer ser “a alternativa ao PS”, o ponto alto vai para o “realismo” assumido por Nuno Melo.

Baixo. Mercados e feiras com fartura. Não se pode dizer que o CDS tenha fugido da rua nesta primeira semana de campanha oficial. Este sábado, por exemplo, começou no mercado de Ovar e acabou na feira medieval de Oliveira de Azeméis. Ontem, o CDS fez dois mercados algarvios de uma assentada. Mas há uma coisa típica das campanhas que ainda não se viu: arruadas — aqueles momentos em que, munidos de “jotas”, bombos e cânticos, os membros da campanha descem uma rua falando às pessoas que encontram pelo caminho. Numas europeias, é certo, a máquina não está tão oleada para criar a imagem de enchente para a televisão, daí que o CDS esteja a ser cauteloso, e prefira os mercados e as feiras, onde o espaço entre as bancas é estreito e, na teelvisão, se vê muita gente, muita cor e movimento.

Este sábado foi um dia mais calmo na campanha, em parte devido à última jornada da primeira liga de futebol que vai decidir campeão da época. Daí que o “Portugal na CEE” de hoje seja não uma personalidade individual, mas um conjunto de pessoas: todos os portugueses que, este sábado, estavam no mercado de Ovar e estavam mais preocupados com os jogos do final do dia do que com a política que lhes batia à porta.

“Vocês deviam era andar com bandeiras do Benfica, não com essas”, dizia um popular numa banca do mercado, à passagem da comitiva. Outro, mais à frente, comentava as cortes das bandeiras do CDS (azuis e brancas): “O Porto só vai ser campeão mais logo, não é agora!”. Na disputa entre política e futebol, ou entre Europeias e futebol, ganha claramente o futebol.

LUSA

Nuno Melo tem passado metade dos dias de campanha em mercados e feiras. Fala com as pessoas, trata todas as senhoras por “menina”, e não consegue evitar algumas expressões faciais mais genuínas quando ouve comentários menos agradáveis dos populares.

Este sábado, dia de última jornada do campeonato de futebol, foi dia de poupar nos quilómetros. Depois de, ontem, a caravana centrista ter percorrido, literalmente, o país de sul a norte, este sábado estacionou no distrito de Aveiro. De Santa Maria da Feira para Ovar, onde visitou um mercado, daí para Oliveira do Bairro, câmara CDS, e daí para Oliveira de Azeméis, onde Nuno Melo foi a uma feira medieval, percorreram-se apenas cerca de 110 quilómetros.

Total acumulado:  2197 quilómetros percorridos (desde segunda-feira).

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora