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FRANCISCO LEONG/AFP/Getty Images

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Enviar sms: Fernando, boa sorte amigo, agora é mesmo preciso

É um "grande treinador", já era um "excelente homem" e enviou-lhes bilhetes para estarem em Paris. Antes de outro empate no Europeu conversámos com um ex-adjunto e um antigo jogador do selecionador.

Olha, que bonito. À frente está mesmo a entrada da Cité Universitaire, belo sítio para estudar. É sábado, devia ser um dia calmo, mas o que se vê é a agitação de uma jornada de semana. A estação do elétrico está mesmo diante de uma fachada antiga, de faculdade, com miúdos a irem e a virem. Do outro lado está um parque, refastelado no verde, árvores e relva em todo o lado, com gente a correr e a puxar pelo físico. Sítio pacato, agradável e com vida. É mais ou menos a hora marcada para o telefonema, vou ao bolso, saco o telemóvel e ligo-lhe. A chamada liga aquele lugar bonito ao betão, à azáfama, ao ar quente e carregado, às malas para carregar onde Luís Roquete ainda se encontra. “Liga-me daqui a uma hora, mais ou menos, deixa-nos chegar ao centro”.

Querem livrar-se da confusão, presumo. Cada qual segue o caminho e, no telefonema seguinte, as distâncias encurtam-se. Já estão “a passear” algures com vista para a Torre Eiffel, a orbitar em torno do íman turístico da cidade. Pede-me mais uns minutos, querem assentar arraiais e encher a barriga, fica combinado que liga ele quando arranjarem pouso. Nem meia hora se conta e o telemóvel pede-me para atender uma chamada de Luís Roquete. “Pronto, estamos aqui numa pizzaria. Ficamos numa cave, portanto é normal se não nos vires logo”. São nove estações de metro e uma caminhada até à Avenue de la Bourdonnais, mesmo ao lado da Fan Zone de Paris, bem na toca dos turistas.

Encontro o sítio, vejo umas escadas, desço e a sala é deles. A mesa é retangular e grande, cabem os onze à larga. Três têm a camisola da seleção vestida, outro tem um casaco, os restantes estão à civil. Estão no fim da refeição, os pratos largos mostram restos de pizza ou fatias tímidas. O repasto é regado a cerveja, vinho e boa disposição. O “boa tarde” que solto fá-los reagir em decibéis, não há quem não responda. Luís estica-me a mão, pergunta se quero falar já, digo ora essa. O tempo é dele. Enquanto espero a conversa é sobre tudo e sobre nada de bola, há amizade ali de sobra para não caírem na tentação, apesar de o motivo que os junta ali ser redondo. É como Luís Roquete me conta, já despachado, quando nos exilamos à beira de uma mesa ao canto da sala.

Estão ali pela amizade que têm por quem falta sentar-se aquela mesa. Fernando Santos é amigo de todos, mas de Luís “particularmente”. Tem um bilhete para o jogo de mais logo no Parque dos Príncipes, ele e os outros. Foi o senhor que manda na seleção que lhos enviou, fez questão que ali estejam. Luís fala do amigo que guarda desde 1987 com carinho. Conheceram-se quando ele se tornou no primeiro adjunto que Fernando Santos teve no futebol, a partir do dia em que o Estoril lhe trocou as voltas de ser jogador pelo volante de treinador. Durante seis anos foi uma amizade diária, inseparáveis, os dois ao comando da equipa.

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“Já falámos e ele disse que o problema de ser selecionador é que não tem tempo para treinar. Os primeiros tempos com a seleção da Grécia moíam-lhe o juízo. A adaptação de treinador de clube para seleção foi difícil, teve ali três ou quatro meses em que andou a patinar, não tinham para estar com os jogadores.”
Luís Roquete

Chegou o dia de os contratos separarem o treinador do clube, o mesmo em que Luís Roquete, tão sábio quanto preocupado, teve de arrastar o pé para trás quando Fernando Santos o queria ver a dar um passo em frente. “Quando ele saiu foi treinar o Estrela. Convidou-me, mas, na altura, tinha dois miúdos a estudar, estava no Estoril há muitos anos, já fazia parte da mobília. Perguntei-lhe se ele ia ser profissional, porque o Fernando também trabalhava ali no Hotel Palácio. Ele respondeu-me ‘não sei’ e eu: ‘E depois, a gente sai do Estrela, tu vais para o hotel e eu vou para casa e fico desempregado’”, conta, cara nostálgica, sorriso a alongar o bigode e uma mão na face, a segurar o queixo.

