São números muito diferentes da 1.ª fase. Menos de metade dos candidatos conseguiram lugar nas universidades e politécnicos nesta segunda ronda de acesso ao ensino superior. Se, no final de setembro, 81% dos candidatos satisfaziam os seus desejos, agora só 43% conseguem garantir bilhete de entrada no mundo académico. Assim, dos 22.750 candidatos, só perto de 10 mil (9.787) ficaram colocados.
Os resultados individuais podem ser consultados no site da Direção-Geral do Ensino Superior.
[Veja aqui se conseguiu entrar no Ensino Superior. Pode rolar para cima e para baixo dentro do quadro ou fazer uma busca na área de “search”]
Este número, aliás, tem estado em queda. No ano anterior foram 50,9% dos candidatos a conseguir colocação e, antes disso, em 2018, tinham sido 55%. A divisão? A maioria foi para politécnicos (5.253 face a 4.789 no concurso anterior) e 4.534 entraram em universidades (4.485 em 2019).
Apesar disso, quando somadas as duas fases, há já cerca de 54 mil novos estudantes (53.984) que ingressaram no ensino superior este ano, um aumento de 16% face a 2019, graças ao recorde absoluto que foi batido em setembro. Nunca tantos alunos tinham entrado na fase inicial de acesso, ultrapassando a marca dos 50 mil (50.964).
Destes, 91% já fizeram matrícula, o que leva o Ministério do Ensino Superior a manter a sua previsão: este ano haverá cerca de 95 mil novos estudantes no ensino superior.
Em 9 cursos, todos os candidatos entraram com mais de 19 valores
Já as médias de entrada, ou pelo menos a mais alta, parece decalcada do ano anterior. A mesma nota, na mesma universidade e na mesma faculdade. Só o curso muda. Este ano os 195,8 valores foram para o último aluno a ficar colocado no curso de Bioengenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Em 2019, o curso foi o de Engenharia e Gestão Industrial.
Num ano cheio de desafios, os novos alunos são a prioridade do ensino superior
No total, são 9 os cursos (mais um do que no ano anterior) em que todos os estudantes entraram com médias superiores a 19. O padrão? O habitual dos bons alunos: cursos de Engenharia e Medicina, claro. E só uma dessas instituições, todas universidades, fica fora de Lisboa ou Porto — a da Beira Interior onde dois estudantes ficaram colocados em Medicina (com 19 valores), apesar de só uma vaga ter ido a concurso. Isto significa que houve um empate técnico e que foi necessário criar uma vaga adicional.
Em relação às escolhas dos alunos, a maioria (35%) continua a ficar no curso pretendido e 74% dos alunos ficam colocados numa das suas primeiras três opções, o que corresponde a um total de 7.264 estudantes. Apenas 552 candidatos entraram para a sexta e última opção colocada na candidatura o que, no bolo total, representa 6% dos candidatos.
Última chamada: 4.255 vagas para a 3.ª fase
Depois de conhecidos os colocados da 2.ª fase, sobram ainda mais de quatro mil vagas para a fase final de acesso ao ensino superior (4.255) que podem ser colocadas a concurso ou não. Essa decisão cabe às universidades e politécnicos, que irão decidir se abrem as vagas ou se as utilizam para concursos especiais e para os universitários que pretendem mudar de curso/instituição.
A decisão final é conhecida a 22 de outubro e divulgada no site da Direção-Geral do Ensino Superior. Nesse mesmo dia arrancam as candidaturas (até 26 de outubro), ficando concluído o concurso nacional de 2020.