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"Neverland", ou Sycamore Valley Ranch, o nome que a antiga residência do Rei da Pop apresenta agora num site de imobiliário.
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"Neverland", ou Sycamore Valley Ranch, o nome que a antiga residência do Rei da Pop apresenta agora num site de imobiliário.

Getty Images

"Neverland", ou Sycamore Valley Ranch, o nome que a antiga residência do Rei da Pop apresenta agora num site de imobiliário.

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De 10050Cielo a "Neverland". Quem quer comprar uma casa de horrores?

Chamemos-lhe mercado do imobiliário infame, palco dos crimes mais hediondos. Da casa que inspirou Truman Capote ao castelo de Phil Spector, ou ao rancho de Michael Jackson, à espera de novo dono.

Tinha tudo para ser a sua mais brilhante medalha de glória, mas chegados a março de 2019 é só uma das mais desafiantes missões na carreira de Suzanne Perkins.O mercado das propriedades de luxo está longe de ser uma novidade para a antiga assistente de bordo, amante de cavalos, atual rainha do imobiliário na região de Santa Barbara-Montecito, classificada entre os 100 agentes de topo do estado da Califórnia, e que depois de 18 anos ao serviço da Sotheby’s transitou em 2018 para a Compass. Mas, por estes dias, de pouco servirá um site de promoção vistoso, um curriculum que ateste competência máxima, ou uma galeria de boas imagens. Demasiado boas para uma folha de serviço demasiado má, e o problema está aí.

Em destaque no portfolio da super-agente, uma mancha chamada “Neverland”, ainda mais enegrecida depois da estreia do documentário que expõe os abusos sexuais de Michael Jackson, segundo dois testemunhos, “Leaving Neverland”. De resto, nem sinal do nome do artista na descrição que acompanha as fotos do rancho, desejoso de virar a página. O valor de Sycamore Valley Ranch, assim se chama oficialmente o reduto, batismo que recuperou o nome anterior, não vai agora além de uns 31 milhões de dólares, depois de sucessivos cortes no preço, por manifesto insucesso junto dos potenciais clientes. Quem quer viver numa casa que poderá ter assistido ao abuso sexual de menores? Bom, há gente para tudo, como verá adiante, mas já lá vamos.

"Neverland nunca será Graceland, porque isso é demasiado remoto. Espera-se uma oportunidade, mas em termos gerais, um cenário de um crime não vai ser um museu ou uma atração turística. O que faço é tentar mitigar os danos”, defende Randall Bell, o agente imobiliário das mais tétricas residências.

O infame rancho californiano de Neverland está à venda desde 2014, e nunca se apresentou como um negócio especialmente apetecível, mesmo contando com a proximidade de Los Olivos e a vizinhança com um oásis verde chamado Parque Nacional Los Padres. Tudo isto apesar de Kyle Forsyth, braço direito da agente nesta tarefa, e que passou vários anos pelo fundo Colony Capital (que investiu em Neverland quando Michael entrou em default, em 2008), acreditar que este é “o timing perfeito para uma nova administração”.

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O maior museu de crianças do mundo retirou artefactos de Michael Jackson de exibição

Abandonado desde a morte do rei da pop, em 2009, o delírio inspirado no universo de Peter Pan foi cunhado ao longo de anos como um “verdadeiro paraíso infantil”, algo que hoje não é mais que um perturbador cartão de visita. Foi adquirido por Jacko em 1988 (custou-lhe 19,5 milhões) a William Bone um empresário da área do golf que o comprara em 1977 como Zaca Laderas Ranch. E se Peter não queria crescer, esta casa aumentou e muito em excentricidades, graças a lagos artificiais, jardim zoológico (que chegou a incluir o famoso elefante Gipsy oferecido por Elizabeth Taylor), sala de cinema, parque de diversões, e uma estação de comboios ao estilo Disney. Convém acrescentar que poucos anos depois, em 1993, o artista enfrentava as primeiras acusações de abuso sexual, das quais haveria de ser ilibado, um dos primeiros sinais de aviso à navegação para futuros proprietários.

Fazer o trabalho de casa, antes de vender, comprar, ou relaxar

A avaliar por quem sabe, Neverland seria sempre uma terra do nunca quando falamos do interesse de potenciais compradores, dadas as suas características, muito antes de quaisquer polémicas fatais para o negócio. Em 2016, o site Market Watch evocava a via sacra de certas celebridades para venderem as suas mansões, citando como referência Michael Jordan, que há quatro anos tentava ver-se livre de uma casa no pouco cobiçado subúrbio de Chicago. E se nem a promessa de oferta vitalícia de um par de ténis Air Jordan ao comprador serviu para angariar interessados, imagine um sem fim de detalhes supérfluos.

