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ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Bloco de notas da reportagem no PS. Dia 4. "Queriam rua? Ahahahah", provoca o candidato que não gosta de incomodar

Um feirante em Fafe gritava pelo "Santinho" ao microfone. Era Pedro Marques que passava na procissão socialista que saiu para uma arruada digna desse nome. Resposta a quem reclamava por rua.

Não chega atrasado, não morre de amores por parar no meio de uma arruada para declarações, pede sempre autorização antes de cumprimentar as pessoas e, mesmo no meio dos normais apertões de uma arruada política, pede “desculpa pela confusão”. Assim é Pedro Marques na rua que ainda não tinha experimentado em doses eleitorais.

Esta quinta-feira era para ter sido passada nos Açores, mas a agenda de António Costa (que vai acompanhar o candidato nessa visita eleitoral) obrigou a mudanças, por isso o dia ficou sem programa. O diretor de campanha, João Azevedo falou com Joaquim Barreto, líder da distrital do PS Braga e arranjou-se um momento para o colorido que ia faltando à campanha socialista. Com a chuva que entretanto começou a cair, a JS mudou do cântico do “nós só queremos o Pedro em Bruxelas” para “faça sol ou faça chuva, o PS está na rua”. Só o candidato não mudou nada, seguiu caminho enquanto ainda provocava os jornalistas: “Queriam rua? Ahahahahahah!”

Neste campo, acerta o discurso sempre no mesmo. Recusa ser ele a distribuir panfletos, prefere ir em estilo mãos livres para tocar em quem cumprimenta. Ou põe no ombro, ou na cabeça das crianças — “olá coisa linda” — dá-as aos eleitores ou coloca-as em posição suplicante a pedir que “vão votar no dia 26. É importante votar na Europa, vejam lá”. Mas a mensagem europeia do dia acabou por guardá-la para um debate com a presença do seu pai político, Vieira da Silva, sobre proteção social.

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Rui Moreira tocou e fugiu do PS. Já Pedro Marques, pegou a rua de caras

“Já assegurei ao Manuel Pizarro que, caso ele venha a ser eleito, as reuniões de câmara passem a ser à segunda-feira para que ele possa exercer como adversário e como líder da oposição. Faz-me falta, com certeza, uma oposição consciente e construtiva”.

Rui Moreira entrou na campanha, ou melhor, a campanha socialista entrou por Rui Moreira que não quis comprometer-se com apoios. Ficou à margem e guardou os elogios para Manuel Pizarro, o número nove da lista do PS (que nas últimas Europeias elegeu oito eurodeputados) que é vereador na Câmara — e que foi seu número dois no anterior mandato.

O ponto alto do dia foi a arruada de Fafe. Pode-se teimar quanto tempo se quiser com uma estratégia de campanha assim ou assado, mas não há muito por onde inventar. A rua é a rua. Mesmo que chova. E choveu, em Fafe, cidade em que Pedro Marques enfrentou pela primeira vez a rua nua e crua neste período de campanha oficial. Só corre mal se não houver mobilização ou se acontecer algum contratempo. Mas Fafe é terreno seguro, socialista, e as Feiras Francas, em dia de feriado municipal, estavam compostas para a prática da modalidade. O candidato circulou sem timidez e a achar que até tem “alguma empatia”. E correu-lhe bem.

O ponto baixo foi aquela olhadela para o seu lado esquerdo, quando estava a fazer declarações à porta da Câmara do Porto, e Rui Moreira já tinha saído do seu lado. O autarca recebeu o candidato socialista para uma reunião de 15 minutos, depois prestou declarações aos jornalistas e saiu antes mesmo de Pedro Marques acabar a sua declaração. Momento insólito do dia que deixou o candidato socialista a olhar para o ar quando agradecia a receção.

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

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“Três melões cinco euros! Quer provar?” Henrique vende fruta desde que se lembra, é “negócio de família”, diz ao Observador. O negócio faz-se nestas bancas, de feira em feira, e microfone em riste a chamar pelos fregueses. Quando vem político também serve, mas o negócio não se faz. Fazem eles. Mal deu pelo aparato, Henrique começou a gritar ao microfone. “Amigo a Europa está contigo”, vai dizendo ao microfone a tentar acompanhar os cântico da JS. “Vivó Santinho!” Foi o Observador que acabou por lhe dizer qual o nome do candidato que sabia ser socialista. Afinal é como ele, que é um “socialista de Amarante”.

Sabe o que está em causa, embora a resposta seja vaga quando a pergunta é a sua opinião sobre estas eleições: “Acho bem”. Não está muito interessado, embora saiba bem que de Bruxelas vem dinheiro, mas pensa antes nele — no que queria para ele — “faz-me falta pagar menos impostos”. Mas a Pedro Marques não o disse, acabou por ficar-se apenas pelos gritos ao microfone pelo “Santinho”. Riu-se. “Foi uma senhora que me enganou e me disse que se chamava Santinho”.

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A caravana socialista escolheu Fafe para fazer o gosto à rua e cumpriu. Pedro Marques circulou à vontade mas também a garantir que esta não é uma experiência nova. “É algo que me é bastante natural, faço isto há muitos anos, fiz isto durante muitos meses na pré-campanha. Felizmente estamos a ser muito bem recebidos em Fafe como fomos por todo o país ao longo destes meses”, garantiu no fim para desvalorizar que tenha andado a evitar contactos com pessoas.

Foi, até agora, o dia em que o candidato fez menos quilómetros: 88,5 km, entre Porto, Fafe e Brito, em Guimarães. Somando à vinda de Almeirim no dia anterior, no período oficial de campanha, a caravana socialista já leva 1737 quilómetros no contador.

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