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Portugal Champions Portraits - UEFA Futsal Euro 2022
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O jogador natural do Porto conquistou um Mundial e um Europeu com a Seleção Nacional

UEFA via Getty Images

O jogador natural do Porto conquistou um Mundial e um Europeu com a Seleção Nacional

UEFA via Getty Images

"Estive duas semanas à experiência no futebol do Sporting. Andava perdido". Entrevista a Miguel Ângelo, campeão europeu e mundial de futsal

Miguel Ângelo conquistou um Europeu e um Mundial de futsal com Portugal e quer ir atrás da Champions na segunda passagem pelo Sporting. À Rádio Observador, fala de Zicky, Jorge Braz e da "raça tuga".

Quando começou a dar nas vistas, no Boavista, atraía comparações com Ricardinho. Mudou-se para o Sporting, teve a escolha arriscada de saltar para o outro lado da Segunda Circular e representar o Benfica e na época passada, antes de voltar a Alvalade, esteve no Sp. Braga. Aos 28 anos Miguel Ângelo já leva um percurso particularmente agitado e pouco comum no futsal. Pelo meio, conquistou um Europeu e um Mundial com a Seleção Nacional em pouco mais de três meses.

[Ouça aqui a entrevista completa de Miguel Ângelo à Rádio Observador:]

“Hoje já percebem que dou a vida pelo Sporting”

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Em entrevista ao programa “Nem Tudo o que Vai à Rede é Bola” da Rádio Observador, o ala natural do Porto falou sobre o facto de ter sido convocado para o último Campeonato da Europa na sequência da lesão de Cardinal, a vontade de ganhar uma Liga dos Campeões com o Sporting, os insultos que ouviu nos primeiros jogos pelos leões por ter estado no Benfica e as duas semanas que passou à experiência em Alcochete a jogar futebol, uma das revelações da conversa – recordando o porquê de não ter corrido bem. E lembrou a “raça tuga”, a motivação que empurrou a Seleção de Jorge Braz nos momentos mais complicados.

Portugal v Spain: Semi Final - UEFA Futsal Euro 2022

Miguel Ângelo não esteve no primeiro Europeu que Portugal conquistou, em 2018, mas participou no Mundial e no último Europeu

UEFA via Getty Images

Alguma vez imaginou, nos melhores sonhos, que em pouco mais de três meses ia conseguir ser campeão mundial e campeão europeu, neste caso com Portugal a ser bicampeão europeu?
Acho que não. Acho que é difícil algum jogador sonhar isso. Foi difícil mas acho que foi mais do que merecido para o nosso país.

Em 2016, Portugal vai ao Mundial da Colômbia com grandes esperanças de poder ganhar finalmente uma grande competição mas acaba por perder com a Argentina e nos terceiros e quartos lugares com o Irão. O que é que falhou aí?
Não sei, talvez o acreditar. Acreditar em nós, no nosso valor. Acreditar que Portugal tem potencial para fazer o que fizemos nestes três meses, que é ser campeão do mundo e da Europa.

A partir daí, Portugal não voltou a perder um jogo oficial. Qual foi o clique que esta equipa conseguiu ter para entrar nesse caminho onde até pode começar a perder um jogo logo no primeiro minuto, pode ter desvantagens de dois golos, mas dá sempre a volta?
Para nós até parece que é mais fácil começar a perder por dois, começa a ser normal. Mas foi a mentalidade, a nossa mentalidade mudou. Os mais novos que entraram agora, o [Tomás] Paçó, o Zicky, o Afonso [Jesus], têm uma mentalidade vencedora e foi isso que nos faltou em momentos-chave, como em 2016.

Em 2018, na primeira grande conquista, o Miguel acaba por não estar no Europeu. Foi mantendo sempre o contacto com os companheiros? Tinham um grupo para ir falando? Isto porque, no fundo, apesar de só irem 14 ou 16, acaba por existir um grupo de 20, 25 jogadores que é quase a família da Seleção.
Sim, o mister Jorge Braz fala sempre da família e a família não são só os convocados, são também os que não foram. E acabamos sempre por ter acesso aos telemóveis, ao WhatsApp, e claro que há sempre aqueles grupos da malandrice.

"Para nós até parece que é mais fácil começar a perder por dois, começa a ser normal. Mas foi a mentalidade, a nossa mentalidade mudou. Os mais novos que entraram agora, o [Tomás] Paçó, o Zicky, o Afonso [Jesus], têm uma mentalidade vencedora."