“Neverland é provavelmente um dos exemplos mais evidentes, mas há uma série de outros casos em que os donos investiram em pormenores e alterações que dizem zero ao futuro novo proprietário, e que este não está disposto a pagar”, definia então Rick Sharga, vice-presidente executivo da TEN-X, uma empresa de imobiliário. Não é todos os dias que sentimos falta de um elefante.

O especialista recorda ainda o caso do pugilista Evander Holyfield, “que tinha um ringue de boxe em casa”, uma mais valia para uma discreta minoria. Depois, as estrelas costumam cometer o erro de inflacionar as suas casas, algumas delas muito acima da média do valor praticado nos bairros onde se inscrevem — outro problema entronca aqui:a zona. Tom Cruise viu-se e desejou-se para vender a sua mansão no Colorado (a maioria da A-List não vive em Telluride, nem tenciona passar a viver e o comum dos mortais não tem dinheiro para selar acordo com o a estrela).

Há gostos para tudo, apesar dos maiores desgostos. Casas que ficam por vender e oportunidades a preço de saldo para estômagos fortes. Até empresas norte-americanas que fazem o trabalho de casa a compradores e vendedores. Quer saber se morreu alguém de forma bizarra na propriedade que tem em vista? Suspeita que ali já funcionou um laboratório de metanfetaminas? E se vai dormir no antigo quarto de um abusador? Tudo pode ser esclarecido.

Pondere uma série de constrangimentos adicionais. Considere, por exemplo, as disclosure laws, que variam de estado para estado e obrigam à notificação de uma série de dados quando falamos de compra e venda de imobiliário, seja prevenir que há bolor na cave, fendas no teto ou… que o seu antigo quarto foi cenário de algum crime macabro. Na Califórnia, por exemplo, se alguém morreu na casa em questão há menos de três anos, o comprador deve ser informado. Mas de que forma um crime pode comprometer o valor de mercado de uma casa? Sim, a pergunta já foi feita ao Google e claro que há resposta para ela. Na realidade, e continuando em solo norte-americano, há até empresas e serviços que prestam um apoio minucioso neste tipo de despiste.

A DiedinHouse.com foi criada por Roy Condrey e funciona como um arquivo de registos negros ligados ao imobiliário. Tem uma casa em vista e quer saber se lá houve um homicídio? Se funcionou por ali um laboratório de metanfetaminas ao estilo Breaking Bad? Se há todo um passado de abusos sexuais? Eles investigam. Além do mais, se adora catálogos com a devida dose de morbidez, pode segui-los nas redes, onde vai sendo feito o levantamento apropriado. Um dos destaques deste mês de março vai para o antigo castelo do caído em desgraça Phil Spector, acusado de matar a atriz Lana Clarkson, em 2003. A propriedade californiana com os seus inúmeros túneis ao estilo de Piranesi, com mais de oito mil metros quadrados, está à venda por 5,5  milhões de dólares, avança o Wall Street Journal, que evoca o foyer onde Clarkson foi alvejada mortalmente na boca e a pena de 19 anos atribuída ao lendário produtor de música.

O crime, o condenado e o podcast: “Serial” chegou à televisão para dissecar o caso de Adnan Syed

Depois, há mesmo quem pense na vizinhança, e inclusive estudos que avaliam o impacto social face à presença de um pedófilo nas redondezas. Foi precisamente isso que estudaram os economistas Leigh Linden e Jonah Rockoff em “There goes the Neighborhood?”, combinando dados do mercado de compra e venda com os registos de abusos sexuais da Carolina do Norte, para concluírem que quando alguém com este perfil de agressor se muda para um bairro, as casas nas suas imediações desvalorizam de imediato em 4%.

