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DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

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"Com o Santana, até a Figueira abana". O relato de uma noite em que Pedro voltou a ganhar

Volvidos 24 anos, Santana voltou a concorrer à Figueira da Foz e voltou a ganhar. Com um "resultado fantástico", mas sem maioria, já fala à oposição. O conto de um renascimento político numa noite.

No exterior da unidade hoteleira Sweet Atlantic SPA, que fica a poucos metros do hotel onde há 24 anos Santana Lopes celebrou a primeira eleição para a presidência da câmara municipal da Figueira da Foz, uma mulher agitava uma bandeira e gritava este domingo à noite com fulgor: “Com o Santana até a Figueira abana!”.

Por esta altura ainda não era oficial, mas as projeções de voto já anunciavam que Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro e antigo presidente do PSD, estava a um passo de conseguir aquilo a que se propusera há uns meses: liderando um movimento independente recém-formado, bater um presidente de câmara do PS (Carlos Monteiro) e um candidato apoiado pelo Partido Social Democrata (Pedro Machado). E, assim, reconquistar uma câmara municipal que já presidira entre 1997 e 2001, altura em que saiu para se candidatar à Câmara Municipal de Lisboa (numa disputa eleitoral que ganhou).

Enquanto no interior do hotel se ia matando o tempo e se iam devorando unhas, à espera que os votos das freguesias por apurar fossem contados, o espectáculo no exterior — com os apoiantes que não podiam entrar — era garantido pelo “Ruizinho” de Penacova.

De acordeão na mão, bigode à Quim Barreiros e uma banda bem mecanizada, o “Ruizinho de Penacova” ia garantindo a banda sonora pimbo-popular da noite. A canções tantas, entrou em “desgarrada” e começou a improvisar uns versos. Nem todos foram percetíveis (culpa do sistema de som e das conversas entre Santanettes) mas foi possível captar alguma da poesia popular.

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Santana Lopes
Por quem fostes tão criticado
Mas o povo está contigo
Isso ficou afirmado
(…)
Um abraço aqui vos deixo
A cantar ao desafio
Viva o Presidente Santana
Nem está calor nem está frio
(…)
Ides ver a Figueira ganhar brio
(…)
Por isso ó meus senhores
Há muito trabalho a fazer
Deixá-lo estar descansado
Que ele não tem tempo a perder
Por isso ó meus senhores
Vocês vão concordar comigo
O doutor Pedro Santana Lopes
Vai dar o corpo ao castigo

Ninguém levava os gracejos a mal, nem mesmo quando o “Ruizinho” lembrou o momento em que por causa “do Ronaldo”, o Santana “ficou a falar sozinho” e “se foi embora”. Não era Ronaldo, era José Mourinho. Mas siga a banda. A noite era de festa e nem a “magreza” da vitória face ao que se chegou a crer — a primeira sondagem da noite permitia ainda sonhar com uma maioria absoluta — tiraria o entusiasmo.

Ainda antes de serem conhecidas as primeiras projeções já se começava a tratar dos preparativos para festa de eleição.

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No final da noite, feitas as contas, os resultados eram estes: o movimento independente Figueira A Primeira (encabeçado por Santana Lopes) ficara em primeiro lugar com 40,39% e quatro mandatos, o PS em segundo lugar com 38,39% e o mesmíssimo número de mandatos (4) e o PSD acabava reduzido a dois dígitos à justa — 10,83% — e a apenas um mandato, totalmente vergado pelo fenómeno Santana.

Santana Lopes renasceu das derrotas eleitorais — as que teve no PSD, primeiro (e que acabaram por o levar a bater com a porta, desfiliando-se do partido) e as que teve depois no Aliança, que fundou e do qual também se desvinculou após fracassos eleitorais.

Santana voltou, enfim, a ganhar uma eleição. E no fim da noite, num discurso profundamente emocionado e a deixar várias pistas sobre o que pode vir a ser o futuro do concelho e a sua presidência de câmara, notaria: já não ganhava uma eleição há algum tempo, mas vale sempre a pena persistir. Em discurso direto, Santana Lopes ergueu-se: “Foi cair e levantar”.

