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Desenvolver o futuro, hoje!

A velocidade da evolução tecnológica, a responsabilidade social e ambiental, a par das questões da educação e literacia digital, marcaram a conversa sobre Mais Desenvolvimento nas Sociedades.

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A primeira Conversa da série Mais Fortes a Observar decorreu na 2ªfeira, ao final da tarde, no auditório 2 do Santander, em Lisboa. No jardim interior envidraçado, uma réplica do “Pensador”, de Auguste Rodin, parecia convocar os participantes para a reflexão. Combater assimetrias em termos de desenvolvimento, apoiar a luta contra a infoexclusão e estimular o compromisso de todos com uma consciência mais global, e menos local, foram algumas das ideias mais fortes do encontro.

Pedro Silva Dias,  Presidente da AMA – Agência para a Modernização Administrativa, I.P. e também coordenador da Estratégia para a Reorganização dos Serviços de Atendimento da Administração Pública, Roberta Medina, Vice-Presidente Executiva do Rock In Rio, João Pina, criador do site Fogos.pt, Bruno Morais, Senior Sales Director na Oracle e Marcos Soares Ribeiro, Diretor Coordenador do Santander Universidades Portugal, foram os convidados desta sessão. Um grupo “de influenciadores, de pessoas que marcam a paisagem em posições estratégicas para desenvolver conhecimento”, na descrição original da jornalista Laurinda Alves que moderou a conversa sobre Mais Desenvolvimento das Sociedades. 

A Qualidade nos Serviços Públicos

“Qualificar o atendimento nos serviços de utilidade pública” é um dos contributos da Agência para a Modernização Administrativa para o desenvolvimento da sociedade, começou por explicar Pedro Silva Dias, que elencou os objetivos daquele Instituto Público criado em 2007.

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Além da rede de Lojas do Cidadão, actualmente 53 em todo o país, os Espaços do Cidadão configuram um conceito distinto onde decorre a prestação exclusiva de serviços digitais. Trata-se de um modelo de atendimento que visa facilitar o acesso aos serviços digitais a toda a população, devidamente apoiados por técnicos que acompanham cada processo. As pessoas que não dominem a tecnologia podem, nestes locais, fazer operações online como a renovação da carta de condução ou do cartão de cidadão.

Pedro Silva Dias aponta as estatísticas que indicam que “aproximadamente 30% dos portugueses ainda estão pouco à vontade com as novas tecnologias” e não usam habitualmente ou de forma reiterada os serviços digitais. No entanto “quem não souber usar a internet pode usar os serviços num Espaço Cidadão”, uma rede de proximidade iniciada em 2014, que conta já com 600 locais no território nacional, fruto de parcerias com Municípios e Juntas de Freguesia.

A área da participação pública envolve vários programas, “entre eles o conhecido Simplex onde recolhemos feedback de todos os quadrantes para identificar problemas no circuito administrativo do país com a chamada burocracia”. Este programa é alvo de renovação anual, tendo sido implementadas 255 medidas em 2016 e 172 no último ano. No domínio do desenvolvimento de serviços digitais, o IRS automático é outro dos processos de modernização que também passa pela AMA.

Numa lógica de serviços públicos, a Agência para a Modernização Administrativa tem que garantir a universalidade, assegurando sempre o serviço presencial para quem dele necessita.  “É algo que temos de ter em atenção para não criar um país a duas velocidades, mas antes criar uma diferenciação de utilidade pública para aqueles que sabem usar as novas tecnologias, mas também para aqueles que não sabem”, concluiu Pedro Silva Dias.

“Quem não souber usar a internet, pode usar os serviços num Espaço Cidadão.”
Pedro Silva Dias, Presidente da Agência para a Modernização Administrativa, I.P.

A música pode mudar vidas

A criar beleza no mundo, pelo menos desde o primeiro Rock In Rio, Roberta Medina começou por destacar o privilégio partilhado por todos quantos trabalham na área do entretenimento. Referiu-se ao “dia a dia extremamente árido, em que estamos sempre à defesa e nunca nos entregamos” para explicar a importância dos momentos de lazer e convívio sem barreiras, em ambiente de total descontração. “No momento em que entra num espaço de lazer, você faz as maiores palhaçadas que você não faria andando na rua, você se solta”, contou, num sotaque sorridente.

