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Delírio (e não só) no Carnaval de Las Vedras

AVISO

Este artigo contém linguagem e descrições que podem ferir a sensibilidade dos leitores

O Carnaval de Torres Vedras é o mais famoso do país, atraindo multidões todos os anos. O João de Almeida Dias confessa que não gosta de Carnaval, mas quis ir ver o que é que Torres Vedras tem.

Carlos gosta demasiado do Carnaval de Torres Vedras para deixar que um ligeiro percalço lhe atrapalhe a noite de sábado. Ao início da noite, enquanto assava febras para dez amigos, o calor das brasas começou a derreter-lhe a cola das unhas de gel cor-de-rosa.

“Eh, pá, esta cola dos chineses é uma merda”, disse, aflito e irritado, à medida que via as unhas que a sua filha tão cuidadosamente lhe colocara a caírem diante dos seus olhos, pintados com uma sombra dourada e purpurinas. Entre as dez unhas iniciais, só duas restaram para contar a história.

Mas quem tem amigos tem tudo. Ao seu lado, Carlos tinha um grupo de homens munidos de seríssimos arsenais de maquilhagem. Vendo-o em aflição ainda de roda do grelhador, os seus companheiros foram em socorro deste chefe de turno numa fábrica de cerâmica. Quando enfim perceberam o que é que lhe fazia mais falta, um deles deu-lhe para a mão um verniz cor-de-rosa, da mesma cor das unhas que não resistiram à temperatura necessária para a assadura das febras. Foi um percalço, sim, mas Carlos soube ultrapassá-lo. No lugar das oito famigeradas unhas de gel, passou a estar uma demão de verniz. “Pronto, já está”, disse. Para Carlos, não seria nenhuma unha que lhe iria estragar o Carnaval de Torres Vedras.

Todos os anos é sempre a mesma história. Quando o calendário começa a aproximar-se do Carnaval, a mulher e a filha compram-lhe roupa de mulher barata e espampanante, tudo em tamanho que dê para este homem de quase 1,90 metros vestir. Depois, junta-se com um grupo de amigos na casa de um deles, onde comem e bebem à vontade. Nesta altura, ainda têm a roupa masculina vestida. Alguns, que receberam ajuda em casa, já chegam maquilhados. Outros, que não tiveram essa sorte, aproveitam-se dos serviços da mulher do anfitrião, que os pinta à vez. Só depois do jantar é que encarnam as personagens carnavalescas e vestem as roupas femininas.

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Por tradição, Carlos veste-se todos os anos de matrafona (João Varela)

Quando o encontro num dos passeios da Avenida 5 de Outubro, em Torres Vedras, Carlos faz questão de exibir em pormenor a sua escolha de roupa para este Carnaval. Na cabeça uma peruca preta, encimada por uma bandolete de onde despontam umas orelhas de gato. Mas é debaixo do casaco de peles falsas que reside o mais importante: um vestido com padrão tigresa, com um decote que o deixa com os pelos do peito à mostra, onde purpurinas e suor convivem em partes iguais, como água e azeite. Nas longas pernas, leva umas leggings verdes, sobre as quais tem uns collants de rede que lhe sobem até à cintura. Sobre o ventre, veste umas cuecas de renda transparentes. Ficam-lhe apertadas e por isso deixam evidente que, afinal de contas, Carlos é mesmo um homem.

Homem, ponto e vírgula. Neste 25 de fevereiro de 2017, sábado de Carnaval, Carlos é uma matrafona. Em dias extra-Carnaval, diz o dicionário online Priberam, uma “matrafona” é uma “mulher considerada desajeitada, malvestida ou malcuidada”. Porém, e isso não prevê o Priberam, é também um homem que se veste atabalhoadamente de mulher, sem que para isso oculte barba, pelos no peito e nas pernas.

