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Elis, simplesmente Elis, a Pimentinha perfeita

Apesar do metro e meio, Elis Regina foi a maior voz do Brasil. Estreia-se agora o filme biográfico de Hugo Prata, desculpa perfeita para recordar a cantora e as coisas que aprendemos nos discos.

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Em trevas, o palco recebe um clarão de luz que revela um pouco do sorriso inconfundível. “O teu corpo é luz, sedução/ Poema divino cheio de esplendor”, canta Elis Regina por debaixo dos holofotes do Teatro Villaret em Lisboa. “Teu sorriso prende, inebria e entontece/ És fascinação, amor”, continua, abre os braços esticados para o céu, fecha os olhos, e deixa alongar a palavra “amoooor”, soltando finalmente o sorriso de cara inteira e penteado a la garçonne. Elis, simplesmente Elis. No Teatro Villaret em 1978, entre os jurados de Festival RTP da Canção que acharam pertinente premiar “Dai Li Dou”, nem que fosse para provar que Tozé Brito é homem para dançar com calças à boca de sino.

“Fascinação”, a canção com que Elis abre o concerto no Villaret, no intervalo do festival, é parte primordial do espetáculo Falso Brilhante, que conseguiu a proeza de estar 14 meses seguidos em cena. No Teatro Bandeirantes, em São Paulo, o ambiente no palco era circense, com cor, glitter e personagens incorporadas pela cantora de Porto Alegre, transpostas depois para disco no momento de maior sucesso da carreira. Na profética “Como Nossos Pais”, primeira canção de Falso Brilhante, explica de chegada:

“Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo”

As imagens subentendidas são claras. A menina espevitada que tem sucesso na rádio de Rio Grande do Sul, que descobre a voz tremenda em frente à TV brasileira e é julgada pelos colegas como complacente com a Ditadura Militar.

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“Por isso cuidado, meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado para nós
Que somos jovens”

Solta o aviso urgente pela melodia e letra do então desconhecido Belchior, que escreve ainda para Elis que, “Nossos ídolos/ Ainda são os mesmos/ E as aparências/ Não enganam não/ Você diz que depois deles/ Não apareceu mais ninguém”. Mas apareceu Belchior, João Bosco, Zé Rodrix e antes Gilberto Gil e Milton Nascimento, tudo nos braços de Elis, que lapidou as canções como ninguém destes jovens compositores, recebendo em troca o veículo para se tornar a voz do Brasil.

Um espelho de Elis

“Como Nossos Pais” é a primeira cena de Elis, filme realizado pelo Hugo Prata, que estreia nesta quinta-feira em Portugal, no mesmo mês que ganhou oito categorias de Grande Prémio do Cinema Brasileiro, incluindo “Melhor Atriz” para Andréia Horta. A atriz de Minas Gerais é um espelho de Elis, desde os traços mais óbvios à gargalhada, parte intrínseca da personalidade jovial da cantora gaúcha.

“Conseguimos ser leais ao talento e grandeza da Elis, traduzir um pouco da sua controversa personalidade”, diz ao Observador Hugo Prata, “esse era o maior desafio”. Sobre o papel de Andréia Horta, o realizador expõe a preocupação de que “ela compreendesse o arco emocional da Elis, suas angústias e medos, seu cansaço, a barra que carregava”. Ao lado de “Aquarius”, “Elis” foi o principal filme brasileiro do ano passado e curiosamente, o filme que está a ofuscar a rentrée em 2017 é “Como Nossos Pais” de Laís Bodanzky, inspirado no título da canção como forma de representar o choque entre duas gerações.

Seria essa canção também um retrato fiel da relação entre Elis e os pais? “A relação com o pai era muito superficial, o pai era muito reservado”, explica Júlio Maria, jornalista do Estadão e escritor da biografia Nada Será Como Antes, “e a mãe era uma mulher simples, vinda da periferia de Porto Alegre, mas empolgada e presente na vida da filha”.

A cantora chegou desacreditada ao palco de Beco das Garrafas, na Rua Duvivier em Copacabana. O filme encena o encontro tumultuoso de Elis com o produtor e compositor Ronaldo Bôscoli, talvez um reflexo da restante relação, que resultou num filho, infinitas discussões na esplêndida casa de São Conrado e divórcio poucos anos depois.

A voz suave de Nara era um exato oposto, um arqui-inimigo e Elis rapidamente entende que não era capaz de sussurrar canções, o seu reportório tinha de contar outra história.