Quando foi lançado o slogan “Por um Mundo Melhor” estava já assumido o compromisso de investir parte das receitas do projeto em causas sociais.

Além de gerar impacto económico e trazer os maiores artistas do mundo à cidade, o Rock in Rio conseguia apoiar projetos sociais, assegurando a educação de 3200 jovens no ensino básico.

Roberta contou que, na altura, fizeram uma série de estudos onde se  comprova que mais de 80% das pessoas estão disponíveis para comprar o produto mais caro, quando parte do valor é destinado a uma causa social. “Então não é à toa que o Marketing Social virou uma ferramenta de trabalho”, concluiu sem rodeios.

A par desta vertente social, o Rock in Rio foi também um dos primeiros promotores a conseguir a certificação ambiental na norma ISO 20121, dos eventos sustentáveis, “que fora as Olimpíadas de Londres e algumas grandes arenas, não foi atribuída a nenhum outro grande evento.”

Atualmente, mais de 70% dos resíduos produzidos durante o festival são reciclados e a organização já usa tecnologias de smart cities para economizar água, tudo com o objectivo de minimizar impactes ambientais.  Além disso, também contribui para a plantação de mais de 73 milhões de árvores na Amazônia.

A defesa da floresta é um compromisso desde a primeira hora e, nesse sentido, Roberta Medina abriu a porta a uma parceria com João Pina para ajudar a promover e amplificar o Fogos.pt, aproveitando todos os benefícios da máquina de comunicação do Rock In Rio.

“No momento em que entra num espaço de lazer, você faz as maiores palhaçadas que você não faria andando na rua, você se solta.”
Roberta Medina, Vice-Presidente Executiva do Rock In Rio

Fogo! Onde?

À imagem de tantos outros projectos, o Fogos.pt “nasceu à mesa de um café, a beber uns finos, em Aveiro, com amigos que eram bombeiros ou do INEM” . Natural de Canas de Senhorim, João Pina precisou de apenas uma noite para implementar um serviço digital, baseado em informações disponibilizadas livremente por diferentes entidades.

Lembrou que na altura, em 2015, a Proteção Civil tinha um site muito antiquado, que disponibilizava apenas a informação sobre incêndios activos através de um ficheiro PDF que era tudo menos intuitivo. Portanto João Pina traçou o objectivo de tornar o acesso possível a qualquer pessoa e de uma forma facilitada.

O fogos.pt surgiu em agosto 2015 e logo nas primeiras semanas tinha já tinha mais de mil utilizadores. O jovem empreendedor recordou os incêndios de outubro passado, altura em que chegaram a registar 14 mil pessoas online em simultâneo a consultar o site.

A evolução é constante e, do projecto que começou por ser apenas um site, já resultaram aplicações disponíveis para smartphones Android e iOS, assegurando assim as notificações de novos incêndios, no momento da detecção, em mobilidade.

“Este ano também estamos a colocar o fogos.pt em código aberto”, permitindo a quem possa contribuir para melhorar ainda mais o projeto. João Pina já contabilizou “cerca de 10 pessoas a contribuir para a aplicação, o que demonstra o interesse da comunidade em colaborar e também o valor social do projeto.” A ideia é facilitar o máximo de informação às pessoas para que estas possam prevenir e evitar catástrofes. Por isso o fogos.pt está a ser complementado com dados da meteorologia, intensidade e direcção do vento, temperaturas e índices de risco de incêndio. No final confessou-se “orgulhoso por ter criado algo que está a causar impacto na sociedade.”

“O fogos.pt nasceu à mesa de um café, a beber uns finos, em Aveiro, com amigos que eram bombeiros ou do INEM.”
João Pina, criador do site fogos.pt

Tecnologia ao serviço das pessoas

Bruno Morais partilhou a visão de quem lida diariamente com empresas e serviços públicos que procuram soluções em tecnologias de transformação digital. Uma das principais preocupações é o combate à fraude, nomeadamente através do desenvolvimento das tecnologias de machine learning e de big data, permitindo a análise de enormes conjuntos de dados. Numa dimensão impossível para o olho humano, a máquina “consegue rapidamente aperceber-se e detectar padrões que podem indicar a necessidade de uma análise mais profunda”, explicou o Senior Sales Director da Oracle.

