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Defeito técnico ou avião pirateado? Há várias teorias sobre o que fez o F35B desaparecer de vista

No passado, hackers acederam aos sistemas do Pentágono e conseguiram roubar informação sobre o F35. Semelhanças entre a aeronave e FC31 chinês são gritantes. Poderá não ter sido um acidente?

A primeira pergunta é: “Como é que se perde um F35?” A segunda pergunta é: “Perde-se um F35 ou ele é pirateado?” Quando a força aérea norte-americana pediu ajuda para encontrar uma das aeronaves mais avançadas ao serviço dos Estados Unidos, o pedido parecia inusitado. Se a maior potência militar do planeta não consegue encontrar uma das suas joias da coroa, será o comum dos mortais que vai ajudá-la? Apesar do apelo, a ajuda dos civis não foi necessária e os primeiros destroços do caça F-35B Lightning II foram descobertos numa zona rural do estado da Carolina do Sul.

A explicação oficial foi curta: tratou-se de “um contratempo”, um guarda-chuva que serve para abrigar todo o tipo de explicações.

“O acidente está atualmente sob investigação e não podemos fornecer detalhes adicionais para preservar a integridade do processo”, limitou-se a dizer o Corpo de Fuzileiros Navais, a quem pertencia a aeronave, num comunicado de imprensa divulgado no dia seguinte ao do desaparecimento do caça furtivo.

“Como é que se perde um F-35?” Encontrados primeiros destroços do avião desaparecido na Carolina do Sul

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Sem um esclarecimento das autoridades sobre o que estará na origem do problema — o piloto ejetou-se (ou foi ejetado) enquanto o caça prosseguiu o seu voo até finalmente se despenhar —, diversas interpretações do que aconteceu começaram a surgir, umas mais, outras menos credíveis. Defeito técnico ou sistema pirateado por terceiros são as teorias mais difundidas.

É possível piratear um F35?

José Correia Guedes, comandante reformado da TAP, é uma das pessoas que acredita que o sistema do caça pode ter sido pirateado. “Testemunhas garantem ter visto o F35B em voo invertido quando do seu ‘desaparecimento'”, escreveu na rede social X (antigo Twitter). “Ganha força a teoria de que o avião terá sido alvo de um ciberataque e alguém se andou a divertir com o brinquedo. Há anos que diversos especialistas vêm alertando para esta vulnerabilidade.”

As testemunhas de que fala o comandante Guedes são Adrian e Stephen Truluck, que no dia do acidente festejavam o 7.º aniversário do filho. Em declarações à NBC disseram ter estranhado ver o caça voar tão baixo, cerca de 30 metros acima da copa das árvores. Pouco depois ouviram um estrondo, mas pensaram que se tratava de trovoada.

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“Provavelmente estava a três quartos”, detalhou Stephen Truluck, corrigindo a sua mulher que afirmou que a aeronave estava invertida. No entanto, assegurou que conseguia ver a cobertura da aeronave. O casal não deu muita importância ao assunto, já que vivem perto de uma base aérea, até terem ouvido as notícias do caça desaparecido. Os destroços foram encontrados a poucos quilómetros da sua casa no condado de Williamsburg, zona rural da Carolina do Sul.

A teoria de cibertaque tem as suas raízes num incidente antigo. Em 2009, os sistemas do Pentágono foram pirateados e várias informações sobre os planos de construção do F-35 Lightning II foram roubados. Na altura, apontou-se o dedo a hackers chineses.

A prova que muitos procuravam chegou em 2012, na Exposição Internacional de Aviação e Aeroespacial da China, quando o novo caça furtivo de Pequim foi apresentado. As semelhanças entre o F35B e o FC31 chinês eram gritantes, o que foi interpretado como um sinal de espionagem —  embora seja impossível prová-lo.

Apresentado como um das mais avançadas aeronaves de combate, o F35 tem, apesar disso, um historial de acidentes, e têm sido vários os alertas de que o caça tem problemas técnicos ainda à espera de serem resolvidos, que o deixam vulnerável a ataques exteriores.

Ao Observador, José Correia Guedes frisa que, neste momento, tudo o que se pode dizer é pura especulação, já que não há explicações oficiais sobre o sucedido. Entre as teorias que vão surgindo, a que lhe parece mais plausível é a de que piratas informáticos tenham conseguido “entrar” no caça norte-americano.

