789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

CONGRESSO PSD: Entrevista para a rádio Observador, a Miguel Pinto Luz, no 40º Congresso Nacional do Partido Social Democrata (PSD), no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. 2 de Julho de 2022 Pavilhão Rosa Mota, Porto TOMÁS SILVA/OBSERVADOR
i

Pinto Luz foi convidado para ser vice, por Montenegro, este sábado. Concedeu a entrevista ao Observador minutos depois de as listas terem sido anunciadas

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Pinto Luz foi convidado para ser vice, por Montenegro, este sábado. Concedeu a entrevista ao Observador minutos depois de as listas terem sido anunciadas

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Entrevista a Miguel Pinto Luz. "Equipa de Montenegro é absolutamente eclética. Respira-se ar mais oxigenado no PSD"

Em entrevista ao Observador minutos depois de ser anunciado como vice de Montenegro, Miguel Pinto Luz avisou contra tentações de opositores internos e pediu "ciclo longo" para Montenegro.

A entrevista de Miguel Pinto Luz à Rádio Observador foi combinada quando ainda não se sabia que seria escolhido por Luís Montenegro para ser vice do PSD — e foi concedida minutos depois de o anúncio ter sido feito. O recém-anunciado vice aproveitou, assim, para elogiar a nova equipa e os que fizeram “sacrifícios” e abdicaram das suas “ambições pessoais” — tudo em nome da coesão do partido e de deixar para trás os tempos “quase das trevas” (leia-se, de Rui Rio) em que era promovido o culto do “pensamento único”.

O convite, revela Pinto Luz nesta entrevista, foi feito neste mesmo sábado, enquanto decorria o congresso, que servirá para preparar o que deve ser um “ciclo longo”, de quatro anos. Aviso a quem tiver a tentação de fazer oposição interna: “Quem estiver numa atitude taticista à espera de uma escorregadela ou que isto corra mal está a prestar um mau serviço ao partido”. Para já, é preciso dar “tempo” ao PSD de Montenegro — o mesmo que chegou a enfrentar em eleições internas — para se organizar e conseguir fazer “abanar as pernas” de António Costa.

Ouça aqui a entrevista a Miguel Pinto Luz na íntegra.

“Respira-se ar mais oxigenado no PSD” Miguel Pinto Luz em entrevista depois de ser indicado à vice-presidência

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quando o convidámos para esta entrevista ainda não tínhamos a informação de que seria vice-presidente. Agora queríamos pedir-lhe uma primeira análise a estes nomes.
Sentimos claramente que se iniciou um novo ciclo no PSD. Esta abordagem de abertura, de agregar, não fica só na palavra: fica nos atos. É uma equipa absolutamente eclética que vai buscar todos. Houve convites, como percebemos, que foram recusados, se não ainda tinha sido mais abrangente. Penso que o PSD sai mobilizado. Os que tinham ambições para outros voos tiveram de dar passos ao lado, passos atrás, porque há algo que os militantes não podem esquecer: o país está primeiro, sempre. Todos temos de fazer sacrifícios. E hoje saem daqui equipas reforçadas: o presidente da Câmara de Lisboa estar a liderar o Conselho Nacional é muito relevante; o Paulo Rangel ter aceitado ser primeiro vice; o Miguel Albuquerque ser o presidente da Mesa do congresso; todos os outros nomes mais jovens; a Maria Luís Albuquerque — que bom tê-la outra vez disponível depois de ter sido quase maltratada por este PSD! É bom hoje podermos dizer que se respira um ar mais oxigenado no PSD e que estamos absolutamente motivados para a batalha que temos de fazer.

"Não estamos a falar de unanimismo, mas de capacidade de juntar. E Luís Montenegro teve essa capacidade, e cada um dos protagonistas teve a capacidade de dizer que agora é o momento de Portugal falar mais alto, e para isso o PSD tem de falar primeiro"

É uma junta de salvação nacional que era indispensável para combater o PS em eleições futuras?
O PSD hoje lidera as regiões autónomas, tem seis eurodeputados, mais de cem câmaras, mais de um terço dos deputados… O PSD não deixou de ser grande, não alinho nessa narrativa.

Mas precisa de poder.
O PSD precisa, de uma vez por todas, de permitir que vozes diferentes possam estar no mesmo espaço. O PS faz isso há muitos anos, e bem. Nós desaprendemos isso.

É a fórmula Durão Barroso.
Era a grande vantagem do PSD, lembro-me da capacidade que tínhamos de as várias tendências estarem representadas. Não estamos a falar de unanimismo, mas de capacidade de juntar. E Luís Montenegro teve essa capacidade, e cada um dos protagonistas teve a capacidade de dizer que agora é o momento de Portugal falar mais alto, e para isso o PSD tem de falar primeiro.