Histórias quentes, crimes “A Sangue Frio”

A sombra que paira sobre grandes pecados dificilmente terá pequenas proporções. De tal forma que mesma as habitações que conseguiram ganhar nova vida continuaram a ter um percurso acidentado, destino perfeito para os mitos urbanos. Em 1959, Truman Capote encetou uma viagem de seis anos para unir as pontas da matança de Holcomb, no Kansas, e assinar a sua obra rainha. O assassinato brutal de quatro elementos do clã Clutter aconteceu “A Sangue Frio”, e numa casa que continua a atrair curiosos passados 60 anos. Os poucos mais de dois hectares em Oak Avenue, em tempos conhecidos como River Valley Farm, erguidos em 1948 pelo malogrado Herb Clutter, não tiveram vida fácil depois da matança orquestrada por Richard “Dick” Hickock e Perry Edward Smith, condenados e enforcados em 1965.

A casa dos Clutter, fotografada em 2009

No rescaldo, imperou um certo fascínio popular pelo local do crime, sobretudo porque a adaptação ao cinema, em 1967, foi filmada na zona, incluindo no interior da habitação. A casa foi arrendada pelo dono que se seguiu, Bob Byrd, um agricultor divorciado que passava a vida a viajar de rancho em rancho, e que se haveria de suicidar 20 anos depois de ter comprado a casa dos Clutter — nós avisámos que havia bom material para mitos urbanos. Em 1990 passou para a posse do casal Leonard e Donna Mader, que a compraram a familiares de Byrd, que entretanto por lá se tinham fixado.Em 2006 a casa foi posta à venda mas ninguém ofereceu o suficiente por ela, tendo acabado por sair do mercado. Continuará algures na mão da família Mader que nos anos 90 sucumbia à fadiga provocada pelas romarias de visitantes — chegaram mesmo a cobrar cinco dólares e a permitir a entrada dos forasteiros, para que tivessem alguma compensação pelo incómodo, mas acabaram por desistir da casa.

Lidar bem com isso, e eventualmente até lucrar

Randall Bell já pisou vários cenários de crimes que encheram as páginas dos jornais, caso da famosa mansão da seita californiana Heaven’s Gate, onde 39 pessoas cometeram suicídio, de tal forma que a Rolling Stone não hesita em classificá-lo como um especialista neste tétrico negócio. Para o agente das casas infames, a regra número um é ser “realista”, e aplica-se a contextos como o rancho de Jackson. “Fazer o seu valor subir é duro. Neverland nunca será Graceland, porque isso é demasiado remoto. Espera-se uma oportunidade, mas em termos gerais, um cenário de um crime não vai ser um museu ou uma atração turística. O que faço é tentar mitigar os danos”, descreve o agente nessa entrevista. “Há que reconhecer que nunca vai voltar a ser normal”, continua, lembrando no entanto que todos os cenários são possíveis e que a transação pode ser bem sucedida.

A história esquecida de Rei Ghob, o violador da Carqueja

Um exemplo disso é a casa em Milwaukee que pertenceu a Jeffrey Lionel Dahmer, o serial killer que matou 17 homens e rapazes entre 1978 e 1991, com contornos de violação, necrofilia e canibalismo. “Geralmente as casas descem 1o a 25% mas esta até se vendeu por valor premium”, recorda Bell — na altura, a Marquette University viu uma bela oportunidade para alargar as suas residências para estudantes, apesar de o agente admitir que este tipo de fenómeno é raro.

Há mesmo quem invista a pensar num aumento de receitas, ou por se tratar de uma bagatela. Em Fall River, Massachusetts, perdura o dia em que Lizzie Borden matou o pai e a madrasta com um machado, no final do século XIX, mas hoje pode passar a noite neste bed&breakfast. Em junho de 2001, Andrea Yates afogou na banheira os seus cinco filhos, um a um, na sua casa em Houston, Texas. Nada que indispusesse o dono que se seguiu, Peter Muller, que apenas três anos depois elogiava “a localização privilegiada” de um negócio fechado por 87 mil dólares.

Depois da Casa Branca, depois de Graceland de Elvis, eis os terceiros portões mais fotografados nos EUA: os da mansão localizada em 1116 Ocean Drive, South Beach, construída em 1930 pelo arquiteto Alden Freeman e comprada em 1992 por um designer de renome. “Há sempre uma multidão à porta. Talvez isso se deva à arquitetura opulenta, com um revivalismo mediterrânico. Talvez seja pela associação a uma das marcas mais famosas do mundo. Ou talvez seja por ter sido aqui que Andrew Cunanan assassinou Ginanni Versace”, descrevia a Vogue a propósito de “American Crime Story”. O crime remonta a 15 de julho de 1997 e a extravagante propriedade funciona atualmente como um boutique hotel.