"As aeronaves civis e militares já têm, cada vez mais, ligações à internet e, portanto, isso é uma porta de entrada. Mas o polícia tem andado à frente do ladrão, e tem conseguido garantir a segurança destes sistemas. Se um dia um avião civil for alvo de um ciberataque feito por alguém que está sentado num sofá com um computador é uma catástrofe mundial."
José Correia Guedes, antigo piloto civil

“As aeronaves civis e militares já têm, cada vez mais, ligações à internet e, portanto, isso é uma porta de entrada. Mas o polícia tem andado à frente do ladrão, e tem conseguido garantir a segurança destes sistemas. Se um dia um avião civil for alvo de um ciberataque feito por alguém que está sentado num sofá com um computador é uma catástrofe mundial”, diz o antigo piloto civil ao Observador.

A preocupação não é nova, conta José Correia Guedes, e há anos que se teme que um avião comercial possa ser vítima de um ataque cibernético, deixando de ser necessária a presença física de um pirata do ar para a aeronave ser desviada.

Avião ejetou o piloto ou o piloto ejetou-se do avião?

Umas das explicações apontadas para o sucedido fala de uma particularidade do F35: o caça é capaz de ejetar o piloto em determinadas circunstâncias, sem que este tenha de fazer nada, para protegê-lo em caso de acidente.

“Estamos, de novo, no nível da especulação”, diz José Correia Guedes, que não acredita que o sistema do avião tenha feito tal coisa. “Acho mais provável que alguém tenha tomado o controlo do avião, o piloto percebeu que não estava ali a fazer nada e ejetou-se.”

Uma das informações que sustenta esta ideia de ter sido o avião a ejetar o piloto é o facto de o F35 ter continuado a voar durante muito tempo. “Depois de o piloto se ejetar, uma aeronave militar continua a voar durante um bocado, 30 segundos a um minuto. Mas vários minutos? Isso é surpreendente”, defendeu o analista de aviação Jeff Guzzetti em declarações à NBC.

A distância entre o local onde o piloto saiu do F35 e onde foram encontrados os destroços é de cerca de 130 quilómetros. Por outro lado, as informações oficiais dizem que o piloto — cuja identidade não foi revelada — se ejetou por volta das 13h30 (hora local). Os moradores da zona onde os destroços foram encontrados disseram ter sentido as casas a abanar por volta das 14h00.

Ou seja, o F35 terá continuado a voar em piloto automático durante meia hora.

epa09576596 An Italian Air Force  F-35 Lightning II during celebration of the 60th anniversary of the Kindu atrocity at military airport of Pisa, Italy, 11 November 2021. The Kindu massacre, took place on 11 November 1961 in Kindu Port-Empain, in the Belgian Congo where thirteen Italian airmen, members of the United Nations Operation in the Congo (ONUC), were murdered. The Italian aviators manned two C-119s, twin-engine transport aircraft known as Flying Boxcars, of the 46a Aerobrigata based at Pisa Airfield.  EPA/GIUSEPPE LAMI

GIUSEPPE LAMI/EPA

Na chamada que foi feita para o número de emergência nacional, e divulgado pela AP, ouve-se uma voz a dizer que tem um piloto em sua casa e que aterrou no seu quintal. Em seguida, é o próprio piloto quem diz que está bem, apesar da queda de 600 metros, e pede que enviem uma ambulância ao local. A sua única queixa eram dores de costas.

“Minha senhora, um caça militar caiu. Eu sou o piloto. Precisamos iniciar o resgate”, ouve-se na gravação. “Não tenho certeza de onde o avião está. Ele caiu em algum lado. Eu ejetei-me.”

Segundo o porta-voz da Base Conjunta de Charleston, de onde partiu o caça, o F35 estava a voar em piloto automático quando o piloto foi ejetado. Jeremy Huggins, em declarações à NBC News, disse ainda que o transponder (dispositivo de comunicação eletrónico) não estava a funcionar por motivo indeterminado, o que terá dificultado a localização dos destroços.

Defeito técnico ou ciberataque? O relatório final deverá esclarecer as causas do acidente, mas, o mais provável, é o documento acabar classificado.

 
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