Em junho, o preço médio do Cabaz Observador voltou a subir face aos valores de maio. Na recolha de preços feita esta quarta-feira, 1 de junho, nas lojas online do Pingo Doce (Mercadão), Continente e Auchan, um cabaz de produtos custa, em média, 58,85 euros, mais 1,18 euros do que há um mês.

Deste cabaz, que é composto por óleo alimentar, atum, farinha, arroz, massa, bolacha Maria, cereais Corn Flakes, leite, farinha láctea, maçãs, bacalhau, frango, feijão, ovos, açúcar, pão, papel higiénico e fraldas, a maioria dos artigos está isento de IVA. Se na recolha feita em maio era possível encontrar algum abrandamento de preços devido à medida, este mês a isenção de imposto não é suficiente para baixar o preço médio. A medida, que tem como objetivo amenizar o aumento de preços, entrou em vigor a 18 de abril, isentando de imposto 46 categorias de produtos alimentares e ficará em vigor até outubro.

Apesar de vários artigos não terem registado variações nas três lojas (papel higiénico, ovos, açúcar, pão ou bolachas), as maiores alterações continuam a estar ligadas às promoções. É isso que explica os disparos de 54% nos cereais no Pingo Doce ou de 50% nas fraldas, tanto no Pingo Doce como no Auchan. No mês passado, quando foram recolhidos preços pelo Observador, estes artigos estavam em promoção.

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Só há um produto deste cesto de compras a ficar mais caro face a maio nos três supermercados: a maçã. Um quilo deste fruto aumentou 19,87% no Pingo Doce, 7,69% no Continente e 0,56% no Auchan.

Nesta consulta de preços, é visível que, no Auchan, vários produtos não tiveram mexidas de preços em relação a maio. Em 18 artigos, 14 mantiveram o preço do mês passado. Ainda assim, em junho, este é o cabaz mais caro nos três supermercados: 63,12 euros, um aumento de 12,33% face a maio. A responsabilidade é, mais uma vez, da ausência de promoções em alguns dos artigos mais caros, como as fraldas ou a farinha láctea.

O Pingo Doce tem o segundo cabaz mais caro nesta recolha (62,05 euros), quando em maio tinha o total mais baixo da lista (55,35 euros). Feitas as contas, é uma subida de 6,70 euros.

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Com promoções nos três artigos mais caros da lista – bacalhau, fraldas e farinha láctea – o Continente consegue ter o cabaz mais acessível da recolha deste mês, nos 51,39 euros. Fica 10,09 euros mais barato do que em maio, quando tinha o cesto de compras mais dispendioso entre os três supermercados.

Desde abril de 2022 que o Observador faz esta recolha de preços, sem qualquer objetivo de comparar insígnias mas para verificar a evolução de preços. Nessa altura, o preço médio desta lista de compras era 51,99 euros, menos 6,86 euros do que agora. Algumas das maiores variações de preços face a abril de 2022 são encontradas nas fraldas, que saltaram de um preço médio de 11,16 para 15,99 euros, uma subida de 33%, ou nos ovos, que aumentaram 29%. Há pouco mais de um ano, meia dúzia de ovos custava em média 0,99 euros e agora ronda os 1,28 euros.

Apesar de os preços continuarem a aumentar, estão a fazê-lo de forma mais branda. Esta semana, a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicou que a taxa de inflação terá ficado nos 4%, quando em abril se fixou nos 5,71%.

Subida de preços abrandou. Inflação ficou nos 4% em maio e IVA zero ajudou a conter preços nos alimentos

Estes foram os primeiros dados em que o INE conseguiu tirar algumas conclusões sobre o efeito da isenção de IVA. Na explicação que acompanhava a estimativa, o INE explicava que “a desaceleração é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços da eletricidade, do gás e dos produtos alimentares verificado em maio de 2022 e ainda pela isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais”.

A estimativa antecipa uma queda nos preços dos alimentos em maio face a abril, que terão recuado 2,37% nos produtos alimentares não transformados e 2,85% nos transformados. Os números finais sobre a inflação em maio só vão ser conhecidos a 14 de junho.