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Os dois líderes continuam a querer aprofundar as relações sino-russas, havendo "vários interesses" a ligar as duas potências
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Os dois líderes continuam a querer aprofundar as relações sino-russas, havendo "vários interesses" a ligar as duas potências

SPUTNIK/AFP via Getty Images

Os dois líderes continuam a querer aprofundar as relações sino-russas, havendo "vários interesses" a ligar as duas potências

SPUTNIK/AFP via Getty Images

Em Moscovo, os "queridos amigos" Putin e Xi discutem a paz na Ucrânia. ONU saúda, EUA e União Europeia reforçam apoio a Kiev

O líder russo e chinês reuniram-se esta segunda-feira. Antes, trocaram elogios: Putin admitiu ter um pouco de "inveja" do desenvolvimento chinês, Xi destacou "liderança forte" do homólogo russo.

Quatro horas e meia. Vladimir Putin e Xi Jinping estiveram reunidos, esta segunda-feira à tarde, num encontro que durou cerca de 270 minutos. Os temas da longa conversa mantêm-se, por enquanto, em segredo, mas momentos antes o Presidente russo confirmou que, ao longo dos três dias de visita oficial, os dois líderes iam discutir o acordo de paz chinês para resolver a guerra na Ucrânia. O Presidente russo assinalou que o “leu cuidadosamente” e que “respeita” as intenções do documento, garantindo que a Rússia está sempre aberta a negociações. A reunião de alto nível — a primeira depois de o Tribunal Penal Internacional emitir um mandado de detenção em nome do líder russo — foi ‘batizada’ com mensagens de reforço do apoio à Ucrânia por parte do Ocidente.

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A comunidade internacional esteve atenta a este encontro, na esperança de que a China pudesse convencer a Rússia a aceitar encetar negociações com a Ucrânia. Desde logo, a Ucrânia. O ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano confessou estar “a acompanhar atentamente” o encontro. “Esperamos que Pequim use a sua influência em Moscovo para colocar um ponto final à guerra de agressão”, afirmou o porta-voz da diplomacia de Kiev, Oleg Nikolenko, pedindo que a “integridade territorial” da Ucrânia seja “respeitada”.

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E, em declarações ao Observador, um dos porta-vozes do secretário-geral das Nações Unidas disse que António Guterres “apoia sempre qualquer tipo de diálogo que possa contribuir para a resolução pacífica” da guerra. Por seu turno, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, mostrou-se mais pessimista, avisando que o mundo não se deve deixar “enganar pelas táticas da Rússia apoiadas pela China” para acabar o conflito, já que visam somente “terminar a guerra” de acordo com os interesses russos.

“Esperamos que Pequim use a sua influência em Moscovo para colocar um ponto final à guerra de agressão”
Porta-voz da diplomacia de Kiev, Oleg Nikolenko

Mas não é apenas a guerra na Ucrânia que liga Vladimir Putin a Xi Jinping. Os dois líderes continuam a querer aprofundar as relações sino-russas, havendo “vários interesses” a ligar as duas potências. E, ao que parece, uma relação de amizade entre os dois Presidentes, que se trataram, por várias vezes, por “querido amigo”. “Caro Presidente russo, eu chamo-o sempre querido amigo”, afirmou o Chefe de Estado da China.

POOL VIA VGTRK/AFP via Getty Ima

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Os elogios e a aliança entre a China e a Rússia

Xi Jinping aterrou em Moscovo por volta das 10h00 desta segunda-feira no aeroporto Internacional de Vnukovo, a 30 quilómetros do centro da capital da Rússia. Em declarações aos jornalistas, após ter desembarcado, o Presidente chinês desfez-se em elogios na relação entre a China e a Rússia, países que são “bons vizinhos” e “parceiros de confiança”.

Esta visita, a primeira desde que Xi Jinping foi reeleito para um terceiro mandato à frente dos desígnios da China, será aproveitada para “trocar pontos de vista” com o homólogo russo. “Estou confiante de que a visita será frutífera e dará um novo ímpeto às relações saudáveis e estáveis entre a China e a Rússia”, vincou o líder chinês, voltando a referir aquilo que designa como “cooperação estratégica de uma nova era”.