Ronaldo Bôscoli e Luís Carlos Miele promoviam apresentações curtas no Little Club do Beco e, apesar da rigidez de movimentos, a voz de Elis convence os dois para uma oportunidade nos palcos cariocas. O esforço não era por menos, os concertos no Beco das Garrafas eram uma grande vitrine para o cenário Bossa Nova do Rio de Janeiro, onde a cantora gaúcha ouve pela primeira vez Nara Leão, a musa de movimento de Tom Jobim e João Gilberto. A voz suave de Nara era um exato oposto, um arqui-inimigo e Elis rapidamente entende que não era capaz de sussurrar canções, o seu reportório tinha de contar outra história.

Além do futuro marido, no Beco conhece Lennie Dale, o coreógrafo americano que lhe ensina a alegre dança dos braços giratórios, que levou alguns maldosos à alcunha “Hélice Regina”. No conceito de que quem desdenha quer comprar, o filme torna-se numa história de amor quando a cantora cede aos avanços de Bôscoli, e até acaba por aceitar uma sugestão radical alguns anos depois. “Sabe a Mia Farrow? A atriz? Mulher do Sinatra. Sabe?”, diz Bôscoli, interpretado por Gustavo Machado. “Então. Cortou o cabelo curtinho, à la garçonne, chiquérrimo, entendeu? Sofisticado, moderno.”

Esse enorme Arrastão

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, dia 17 de março de 1945. Mas simplesmente Elis nasceu no Festival Nacional da Música Popular Brasileira, 1965, em direto para o Brasil na TV Excelsior. Aos berros, na visão de uns, e cantando divinamente, na visão de outros, Elis abriu os braços como Lennie Dale ensinou e ganha o festival ao fazer um notável “Arrastão”, com letra de Vinicius de Moraes e música de Edu Lobo, numa tentativa bem conseguida de colocar um tema baiano dentro da visão sofisticada que os dois imaginavam para a música brasileira.

“Arrasta essa gente aí, Pimentinha”, dizia o bilhete motivacional de Vinicius para Elis, imortalizando a cantora com segundo nome. “Arrastão” fazia sucesso num momento pós-Bossa, era uma canção Nordestina, mas refinada como Tom Jobim, pop como as canções da rádio do antigamente e com todas as pontas atadas pela voz inescapável de Elis. Enfim, era Música Popular Brasileira antes de existir, ou será que nasceu aqui?

1965 foi mesmo o ano-chave. Depois de alguns álbuns onde a jovem estava enfadada num repertório arcaico, começa a fazer dupla ao lado de cantor dançarino Jair Rodrigues, um verdadeiro pré-Michael Jackson, e surge a química jovem e frenética que faz a cantora atingir finalmente sua geração.

No Teatro Paramount em São Paulo, com a banda Jongo Trio, e depois em disco no 2 da Bossa, aqui estava um repertório para os vocais vigorosos de Elis, com sambas de morro de Cartola e Zé Keti, o mesmo estilo que Nara Leão explorava um ano antes no divisor de águas Opinião, mas cantado de forma totalmente díspar, como se fossem duas galáxias distantes.

“Acender as velas, já é profissão/ Quando não sou eu/ É Nara Leão”, espicaça a própria Elis no final do Medley extasiado que abre o disco. “A relação entre as duas era muito complicada, até porque Nara namorou antes o Ronaldo Bôscoli”, revela o biógrafo, “e a Elis se contrapõe ao canto da Nara, tentava se impor, mostrava como ela achava que se devia cantar, fazia vários ataques públicos e na imprensa”.

Apesar da pimenta na língua, Nara manteve a atitude Love & Peace de sempre. A hostilidade entre as duas é captada em cena no filme, com a Pimentinha sempre dramática e pulsante. “O mais importante no filme era captar a dramaticidade da Elis, tanto no palco, como na vida pessoal, encontrar uma atriz que compreendesse o drama emocional”, indica Hugo, “o resto podemos conseguir com recursos de cinema, como maquiagem, cabelo, trabalho de corpo e voz”.

Elis e Jair. A receita de dois ingredientes era sucesso garantido e com ajuda de Bôscoli, e aval da TV Record, criam o Fino da Bossa, que se torna no programa musical de maior audiência. Todas as semanas em frente à TV, Elis cantava de peito aberto e livre, fosse o clássico “Carinhoso” ou o peculiar “Lunik 9”, canção de um promissor compositor que convida para o programa, chamado Gilberto Gil.

“Que pensez-vous de la situation actuelle au Brésil?”, provoca um jornalista francês nos bastidores do Olympia, em Paris. “Nós sofremos um golpe militar como vocês sabem, então nós vivemos vigiados, não há liberdade de expressão”, responde, acrescentando que “o país está a ser governado por gorilas, sem querer ofender os gorilas”.