"O convite foi feito hoje, durante o congresso. Sou amigo de Luís Montenegro há muitos anos. Tivemos divergências, mas somos feitos da mesma massa. Nem quis saber qual era a equipa"

Perguntava se era o regresso da fórmula Barroso, que chamou Santana Lopes para primeiro vice, e se é uma forma de eficazmente evitar a guerrilha interna e de mostrar humildade democrática.
Durão Barroso não foi só buscar Santana Lopes, faça-se justiça: foi buscar para o governo Marques Mendes, que tinha sido seu opositor. Pedro Passos Coelho fez algo similar com Aguiar Branco, com o próprio Paulo Rangel… Essa é a cultura democrática saudável. Não temos de ter um pensamento único e somos maiores quando temos a capacidade de juntar vários.

Como foi o convite? Montenegro ligou-lhe há pouco tempo, têm vindo a conversar?
Foi hoje, durante o congresso. Temos vindo a conversar muito, claro… Sou amigo de Luís Montenegro há muitos anos. Tivemos divergências, mas somos feitos da mesma massa.

Impôs alguma condição?
Nenhuma, nem quis saber qual era a equipa. Quis saber qual era o projeto e porque é que ele me queria.

Vai ter algum pelouro específico?
Isso é algo que Montenegro dirá a seu tempo. Os órgãos só são eleitos amanhã.

A Comissão Política é muito grande, existe a comissão permanente para ser mais executiva e eficaz. Mas além de todos os vices juntar-se-ão os presidentes do Movimento Acreditar, do Conselho Estratégico Nacional, etc. Não criará uma grande cacofonia, sem um órgão diretivo coeso e sem fugas de informação?
A comissão permanente do doutor Passos Coelho, de que me lembro bem, também tinha o coordenador autárquico, vários outros elementos… É uma decisão que coube sempre aos líderes. Parece-me razoável que assim seja. Quanto a fugas de informação, vocês poderão dizer se Montenegro não teve capacidade de deixar alguma surpresa, com este anúncio. Eu acho que sim.

"Quem estiver numa atitude taticista à espera de uma escorregadela ou que isto corra mal está a prestar um mau serviço ao partido. Hoje é preciso olhar o partido a quatro anos e não a ciclos curtos"

Isto não é também uma forma de Montenegro condicionar a oposição interna? Estão aqui alguns dos que poderiam ser seus opositores naturais no futuro.
Esse não é o tema que nos preocupa. Estou absolutamente imbuído desta vontade incontornável de o PSD voltar a governar o país e penso que isto é um ciclo longo, não é curto. Quem estiver numa atitude taticista à espera de uma escorregadela ou que isto corra mal está a prestar um mau serviço ao partido. Hoje é preciso olhar o partido a quatro anos e não a ciclos curtos. Ciclos longos garantem que temos a capacidade de explicar ao eleitorado as nossas medidas e diferenças — o que Rui Rio não foi capaz de fazer. Montenegro foi claro ao dizer que o nosso programa eleitoral era bom, mas ficou concluído a dias de umas eleições legislativas. Como é que se consegue preparar a mensagem ao ritmo absolutamente alucinante que hoje vivemos nos media? Não é possível. Temos de ter tempo, pela primeira vez, no PSD. É preciso alguma humildade. É preciso que os que tinham outras ambições pessoais as coloquem de lado por um valor maior, que é Portugal.

Com Rangel na vice-presidência não é possível encontrar outro candidato às europeias, certo?
Isso é tudo extemporâneo. Vamos aguardar pelo dia de amanhã, entrar em funções, e teremos tempo para discutir todos esses temas. Hoje, o PSD mostrou a sua força e o doutor António Costa abanou as pernas na semana passada. O PS percebeu que terá um PSD forte pela frente.

Gostava de o ouvir sobre o discurso que fez antes de se saber que será vice, atacando Rui Rio. Disse que não estava ali para um ajuste de contas, mas foi o que acabou por fazer, ou não?
O que fiz é algo que é preciso fazer: uma instituição, uma família, um ser humano que não aprende com os seus erros denota um sinal de pouca inteligência e sabedoria. Passar um pano por aquilo que se passou seria um erro para o PSD. Fui ali dizer que não podemos passar por um período quase das trevas, em que há os bons e os maus, divisionista, sectário. Costas voltadas, não.

[Veja a entrevista de Miguel Pinto Luz à Rádio Observador, durante o 40º Congresso do PSD:]

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora