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Especialistas do setor automóvel (e não só) discutem mobilidade

O PiscaPisca.pt e o Observador organizaram uma conversa sobre "A mobilidade a partir de 2021 com vista até 2051". Apesar de algumas dúvidas, fica uma certeza: nada voltará a ser como antes.

O jornalista Alfredo Lavrador foi o “mestre de cerimónias” de uma conversa online sobre mobilidade – do passado recente rumo ao futuro, com carros conectados e em comunicação entre si. No centro da talk, um tópico inescapável: a pandemia de Covid-19, que afetou determinantemente a nossa realidade e a forma como nos movemos. Apesar das dificuldades, a experiência trouxe aprendizagens enriquecedoras para o futuro, nomeadamente por forçar comerciantes e consumidores a mudarem-se para o digital e a adaptarem-se rapidamente.

Participaram no debate Nuno Silva, Presidente da Associação Portuguesa do Comércio Automóvel (APDCA), Ricardo Silva, Diretor Comercial da LeasePlan Portugal, Rita Rodrigues, Head of Public Affairs & Media Relations da DECO PROTESTE, Joana Garoupa, Diretora de Comunicação e Marketing da Galp e Paulo Figueiredo, Diretor do PiscaPisca.pt.

Relativamente às dificuldades provocadas pelo confinamento, “este setor reagiu com muita rapidez e é um setor com uma resiliência extraordinária perante as contingências que enfrentámos”, defende Nuno Silva, que assumiu a presidência da APDCA em junho de 2020. Embora o mercado automóvel tenha sofrido uma quebra considerável, a sua capacidade de adaptação à mudança e às novas regras de segurança deu algum conforto: “os meses seguintes ao primeiro confinamento conseguiram atenuar uma parte das quebras”, sustenta o presidente.

“(...)este setor reagiu com muita rapidez e é um setor com uma resiliência extraordinária perante as contingências que enfrentámos.”
Nuno Silva, Presidente APDCA

A importância do mercado online

Para esta reação positiva muito contribuiu o mercado online, onde se destaca o PiscaPisca.pt, uma plataforma lançada a 2 de março de 2020, o mesmo dia em que foram conhecidos os primeiros casos de Covid-19 em Portugal. Paulo Figueiredo, diretor do portal, não tem dúvidas de que o digital saiu reforçado: “sabemos que, estatisticamente, 92% dos compradores iniciam a sua jornada no digital, e a pandemia, o lockdown e o fecho das empresas reforçou esse canal e essa importância”. Acessível para os profissionais do setor, que podem integrar o PiscaPisca.pt ainda de forma gratuita, foi “a nossa vontade e o nosso papel de atenuar essas mesmas quebras” no mercado automóvel.

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Já no que diz respeito ao mercado do renting, a incerteza derivada da pandemia de Covid-19 levou a alguma retração na aquisição de viaturas novas, mas a frota gerida da LeasePlan manteve-se. Ainda assim, Ricardo Silva realça a importância do renting na venda de automóveis novos, uma vez que subiu de 2019 para 2020. “Houve uma tendência clara de adiamento de decisões que passou pelo prolongamento dos contratos”, frisou o diretor comercial da LeasePlan, acrescentando que “as empresas em momentos de incerteza, em vez de renovarem a frota por automóveis novos fazem uma gestão mais tática”.

Não obstante, ao contrário de crises anteriores, o responsável destaca que a queda foi menos acentuada e se espera uma recuperação rápida. E já há sinais nesse sentido: “mal foi anunciado o plano de regresso à normalidade começaram a sentir-se sinais imediatos na procura, tanto junto de empresas como de particulares”, informa Ricardo Silva.

“(...)sabemos que, estatisticamente, 92% dos compradores iniciam a sua jornada no digital, e a pandemia, o lockdown e o fecho das empresas reforçou esse canal e essa importância”
Paulo Figueiredo, Director Piscapisca.pt

A digitalização do consumidor

Rita Rodrigues, da DECO PROTESTE, partilhou a perspetiva do lado do consumidor, que se mudou para o universo digital, perante as restrições provocadas pelo confinamento e teve de se adaptar rapidamente. “Ainda existe muita dúvida, muitos pedidos de informação” no contacto com uma nova realidade, informa a responsável, mas “não podemos dizer que houve aqui uma tendência maior para reclamar, o que houve foi uma utilização de um canal que leva obviamente a algumas reclamações”. O mercado automóvel, ainda assim, “não merece uma especial atenção por parte da defesa do consumidor”.

No entanto, esta adaptação acelerada trouxe muitos aspetos positivos: “gerou-se uma confiança que não teria acontecido se não tivéssemos sido todos forçados a vir para casa”. “Se há um lado bom nesta pandemia é que toda esta digitalização foi precipitada e mesmo os mais céticos acabaram por se render ao universo online”, evidencia Rita Rodrigues.