É uma das portas mais fotografadas dos EUA. Em 2001, quatro anos depois do assassinato de Versace, as poses continuavam em força frente à sua Casa Casuarina © Joe Raedle/Getty Images

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É difícil contrariar o assédio popular, em especial quando os traumas são reavivados por produções tão ou mais populares que os casos em si. Basta analisar o fenómeno Ted Bundy, recuperado num formato Neflix, plataforma que tem no crime um dos seus maiores filões em termos de conteúdos. O problema, pelo menos para os atuais moradores da casa em Salt Lake City, Utah, antes ocupada pelo criminoso, é que a série só serviu para aumentar ainda mais as multidões de curiosos.

Para uma reabilitação no coletivo, em jeito de catarse local, ou pura indiferença, consoante a perspetiva, considere ainda a Casa de Horrores do austríaco Fritzl, que manteve a filha em cativeiro ao longo de 24 anos, um achado macabro que chocou o mundo em 2008. Dez anos volvidos, o The Mirror entrou na cave onde abusou de Elisabeth , que haveria de dar à luz por sete vezes. Em Amstetten, a pouco mais de 100 quilómetros de Viena, ninguém duvidava do dedicado pai de família. E nos dias que correm, para Herbert Houska, também não há dúvidas de que o investimento foi bem sucedido. O empresário comprou o edifício em 2016 e transformou-o em dez apartamentos, com os novos residentes a darem “um novo começo à comunidade”, descrevia em 2018 o jornal inglês.

“Podes terraplanar mas o estigma fica lá”

Para a história passou esse 9 de agosto de 1969 quando o gangue de Charles Manson chacinou uma grávida Sharon Tate e outras quatro vítimas. O proprietário da mansão, conhecida como 10050 Cielo, o agente de talentos Rudy Altobelli, mudou-se para esta casa apenas poucas semanas depois de um dos crimes que mais chocou a América, e ali permaneceu vinte anos. Venderia a casa por 1,6 milhões de dólares a Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, que ali construiu um estúdio, a que chamou de “le Pig” (o mesmo que os assassinos haviam grafitado com sangue antes de partirem). O álbum The Downward Spiral chegou a ser gravado no rancho, mas em 1993 Reznor abandonou o espaço, admitindo que a casa tinha “demasiada história para se conseguir aguentar”. No ano seguinte, o edifício foi demolido e nova mansão erguida — a morada passou a ser 10066 Cielo. O atual dono é o produtor de TV Jeff Franklin, responsável por programas como “Full House” e “Malcolm In The Middle”. Tudo resolvido? Como diria o agente Randall Bell, “podes terraplanar mas o estigma fica lá”. De resto, as demolições não resolvem o assédio das teimosas máquinas fotográficas.

Fórmula idêntica foi usada no caso John Wayne Gacy, um dos mais célebres serial killers norter-americanos, que deixou um lastro de destruição entre 1972 e 1978, acusado de 33 crimes em 1980, e executado com a injeção letal em 1994. A sua casa em Norwood Park, na região de Chicago, foi arrasada, e no seu lugar foi construída, em 1988, outra residência, com uma morada oficial ligeiramente diferente da original.

Não assistiu a crimes, mas o facto de esta casa em Miami ter sido comprada por O.J. Simpson em 2000 não ajuda a ser vendida. © Robert King/Newsmakers

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Foi o caso OJ Simpson que catapultou o agente Bell para a linha da frente, depois do antigo jogador da NFL ter sido preso acusado do homicídio da ex-mulher Nicole Simpson e de um amigo desta, Ron Goldman. E se em 2017 a casa de Miami de OJ continuava sem interessados, o pai de Nicole conseguiu vender a última morada da filha, o endereço 875 South Bundy Drive, em Brentwood, Los Angeles, à porta do qual foi morta, sendo que a casa já conheceu diferentes proprietários. Ainda assim, na ressaca do crime, esteve fechada dois anos e meio sem que aparecessem interessados. “Não há nada de errado com a casa, mas há toda a controvérsia associada”, admitia à época o agente Orell Anderson, ao site Realtor.

E que dizer de Natascha Kampusch, feita escrava sexual com apenas 10 anos, refém de Wolfgang Priklopil, que se suicidou quando oito anos depois, em 2006, a jovem austríaca conseguiu evadir-se da cave onde vivia em Viena. Em 2016, continuava a viver naquela mesma habitação, limpando-a dia após dia, como o seu agressor lhe pedia para fazer.

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