“Está ganho” antes da hora e “Santana, amigo, a comadre está contigo!”

Duas horas antes das primeiras projeções que o apontavam como vencedor destas autárquicas, já se ouvia a expressão “Santana presidente” insistentemente cantada nas colunas. Tudo por causa do hino da campanha, curiosamente feito por um amigo de Santana Lopes que também concorreu nestas autárquicas: Luís Gomes, candidato do PSD derrotado (por poucas centenas de votos) a Vila Real de Santo António.

Por volta das 20h10, uma fuga de informação chegava à sala principal em que os apoiantes e membros do movimento Figueira A Primeira acompanhavam a noite eleitoral. “Está ganho”, comentava-se baixinho, antecipando-se já uma projeção de vitória que só seria anunciada pela RTP às 21h. No exterior do hotel, uma apoiante, Flávia Varela, já festejava cantando um pregão muito pessoal: “Santana, amigo, a comadre está contigo!”.

Às 20h30 distribuíam-se abraços e a certeza era firme: vinha aí uma projeção de vitória. Tanto assim era que dois ou três minutos antes das 21h, altura em que seriam reveladas as primeiras projeções de votos no país, ouvia-se já o som de buzinas a apitar, cantava-se o nome do candidato e festejava-se uma vitória iminente por anunciar. Até se disparavam confettis, com champagne bebido diretamente da garrafa e tudo.

As projeções eram grandiosas: davam o movimento Figueira A Primeira a vencer com entre 41% a 46% dos votos (ficar-se-ia pelos 40,39%) e a conseguir eleger quatro a cinco mandatos. Elegendo cinco, chegaria à maioria absoluta — o que não se confirmou.

A primeira a reagir publicamente seria a mandatária da candidatura, Rosália Carracho. Uns minutos depois da projeção de vitória ter sido tornada pública, por volta das 21h15, a mandatária congratulava-se com uma “vitória que se anunciava” dizendo: “É o sonho de um homem, Pedro Santana Lopes, que se tornará realidade graças à sua força, intuição, perseverança e carisma. O dr. Pedro Santana Lopes chegou aqui e tinha a Figueira à espera dele — um grupo imenso de gente motivada, trabalhadora e com um espírito de equipa extraordinário”.

Os votos iam-se contando e começavam a ficar claras algumas coisas. Desde logo, que a vitória não seria tão gorda como se chegara a imaginar. Mas também que a maior parte das juntas de freguesia cairíam para o Partido Socialista (PS) e não para o movimento Figueira A Primeira, que ficaria com duas em 14 possíveis (sendo que o movimento só concorreu a 12): Paião-Borda do Campo e Buarcos-São Julião. As duas vitórias seriam, no entanto, festejadas a preceito, com Rosa Batista (a candidata a Buarcos-São Julião) a ser efusivamente abraçada: “A nossa Rosa ganhou Buarcos! Viva Buarcos!”

Enquanto o “Ruizinho de Vendas Novas” se preparava para dar música no exterior do hotel, Pedro Santana Lopes aparecia pela primeira vez para as primeiras declarações. Aos jornalistas, falava da montanha-russa de derrotas e vitórias eleitorais que tem tido (a última grande vitória, a desta noite): “É a vida. Cair, levantar — é essa a mensagem. Quero dar essa palavra a todos os que passam momentos difíceis, muito mais difíceis do que os meus. Há que ter esperança, as pessoas se tiverem força podem reerguer-se”.

Santana dizia-se já emocionado por voltar a ser eleito presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, depois de uma primeira eleição há 24 anos: “Sabe muito bem, é uma emoção muito especial”. E dizia que o resultado era “uma proeza sem igual”, conseguida “contra todas as tropelias, todas as tentativas de impugnação [de que foi alvo nos tribunais pela candidatura do PSD] e contra todos os partidos — grandes, médios e pequenos. Sou a favor dos partidos mas concorri com um movimento independente recém-formado que ganhou”.

