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Francisco Rodrigues dos Santos até dançou na reabertura da feira dos Carvalhos, em Gaia
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Francisco Rodrigues dos Santos até dançou na reabertura da feira dos Carvalhos, em Gaia

(Rui Oliveira/Observador)

Francisco Rodrigues dos Santos até dançou na reabertura da feira dos Carvalhos, em Gaia

(Rui Oliveira/Observador)

Como "Chicão" virou "Chiquinho das feiras" em seis passos

Diz que é "do povo" e que é "no meio do povo" que gosta de estar. Entrega canetas, repete piadas, distribui beijinhos (sem máscara). E gosta que o comparem ao "Paulinho das Feiras".

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Francisco Rodrigues dos Santos pousa um mini galo de Barcelos numa balança que serviria para outras ofertas. Dá-lhe 35 gramas, um valor que traduz noutra variável. “35 por cento… é quanto vamos ter!” Quatro feiras e quatro mercados depois, o presidente do CDS já se sente mais à vontade, ali, na extensa feira de Barcelos: ora tira um chapéu com o logótipo do CDS e o nome Vasco Ferraz (que foi o candidato centrista à câmara de Ponte de Lima nas autárquicas) a um senhor de mais idade, ora faz piadas com a fruta que lhe querem vender: “Tangerinas? Não é o tempo delas. É o tempo do CDS.”

Desde os tempos de Paulo Portas no partido que as feiras e os mercados são ponto de passagem obrigatória das caravanas centristas. Aconteceu também com Assunção Cristas — e Francisco Rodrigues dos Santos não quis ficar atrás. Na agenda de campanha, marcou cinco feiras e cinco mercados em duas semanas, entre arruadas. “Eu gosto de estar no meio do povo. Eu sou povo, eu venho do interior do nosso país, sinto-me bem nesse ambiente. Há quem diga que filho de peixe sabe nadar, eu gosto de estar junto das pessoas e tenho-me divertido bastante”, chegou a dizer, ao Observador.

Ir a feiras é um cartão de visita junto da população, dá azo a peças jornalísticas mexidas, humaniza os candidatos e não custa dinheiro aos partidos — Paulo Portas, questionado sobre a origem do “Paulinho das Feiras”, explicou certo dia: “Há uns anos, o CDS não tinha praticamente um cêntimo para fazer uma campanha eleitoral. (…) Onde é que posso encontrar as pessoas sem ter de gastar dinheiro? E o meu diretor de campanha respondeu: ou nos centros comerciais, ou nas feiras. Então, vamos para a feira.”

Ao contrário de Portas, Francisco Rodrigues dos Santos deixa o “boné de lavrador” em casa, mas tenta aplicar outros ensinamentos: os beijinhos (sem máscara), os abraços, os “ó querida” ou “como se chama, minha linda?” estão lá. Num mercado, chegou a dançar com uma comerciante ao som do hino do partido. Mas não há brindes efusivos — a pandemia também o inibe — (embora haja ginjinhas às 10h da manhã), nem chapéus cómicos. “Chicão” prefere manter a postura.

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"Pelas mesmas razões de sempre" é o slogan da campanha centrista

(Rui Oliveira/Observador)

Mas as câmaras, os microfones, o aparato mediático e as canetas que vão sendo oferecidas chamam pessoas, que ainda que não concordem ou não conheçam Francisco Rodrigues dos Santos lhe dão o seu apoio. “Não me lembro do nome dele”, comenta uma senhora para o marido, que também não sabe. É a jornalista que os recorda: Francisco. “Ah, Francisco, é isso!”. Segundos depois, estavam já a dizer ao líder centrista que votam CDS.

Francisco Rodrigues dos Santos vê com bons olhos que o conotem com o legado das feiras de Paulo Portas. “Esse epíteto, se for o Francisco das feiras, o Chicão das feiras, o Chiquinho das feiras, qualquer coisa que seja junto do povo e ao lado das pessoas, eu gosto.” Voltando à Feira de Barcelos, há uma nova alcunha que lhe querem dar: “Quiquinho”. “Ah, essa nunca me chamaram!” Não que se importe.

“Diga, linda” ou “querida”. E as canetas para dar e vender

A fórmula não é nova e as piadas também não. “Olhe que a caneta só escreve a cruz no CDS”, vai repetindo Francisco Rodrigues dos Santos, por palavras diferentes, de feira em feira, enquanto entrega esferográficas com o slogan da campanha “As mesmas razões de sempre”. Mas embora não seja nova, a fórmula resulta. Há quem garanta que vai mesmo votar CDS e quem só se aproxime de Rodrigues dos Santos porque quer receber uma.