Esta “cooperação estratégica” deve ser reforçada, defende Xi Jinping, que deu, ainda no aeroporto, algumas pistas relativamente ao teor dessa cooperação. “A China está disposta, juntamente com a Rússia, a defender um sistema internacional centrado nas Nações Unidas”, destacou o Presidente chinês, salientando que os dois países defendem uma visão da comunidade internacional em que imperam princípios como o “multilateralismo, a multipolaridade e a democratização das relações internacionais”, visando a “governança global de uma maneira mais justa e racional”.

Enquanto Xi Jinping se deslocava ao centro da capital russa, Vladimir Putin tinha outros afazeres na agenda, tendo participado numa reunião à distância com o ministro da Administração Interna e tendo discursado num comício que incidia sobre as relações entre a Rússia e o continente africano. Por volta das 16h45 (menos três em horas em Lisboa), o Presidente chinês chegava ao Kremlin e era recebido pelo homólogo russo.

Quem tomou inicialmente a palavra foi o Presidente russo. No encontro, Vladimir Putin adotou logo a designação “querido amigo” para congratular “pessoalmente” a reeleição de Xi Jinping. Prosseguindo num tom elogioso, o chefe de Estado da Rússia salientou que a “China tem realizado um avanço colossal no seu desenvolvimento”, havendo até uma “certa inveja” em Moscovo pelos feitos chineses.

“É um facto óbvio” para Vladimir Putin que a China “criou um sistema muito eficaz” ao “desenvolver a economia” e ao “fortalecer o Estado”. “É muito mais eficaz do que noutros países”, notou o Presidente russo, garantindo que — “sob a liderança” de Xi Jinping — Pequim vai continuar o caminho do “desenvolvimento”, alcançando os “objetivos a que se propõe”.

Na linha do que dissera antes no aeroporto, Xi Jinping voltou a elogiar o homólogo russo. A China e a Rússia devem manter a “proximidade”, sendo que Pequim valoriza o “desenvolvimento das relações sino-russas”. “Têm uma lógica histórica, uma vez que somos os vizinhos que partilhamos a maior fronteira. Somos parceiros na cooperação estratégica.”

Vladimir Putin concordava com a visão do homólogo chinês, vincando que todos os “amigos chineses” prestam “muita atenção” ao desenvolvimento das relações entre dois países. A China adota igualmente uma “posição justa e equilibrada” nas problemáticas das relações internacionais.

O Presidente chinês voltou mais uma vez a elogiar o seu homólogo russo, destacando que, “graças à forte liderança” de Vladimir Putin, a Rússia conseguiu fazer “um progresso significativo nos últimos anos”. E até se atreveu a fazer previsões para o futuro, abordando as eleições russas de 2024. “Tenho a certeza de que o povo russo vai apoiá-lo”, assegurou o chefe de Estado da China.

O mandado de captura e as decisões da União Europeia e EUA

Para esta terça-feira, está programado que os dois líderes realizem uma conferência de imprensa conjunta, após outra ronda de negociaçõesSerão discutidos assuntos do âmbito económico, militar e também a guerra na Ucrânia.

O encontro entre Vladimir Putin e Xi Jinping ocorreu três dias depois de o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir um mandado de captura dirigido ao Presidente russo. Durante a reunião, o chefe de Estado da Rússia, que visitou a Crimeia e Mariupol durante o fim de semana, não se pronunciou sobre o assunto. Xi Jinping também não tocou no tema, mas, horas antes, Pequim, que não assina o Estatuto de Roma, apelou a que o órgão jurídico adote uma “postura objetiva e imparcial”, respeitando “a imunidade jurídica dos Chefes de Estado”.

Ucrânia. Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia tentam fechar acordo sobre munições

Simbólico ou não, o encontro entre o líder chinês e russo também ocorreu no dia em que a União Europeia aprovou a compra conjunta de munições na ordem de dois mil milhões de euros. E os Estados Unidos também anunciaram um novo pacote militar de ajuda.

[Explicador em vídeo. Como Xi Jinping aumentou a tensão entre a China e o Ocidente na última década:]

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