Lembrando ainda que já esteve “nos três lados — partido grande, partido pequeno e independente” —, Santana quis notar: “Hoje em dia sei o que os partidos grandes e instalados fazem aos pequenos. É muito difícil concorrer sendo independente, muito difícil”.

Questionado pelos jornalistas sobre se queria enviar algum recado a Rui Rio, presidente do PSD (que, perante a resistência da estrutura, desistiu de o apoiar), o antigo primeiro-ministro e presidente dos sociais-democratas afirmou: “Não mando nenhum. Já tenho 65 anos. Se tivesse 25 anos mandava já, como tenho 65 vou pensar mais um bocado”. O Santana Lopes de 25 anos consideraria isto uma chapada de luva branca a Rui Rio? “Se tivesse 25, concordaria com isso. Mas como não tenho…”

Antes de discursar, Santana Lopes foi cumprimentando os vários apoiantes presentes na sala.

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Notando também que “muita gente de várias forças políticas votou” em si na Figueira da Foz, Santana Lopes não deixava de reconhecer que a vitória poderia ser entendida como uma mensagem ao PSD de que deveria ter apoiado a sua candidatura: “É evidente que nota-se na votação do PSD que muitos PSD’s preferiam que fosse eu o candidato. Mas cada um sabe de si e Deus sabe de todos”.

Dar a outra face à oposição e prometer: “Venho para dar tudo”

O show Santana seria separado em dois atos. Primeiro momento efusivo, qual celebração de um golo no futebol: os primeiros cumprimentos e as primeiras declarações aos jornalistas. Segundo momento: Santana Lopes a sair do hotel e a descer umas escadas para se aproximar dos figueirenses que faziam a festa na rua, ali junto à sede da noite eleitoral.

Houve pedidos de saltos (e salta Santana e salta Santana allez, allez), a que o próximo autarca da Figueira da Foz acedeu. E houve a explicação do timing: era preciso “cumprimentar as pessoas” até porque algumas “têm crianças que com certeza têm de se deitar” e “por causa das medidas de segurança sanitária não pode entrar tudo”.

Nesse momento ainda não havia resultados oficiais apurados. Mas as projeções de vitória traziam consigo otimismo: “Estamos confiantes”, dizia Santana ao povo figueirense que o apoiava. “Queria agradecer-vos do fundo do coração e dizer-vos que estou muito feliz por voltar a dirigir os destinos da Figueira da Foz”, acrescentava, em ambiente de êxtase à sua frente (toda a gente queria estar perto).

Depois das primeiras projeções, Santana Lopes foi ao exterior do hotel agradecer o apoio dos presentes.

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Um apoiante gritava a Santana Lopes que “a Figueira precisa de si”, o candidato agradecia (“muito obrigado”) e prometia começar já a trabalhar por “um tempo novo para a Figueira da Foz, neste tempo difícil do país”.

Tinham sido, lembrava ainda o antigo primeiro-ministro, “seis meses duros de pré-campanha e campanha” com “muitas armadilhas” dos opositores — nomeadamente tentativas de impugnação da sua candidatura nos tribunais. Como bom cristão, o antigo presidente do PSD defendia porém que era altura de dar a outra face: “Estamos cá com muita educação. Queria pedir-vos que respeitemos quem não ganhou, que nos comportemos com civismo e, para quem for crente, que demos graças a Deus por este momento de alegria”.

O momento de euforia terminava com Pedro Santana Lopes a antever o futuro: “Quero garantir-vos que mal tome posse irei começar a trabalhar para cumprir na ação o que dizia que queria fazer antes da eleição”. Prometia preocupar-se com “quem vive pior”, com “quem tem menos e mais precisa de transportes, de proteção na saúde”. Propunha-se, em suma, a “tornar a vida das pessoas um bocadinho mais fácil”. Mais uma promessa? “Venho para dar tudo. Viva a Figueira da Foz!”