Mas é não é bem por matrafona que Carlos responde quando lhe pergunto ao que vem mascarado. “Venho mascarado de arcanho!”, diz-me, de olhos desafiantes e ainda assim um sorriso na cara. “O que é um arcanho?”, pergunto-lhe. É uma armadilha. Carlos, que já estava à espera de tudo isto, ergue um braço em forma de manguito, aproxima-se da minha cara e diz bem alto: “É um caralho deste tamanho!”.

Para o dicionário online Priberam, uma “matrafona” é uma “mulher considerada desajeitada, malvestida ou malcuidada”. Porém, e isso não prevê o Priberam, é também um homem que se veste atabalhoadamente de mulher, sem que para isso oculte barba, pelos no peito e nas pernas.

Eu nunca gostei do Carnaval. Em toda a minha vida, mascarei-me pouco mais de um par de vezes. Tenho uma vaga memória de em pequeno, ainda na creche, me ter mascarado de pistoleiro do Faroeste e também de Zorro. Na altura vivia na Baixa da Banheira, onde as crianças mascaradas faziam um desfile pelo centro. Sei que, numa dessas ocasiões, obriguei a minha avó a estar lá para me dizer adeus enquanto eu passeava as minhas armas em frente à população. Felizmente, não lhe fiz a mesma exigência quando aos 15 anos me mascarei pela última vez, poupando-a assim à miséria de ver o neto mascarado de “Homem ao Contrário”. Ou seja, com as calças e a camisola vestidas com a parte de trás virada para a frente. Foi assim, desta forma lamentável, que pendurei a máscara.

Ainda assim, interessam-me os fenómenos populares e o cultivo de tradições, muitas vezes alimentadas pela carolice e boa vontade de quem as mantém vivas, comove-me. Por isso, numa reunião no Observador em que estávamos a pensar alto em reportagens que podiam ser feitas, achei pertinente tentar fazer as pazes com o Carnaval. O local do reencontro seria Torres Vedras, que se gaba de ter o “Carnaval mais português de Portugal” e é a cidade do país que mais pessoas atrai nesta quadra.

Depois de me dizer que vem mascarado de “arcanho”, peço a Carlos que me explique, como um devoto religioso explica a um ateu o que é a Fé, porque é que gosta do Carnaval de Torres Vedras. “O Carnaval é uma desculpa para fazermos o que queremos”, diz-me. “Sempre com respeito, claro, mas o Carnaval deixa-nos mais livres.”

No Carnaval de Torres Vedras, dezenas de grupos concorrem sob o mesmo tema — este ano, foi “Brincadeiras e Brinquedos” (João Varela)

Rapidamente se torna evidente o tipo de liberdade que Carlos mais aprecia no Carnaval. Neste passeio, fazendo uso da sua altura avantajada, observa com atenção quem passa na Avenida 5 de Outubro, uma das mais movimentadas deste Carnaval. Entre a multidão, faz por encontrar mulheres à volta dos 40 anos de idade e sozinhas.

“Têm de ser assim mais ou menos da minha idade e também convém que não estejam acompanhadas”, diz, referindo-se às mulheres que procura e a eventuais maridos ou namorados que as possam acompanhar. Sempre que uma mulher que se insere nestes requisitos passa, Carlos lança-lhes piropos. Uma caminha vestida de diabinha e Carlos passa-lhe a mão nos cabelos. À mascarada, o gesto causa-lhe uma surpresa que pouco tarda a manifestar-se sob a forma de repulsa, que manifesta com a expressão facial. “Com um diabo destes até eu ia para o céu!”, diz-lhe, sem ter uma reação em troca. Carlos volta à sua pose inicial, talvez a pensar que faria mais sentido ter dito “inferno” em vez de “céu”. Pouco depois, torna a insistir, de forma menos criativa e mais direta, com outras mulheres. “Ai, que beldade!”, atira-lhes. “Todas lindas, lindas, lindas, no Carnaval de Torres Vedras são todas lindas!”