Além do baiano, Elis decide que o futuro da música brasileira está em Milton Nascimento, um mineiro calmeirão de voz cristalina. O álbum de 1966 é de uma cantora de geração renovada, até com Caetano Veloso e Torquato Neto, um ano antes destes miúdos virarem de avesso a brincadeira com uma coisa chamada Tropicália. As apostas da cantora nos jovens é olhada com desconfiança, mas ela mantém-se irredutível, assim como na fervorosa defesa pela música nacional, e contra a pop norte-americana, pensamento típico de um país politizado pelo Golpe Militar.

“Enquanto a nossa meta não for atingida, continuamos gritando nosso canto, enquanto nossa música não voltar ao que é, nós lutamos”, proclama em 2 da Bossa 3, terceiro álbum ao vivo de Elis/Jair, “é preciso cantar o que é nosso”. O pensamento esquerdista de resolver o Brasil pelas canções nacionais bate na trave quando chega a Tropicália, e mal ou bem, Elis acabaria por absorver a mensagem desses miúdos a quem deu o primeiro porta-voz na televisão.

“Que pensez-vous de la situation actuelle au Brésil?”, provoca um jornalista francês nos bastidores do Olympia, em Paris. “Nós sofremos um golpe militar como vocês sabem, então nós vivemos vigiados, não há liberdade de expressão”, responde, acrescentando que “o país está a ser governado por gorilas, sem querer ofender os gorilas”.

A cena a meio de filme retrata a polémica entrevista em 1969, enquanto Elis prosseguia a parceria com Milton em “Vera Cruz”, e com os velhos Bossas de sempre, como Vinicius de Moraes e Roberto Menescal, tendo o melhor momento em “Canto de Ossanha”, quando consegue transformar um característico afro-samba em Elis Regina.

“Para ser sincero não gosto”, reage Nelson Motta noutra cena de “Elis”. O famoso jornalista e produtor é protagonizado por Rodrigo Pandolfo, com direto a uma cena de infidelidade com a cantora, ainda casada com Bôscoli. “Acho careta, porra Elis você tem 24 anos, bicho, está parecendo uma cantora de 60”, continua, e mostra o estrondoso primeiro disco da Gal Costa. “É preciso estar atento e forte”, ouve-se aos berros na aparelhagem.

Da soul ao samba ao mundo

Imaginem o sapo que Elis teve de engolir para deixar Nelson Motta produzir um disco seu com guitarras elétricas. A mesma Elis que foi protagonista da passeata contra as guitarras elétricas nas ruas de São Paulo, que renega a frivolidade da Jovem Guarda, e que agora estava no estúdio a cantar Roberto Carlos. Em Pleno Verão, como não podia deixar de ser, tem a melhor versão de “As Curvas da Estrada de Santos”, porque qualquer coisa que a Pimentinha toca, se torna na melhor versão.

Ao lado de Tim Maia, ataca a soul, e com Jorge Ben dá um ambiente de samba rock a todo o disco, recheado de metais, bem black music, bem swingado, bem 1970. “O Nelson tem a importância de modernizar a Elis”, confirma Julio, “ela disse ao Nelson que queria ficar moderna, fazer um disco mais conectado, um disco de cantora popular, e ele lhe mostra coisas que Elis não ouvia, como Beatles e Crosby, Stills & Nash”.

No ano seguinte segue o baile, grava a sequência impensável de “Black is Beautiful”/“Cinema Olympia”/“Golden Slumbers” dos Beatles, e a censura embirra estranhamente com “Black is Beautiful” por suposta apologia aos Black Panthers, quando na realidade foi composta pelo betinho loiro Marcos Valle e irmão, que fazem os versos engraçados de:

“Hoje cedo, na rua Do Ouvidor
Quantos brancos horríveis eu vi
Eu quero um homem de cor
Um deus negro do Congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu”

Clássico, pois claro.

No filme, apaixona-se primeiro pelo piano de César Camargo Mariano, e só depois pelo homem. A relação com Bôscoli estava mais de que condenada e encontrou no pianista um parceiro musical, e pai de dois filhos, entre eles a célebre cantora Maria Rita. Elis, de 72, é o primeiro álbum sem a sombra de Bôscoli, onde abraça de forma corajosa Zé Rodrix e Guarabyra, dois compositores totalmente díspares de todo o cenário, que diziam fazer rock rural.

“Eu quero uma casa no campo/ Onde eu possa compor muitos rocks rurais”, canta no grande single “Casa de Campo”. Nesse álbum aparece pela primeira vez também João Bosco e uma malta esquisita de longínquo Ceará, chamada de Belchior e Fagner, assim como o sempre confiável Milton, agora com um novo conceito comunitário chamado Clube da Esquina.