Um final cheio de avisos, entrelinhas e emoção: “Há 24 anos, tinha cá os meus pais”

Os minutos passavam, lentamente, e resultados oficiais na Figueira da Foz nem vê-los. Com votos ainda por contar, a luta parecia renhida mas do palanque iam-se enviando mensagens de esperança. Por exemplo, às 00h08: “Boa noite a todos. Não stressem, a vitória é nossa”. Ou 40 minutos depois, quando se pedia compreensão pelo “adiantado da hora” e declarava-se “a vitória do doutor Pedro Santana Lopes, futuro presidente da câmara da Figueira da Foz”.

O preâmbulo serviria para chamar o antigo-futuro autarca ao palco. E aí, a encerrar a noite eleitoral e a mandar toda a gente ir dormir — antes mesmo da contabilização da totalidade dos votos —, Pedro Santana Lopes arrancava para um discurso à Santana, longo e de improviso, sem leituras e sem papéis. Falaria durante meia hora.

No arranque, Santana Lopes falava do “resultado extraordinário” por confirmar. E desafiava os comentadores e analistas: podiam fazer “todo o tipo de leituras”, mas ali, contra dois grandes partidos que tinham tido “grandes resultados em vários concelhos do país”, um “movimento independente formado há meses conseguiu vencer as eleições para a câmara municipal”.

Depois, assumia: “Pelos resultados que tenho, não teremos maioria absoluta na câmara municipal, não ganhámos eleições para a Assembleia Municipal e tivemos vitórias, que eu saiba e até agora, em duas das 12 freguesias a que concorríamos”.

Momento final do discurso de vitória de Santana Lopes.

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Santana prometia que não ia partir para um “discurso do politicamente correto”. E à oposição, deixava ao mesmo tempo um braço estendido e um alerta: “Faremos todos os esforços para conseguir todos os entendimentos possíveis mas sabemos o significado de termos sido escolhidos e de eu ter sido escolhido como presidente da câmara municipal neste contexto”.

Enumerando algumas promessas de campanha — como trabalhar em rede com os outros agentes do concelho, “tornar a Figueira da Foz a capital do mar”, criar “a escola de ciências e tecnologias do mar” e “a escola de investigação da floresta” —, Santana Lopes destacava que “é muito o trabalho que temos pela frente” mas lembrava que a vitória sem maioria absoluta não é um cenário que desconheça: “Já governei sem maioria na Assembleia Municipal, já governei um concelho em Lisboa de 2002 a 2005 em que não tinha maioria”.

Se o discurso foi parcialmente para dentro, elogiando, nomeando e chamando ao púlpito vários dos protagonistas do movimento Figueira A Primeira (que encabeçou), o próximo autarca da Figueira da Foz também discursou para fora.

Durante a campanha eleitoral, em entrevista ao Observador, Santana Lopes tinha preferido não dizer se lhe seria mais fácil conseguir entendimentos com o PS de Carlos Monteiro ou com o PSD de Pedro Machado, Agora, dizia: “Quero fazer um apelo também para que antigos machados de guerra sejam enterrados. Fui 40 anos militante de um partido que nas últimas eleições teve o dr. Carlos Tenreiro como cabeça de lista. Conto com todos, independentemente da sua cor política, que tenham valor, que já tenham dado o seu quinhão de combate político e trabalho por este concelho. Conto com todos para o trabalho que há a fazer”.

A tónica no discurso esteve aliás permanentemente na defesa de dar a outra face perante os ataques, de que Santana Lopes insiste ter sido alvo. A certa altura, apontou: “Quero dizer a esses que se devem estar a torcer por termos ganho as eleições que lhes mando um grande abraço”. A sala aplaudia em júbilo e o antigo presidente do PSD prosseguia embalado: “Não sou capaz de sentir o que eles sentem, mas acho que sentir o ódio deve ser uma coisa muito desagradável. Não sou santo nenhum, mas não sou capaz de sentir ódio por ninguém — mesmo em relação àqueles que já me fizeram muito mal na vida”.