Em reação à indicação de que a maior preocupação do consumidor está relacionada com as caraterísticas da viatura, que nem sempre correspondem ao produto recebido, Paulo Figueiredo realça que isso não é indiferente para quem vende. “Se eu comprar um carro online, tenho um período de reflexão de 14 dias”, indica Paulo Figueiredo, destacando que “o mais importante para reforçar a confiança é a transparência da informação”.

“(...)gerou-se uma confiança que não teria acontecido se não tivéssemos sido todos forçados a vir para casa”
Rita Pinho Rodrigues, DECO PROTESTE

A mobilidade durante e depois da pandemia

A Galp foi mais uma das empresas que sofreu com o confinamento, sobretudo por causa da paragem não só dos automóveis, mas também dos aviões e dos barcos. No entanto, no que diz respeito a formas alternativas de deslocação, o Covid-19 acabou por acelerar “a tendência que se vinha a verificar antes da pandemia”, garante Joana Garoupa. “As pessoas procuram formas de mobilidade mais sustentáveis e, portanto, a inserção cada vez maior do carro elétrico e de outro tipo de tecnologia”, indica a diretora de Comunicação e Marketing.

Além das medidas da União Europeia, que visam reduzir o impacto ambiental dos automóveis, bem como reduzir o trânsito no centro das cidades, há também o interesse da sociedade em formas de deslocação mais sustentáveis.

Se, por um lado, a pandemia fortaleceu o recurso ao carro para evitar os transportes públicos, contrariando a tendência de mobilidade de partilha (como o carsharing), a preocupação com o meio ambiente é cada vez mais uma realidade. A sustentabilidade tem vindo a ganhar protagonismo, com os condutores a terem uma noção mais presente de como os combustíveis fósseis contribuem negativamente e todas as “pegadas” contam.

“A economia de partilha na mobilidade levou um impulso negativo”, reforça Ricardo Silva, destacando como o medo de contágio mudou o comportamento de quem viaja. Paulo Figueiredo confirma: “o conceito do transporte individual seguro passou a ser um foco muito importante derivado exatamente da situação de pandemia”, informando que “tivemos muita gente a adquirir carros usados para fazer deslocações que fariam normalmente num transporte público, carsharing, que “teve aqui um retrocesso grande”.

"As pessoas procuram formas de mobilidade mais sustentáveis e, portanto, a inserção cada vez maior do carro elétrico e de outro tipo de tecnologia.”
Joana Garoupa, Directora de Marketing e Comunicação Galp

Mobilidade do futuro: uma mobilidade mais consciente

A mobilidade está em mudança: “uma parte é causada como é óbvio pela regulação, que obriga os fabricantes a produzirem mais automóveis com menos emissões, mas também um aumento do nível de consciencialização dos consumidores”, destaca Ricardo Silva. “Entrámos numa era da mobilidade consciente”, atesta Joana Garoupa, reforçando o cuidado dos cidadãos com o “contributo que podem dar com pequenas alterações no seu quotidiano”.

“A pandemia acelerou uma mobilidade consciente e conseguimos ver isso na aquisição e no desenvolvimento de novos tipos de padrões de consumo”, conta Joana Garoupa, indicando que “a alternativa mais viável ao dia de hoje é a mobilidade elétrica”. A Galp tem também apostado em reforçar os postos de carregamento de carros elétricos um pouco por todo o país, com um aposta nos locais onde estes se encontram com menor frequência, nomeadamente no interior, de forma a facilitar e incentivar a apostar nos carros elétricos e mais amigos do ambiente. Atualmente, já é possível fazer uma viagem de Braga a Faro sem qualquer desassossego com o carregamento elétrico.

“(...)uma parte é causada como é óbvio pela regulação, que obriga os fabricantes a produzirem mais automóveis com menos emissões, mas também um aumento do nível de consciencialização dos consumidores”
Ricardo Silva, Director Comercial Leasplan

Estaremos perante uma alteração de paradigma, em que não se valoriza tanto a propriedade? A solução poderá passar, inclusivamente, pelo renting em vez da compra do automóvel: “há uma tendência de desvalorização” da propriedade, como um carro, “não apenas das camadas mais jovens, mas do consumidor mesmo de mais idade”, indica Rita Rodrigues. Já no que diz respeito às novas medidas para reduzir a poluição, a responsável acredita que os condutores não devem ser forçados ou proibidos para forçar a mudança, mas sim incentivados.

Ricardo Silva também acredita que o renting pode ser uma alternativa cada vez mais frequente, até por causa da rapidez com que os automóveis estão a evoluir. Alugar em vez de comprar, pode ser a solução para estar a par da mobilidade e da alteração das próprias necessidades do consumidor.

A condução do futuro terá uma preocupação “mais ecológica, mais segura, mais conveniente”, acredita Paulo Figueiredo, argumentando que “a pandemia veio reforçar a importância de percebermos o impacto que cada um de nós tem no nosso mundo e no outro”. Dando resposta a um dos motes da talk, Ricardo Silva vai mais longe no tempo e acredita que, no espaço de 10 anos, vamos ter “carros a comunicarem uns com os outros”.

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