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Bruno Nogueira em entrevista: "Ser morno é a pior coisa que pode acontecer, sobretudo agora"

Em entrevista, Bruno Nogueira fala de stand-up, do novo programa na SIC, de uma criação em teatro e do que mais se fartou em 2021: "A ideia de que íamos sair disto tudo melhores pessoas esfumou-se".

Num dos vídeos da primeira versão do programa “Levanta-te e Ri” (2003 e 2006), disponíveis online, vê-se um humorista de camisola verde, bem alto, olhar vazio, a debitar texto sem grande entoação. O público ri e chama por ele. Quase não reage. Parece farto de ali estar. Tem uma missão para a qual foi pago: fazer rir. É Bruno Nogueira, bem novo, a dar os primeiros passos na comédia. Pouca gente podia adivinhar, que, anos depois, a mesma figura esguia estaria a encher o Altice Arena em 2020 para 14 mil pessoas, ponto máximo da digressão do seu espetáculo de stand-up “Depois do Medo”. Em 2022, de 14 a 16 de janeiro, quem não assistiu ao espetáculo que percorreu o país inteiro, vai poder fazê-lo nos cinemas.

Mas também há o “antes do medo“, o antes de saltar para o próximo projeto, aquele que aflige qualquer artista durante quase toda a carreira. No caso do humorista português, conta-se de forma simples. É olhar para a lista de programas com o seu nome: “Tubo de Ensaio”,  “Contemporâneos”, “Último a Sair”, “Odisseia”,  “Sara”, “Como é que o Bicho Mexe”, “Princípio, Meio e Fim”. Faltará sempre mais um. O depois? Ninguém sabe. E é isso que enche as medidas a Bruno Nogueira. A vertigem do próximo passo. “Não gosto da sensação de estar demasiado confortável ou repetir a mesma fórmula sabendo que vai correr bem. Sou mais da equipa de experimentar coisas mesmo que sejam catástrofes”, diz em conversa com o Observador.

Este seu regresso ao stand-up, percurso interrompido porque o circuito de comédia era “precário” e merecia “mais dignidade”, deixou-o, ao contrário do que vai ditando o seu caminho, com vontade de repetir. Não sabe quando nem como. Só que quer voltar. “Gostei muito de fazer esta tour, estava com medo de me fartar, mas não. Adoro estar em cima do palco, o problema são os jantares que envolvem alguém de uma câmara municipal”, conta.

Mas “Depois do Medo” está encerrado, 2021 transforma-se no ano seguinte, Bruno Nogueira tem bicho carpinteiro. É melhor, antes que se farte de vez. Tem em mãos um próximo programa na SIC, de “entretenimento puro” que o vai ter ao centro “mas não só”, em que voltou a chamar pessoas próximas para escrever. Pouco mais pode dizer. Isso já é muito depois, depois do medo. “Estou no território de sentir o risco a todo o momento, que adoro, o da queda e o da possibilidade de correr bem”, afirma.

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Para quem é avesso à repetição, como Nogueira é, 2021 foi mais um ano pouco amigo. E nesta pandemia também são protagonistas os que não acreditam no vírus, os que estão enfiados em casa, os que gritam nas redes sociais com todas as certezas do mundo. E o humorista, se pudesse fazer um top de assuntos que mais o fartaram ultimamente, colocaria esse ringue de ruído e de medo onde nos encontramos em primeiro lugar. “Não há espaço para a dúvida. São tempos muito violentos. Esta impossibilidade de ter dúvidas, num tempo de certezas, numa altura mais incerta do que nunca, e não haver ninguém que diga ‘não sei’”, finaliza.

"É como se fosse um arco, e está completo. Para mim já está bom. Foi desafiante, cresceu a um certo ponto. E depois da Altice Arena, não há muitos mais sítios para fazer", diz Bruno Nogueira

FOTOS: JOSÉ SENA GOULÃO

Na sua última publicação sobre o “Como é que o Bicho Mexe” escreveu que não gosta de voltar a coisas que já cumpriram a sua função. Este seu regresso ao stand-up, dez anos depois, acabou por contradizê-lo um pouco, não?
Estar em palco teve uma função. Quando comecei a fazer stand-up, tal como alguns colegas meus, como o Ricardo Araújo Pereira, foi insano. A primeira vez que fizemos foi no “Levanta-te e Ri”, da SIC. Portanto a primeira vez que estávamos a testar material era à frente de milhões de pessoas, porque o programa tinha uma audiência louca. A bitola estava muito alta, eram dez minutos que tínhamos de escrever, aquilo tinha idealmente de correr bem. A pressão era muita. Como não havia um circuito de stand-up criado, a vida depois do stand-up, fora do programa, era muito precária. Não havia bares preparados, ou fazia-se com música ao mesmo tempo, ou espectáculos de empresa mas um bocadinho mal tratados.