E naquela altura achava que era possível? Estando a ver de fora? Acreditava que era naquela edição, naquele ano, que Portugal ia finalmente bater o pé à Espanha?
Acho que muita gente não acreditava. Mas isso também é a mentalidade “da nossa tuga”, como o Erick diz e como nós estamos sempre a dizer. É essa mentalidade, de que se calhar não vai dar, de que vamos ficar pelo quase. Mas, felizmente, acho que merecíamos e conseguimos.

Qual é a diferença entre assistir a uma conquista destas sentado no sofá ou estar lá dentro?
Acaba por ser igual, é uma conquista para o nosso país. Mas é óbvio que gostaria de ter lá estado e não estive. Mas acho que chegou o meu momento e tive essa oportunidade.

No Mundial 2021 já entra de novo nas opções para a fase final e Portugal volta a bater a Espanha, como no Europeu, antes da final com a Argentina. Ganhar à Espanha numa grande prova era o obstáculo que faltava para se soltarem das amarras nas decisões?
Não, porque para ganharmos à Espanha temos de ganhar aos outros todos. Acho que é igual. Eu foco-me sempre mais na nossa mentalidade, seja que equipa for. Seja Espanha, seja a Argentina, seja que seleção for. Nós temos qualidade e acho que estamos entre os melhores do mundo.

Antes da competição em si, o Jorge Braz teve uma frase curiosa: “Portugal vai para o Europeu ainda com confetis na cabeça”, da festa do Mundial. Como é que vocês desligam e começam outra vez cá em baixo para chegar ao topo da montanha?
É levar uma ‘dura’ do Braz, como é óbvio. É começar o estágio a levar uma ‘dura’ para tirar os confetis da cabeça e estar focados e voltar a subir a montanha, porque ninguém nos vai dar nada se não formos atrás. Ninguém nos dá nada.

2022-02-06 Portugal v Russia - Men's Futsal Euro 2022 Final

Com Zicky, o jovem jogador que considera ser "um pivô muito completo"

Getty Images

O Pany Varela também esteve aqui no programa, antes do Europeu, e também usou essa metáfora da montanha. Foi uma coisa muito repetida ao longo deste caminho? Escalar a montanha?
Sim, sim, porque esse era o verdadeiro objetivo. Era começar do zero e escalar a montanha, como o Braz está sempre a dizer.

E houve alguma diferença neste regresso aos trabalhos? Em termos de treino, de ambiente, é diferente trabalhar enquanto campeão da Europa e campeão do mundo a preparar a tentativa de reconquista de um Europeu?
Acho que não, acho que se nós somos felizes naquilo que fazemos… E nós quando vamos para a Seleção vamos todos contentes, porque sabemos que temos uma verdadeira família. Somos todos amigos, andamos todos contentes a fazer aquilo de que gostamos e a representar o nosso país, que é o que toda a gente sonha e toda a gente quer. Mas é isso, é andar feliz dia após dia.

O Miguel acaba por ser chamado depois da lesão do Cardinal mas aparece mais motivado do que nunca na fase final. Era uma forma de mostrar que devia ter entrado na convocatória antes ou vontade de ajudar uma equipa que ficava mais limitada sem um segundo pivô?
Acho que cada um tem o seu papel. Eu fiquei de fora e acabei por voltar, infelizmente, por causa da lesão do Cardinal. Mas é como o Braz diz: somos todos importantes. Eu tive os meus momentos e tentei aproveitar ao máximo e ajudar o mais possível.

Mas, olhando para o Miguel Ângelo no Mundial 2016 e agora no Mundial 2022, não sente que há um salto gigante? Sente que melhorou muito enquanto jogador nestes anos?
Sim, sim. Infelizmente, tive algumas lesões que me impediram de voltar a ser mais rápido, como eu era, mas acabei por ganhar outras coisas nessa experiência, como não correr para os sítios errados e correr mais para os sítios certos. Acho que foi por aí.

"Nós quando vamos para a Seleção vamos todos contentes, porque sabemos que temos uma verdadeira família. Somos todos amigos, andamos todos contentes a fazer aquilo de que gostamos e a representar o nosso país, que é o que toda a gente sonha e toda a gente quer. Mas é isso, é andar feliz dia após dia."