As investidas de Carlos não têm resultado, embora ele garanta que nem sempre é assim. Vir vestido de matrafona, assegura, é a receita garantida para “um bom Carnaval”. “Nós no dia a dia somos feios de dar medo, mas no Carnaval mascaramos-nos de mulher para irmos ter com as mulheres dos outros”, garante. Entre as suas melhores memórias do Carnaval de Torres Vedras, está a vez em que caiu nas graças de uma mascarada e ela caiu nas graças dele. “Fomos para um bar, ela fingiu que ia à casa-de-banho e eu fingi que fui lá ajudá-la”, explica. Foram os dois, segundo Carlos, “dar à casca”.

Uma obsessão fálica constante

O tema do Carnaval de Torres Vedras de 2017 é “Brinquedos e Brincadeiras” e isso fica bem à vista de todos os que assistem ao corso, onde mais de 40 grupos de mascarados desfilam em concurso. Ao primeiro olhar, o corso assume um tom próprio para famílias.

À cabeça segue o Grupo de Bombos de Santiago de Figueiró que toca de forma desenfreada, cada um dos seus percussionistas compenetrados na tarefa árdua de abafar com os seus instrumentos as colunas que passam um sem fim de músicas da brasileira Ivete Sangalo.

Depois, segue-se cada um dos grupos. Um dos primeiros, sob o título de “Salta-nos a mola!”, é composto por vários palhaços, cada um dentro de uma caixa. Em torno do corpo têm uma mola que, a cada passo, obriga a caixa a subir e a descer desenfreadamente. Crianças, adolescentes e adultos misturam-se, tal como em tantos outros grupos. Noutro, seguem todos montados em cavalos-de-pau. Há também uma trupe que vai toda de papagaio de papel. Depois, naquilo que constitui uma grande coincidência ou um caso de plágio desenfreado, pelo menos três grupos surgem mascarados de marioneta e um igual número veste-se de macaco, cada um com uma manivela às costas, ao mesmo tempo que batem tampas de panela com as mãos.

Segurando um espanador abaixo da cintura, um homem vestido de boneca simula que se masturba. Pelo meio, no afã de representar bem o seu papel, ri-se da própria figura. É impossível que naqueles segundos de lucidez não lhe passe pela cabeça: "Quem sou eu e que raio é que eu estou a fazer?"

Estas são algumas das interpretações mais literais do tema deste ano, anunciado em junho passado numa cerimónia presidida pela Confraria do Carnaval de Torres Vedras. Porém, outros grupos foram mais imaginativos — e se há coisa que o Carnaval de Torres Vedras deixa claro é que, quando a imaginação é usada, geralmente traz consigo uma obsessão fálica que se traduz em pénis de borracha.

Há-os de várias formas e feitios. Um homem vestido de padre passeia-se com uma Bíblia Sagrada, que serve de pouso para um pénis de borracha que se mexe em várias direções. Outro, vestido de militar, avança numa posse austera enquanto segura outro pénis de borracha, ligeiramente maior do que uma garrafa de vinho. Não muito longe, um homem vestido de boneca é empurrado num carrinho de rolamentos por uma criança. Quando se aproxima uma máquina fotográfica, pede ao rapaz para interromper a marcha. Depois, sobe a própria saia, revelando um espanador de várias cores colocado entre as virilhas. Fingindo caras de prazer, simula que se masturba efusivamente. Pelo meio, no afã de representar bem o seu papel, ri-se da própria figura. É impossível que naqueles segundos de lucidez não lhe passe pela cabeça: “Quem sou eu e que raio é que eu estou a fazer?”.

(João Varela)

Da República aos slows de Mário e Maria

Simpaticamente, Mário e Maria explicam-me que no Carnaval de Torres Vedras uma pessoa deve descontrair e aceitar tudo e todos à sua volta. “Isto é para uma pessoa estar à vontade”, lançam-me num repto. Vestidos com fatos típicos da Tunísia — branco, com ornamentos dourados, igual à capa que fica presa pelo pescoço, e um chapéu amarelo com lantejoulas douradas —, de onde tinham chegado de férias à 1h00 de sábado, cada um segura um falo de plástico por um pauzinho de gelado. Ao lado, têm o filho menor, com cerca de 10 anos, que não está mascarado.