O presidente do CDS tem para dar e vender. “Mais canetas!”, vai pedindo aos assessores ou a outros membros da comitiva. Na feira dos Carvalhos, em Gaia, pára junto de uma feirante que lhe diz ter 11 netos e cinco bisnetos. Rodrigues dos Santos não se coíbe de lhe dar uma caneta para cada um, há para todos. “Tome lá uma, duas, três… onze. E agora para os bisnetos. Uma, duas, três… cinco”.

Mais adiante, uma senhora mais velha lamenta nunca se ter casado. Francisco Rodrigues dos Santos diz que “ainda vai a tempo” e mostra intenção de lhe mostrar uma fotografia da sua mulher. Enquanto procura com o telemóvel na sua página de Instagram, a potencial eleitora pergunta-lhe se é casado com a candidata que o acompanha, Filipa Correia Pinto, cabeça de lista do CDS pelo círculo eleitoral do Porto. Francisco Rodrigues dos Santos diz que não e lá encontra a fotografia da sua mulher, Inês, no dia do casamento, a sorrir para a câmara e a mostrar o anel de casamento. “É bonita, não é?” “É, sim, senhor”, responde-lhe.

Francisco Rodrigues dos Santos mostrou uma fotografia da esposa a uma senhora que conheceu na feira dos Carvalhos, em Gaia

(Rui Oliveira/Observador)

Dia sim, dia sim, Francisco Rodrigues dos Santos ia ouvindo a mesma provocação: “É mais bonito ao vivo do que na televisão”, “na televisão é mais gordo” ou “você nem veste mal de cara”. Ria-se sempre. Mesmo quando falavam da sua altura. “Os homens não se medem aos palmos”, respondia.

O líder dos democratas-cristãos tinha um ‘alvo’ preferencial: as pessoas de mais idade, que eram também as que mais apareciam pelas feiras. “Muitas vezes dizem que sou o líder do partido dos avós. Eu não me importo”, disse ao Observador. Uma das formas de meter conversa era perguntar pelo nome — “É José? Eu sou Francisco José!”, indicou algumas vezes — e tratar a interlocutora por “ó querida” ou “ó linda”. Em dois desses casos, os nomes levaram-no a vaticinar um resultado positivo para o CDS: só no mercado de Setúbal conheceu Alegria e Esperança. “São tudo sinais de que as coisas vão correr bem no dia 30.”

Quando a feira está vazia, dar a volta ao tema

A primeira vez que Francisco Rodrigues dos Santos visitou uma feira sem pessoas, nesta campanha das legislativas, foi em Santa Maria da Feira, nas Festas da Fogaça. Quando chegou, pelas 19h00, a feira já estava no fim. Para salvar a ação, acabou a comprar uma fogaça. A chegada a um local sem movimento voltou a acontecer depois, no mercado municipal da Guarda, onde pouco mais de meia dúzia de comerciantes resistiam aos corredores vazios porque clientes, nem vê-los.

Líder do CDS comprou uma fogaça em Santa Maria da Feira

(Rui Oliveira/Observador)

“Veem o que temos aqui? Este panorama é quase todos os dias assim”, disse-lhe uma comerciante, enquanto outra lhe perguntou se vai ajudar o “nosso comércio”. “Precisamos que isto melhore.” Rodrigues dos Santos atirou: “Claro que ajudo. Querida, até temos propostas para reduzir impostos sobre os pequenos empresários, está a ver? Para reduzir a carga fiscal na fatura da eletricidade e nos combustíveis”.  As queixas estenderam-se às portagens que têm de pagar entre Guarda e Lisboa.

Mas o fraco movimento contrastava com o arranque da segunda semana de campanha, que tende a ser mais mexido para os candidatos, que querem chegar ao maior número possível de pessoas. Ali não aconteceu. Num discurso nessa noite, Rodrigues dos Santos tentava dar a volta ao tema: criticando as notícias que se focaram na falta de movimento no mercado, o líder centrista justificou que foi à Guarda, e a outros locais do interior, mostrar como “anos e anos de governação socialista conduziram à desertificação”.