Houve alguma palavra especial que o Cardinal tivesse deixado? Para ele também é frustrante, é mais uma grande competição em que ele chega lá perto e acaba por não participar.
Eu já não sei que palavras dizer sobre isso. São três competições que ele falha, todas por lesões. Acho que na cabeça dele nem há palavras…

Como é que ele tem força para voltar? Porque depois, quando está bem, parece que é um miúdo de 18 anos e tem a maior força do mundo. Como é que ele consegue reinventar-se?
Ele acredita que ainda consegue e que tem capacidade para isso. E é, de facto, um dos melhores pivôs do mundo, por tudo o que já ganhou e já jogou. E ajudou muito Portugal, mesmo no apuramento para o Mundial, contra a Itália. Ele é um miúdo, trabalha muito.

Existe essa preocupação de o incluir em todas estas conquistas porque fez sempre parte das caminhadas e depois o azar bateu sempre à porta quando chegou a hora da competição?
Sim, sim. Mas não é só com ele, incluímos toda a gente. O Mário Freitas também esteve no apuramento, o Silvestre também foi a jogos amigáveis, temos de incluir toda a gente da família do futsal…

O Ricardinho também ainda é incluído?
Ele esteve lá na nossa festa e tudo. Está sempre incluído.

Sporting CP v SL Benfica - Futsal Super Cup

Miguel Ângelo já conquistou uma Supertaça na segunda passagem pelo Sporting

DeFodi Images via Getty Images

Foi mais complicado virar aquele jogo com Espanha em que sofrem um golo logo aos 17 segundos — o que também deve mexer um bocado com a equipa — e saem a perder por 2-0 ao intervalo ou virar o jogo com a Rússia em que, de repente, parecia que Portugal partia com um favoritismo teórico que na prática não tinha?
Não sei. Neste Europeu, eu senti que tínhamos mais confiança para enfrentar Espanha do que no Mundial. Acho que estava muito mais fácil jogar com Espanha neste Europeu, em comparação com o Mundial. Contra a Rússia, para quem viu os jogos da fase de grupos da Rússia, acho que era a melhor seleção a praticar futsal. Os russos apresentaram-se muito bem, muito fortes fisicamente, muito agressivos na primeira parte. Mas na segunda parte, lá está, foi a nossa “raça tuga”, como costumamos dizer. E fomos felizes.

Podia ter feito diferença se o Robinho tivesse jogado a final?
Só faz falta quem lá está e o Robinho não estava. Estava lá outro.

Mas pela experiência que dá, porque houve alturas em que a Rússia perdeu um bocadinho o rumo na segunda parte.
Mas a experiência também faz asneiras. Basta ver o jogo contra a Espanha, quem erra no primeiro golo é o [João] Matos. A experiência ajuda mas, hoje em dia, não é tudo. Pode prejudicar em alguns momentos, na minha opinião.

A pergunta que mais vezes é feita ao longo destes anos, desde o primeiro Europeu, é como é que chegámos aqui? Como é que chegámos a um nível de futsal em que somos bicampeões europeus e campeões mundiais? E a palavra que é muitas vezes utilizada nas respostas é a mentalidade, que a mentalidade mudou, que um chip mudou. Foi mesmo assim? Como é que se foi operando essa mudança, como é que se foi mudando essa mentalidade até chegar aqui?
Não sei, é uma mentalidade de ir com tudo. Vamos para cima deles, não temos medo. O Pauleta entra e, se calhar, os espanhóis nem conheciam o Pauleta. E o Pauleta foi para cima deles e, para mim, foi dos melhores jogadores portugueses. É acreditarmos em nós, nas nossas competências, e sabermos que atualmente somos os melhores.

"[O Cardinal] acredita que ainda consegue e que tem capacidade para isso. E é, de facto, um dos melhores pivôs do mundo, por tudo o que já ganhou e já jogou. E ajudou muito Portugal, mesmo no apuramento para o Mundial, contra a Itália. Ele é um miúdo, trabalha muito."

Portugal, assim como o Sporting — o Miguel conhece as duas realidades –, tem dois jogadores, o Zicky e o Tomás Paçó, que com 20 e 21 anos já ganharam tudo a nível nacional e de seleções. Vocês é que são um exemplo para eles ou eles, com 20 e 21 anos, também já começam a ser um exemplo para vocês?
Acho que acabamos todos por ser um exemplo uns para os outros. Eles olham para nós mas nós também temos de olhar muito para eles, porque lutam diariamente e acho que os mais velhos têm mesmo de olhar para eles também.

O Miguel já jogou com vários pivôs, incluindo alguns internacionais. Lembra-se de ver algum pivô com as características do Zicky com esta idade?
O Zicky é um pivô muito completo. O pivô, por norma, defende mal. E o Zicky sabe defender, acrescenta ao jogo de pivô de segurar a bola essa agressividade na reação ao portador da bola. Acho que é muito por aí. Mas tem de ter os pés bem assentes na terra porque tem um longo caminho para fazer. E não andar com os confetis na cabeça!