Tem uns óculos pendurados ao pescoço, dos que se quebram a meio, são dois que se transformam em um quando é preciso ver. A carreira separou-os na altura, mas Luís não viu a amizade a tremer. “Ficámos amigos para a vida”, resume, com os pequenos olhos azuis a brilharem. A conversa, os jantares em casa do outro, os programas com as famílias, a vida foi-os juntando sempre, o futebol apenas de vez em quando.

Uma hipótese no Campomaiorense apareceu e fugiu, porque “outra equipa técnica era mais barata”. Mas Luís regozija-se pelos quatros anos de Fernando Santos na seleção grega, que até o levaram ao último Europeu. “Andei a ver jogos para a seleção da Grécia, observação, que hoje em dia se chama scouting. Estava desempregado, telefonou-me, perguntou se estava disponível e fui. Na Polónia estive com a seleção no hotel, antes do jogo de abertura”, revela, tocando no país onde grande parte dos convives que estão ali ao lado, à mesa, também estiveram. Essa foi a última vez que o treinador o “ajudou”, mas não foi a primeira. “Em 2007/08, quando também estava desempregado, ele precisava de um colaborador para observar jogos e jogadores no Benfica. Fiz a época inteira. Aí vi como ele treinava e como evoluiu muito. Estava muito melhor no treino, que já era sempre com bola, tudo integrado. Quando começou não”, conta, gesticulando mais.

FRANCISCO LEONG/AFP/Getty Images

É a parte da conversa em que o homem se começa a misturar com o treinador, com a seleção pelo meio. Luís conhece-o bem, falam muito, contam coisas ao amigo, desabafam. Ele não se abre muito, é normal, a amizade também é isto, saber ouvir e guardar o que se partilha. Mais do que um “grande treinador”, vê Fernando Santos como “um excelente homem”, e a segunda qualidade faz a primeira, diz ele. Podia estar ali a falar de táticas, jogadores, movimentações para ali, trocas de posições acolá, nada disso. “Há muitos que têm treinos e esquemas fantásticos, muita bom, mas depois não são líderes natos. E ele é, sempre foi”, assegura, enfiando uma pausa no discurso. Quer certificar-se que não só o ouvi, que o escutei bem. “Tem um lado humano muito forte. É capaz de ser exigente e, ao mesmo tempo, muito caloroso com os jogadores”, explica.

Entre as palavras acho isto estranho. Lembro-me dos primeiros tempos de Fernando Santos, a chegada à seleção, a forma como chegou a dizer que não tinha de ser amigo de ninguém para as coisas rolarem nos eixos. Atiro isso para a conversa. Falo em ser, ou não, amigalhaço. “É, é. Tem uma relação muito humana com os jogadores, mesmo. Se tiver, chama o jogador e falam tu cá, tu lá, sobre tudo. Da vida particular, da família, dá conselhos, tudo. Tem uma capacidade de perceção acima da média. É capaz de perceber quando alguém não está muito bem. Aí tem dois dedos de conversa, de forma informal, dois ou três minutos”, retrata, mais moroso no discurso, repara-se que fala com conhecimento, das memórias que tem.

"O único que está acima, em termos qualitativos, é o Ronaldo. Os outros estão mais ou menos no mesmo nível, em termos de valor médio. Temos uma boa equipa em todas as posições. O Ronaldo é a exceção, mas também precisa de dar um bocadinho mais à perna. Tem de estar mais em jogo. Quando a equipa não estiver num bom momento, ele, como líder, tem que assumir. Era isso que o Eusébio fazia, que o Figo fazia, é isso que fazem os grandes jogadores. Tem de suar mais."
Luís Roquete

Fernando Santos, o amigo, não é polícia como treinador. Adora o lema da “liberdade com responsabilidade”, e dá descascas quando tem de ser. “Ahh, e aí são das duras”, informa Luís, dando rugas à testa, olhos bem abertos, com a ressalva que nada, mesmo, passa cá para fora, onde estamos: “É outra coisa que o faz ser um bom líder, nunca é para fora. Aquilo que tem de fazer e dizer, seja bom ou mau, faz sempre em privado. Tanto pode ser à frente da equipa como só com a pessoa”. Um homem justo, é o resumo que Luís Roquete lhe faz.