Ainda assim, os adversários políticos com quem mais chocou na campanha não ficariam sem uma ferroada: “Fui ensinado e formado a fazer tudo para ser capaz de perdoar. Mas perdoar é uma coisa, esquecer é outra coisa. E há coisas que não se podem esquecer. Temos de saber dar exemplos na vida. Nem tudo pode passar impune. Tudo tem limites”.

A mensagem era claramente para o PSD e para Pedro Machado, mas Santana  tornou-a explícita: “Entristeceu-me bastante ver o partido em que militai durante 40 anos tratar-me da maneira como me tratou e agir em tribunal da maneira como agiu. Liderei [o PSD] e exerci várias funções em seu nome, representando-o. Custa bastante. Mas também como disse sempre — e o meu pai gostava de falar comigo sobre isto — gosto de voar sozinho mas sei muito bem qual é o meu bando. Nunca me verão do lado contrário aos valores em que acredito por círculos de conveniência política”.

Várias dezenas de pessoas assistiam ao discurso de Santana Lopes dentro e fora da sala do hotel Sweet Atlantic SPA.

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Uma das preocupações notórias de Santana no seu discurso foi de evitar que a eleição para a câmara da Figueira da Foz parecesse uma plataforma de projeção pessoal e política, para limpar a imagem mediática marcada pelo insucesso recente do partido Aliança.

O antigo presidente do PSD falava aos figueirenses como um deles. Pedia que não se tirasse do resultado “nenhum significado político para além de termos ganho a câmara da Figueira” e dizia mesmo: “Se me fosse possível reunir só com os figueirenses e agradecer-lhes só o resultado, não tinha feito declaração nenhuma [a jornalistas]. Vim para a Figueira para isto, para concorrer, disputar a eleição, ganhar e obter os melhores resultados possíveis. É o meu único interesse. Acreditem. Está tudo a olhar para a Figueira da Foz agora, mas eu não quero isso por mim. Quero ver a Figueira a ser olhada por toda a gente como merece, abrir as portas para a Figueira ter aquilo a que tem direito”.

Era um Santana Lopes feliz, sobretudo, aquele que se ouvia: “A vida é extraordinária. Tentem pensar bem no que estou a sentir hoje, por 24 anos depois ser outra vez presidente da câmara da Figueira da Foz. Sou um privilegiado”. Com a experiência a temperar o discurso, o político lembrava: “Já tive derrotas enormes. Já ganhei. Já não tinha uma vitória eleitoral há muito tempo, mas tudo faz parte da estrada da vida. Quero transmitir a todos os que passem momentos difíceis: se ultrapassar esses momentos depender de nós, da nossa vontade, somos capazes mesmo quando olham para nós e quando quase ninguém acredita”.

O discurso avançava e recuava, Santana ia pegando em pontas soltas e a insistência em alguns temas tornava bem clara a importância a que lhes dava. Já na ponta final, em tom magnânimo, o próximo presidente da câmara do concelho de Coimbra voltava à vitória sem maioria absoluta e à necessidade de entendimentos com uma mensagem direta: “Quero dizer à oposição que se quiserem participar, as portas estão abertas. Tenho de pensar até à posse mas gostava de romper hábitos, rotinas — e se alguém quiser ter um pelouro ou outro para trabalhar connosco, estou disposto a isso”.

Santana Lopes abandona a sala depois de fazer o discurso de fim de noite.

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Política tratada, Santana Lopes queria falar da alegria que sentia. E aproveitava para falar da família e da vida pessoal e privada, de que nunca falou de forma muito detalhada, para terminar de forma emotiva: “Tive cá hoje os meus netos, dois presencialmente e dois por Zoom. Tive os meus filhos todos comigo. Há 24 anos, tinha cá os meus pais — essa é a grande diferença. Queria hoje falar neles. Nesse dia [de 1997], a minha mãe passou o dia a rezar o terço, sentada, e a perguntar: filho já sabes alguma coisa? O meu pai sentou-se, sempre com um sorriso na cara que eu não percebia. É uma grande diferença. Mas como tenho fé, acredito que estão lá em cima a beber uma boa taça de champagne“.

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