Tudo muito cru?
Sim, não havia essa cultura. Eram pessoas a contar piadas no palco, não havia grande respeito pelo que se estava a fazer. E aquilo começou a entristecer-me mais do que a dar prazer. Houve quem conseguisse trilhar o caminho por aí e eu, como estava tão descontroladamente na moda mas, não estando a ser tratado com atenção, fui fazer outras coisas.

Foi à sua vida.
Sim, não me chateei com o stand-up. Tenho a sorte de ter vários interesses e então aproveitei para dedicar-me a isso. Ao teatro, à televisão, projetos que tinha para fazer.

Agora, para quem não viu o “Depois do Medo”, há aqui uma oportunidade, em três datas únicas, de ver o espectáculo nos cinemas. Ficou com mais vontade de fazer stand-up?
Agora tenho vontade. Gostei muito de fazer esta digressão. Estava com medo de me fartar ao fim dos primeiros dez, quinze espectáculos.

Era a ideia de repetição que o fartava?
Não é só isso. Confesso que o que me cansa verdadeiramente é a estrada. Adoro estar em cima do palco. Aqueles jantares antes que têm de envolver alguém da Câmara Municipal da Lourinhã, isso já tento atalhar para poupar energia. Porque é um momento em que gosto de estar só com pessoas mais próximas. É o dormir fora, voltar para casa. Isso conseguimos atalhar voltando no mesmo dia. Foi mais caseiro, estava com gente de que gosto muito. Acho que agora o stand-up está numa fase boa.

"Se estou confortável a fazer stand-up é normal que salte para teatro ou para cinema. Não gosto da sensação de estar demasiado confortável ou repetir a mesma fórmula sabendo que vai correr bem. Sou mais da equipa de experimentar coisas mesmo que sejam catástrofes. Prefiro a busca do que a consolidação da mesma coisa. Este stand-up por exemplo podia ter ficado mais dois anos."

Já crescemos um bocadinho?
Sim. Já se começa a definir quem trabalha mesmo o texto ou quem vai só dizer piadas.

O público tornou-se mais exigente.
Para melhor, acho que sim. Obriga toda a gente a subir a parada. Tenho muita vontade, hei de voltar, espero não ficar tanto tempo sem fazer. Não tenho vontade de me afastar.

Neste espectáculo vemos um lado mais intimista seu, onde fala da sua mãe, do seu pai, das suas filhas. Vemos um Bruno que não costumamos ver nos outros projetos, diria. No processo de escrita, pegando naquela ideia que refere de voltar a pegar nos papelinhos amachucados com piadas que ficaram de fora, foi estranho escrever para quem está há tanto tempo a escrever com outros?
Foi, foi. Não consigo dançar sozinho. É tipo isso. Se for com alguém talvez me sinta mais à vontade. A escrita é o mesmo processo. O que gosto mesmo no processo de criação é do ato de atirar bolas às pessoas, e depois devolverem, nem é bem o que estás a pensar, mas leva-te para outro sítio. O aborrecimento de não haver ideias e daí nascer uma que ninguém tinha pensado. Por exemplo, no outro dia estava a ver o novo documentário dos Beatles, no momento em que surge o tema “Get Back”, que eles filmam. Comentei com um amigo que se houvesse um telemóvel, não teríamos aquela música. Está toda a gente à espera do John Lennon com uma guitarra na mão. O teu instinto natural é pegares no telemóvel e veres o que se passa no Instagram. Daquele aborrecimento de três mentes muito criativas nasce um tema incrível.