“Nós trabalhamos o ano todo, às vezes das 7h00 até às 2h00 do dia seguinte, andamos o ano todo preocupados com a nossa vida”, diz Maria que, com o marido, tem um negócio de venda ambulante de fruta e vegetais biológicos. “O Carnaval serve para a gente descontrair e vir para aqui brincar uns com os outros.”

Sobre a evidente obsessão fálica deste Carnaval, recordam que o tema do ano é “Brinquedos e Brincadeiras” e fazem os dois um sorriso cúmplice. “Não há nenhuma pessoa que não goste disto”, diz Mário, referindo-se ao seu adereço e a tudo o que ele representa. “Isto é o brinquedo favorito de muita gente.” Ao lado, o filho acompanha a conversa. Quando lhe pergunto a sua opinião, responde-me: “Então, isto é que o toda a gente tem!”. Os pais sublinham que não têm nada para lhe explicar: “Eles hoje saem da escola a saber tudo!”.

Mário (na fotografia), conheceu a mulher no Carnaval de Torres Vedras há 29 anos (João Varela)

Mário e Maria cedo se apressam a explicar que o Carnaval de Torres Vedras não se faz apenas de obsessões fálicas e penduricalhos penianos. Também é feito de amor, como é o deles, que surgiu numa pista de dança em tempo de Carnaval. Foi há 29 anos. Nessa altura, recordam, o Carnaval pouco passava pela rua. Numa festa no complexo desportivo local, a Física, Mário aproximou-se de um grupo de amigas e abordou uma delas. Estava a dar um slow. “Era coisa rara no Carnaval, nunca mais ouvi um slow no Carnaval”, recorda. A rapariga, que tinha namorado, recusou-lhe a mão. Foi nesse momento em que Mário se chegou ao pé de Maria, que assistiu a tudo isto de perto. Ao início, ela não quis ser o plano B de ninguém. Mas perante nova insistência de Mário, Maria foi com ele.

Pouco depois, ali estavam eles, a dançar pela primeira vez. Ele, de “brinco e chapelinho”. Ela, sob o olhar atento do irmão 14 anos mais velho. No final da música, Mário confessou a Maria que quando a batida acelerava ele saltava para fora da pista de dança. “Não sei dançar mais nada para além de slows”, admitiu. “Então anda cá que eu ensino-te!”, disse Maria. Mário ficou e o resto é história — mesmo que o irmão, no final da noite, depois de a ter observado, lhe tenha dito que “amores do Carnaval não chegam ao Natal”. Chegam, pois.

Mário e Maria conheceram-se no Carnaval de Torres Vedras há 29 anos, depois de terem dançado um slow.

O Carnaval de Torres Vedras é, vendo bem as coisas, uma tradição antiga, cujas raízes vão bem para trás da data em que Mário e Maria se conheceram na Física. De acordo com o site oficial, esta celebração pagã — que surgiu originalmente para marcar os dias que antecedem a Quaresma — começou a ir de forma organizada para as ruas de Torres Vedras em 1912 em contexto de afirmação da República. “Emergia uma nova festa cívica, porque invertia a ordem vigente, por extensão a ordem anticlerical”, escreveu o historiador torreense Carlos Guardado da Silva, em janeiro de 2012. Antes da instauração da República, recorda, o Carnaval era “um tempo de excessos também na comida, através de alimentos gordos e flatulentos que libertariam gases pestilentos e sonoros, substituídos modernamente pelas bombas de mau cheiro”.