Visionária Elis

Propositadamente ou não, Elis narrava nos seus discos a trajetória de quase toda a MPB que iria marcar os próximos anos. Porém, não era isso que ocupava a cabeça da cantora. Apesar de não se conhecer exatamente os contornos da entrevista com os militares, o filme sugere que Elis foi coagida a cantar o Hino Nacional nas Olimpíadas do Exército, que levou à sua fase persona non grata entre os opositores da ditadura. Foi um prato cheio para a imprensa de esquerda, e o cartunista Henfil desenhou o enterro da cantora mais famosa de Brasil. No ano seguinte, durante um festival, Caetano teve de chamar a atenção à plateia desinteressada de Elis e exigiu no microfone que “respeitem a maior cantora desta terra”.

E quando ninguém esperava, surge um violão insistente, e duas notas do velho conhecido piano de Tom Jobim:

“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo”

Elis suave, quase Nara, em pleno 1974. “É o nó da madeira”, responde Tom. Era Elis & Tom, era o regresso triunfal da cantora, era uma cápsula no tempo para o melhor da Bossa Nova, era uma música demasiado perfeita para ser ignorada, era um mistério profundo.

A dupla grava em Los Angeles, Califórnia o álbum que consegue tornar todas estas regravações nas versões oficiais das canções, como se isso fosse possível. A própria “Águas de Março” foi um achado de Roberto Menescal na casa de Tom, uma canção quase esquecida que se tornou na maquete para como os timbres de mulher e homem devem deitar-se numa canção.

O êxito arrebatador serviu para a cantora fazer finalmente o que sempre quis, um concerto itinerante de resistência, meio circense, com jovens compositores, que seria claro, o Falso Brilhante. No palco floresce Elis e Belchior, o compositor cearense de bigode que escreve “Como Nossos Pais” e “Velha Roupa Colorida”. Nessa última, Belchior parece adivinhar o que a cantora vinha a fazer desde que convidou Gilberto Gil para participar no programa de TV, rejuvenescimento.

“Você não sente, não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer”

As composições geniais de Belchior e a explosiva diabólica “Jardins de Infância” de João Bosco, seriam a volta completa 360 na oscilante carreira de “Élis” para os portugueses, e “Êlis” para os conterrâneos.

Entrando de cabeça

“Melhor que ninguém na MPB, ela merece esta epígrafe para um biografia, um filme, seja lá o que for que lhe diga respeito: A trepidante carreira de Elis Regina”, dizia Zuza Homem de Mello no Jornal Estadão, um ano antes da morte da cantora, em antecipação do concerto Trem Azul, a última vez que veria sua amiga.

Na manhã de 19 de janeiro de 1982, a cantora serviu o pequeno-almoço aos filhos e fechou-se no quarto de apartamento em São Paulo. Uma overdose de cocaína e álcool foi o fim dramático para quem já se equilibrava na corda bamba das drogas há oito meses, segundo a pesquisa de Julio.

“Tudo o que ela fazia na vida entrava de cabeça, então também estava entrando de cabeça na cocaína”, confirma o biógrafo sobre a tournée derradeira da cantora. Antes dessas últimas apresentações, a Pimentinha teria outro êxito tremendo com o espetáculo Transversal do Tempo, onde “Deus Lhe Pague” vira pesado krautrock, e com Essa Mulher, que gera a sua música mais reconhecida até hoje.

“O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, torna-se num clássico instantâneo e serve de hino para anistia que começa a ocorrer gradualmente com os exilados políticos.

“A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil”

[…]

“Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar”

O cartoonista Henfil, o mesmo que ridicularizou Elis quando canta para os militares, chorou quando ouve a canção diretamente das mãos da cantora, ao lembrar o irmão que estava prestes a regressar de longo exílio. Quando o irmão retorna, em vez de ser recebido pela polícia, reza a lenda que estavam centenas de pessoas com gravadores a tocar “O Bêbado e a Equilibrista”.

Na manhã de 19 de janeiro de 1982, a cantora serviu o pequeno-almoço aos filhos e fechou-se no quarto de apartamento em São Paulo. Uma overdose de cocaína e álcool foi o fim dramático para quem já se equilibrava na corda bamba das drogas há oito meses, segundo a pesquisa de Julio.

“Porém, em nenhum momento do inquérito policial tem a palavra overdose”, explica, “o que aconteceu foi um acidente, a quantidade não era suficiente para uma intenção autodestrutiva, ela misturou uma quantidade comum de cocaína com bebida alcoólica, potencializando o efeito da cocaína”.

O corpo foi velado em apoteose no Teatro Bandeirantes, no mesmo palco onde cantou “Como Nossos Pais” e imortalizou os versos de Belchior. “Não quero lhe falar/ Meu grande amor/ Das coisas que aprendi/ Nos discos/ Quero lhe contar como eu vivi/ E tudo o que aconteceu comigo”.

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