E de fé, também, como se lhe conhece. Mas não supersticioso, que é coisa do antigamente, diz o homem que tenho à frente, camisa vestida, sem problema em esticar antes do Portugal-Áustria, que ainda está a muitas horas de distância. Antes de a bola rolar e não entrar nas balizas, Fernando Santos nada terá feito para seduzir a sorte. Rien. “Não é um tipo que tem de usar isto ou aquilo, se não dá azar. Nada disso. Por exemplo, é muito católico, e gosta de ter um momento para ficar sozinho, no seu gabinete, antes de ir falar com os jogadores. Fica ali um bocadinho no seu habitat, uns cinco minutos, fazia sempre isso. Depois sai dali e é tudo normal”, conta, sabendo de cor que as coisas ainda funcionam assim.

Por aquela sala o tic-tac é de outro relógio. Os onze amigos que estão ali por causa de um não estão apressados, embora vivam o momento como deve ser. Chegaram há pouco a Paris e no mesmo dia se irão, o tempo que têm para respirar está nesta sala, a cave que é só deles. Aparece um com um copo de vinho na mão, generosamente preenchido com tinto, deixa-o à frente de Luís. Evoca-se um brinde, os tragos que se dão honram Portugal. Ainda falamos da seleção, de bola a sério, dos jogadores de quem Luís gosta, da equipa que vê a jogar, do que vê o amigo a mandá-los fazer.

Paulinho diz que Fernando Santos berra pouco, não é assim, o estilo é outro. Por isso, quando grita, é porque a coisa é séria Foto: Clive Rose/Getty Images

Clive Rose/Getty Images

Gosta, caiu-lhe bem no goto frente à Islândia, sabe que Fernando Santos faz o que sabe sem problemas, ao contrário do que lhe chegou a acontecer na Grécia: “Os primeiros tempos com a seleção da Grécia moíam-lhe o juízo. A adaptação de treinador de clube para seleção foi difícil, teve ali três ou quatro meses em que andou a patinar, não tinha tempo para estar com os jogadores”. Quem passou muito tempo com ele, em tempos, foi quem “teve azar”. Luís Roquete aponta, o dedo olha para a outra mesa, o alvo é Paulo Mendes. Chama-lhe “Paulinho” e ele levanta-se, casaco da seleção vestido, a caminha com o copo na mão. A substituição faz-se. Senta-se à minha frente enquanto pergunta se a conversa “vai demorar tanto tempo” como a anterior.

O azarento segundo Luís é o sortudo para mim. À minha frente está um tipo que jogou sempre na primeira divisão, foi treinado por Fernando Santos durante quatro anos, jogou no Benfica, fez um jogo pela seleção (estreou-se em 1992, no 2-0 à Holanda, no mesmo dia que Paulo Sousa, Hélder e Paulo Torres) e agora está ali. O azar vem no meio, nas duas épocas na Luz em que espreita pouco no relvado por ter Mozer e Ricardo Gomes a taparem-lhe o sol. Agora ele tem o “privilégio” de ser amigo do selecionador nacional, eu tenho a honra e o prazer de o ouvir: “Muita gente fala que é uma pessoa séria, que pouco se ri, mas não. É uma pessoa alegre, que no convívio com os amigos é super-extrovertido, gosta de anedotas”.

"Como jogador já tinha treinado os juvenis ou os juniores do Estoril, também dos miúdos de uma equipa do Tenente Valdez. Não era difícil perceber o que aí vinha. Nunca tratei o Fernando por mister ou por você. Foi sempre por tu, sempre Fernando. Mas não é por aí que temos mais ou menos respeito. Nem tem nada a ver. Ele é um treinador que faz com que os jogadores, em campo, metam a cabeça onde outros metem o pé.”
Paulo Mendes

A voz dele é grave, o discurso com pausa. Tem barba grisalha, com tanto branco quanto o que lhe cobre o cabelo. Os minutos passam e vai-se soltando, sorte a minha. Fala de um treinador que “é um estratega”, alguém que “conhece e lê o jogo como poucos” e, acima de tudo, “um grande líder”, já dizia Luís. “É disciplinador, mas não de chicote. Os jogadores têm de perceber o que é liberdade no meio de responsabilidade. É um treinador que consegue formar grupos fortes, já não existia uma seleção com este espírito talvez desde os tempos do Scolari”, continua. Faço-lhe poucas perguntas, não preciso, ele conduz, eu oiço.

Paulo nunca o tratou por “Fernando, por mister ou por você”. Diz que sempre foi por tu. “Não é por aí que temos mais ou menos respeito. Nem tem nada a ver”, defende. Tem toda a razão. “Ele é um treinador que faz com que os jogadores, em campo, metam a cabeça onde outros metem o pé”, conta, no momento em que alguém aparece, de notas em punho, à espera de uma interrupção. Está a juntar as partes para ter o todo que vai pagar o jantar. Paulo vai ao bolso, contribuiu com a sua, espantado. “25 euros por uma pizza? Sim senhor”, desabafa. É Paris, meu caro, respondo-lhe, com outros modos. Tudo lá para fora.

