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O cabaz de preços continuou, em alguns casos, a aumentar em julho.
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O cabaz de preços continuou, em alguns casos, a aumentar em julho.

O cabaz de preços continuou, em alguns casos, a aumentar em julho.

Com inflação em alta, promoções "seguram" preços no supermercado em julho. Arroz aumenta, mas também há produtos mais baratos

A inflação continua em alta, e com ela os preços dos bens essenciais. Entre junho e julho, e sobretudo desde abril, são visíveis os aumentos, que só não são mais expressivos graças às promoções.

Cada vez mais pesado, pelo menos no preço. É assim que vai ficando o cesto de compras dos portugueses a cada mês que passa, a reboque de uma inflação que não tem forma de abrandar. Segundo as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em junho a inflação homóloga terá escalado para 8,7%, o valor mais elevado desde dezembro de 1992, e para 9% no caso do indicador que permite comparações europeias, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC).

A energia continua a ser o motor da subida dos preços, mas o índice relativo aos produtos alimentares não transformados também regista subidas de dois dígitos, na ordem dos 12%. Os aumentos são bem visíveis nas prateleiras dos supermercados. E só não são mais expressivos graças aos efeitos dos descontos praticados pela distribuição.

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Desde abril que o Observador prepara um cabaz mensal com o intuito de acompanhar a evolução dos preços dos produtos selecionados a cada mês, no atual contexto de elevada inflação. O cabaz é composto por um conjunto de bens considerados essenciais para uma família com filhos. São eles ​​óleo alimentar, atum, farinha, arroz, massa, bolacha Maria, cereais Corn Flakes, leite, farinha láctea, maçãs, bacalhau, frango, feijão, ovos, açúcar, pão, papel higiénico e fraldas.

As comparações têm como base os preços verificados no primeiro dia de cada mês nos sites de três hipermercados, sendo que o objetivo desta recolha não é fazer comparações entre superfícies comerciais.

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A análise à seleção no primeiro dia de julho permite concluir que entre junho e julho, as principais variações, para cima ou para baixo, são causadas pelas promoções que a distribuição tem em vigor. Os produtos que registam descidas de preço expressivas, de 25% ou 30%, têm em cima do preço de venda ao público uma campanha em curso. É o caso dos Corn Flakes no Continente, por exemplo, ou do esparguete no Continente e no Auchan. Já quando são verificadas subidas abruptas, de 25% ou 40%, significa que os produtos estavam em promoção quando foi feita a recolha no mês anterior. O feijão branco no Continente e no Auchan ou a farinha Cerelac no Pingo Doce e no Auchan são exemplos desses aumentos.

O valor total dos cabazes também sofre alterações devido às promoções. Um dos cabazes, o do Continente, ficou 10,62% mais barato face ao mês anterior graças ao efeito dos descontos em produtos como fraldas ou cereais. Já os restantes aumentaram de valor, entre 3,8% e 7,6%, entre junho e julho.

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Há, no entanto, variações de preços que não se explicam apenas pelas promoções. Um dos casos mais falados tem sido o do óleo alimentar. Apesar de estar com desconto em duas das superfícies consultadas, é possível perceber que o preço de venda ao público sem promoção é de 3,59 euros. O que se traduz numa descida de 10% face a abril, quando os preços deste produto estavam em máximos devido à guerra na Ucrânia, um dos maiores produtores mundiais de óleo de girassol. Nesse mês, todos os supermercados vendiam o óleo alimentar a 3,99 euros, e até havia restrições à venda. Depois disso, o setor começou à procura de alternativas ao óleo de girassol proveniente da Ucrânia, como o óleo de soja ou colza, o que já explicará a descida face aos valores de abril.

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Há ainda outras quebras, ligeiras e localizadas, como por exemplo no preço do papel higiénico, que baixou 1,5% no Auchan face ao valor praticado desde abril.

O mesmo não acontece com a farinha, por exemplo, outro dos produtos afetados pela guerra na Ucrânia, já que o país é um dos grandes produtores globais de trigo. Entre abril e maio, o preço da farinha escalou entre 17% e 47%, em dois supermercados (Pingo Doce e Continente) e foi aumentando progressivamente noutro (Auchan). Certo é que, nos últimos meses, o preço da farinha fixou-se em 1,99 euros em todos os supermercados.

Outro dos aumentos verificados, ainda que menos expressivo, é o do arroz. Em nenhum dos três supermercados o preço do arroz a 1 de julho é o mesmo que a 1 de abril. Pingo Doce e Continente praticam o mesmo preço e a mesma subida, de 6,3%. No Auchan o preço é mais reduzido, 1,27 euros, mas desde abril subiu mais, 16,5%.

O aumento do preço do arroz não surpreende Pedro Monteiro, diretor-geral da ANIA – Associação Nacional dos Industriais de Arroz. Segundo o responsável, a subida explica-se, em parte, com o agravamento dos fatores de produção, nomeadamente os fitofármacos.

Outra das justificações prende-se com o custo das importações, já que nesta altura, de acordo com a associação, Portugal compra ao exterior cerca de metade do que consome. “O que vem da Ásia e América Latina aumentou muito o preço devido à falta de contentores e de barcos”, explica Pedro Monteiro. “Não há escassez de arroz no mundo, a safra é boa e este ano prevê-se uma colheita recorde. Mas é difícil trazê-lo para cá”. Já a produção nacional encareceu devido à seca, que fez com que fosse preciso importar mais. Até ao fim do ano, pelo menos, o responsável da ANIA não vê margem para os preços encolherem. E não sabe se não será preciso aumentar mais.

E não deverão ser os únicos. O Inquérito Rápido e Excecional às Empresas publicado pelo INE em junho  revela que 67% das empresas preveem aumentar os preços de venda em 2022, devido aos custos acrescidos com matérias-primas, bens intermédios e energia.

Em abril, quando estas contas começaram a ser feitas, o valor do cabaz oscilava entre os 49 euros e os 55 euros. Hoje, o valor dos produtos selecionados varia entre os 47 e os 57 euros. Um montante muito próximo do apoio de 60 euros criado pelo Governo, para maio ou junho e renovado para julho ou agosto, dirigido às famílias mais vulneráveis que beneficiam da tarifa social de eletricidade ou de prestações sociais mínimas.

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