A regulação da proteção dos dados e a questão da cibersegurança são dois temas essenciais para o desenvolvimento das sociedades em todo o mundo. A propósito do novo  Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) que entra em vigor no próximo dia 25, o responsável  da Oracle considera  que “foi preciso haver este ímpeto da União Europeia para obrigar a que fossem criadas iniciativas por parte das organizações e para que se desse a atenção devida ao assunto.”

Em matéria de inteligência artificial, a implementação cada vez mais frequente de chatbots e outras aplicações com recurso a computação autónoma, comprova os benefícios para os utilizadores que assim podem aceder à informação de uma empresa ou serviço a qualquer hora.

Apontando os  benefícios da transformação digital, Bruno Morais salientou os serviços Cloud que permitem aceder à informação sem ter os servidores dentro da empresa, ou num datacenter, salientado que “isso contribui para esbater as fronteiras o que, para um país periférico como Portugal, representa uma imensa oportunidade.”

Um dos grandes desafios é o combate contra a infoexclusão. “Requalificar, reformular competências de forma rápida e eficiente para conseguir ajudar essa parte da sociedade, que pode potencialmente ficar de fora”, é uma das preocupações partilhadas por Bruno Morais.

“Requalificar, reformular competências de forma rápida e eficiente para conseguir ajudar essa parte da sociedade, que pode potencialmente ficar de fora.”
Bruno Morais, Senior Sales Director da Oracle

Educação e mudança

O Santander Universidades procura “acrescentar valor ao que já é bem feito pelas instituições de ensino superior em Portugal,  através de um conjunto de atividades complementares”.

Estas acções enquadram-se em três áreas de intervenção envolvendo a criação de oportunidades para estudantes e investigadores, que podem contar com as bolsas de mobilidade, criadas para lhes permitir viajar e ter um período de experiência em contexto internacional. Na mesma linha, o apoio à permanência no ensino superior, através de complementos de acção social, procura ajudar os alunos com bom rendimento a prosseguir os estudos, em caso de dificuldades financeiras. O responsável do Santander Universidades adiantou que está a ser desenhado um novo projecto que “além do complemento financeiro prevê a figura dos Mentores, dentro da própria universidade, para apoiar durante a permanência dos estudantes.”

O empreendedorismo e a empregabilidade constituem outra área de intervenção fundamental, materializada em eventos e workshops dedicados aos estudantes no ensino superior, a par da atribuição de bolsas de estágio que facilitam a entrada no mercado de trabalho .

O terceiro domínio é o da transformação digital que passa por apoiar a digitalização das universidades, “ao nível dos novos modelos de ensino e da forma como os meios digitais vão ter um papel fundamental nessa transformação”, explicou o coordenador do Santander Universidades.

Ninguém tem dúvidas de que a digitalização vai criar disrupção e, para Marcos Soares Ribeiro, “isto significa uma grande responsabilidade em ajudar quem não aproveitou as oportunidades nas melhores condições, ou quem foi mais limitado por esta transformação”, para que ninguém fique para trás.

“Significa uma grande responsabilidade em ajudar quem não aproveitou as oportunidades nas melhores condições, ou quem foi mais limitado por esta transformação digital.”
Marcos Soares Ribeiro, Diretor Coordenador do Santander Universidades Portugal

Em maio chegou ao Observador uma nova parceria com o Santander, numa iniciativa a que chamámos Mais Fortes a Observar, onde reunimos convidados de várias áreas para conversar sobre temas ligados à sustentabilidade e Responsabilidade Social.

Mais Comunidade é o tema da próxima conversa, que terá lugar no dia 20 de junho, às 18h00, no Auditório 2, Rua da Mesquita, 6 – Centro Totta 7A, 1070-238 Lisboa.

Mais Fortes a Observar é uma iniciativa do Observador e do Santander

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