Gosto desse processo. Dou-me mal com o criar em zoom e à distância, já o fiz, mas gosto mesmo é da troca de ideias. No stand-up não houve isso, é um processo muito solitário. Houve um pouco isto de colaborar quando convidei o Luís Franco Bastos, o Eduardo Madeira e o Salvador Martinha para ir ali ao São Jorge testar material numa sala que leva trinta, trinta e cinco pessoas. Fomos testar material meio às escondidas. Se algum de nós mandava uma piada e não funcionava, dizíamos ao outro que não tinha funcionado.

E pode ser mais difícil para uma amostra tão pequena.
Sim, sim. Porque depois experimentámos o mesmo numa sala maior, no São Jorge, e parecíamos que estávamos em esteróides. Houve esse processo coletivo de ver o que funcionava ou não. Agora começa a haver isso, uma espécie de laboratório. Mas por isso é que alguns humoristas como o Salvador criaram os seus espaços para testar stand-up. Porque ainda não há aquele mindset americano e inglês de quando uma pessoa vai testar, está tudo bem se se espalhar ao comprido. Por detrás, estão sempre à espera que já esteja tudo afinado a 100%.

É o tal grau de exigência maior.
Claro que é bom que sintam esse grau, mas pode acontecer o jogo de termos quatro piadas que podem não ter reação. Adoro ver  essa parte do material antes de estar polido. Mas agora sim, acho que esse espaço de comédia começa a existir.

"Historicamente, o humor tenta aligeirar o que se passa, mesmo não o resolvendo. Mantém-nos iludidos durante algum tempo, dizendo que está tudo bem."

Para quem já fez tanta coisa, desde reality shows, talk-shows, stand-ups, séries de ficção, em que lugar fica a pressão? Ou o seu patamar já consegue resfriar essa pressão?
Existe sempre. Aquilo que me faz não estar confiante em nada é estar sempre a mudar de zona de conforto. Se estou confortável a fazer stand-up é normal que salte para teatro ou para cinema. Não gosto da sensação de estar demasiado confortável ou repetir a mesma fórmula sabendo que vai correr bem. Sou mais da equipa de experimentar coisas mesmo que sejam catástrofes. Prefiro a busca do que a consolidação da mesma coisa. Este stand-up por exemplo podia ter ficado mais dois anos.

É aborrecido.
É como se fosse um arco, e está completo. Para mim já está bom. Foi desafiante, cresceu a um certo ponto. E depois da Altice Arena, não há muitos mais sítios para fazer.

Podia aproveitar um dos estádios do Euro 2004 que costumam estar vazios.
Pois, ou o Terreiro do Paço. Claro que há zonas em que sou um bocadinho melhor e isso deixa-me mais confortável. Mas mesmo aí tiro o suporte de um ou de outro lado para ver se há desequilíbrio.

Com o “Princípio, Meio e Fim” podemos olhar para o processo de escrita, algo raro na televisão portuguesa. Tem alguma esperança de que a televisão seja o espaço para a escrita e, claro, para a comédia? Quando o Bruno ou o Ricardo Araújo Pereira têm um novo programa é um acontecimento nacional, também porque se faz pouca comédia neste momento. Ou seja, será que a televisão e a comédia ainda podem andar de mãos dadas?
Há momentos em que acho que sim, outros que não. Temos bolhas que, caramba, não dispararam para ser um fenómeno de audiências, mas para que daqui a dez anos as vejamos e não tenham passado o prazo de validade. E acho que por vezes isso se confunde. Há coisas que servem para ter audiência imediata e se as virmos passados uns anos, são coisas que ficaram paradas no tempo. Outras são feitas para sobreviver ao tempo. Lembro-me que quando chegou a Netflix era suposto ser muito alternativa com objetos assim, mas agora, de repente, a filosofia é que querem sucessos de audiência.

Vamos sempre ter ilhas, bolhas de oxigénio. Sinto-me sortudo por ter essas bolhas, de dar esse valor à criação, como outros projetos que vão tendo essa sorte. Mas acho que essa não é a matriz da televisão. É luz, cor, audiências. Volta e meia, há uns que equilibram os dois. Regra geral, vai-se sempre para o efeito imediato do que para o duradouro. Ou se aceita jogar o jogo ou não. E acho que é interessante fazê-lo. Isso e ter a oportunidade de fazer algo contracorrente numa altura em que tudo puxa para o lado contrário.