Beber e comer (à borla)

Tirando a fogaça em Santa Maria da Feira ou as castanhas em Coimbra, que comprou, Francisco Rodrigues dos Santos recebeu vários presentes de comerciantes. E se Assunção Cristas chegou a comprar uns ténis numa feira por cinco euros, como lembra a Visão, Francisco Rodrigues dos Santos não abriu tanto os cordões à bolsa. A ginjinha e os cafés que bebeu pouco depois das 10h da manhã no mercado de Setúbal foram-lhe oferecidos, assim como o par de uvas — sem graínha — na feira de Barcelos.

Na feira do Fumeiro, em Montalegre, que foi ponto de passagem dos dois antecessores, a oferta foi de um pão e alheiras. Farnel, pelo menos, já tem até dia 30, acabaria por concluir Francisco Rodrigues dos Santos, que ainda ouviu críticas sobre o estado das autoestradas até àquela localidade. Mas também aqui, pelo menos aos olhos dos jornalistas, e embora tenha elogiado as chouriças que ia vendo, não as levou para casa.

Na feira do Fumeiro, o líder do CDS recebeu pão e alheiras

LUSA

Um tema por dia não sabe o bem que lhe fazia

Na mesma feira, uma criança foi ter com Francisco Rodrigues dos Santos. “Eh, CDS!” “Reconheceste logo o CDS”, retorquiu-lhe o líder do partido. O rapaz, natural de Valença, no Minho, acabaria a dizer-lhe, incitado pela avó: “O meu pai também caça!” “E nós defendemos os caçadores! São 250 mil no nosso país”, respondeu-lhe Rodrigues dos Santos. A avó, pouco surpreendida, acabaria a atirar ao líder do CDS: “Já que lá [em Valença] não fazem campanha têm de vir fazer aqui…”

Nesse dia, quando os jornalistas lhe apontaram os microfones, Francisco Rodrigues dos Santos optou por voltar à carga contra o PAN, cuja “agenda” apelida como “animalista radical”, que quer “destruir o mundo rural” e os caçadores. De facto, em cada uma das ações de campanha, o presidente dos democratas-cristãos tinha mais ou menos delineado a que queria dar destaque em cada dia.

Ora os vales-farmácia, que pagam os medicamentos aos idosos mais pobres, que foi distribuindo pelo mercado da Guarda; ora a via verde de saúde, que permite acesso a cuidados de saúde privados, pagos pelo Estado, quando o SNS não dá resposta, em Gaia; ora o cheque-ensino, que permite aos pais decidir em que escola pôr os filhos a estudar, seja pública ou privada, em Leiria.

Apesar dos argumentos repetidos e das piadas bisadas, não há visitas iguais. Nem Rodrigues dos Santos teve a mesma energia em todas, nem encontrou pessoas com a mesma espontaneidade. Na feira de Barcelos, uma mulher com quem falava quase pisa uma galinha à venda. “Ai! Lá vai o pito!”

Uma nova designação: CDS agora é “Costa Deve Sair”

É outro dos temas recorrentes nas declarações aos jornalistas e a quem se vai cruzando na rua. Contrariando os apelos ao voto útil que têm sido feitos por Rui Rio e António Costa, o líder centrista tem apontado a mira, sobretudo, a Costa e aos seus “parceiros da extrema-esquerda”. É esses quem, em primeiro lugar, quer combater. Em Barcelos, chega a criar uma nova designação para o CDS: em vez de Centro Democrático Social, agora é “Costa Deve Sair”. A quem vai encontrando, repete que é preciso uma “nova maioria de direita no Parlamento”, mas uma “direita certa” que, diz, é a do CDS.  E foi quando alguém lhe confessou, no mercado de Setúbal, que está “farto de António Costa pelos cabelos” que prometeu “libertar o país do António Costa e do PS”.

As críticas a Costa são constantes, mas também não vale tudo. Quando uma senhora se aproxima dele na feira de Barcelos e lhe grita que “Costa deve voltar para a Índia”, Rodrigues dos Santos contraria-a: “Ó querida, ele ‘tá cá bem. Ele só tem de sair de primeiro-ministro”. A mulher não o deixa sem resposta: “Sabe que ele está a botar Portugal numa dívida enorme”. “Isso é verdade, impostos, pobreza, baixos salários. O que é que este país está a precisar? CDS. Costa Deve Sair.”

Rodrigues dos Santos já chegou tarde às festas da Fogaça, em Santa Maria da Feira

(Rui Oliveira/Observador)

Apesar da resposta de Rodrigues dos Santos não condizer com a acusação, a mulher declara-lhe o apoio. “Tenho pena que o partido não o apoie! Gostava da Assunção Cristas, do Paulo Portas, não vejo ninguém de volta de você” O centrista desvaloriza: “Tenho aqui muita gente, são caras novas, também precisamos!” Ela responde: “O Melo que se deixe estar na União Europeia”. E Rodrigues dos Santos: “Precisamos de todos para apoiar o CDS”.