Luís, Paulo e os outros nove foram ao Parque dos Príncipes, na sexta-feira, ver a seleção acabar assim contra a Áustria

MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images

O grupo bate um papo e discute para onde vamos. Vou com eles, começamos a andar. Paulo ergue a voz para dizer que ali à frente, mais uns passos, há um café com café Delta. Português. Obriga a uma paragem e a francesa, proprietária do espaço, está surpresa. É o único sítio nas redondezas que tem este café. Surpreendidos ficamos nós, que apenas custa 1,50€ numa cidade em que não se bebe um por menos de 2€. Paulinho fala mais e de muita coisa. Das noitadas em casa de Fernando Santos, que nunca lhe fecha a porta, a jogar snooker e a beber da conversa um do outro. De como o viu, na Grécia, em casas que compara às nossas do fado, restaurantes virados para a música típica do país, a levar com “tabuleiros cheios de flores”, à frente de toda a gente. É uma forma de o honrarem, é tradição, uma forma de celebrarem o homem que por lá “é como um deus”. Conta outras coisas mais, que ele não guardou para ele mas eu guardo para mim, porque houve confiança para Paulo as contar.

O grupo está mais do que animado. Encaminhamo-nos para o rio Sena, há um autocarro com a boleia deles para o Parque dos Príncipes, há o metro com a minha. Falam e riem com aventuras passadas, histórias na Polónia, a confusão de Atenas, as idas para os estádios, uma coleção de experiências atrás do amigo Fernando Santos. Estão ali pelo senhor da “personalidade muito forte” e que “acredita muito no que faz”. Espero que o jogo o faça sorrir, e a eles. Paulinho critica os “comentadores e analistas” que foram atrás do “alarmismo do povo”, que era o mesmo que dizia “que éramos os melhores” nos 7-0 à Estónia. Luís Roquete fala num “tipo inteligente”, muito, para justificar o porquê de “ter posto logo como objetivo ser campeão europeu”. Como ainda o tem, até depois do zero a zero que eles foram ver ao estádio.

"Se começas a ouvir os colaterais, o que se passa à volta, vais-te distrair do que tu queres, do teu caminho. O Fernando é um homem de fé, sim, mas não pede para ganhar de certeza. Pede que tudo corra bem. Um homem de fé, normalmente, não é supersticioso. Acredita em Deus e na religião que é a dele e da maioria dos portugueses. É um homem de fé inabalável. Mas, acima de tudo, acredita muito naquilo que ele faz. Empenha-se muito."
Paulo Mendes

Luís diz e sabe que o selecionador o fez e faz para “os jogadores assumirem a ambição”. Lamenta virmos de um país onde se “gosta muito de falar, falar, falar” e “arranjar sempre desculpas” e ignora a palavra pressão, porque ali “todos os jogadores estão habituados” a ela. É como um jogo do gato e do rato, mas na cabeça, entre o querer e o conseguir. Ou como Carlos Lopes e Fernando Mamede, exemplo que escolhe, ao lembrar que o segundo, mais talentoso, atleta e corredor, só foi recordista mundial nos 10.000 metros (Estocolmo, em 1984) quando viu o primeiro à frente e se lembrou que, nos treinos, “o ia buscar sempre”. E Fernando Santos parece querer que os jogadores vão buscar à cabeça a ambição, o querer mais e a mentalidade com que têm de jogar no campo. É por isso que ambos o gabam como alguém inteligente, muito mesmo.

Mas não é por aí que, a cada partida, cumprem o costume de lhe enviarem uma mensagem. O sms vai sempre, Paulinho até o envia à minha frente, ainda à mesa — “Para desejar boa sorte, mandar um abraço e dizer que estamos juntos. Ele responde sempre”. O de Luís Roquete também já terá ido quando, por fim, e com a chuva a ser chata e a não parar de cair, nos despedimos. Quero tirar-lhes uma fotografia, mas eles dispersam e a água pinga, não dá. Quero ficar e colar-me a eles, não posso, fico com pena de os apanhar como jornalista e não como adepto. Todos vemos, embora separados, o jogo bom, bonito, rematador, entusiasmante, mas ineficaz de Portugal, umas horas depois. Não sei que sms lhe mandaram, mas desconfio da que lhe terão de enviar daqui a dias, na obrigatória vitória contra os húngaros.

“Fernando, boa sorte amigo, agora tem mesmo de ser.”

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