"Está tudo com medo. Se formos muito afirmativos até parece que estamos sem medo. As pessoas estão muito assustadas. Não sabem bem o que os espera no futuro. Estão cansadas de não estar com os pais, de terem perdido familiares, de verem pessoas vacinadas a ficarem doentes e de verem quem põe em causa todo o plano de vacinação. São tempos muito propícios a que toda a gente esteja com medo. E desse medo surge uma impossibilidade de dúvida."

O “Como é que o Bicho Mexe” terminou definitivamente no início deste ano. Como é que preencheu aquelas noites de copo de vinho na mão? Sentiu falta nesta segunda temporada da pandemia?
Aquilo cumpriu o objetivo para mim e para as pessoas. Já não estamos bem no mesmo sítio. Havia uma espécie de terror, de estado de guerra, que fazia com que aquilo fosse uma reunião de malta assustada onde as emoções eram dilatadas. Agora já não. Estamos no sítio de cansaço, exaustão, algum medo, desconhecimento de não saber para onde isto vai. De achar que já estaríamos livres disto. Não senti falta, não. Cumpriu o propósito na altura certa. A origem do nosso desconforto é outra. Já há ajuntamentos como se nada estivesse a acontecer, por exemplo. Nesta fase do campeonato, há quem esteja a lutar entre a sanidade mental e a saúde, já não consigo julgar.

Ou vamos seguindo as nossas vidas e podemos ser mal vistos, ou continuamos em casa com todas as preocupações.
Sim, é difícil estar a julgar agora. Para ser negacionista nesta altura é que já não há espaço. Mas as atitudes que se tem, de juntar uns amigos, já não me cabe a mim julgar. Cada pessoa está a passar por um problema diferente.

Nessa ideia de cansaço, acha que o país continua com vontade de se rir? Ou estamos muito cinzentos?
Não sinto isso, não. Acho que, às vezes, até é ao contrário. Historicamente, o humor tenta aligeirar o que se passa, mesmo não o resolvendo. Mantém-nos iludidos durante algum tempo, dizendo que está tudo bem. Há poucos dias fui ao teatro, acho que as pessoas estão com muita vontade de estar em comunidade a assistir a um momento de música, teatro ou de stand-up. Há imensos espectáculos de comédia que estão esgotados. As pessoas, precisamente por estarem exaustas, sem grande solução para um problema que parece infindável, só lhes resta sonhar. Nesse caso, acho que joga a favor das artes.

Os apoios para a cultura é que são outro tema de conversa.
Sim, mas isso é uma tragédia sempre. A cultura é um espaço seguro para não pensar na vida e sonhar um bocadinho durante duas horas.

Em “Depois do Medo” fala de coisas que o fartam. O que é que o fartou mais em 2021?
O que me farta muito em relação à pandemia é não haver espaço para a dúvida, estou cansado da falta desse espaço. A impossibilidade de alguém ir à televisão com dúvidas ou de alguém apresentar uma. São tempos muito violentos, vê-se muito nas redes sociais. Aquela ideia de que íamos sair disto tudo melhores pessoas rapidamente se esfumou. Senti mais baixas nas pessoas próximas do que pessoas que ganhei. Ora seja porque são pessoas que estão em completa negação com o que está a acontecer, ou que te julgam porque estás a lidar com a pandemia de uma determinada maneira. Esta impossibilidade de ter dúvidas, num tempo de certezas, numa altura mais incerta do que nunca, e não haver ninguém que diga “não sei”. Ou a questão de vacinar a minha filha, não sei se é o certo ou não, mas vou arriscar ou não.

Está tudo com medo. Se formos muito afirmativos até parece que estamos sem medo. As pessoas estão muito assustadas. Não sabem bem o que os espera no futuro. Estão cansadas de não estar com os pais, de terem perdido familiares, de verem pessoas vacinadas a ficarem doentes e de verem quem põe em causa todo o plano de vacinação. São tempos muito propícios a que toda a gente esteja com medo. E desse medo surge uma impossibilidade de dúvida.

"Prefiro quando as pessoas reagem, quando é visceral, e isso viu-se no “Princípio, Meio e Fim”, o que me divertiu muito. Ficavam profundamente ofendidas, o que, juro, é quase tão bom como a adoração."