Se nessa ação, a encabeçar a comitiva centrista, estiveram dois acordeões e um tambor, noutras foram colunas de som com música pimba a animar o percurso. Sempre em conjunto com o hino do CDS que saía de um altifalante erguido por algum representante da Juventude Popular. São eles que dão corpo à comitiva centrista, a par de alguns militantes ou simpatizantes que se vão juntando consoante o distrito. “Francisco vai em frente tens aqui a tua gente”, gritam recorrentemente.

Os jovens também vão fazendo uma campanha paralela: “Vamos baixar os impostos dos combustíveis! Pagar medicamentos aos idosos!”, diz alto e em bom som um dos jovens que no dia da feira dos Carvalhos se juntou à caravana, a uma eleitora que por ali queria fazer compras. A uma outra atira: “Vamos tirar António Costa de lá!”.

Aos abraços, na feira dos Carvalhos, em Gaia

(Rui Oliveira/Observador)

Mas Rodrigues dos Santos também encontrou oposição nas ruas. E se uns foram cordiais apesar das divergências, noutros casos houve quem não o quisesse ver à frente. À entrada da feira dos Carvalhos, em  Gaia, Francisco Rodrigues dos Santos ouviu de um senhor que por ali passava: “Domingo estás a pedir a demissão!”. Ignorou, riu-se e seguiu em frente: “O que é que eu hei de fazer?” Pouco depois, aos jornalistas, haveria de desvalorizar: “Esse senhor pertence à caravana do PS e foi ali plantado de propósito para me lançar esses impropérios”. Na feira do Fumeiro houve ainda quem lhe atirasse: “Só se lembram desta gente de quatro em quatro anos”. Ou em Setúbal: “Não sabem o que é a vida”.

Além dos mais velhos, tentou capitalizar com os mais novos. Em Caminha, perguntou a uma menina o que queria ser quando for grande. “Quero ser fada”, disse a criança. Rodrigues dos Santos sorriu e repondeu: “Luta sempre por esse sonho”.

(Rui Oliveira/Observador)

Habilidade para fugir às críticas a um acordo com Rio

Foi no Porto, onde as memórias e o legado de Rui Rio estão mais presentes, que Francisco Rodrigues dos Santos mais críticas ouviu ao líder social-democrata, com quem gostaria de firmar uma aliança após dia 30 — na tal “nova maioria de direita no Parlamento”. No mercado do Bolhão provisório, não passou muito tempo até Rodrigues dos Santos ouvir de uma cliente: “Não faças coligação lá com o Rio que ele não presta”. Pouco depois, outro aviso: “O Rio devia ir parar era ao mar!”. Como é óbvio, nada que faça Francisco Rodrigues dos Santos pode pôr em causa uma possível aliança pós-eleitoral.

Rodrigues dos Santos foi distribuindo canetas do CDS pelos sítios por onde passou

(Rui Oliveira/Observador)

Já dentro do próprio partido, Rodrigues dos Santos tem rejeitado que esteja isolado e não gosta das perguntas sobre as ausências notadas — de Nuno Melo, em isolamento, Cristas, Portas, Telmo Correia. “Todas as pessoas que me acompanharam ao longo desta campanha quiseram estar ao lado do seu partido numa altura muito exigente, militantes que deram a cara à luta, muitos deles puseram de lado as diferenças pessoais e políticas, e mostraram que o CDS está vivo e uniu varias gerações”.

Em Barcelos, questionado pelos jornalistas sobre se os portugueses tiveram oportunidade de conhecer outra faceta sua, responde: “Sinto que, ao longo dos dois anos da minha liderança, os portugueses tiveram poucas oportunidades para me conhecer e, às vezes, aquilo que era dado ao conhecimento público era o que os meus opositores pintavam do presidente do CDS nos jornais e nas televisões. E eu, com o mediatismo que acompanha uma campanha eleitoral, com os debates, com a campanha na rua, acho que os portugueses puderam ver o verdadeiro Francisco Rodrigues dos Santos. É uma pessoa humilde, que tem raízes pobres, que subiu na vida a pulso, que  é um português que quer servir os seus concidadãos.” Resta saber se os portugueses ficaram com a mesma visão.

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