“Deixem-se de meeeeedras, Carnaval é Torres Veeeeedras”

Na noite de 25 de fevereiro de 2017, o ar não é tomado por odores intestinais e o único sinal explosivo era trazido apenas pelos vários mascarados de bombista-suicida. Antes disso, o que mais viajava pelo ar eram as ondas sonoras vindas dos vários sistemas de som em combate, protagonizando uma luta desenfreada entre músicas. Mas mesmo nesta guerra há um ponto em comum, já que pouco se ouve para além da brasileira Ivete Sangalo. Enquanto uma coluna passa a música “Arerê” (“Arerê! / Um lobby, um hobby, um love com você”), outra responde com “Céu da Boca” (“Eu vou enfiar uva no céu da sua boca / E aí chupa toda / Disse Toda”) ao passo que lá ao fundo um terceiro sistema de som tenta impor-se com “Festa” (“E vai rolar a festa / Vai rolar! / O povo do gueto / Mandou avisar”).

São também as músicas da cantora baiana que imperam no repertório da banda que toca a bordo de um autocarro de dois andares com uma mezzanine — na prática, um autocarro com três andares. Atrás, segue uma multidão que avança a passo de dança. Ao lado de freiras seguem gatinhas atrevidas, ladeadas por Pikachus, enfermeiros, Super Mários, Donald Trumps e, claro, matrafonas. Entre músicas, um dos vocalistas da banda em alturas grita e pede à multidão para repetir depois dele: “Deixem-se de meeeeedras, Carnaval é Torres Veeeeedras”. “É meeeeedras, então, aqui ninguém diz merdas”, sublinha.

Todos os anos, o Carnaval de Torres Vedras atrai milhares de pessoas de fora da cidade (João Varela)

Quanto a slows, confirma-se a versão de Mário: nada. O mais perto que há disso é uma versão eletrónica de “A Banda”, de Chico Buarque. Se calha em descobri-la, o artista carioca certamente pegará toda a sua indignação vertida sobre o impeachment de Dilma Roussef, canalizando-a antes para esta chacina musical.

É perto da coloquialmente conhecida “Praça da Batata” (nos mapas oficiais, basta procurar por Praça Machado dos Santos) que a música soa mais alto. Alexandra tem 18 anos e faz agora uma pausa da pista de dança em que se tornou aquela zona. “Eu apanho sempre grandes bebedeiras aqui”, diz, sobre o Carnaval de Torres Vedras. Não muito longe, uma jovem mascarada à senhora boémia dos anos 20 — talvez queira ser Florbela Espanca, possivelmente Zelda Fitzgerald, depende das suas referências culturais — vomita no chão a partir de um banco de jardim. Ao que parece, jantou um caldo verde.

Alexandra está vestida com um niqab, a túnica preta usada sobretudo no Médio Oriente que deixa apenas os olhos a descoberto, que ficam visíveis através de uma fenda. Para falar comigo, levanta o véu, deixando a cara a descoberto. “Este fato veio diretamente do Catar”, diz, orgulhosa, para depois contar que foi o pai que lho trouxe daquele país. “Ele é calceteiro, mas depois vai para fora do país e faz de tudo um pouco nas obras”, conta. De regresso, já no aeroporto, quis trazer algo para a filha. Ciente da sua adoração pelo Carnaval, trouxe-lhe um niqab. “É mesmo isto!”, terá dito, segundo Alexandra.

Mas nem sempre foi assim. Alexandra não gostava do Carnaval até ter vindo ao de Torres Vedras. Antes, esta jovem da Murteira, no distrito de Leiria, só tinha ido ao Carnaval do Nadadouro, nas Caldas da Rainha. Sobre este evento, guarda apenas palavras pouco simpáticas. “É uma merda”, diz. “Tens de escrever isso.” Aqui está, Alexandra.

Só em Torres Vedras é que se deixou contagiar pelo espírito do Carnaval. “Não há melhor do que isto, isto é brutal!”, garante-me. Porquê? “Porque isto é brutal!”

Alexandra é simpática — como são, na sua grande maioria, os foliões de Torres Vedras — e por isso custa-lhe ver que, do meu lado, pouco tem para além de uma expressão cética.

“Mas tu não gostas do Carnaval?”, pergunta-me.

Não, Alexandra. Mas o problema não és tu, nem o Carnaval e muito menos Torres Vedras. Sou eu.

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