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Bloco de notas de reportagem na campanha do CDS. Dia 4. Quem quer ser melhor amigo do agricultor?

Ao quarto dia, o CDS desceu abaixo do Tejo e falou de agricultura. Propôs um Erasmus para agricultores e puxou por Cristas-ministra. Caso Berardo é para manter na agenda (ainda que com uma gaffe).

Cada dia um tema, cada dia uma ideia para a Europa. Este é o mote da campanha centrista e esta quarta-feira fez-se notar bem. O dia foi dedicado à agricultura e Nuno Melo, acompanhado de Assunção Cristas, sentiu-se em casa. Em Bruxelas, Melo foi o responsável pela criação de um congresso de jovens agricultores e de outras iniciativas de promoção dos produtos regionais portugueses, e foi tratado com visível admiração na herdade do Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo. O dono, António Silvestre Ferreira, teve pudor em tratar o candidato por “Nuno” mas aventurou-se a tratá-lo por colega, em referência ao jeito que Melo, “minifundiário”, tem para a “poda”.

De resto, o dia serviu para Assunção Cristas recordar os seus feitos enquanto ministra da Agricultura, sobretudo ali na região do Alqueva, e para contrastar com a ação do atual Governo. Segundo a presidente do CDS, foi executado um terço do que o anterior governo executou em fundos para regadio. E a verdade é que Capoulas Santos tinha estado ali mesmo, naquela herdade, dois dias antes, a acompanhar a campanha socialista — mas Pedro Marques e companhia optaram por não subir ao trator cor de rosa que os levaria à vinha de enorme extensão. Ficaram-se pela zona da entrada da herdade. Já Cristas subiu ao trator, mesmo sendo cor  de PS e pôs as mãos na massa.

Para a medida do dia, Melo tinha na manga uma espécie de Erasmus para jovens agricultores, financiado pela União Europeia. Um intercâmbio de agricultores para troca de experiências. Proposta anotada. Caso “Berardo” voltou a marcar o dia, com CDS a congratular-se por ter sido o primeiro a propor a retirada da condecoração a Joe Berardo, mas com Nuno Melo a incorrer depois numa pequena gaffe. Os incêndios têm sido outro tema constante, com Nuno Melo a lembrar que Costa ainda não disse o que irá acontecer ao SIRESP — e já estamos na época perigosa dos incêndios. A caravana segue para Faro.

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CDS ruma ao Alentejo e vai (num trator cor de rosa) à vinha a que Pedro Marques não foi

“Verificamos com agrado que foi o CDS, através de mim, que disse que se devia repensar a forma ligeira das condecorações, e vemos agora com agrado que todos os partidos, incluindo o Presidente da República, vieram acompanhar a posição do CDS”.

Nuno Melo congratulou-se por ter sido o promotor da eventual retirada da condecoração a Joe Berardo logo de manhã, mas chegou à tarde e incorreu numa gaffe. Disse que tinha sido António Costa a assinar o decreto-lei que criava a fundação de Berardo, através da qual viria depois a pedir 350 milhões de euros à Caixa para comprar ações do BCP. Mas, afinal, Berardo tem mais do que uma fundação e a que tem protocolo com o Estado (com assinatura de Costa) não foi a fundação que contraiu o empréstimo com a Caixa. “Lapso”, diria mais tarde ao jantar.

Alto. A agricultura é um tema onde o CDS se mexe bem, e isso viu-se neste quarto dia de campanha, com Cristas e Melo a subirem para o trator cor de rosa a que, dois dias antes, Pedro Marques e Capoulas Santos não subiram. Mais: a Europa continua no discurso da caravana centrista, e esse é um ponto alto. A ideia da campanha é apresentar todos os dias “uma medida para a Europa”. Esta quinta-feira foi a vez da “Semente Europa”, uma ideia que passa por replicar na agricultura o que já acontece nas universidades: o programa Erasmus. Ou seja, pôr jovens agricultores portugueses a fazer intercâmbios e estágios em países da União Europeia, e pôr Portugal a receber jovens agricultores de outros países para mostrar o que cá se faz de bom. Tudo isto com apoio financeiro da Europa.

Baixo. O caso “Berardo” podia muito bem ser uma nota positiva da campanha de Nuno Melo, já que, como o próprio fez questão de sublinhar hoje por duas vezes, foi o CDS o primeiro partido a pedir que se repensasse a forma “leviana” com que se atribuem condecorações em Portugal e os restantes partidos foram atrás. “Todos os partidos, incluindo o Presidente da Assembleia da República e o próprio Presidente da República parecem agora concordar”, disse Nuno Melo, congratulando-se com a dianteira tomada pelo CDS. Mas Nuno Melo quis dar um passo maior do que a perna para associar António Costa a Joe Berardo e… não correu bem. O candidato disse que foi Costa quem assinou, juntamente com Sócrates e Teixeira dos Santos, o decreto-lei que cria a fundação através da qual o empresário madeirense pediria 350 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos para comprar ações do BCP. Só que esse decreto-lei assinado por Costa diz respeito à Fundação Arte Contemporânea – Coleção Berardo, e não foi através dessa fundação que foram contraídas as dívidas. Ao jantar, em Albufeira, Melo emendou a mão dizendo que as fundações são muitas, para criar “confusão”, e que até isso não é “inocente”.

Caso Joe Berardo. Nuno Melo ataca António Costa, mas com a Fundação errada

Henrique Silvestre Ferreira é um jovem agricultor premiado em Bruxelas, e foi a coqueluche da visita do CDS à Herdade do Vale da Rosa. Filho do dono da herdade, Henrique participou em 2013 num evento criado pela CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), cujo embaixador era o eurodeputado Nuno Melo, onde tinha de apresentar o seu projeto relacionado com agricultura — e saiu vencedor. Daí saltou para um concurso semelhante, mas a nível europeu, onde concorreu contra jovens agricultores de outros 23 países da Europa e… saiu vencedor. “Venci com o projeto considerado mais inovador”, conta ao Observador, explicando que o que levou a Bruxelas consistia na produção de uva de mesa sem grainha com recurso a técnicas modernas e experimentais, com uso eficiente de água para rega, e com uso de plásticos recicláveis.

Para este jovem agricultor, que diz acolher com muito agrado a ideia de Nuno Melo do “Erasmus para jovens agricultores”, o prémio deu-lhe “reconhecimento”, daí a importância da Europa para impulsionar este tipo de iniciativas.

Assunção Cristas bem notou: “Aqui está um homem que percebe da poda”. Nuno Melo foi eficaz na “monda” dos cachos de uvas, esta quinta-feira na herdade do Vale da Rosa. Juntos, aproveitaram para apontar baterias aos socialistas — quer ao ministro Capoulas Santos (sucessor de Cristas na pasta), quer ao próprio António Costa.

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De Portalegre a Évora, onde visitaram a Embraer, de Évora a Ferreira do Alentejo, onde visitaram a Herdade do Vale da Rosa, e daí para Albufeira, onde houve um jantar com militantes, a campanha do CDS viajou neste quarto dia (contando com a ida até Faro, onde passam a noite) cerca de 353 quilómetros.

Total acumulado: 1355 quilómetros (a contar desde segunda-feira).

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