E nesta altura o medo pode ser sinal de fraqueza. Nas redes sociais somos todos senhores do nosso nariz, todos durões, não se pode quebrar.
Nas redes sociais, claro, absolutamente. Ninguém gosta de dúvidas. Ou se adora ou se odeia. As publicações de amor…

…ou gatinhos fofos ou suásticas.
Isso. Ou desejar a morte a esta pessoa ou dizer que é a melhor do mundo. Não há espaço para o morno. É tudo a ferver ou a gelar. E isso tem me cansado. Ouvir pessoas a disparar opiniões sobre como é que eu devia ou não gerir a minha vida durante um tempo que onde ninguém sabe. Mesmo a nível familiar, houve muitas peças a quebrar. De repente, há um primo ou alguém que aaaah, afinal…

Destapou-se algo que não sabíamos.
Exato. São tempos que trouxeram muita coisa boa neste caos, mas são muito assustadores.

Um artista, nesta altura, pode permitir-se ser morno?
Na comédia e na arte, ser morno é a pior coisa que pode acontecer, sobretudo agora. Prefiro quando as pessoas reagem, quando é visceral, e isso viu-se no “Princípio, Meio e Fim”, o que me divertiu muito. Ficavam profundamente ofendidas, o que, juro, é quase tão bom como a adoração. Claro que prefiro que gostem, mas deixar uma pessoa fora dela própria em relação a uma..

… uma pessoa que nem sequer se conhece.
Pois. É impressionante o que se pode provocar numa pessoa sem lhe tocar. Portanto, diria que não. O pior é ser indiferente. Ter qualquer coisa para mostrar e as pessoas reagirem com indiferença. Ser só mais uma que nem é odiada ou adorada. Se for odiada, temos para onde ir, é possível melhorar. Quando é extraordinário, o peso é maior.

Também há um grande endeusamento.
Sim, quando não se gosta, as pessoas já vão para não se gostar. E quem vai para gostar, mesmo que seja muito mau, a pessoa quer convencer-se que seja bom.

Em 2022, vai ter um programa novo na SIC. “Puro Entretenimento”. Não pode revelar mais nada?
Sim, já estamos a filmar. Mais não posso dizer…

"O cinema é a única coisa mais ou menos virgem na minha lista de ator. Antes da pandemia estive para fazer um filme, quando acontece, ligo ao realizador a dizer-lhe que o problema que queria abordar no filme, comparando com o que estava a acontecer, já me parecia tão vago, que achei que não era a pessoa certa. Há de surgir."

Nada, nadinha?
É isso. Não está a ser… como é que eu hei de dizer isto de uma maneira que não diga nada… está a ser muito desafiante. Falávamos há pouco desses territórios mais desafiantes, de sentir o risco a todo o momento, estou nesse sítio agora. E adoro esse sítio. O da queda e a possibilidade de correr bem. Está a ser muito desafiante.

Chamou mais gente como fez com o “Princípio, Meio e Fim”?
Sim, chamei para ajudar na escrita.

Mas o Bruno Nogueira é o protagonista?
Também, também.

E em relação ao teatro, tem algo preparado?  Já não o vemos desde “A Matança Ritual de Gorge Mastromas” de 2019, se não me engano.
Sem ser em stand-up, foi com o Tiago Guedes sim. Em 2023, se tudo correr bem, há-de surgir algo que já estou a adiar há algum tempo que é a minha primeira criação para teatro.

Mas ainda é só uma ideia?
Nem é uma ideia. É uma data. Mas é algo que tenho alguma urgência que aconteça. E preciso de uma data para não me sentir confortável em ir adiando.

E o cinema? Dos vários ofícios onde já se meteu, falta este.
Não me posso queixar de falta de convites e são sempre muito generosos. O cinema é a única coisa mais ou menos virgem na minha lista de ator. Antes da pandemia estive para fazer um filme, quando acontece, ligo ao realizador a dizer-lhe que o problema que queria abordar no filme, comparando com o que estava a acontecer, já me parecia tão vago, que achei que não era a pessoa certa. Há de surgir.

Por último, já sabe dar abraços? No seu espectáculo nitidamente dá a ideia que não sabe…
Já sei. Mas não é fácil. Porque a pessoa fica esmagada…

Entra na lista de desejos para 2022…
É uma passa, é…

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