Ele já conquistou tudo mas a verdade é que tem 20 anos e tem uma carreira inteira pela frente. Acha que o facto de estar inserido num grupo mais experiente, num grupo que já está com ele há algum tempo, vai ajudá-lo a manter os pés assentes na terra?
Sim, mas acho que vai depender muito dele, daquilo que ele tem à volta em termos familiares. Acho que ele tem uma estrutura boa e que vai conseguir, provavelmente, ser o melhor do mundo.

Quando nos treinos, nos cruzamentos, tem de ficar a defender o Zicky, como é que se pára aquilo?
Tenho de ter cuidado com os braços dele, é com cada cotovelo! Mas vai na raça. Se não consigo tirar, vai no ‘pau’. É mesmo assim.

E o facto de jogar também com o Cardinal, que é pivô mas que apesar de tudo tem características diferentes, também é bom para ele ainda evoluir mais na posição em específico?
Sim e eles costumam partilhar situações de jogo, o que é que um pode fazer e o que é que o outro pode fazer. O Cardinal também aprende muito com o Zicky e o Zicky aprende muito com o Cardinal. Eles trocam opiniões muitas vezes e isso é importante.

O internacional português também representou o Benfica entre 2016 e 2020

LUSA

Olhando para o contexto dos clubes, porque entretanto as competições também vão recomeçar, como é que tem sido esta segunda vida no Sporting e como é que foi recebido pelos colegas e pelos adeptos?
Pelos colegas fui bem recebido, como é óbvio, conhecia a maior parte do pessoal. Não conhecia o Waltinho, não conhecia o Caio [Ruiz], mas conhecia o resto da malta toda. Em relação aos adeptos… Como é óbvio, fui muito insultado. Mas acho que isso está a acabar, eles estão a ficar do meu lado.

Mas ficou magoado com essa primeira fase ou achou normal?
Não, faz parte. Eu sou profissional, eu trabalho, e acho que eles estão a perceber que dou a vida pelo Sporting, que é o mais importante. Independentemente de ir para ali ou para outro lado qualquer.

Sentiu que o Pavilhão João Rocha é diferente? Faz assim tanta diferença?
Faz. Principalmente em dérbis. Mas não só em dérbis, porque está muitas vezes cheio. E isso não acontece muitas vezes em Portugal no futsal, irmos jogar com o Burinhosa e o pavilhão estar cheio, estar bem composto. É um pavilhão bonito e faz muita diferença.

A entrada do Zicky e do Tomás Paçó na Seleção, juntando-se a todos os que já lá estavam, fez com que os jogadores do Sporting agora sejam quase a espinha dorsal da Seleção. Isso faz muita diferença no vosso trabalho? O selecionador aproveita muito do trabalho que o Nuno Dias faz e o Nuno Dias aproveita o trabalho que o selecionador faz?
Não só o Braz com o Dias, é o Braz com vários treinadores. O Braz é inteligente nisso, aproveita o bom que tem nos clubes, que é muita coisa. Mas é óbvio que, quando tens oito jogadores numa Seleção, é muito mais fácil. Conhecemo-nos muito melhor.

"O Zicky é um pivô muito completo. O pivô, por norma, defende mal. E o Zicky sabe defender, acrescenta ao jogo de pivô de segurar a bola essa agressividade na reação ao portador da bola. Acho que é muito por aí. Mas tem de ter os pés bem assentes na terra porque tem um longo caminho para fazer. E não andar com os confetis na cabeça!"

Nas situações de 5×4, a defender, ter sempre o João Matos, o Erick e o Pany Varela faz diferença para o Sporting e para a Seleção?
Sim, acho que nem é preciso fazer scouting antes do jogo, porque nós sabemos que vai ser difícil alguém conseguir marcar-nos um golo no 5 para 4. Porque só acrescenta um de fora, que é o Bruno Coelho. Acaba por ser só o Bruno e depois são três do Sporting. Conhecem-se como a palma da mão.

É essa mentalidade que faz a diferença, a ideia de que é muito complicado marcarem-nos golos?
Sim, sim, sim. E é essa mentalidade que também temos no Sporting. É muito difícil. Nós vamos fazer golos mas é muito difícil nós sofrermos.

O Miguel já ganhou tudo em termos nacionais pelo Sporting na primeira passagem, entre 2011 e 2016, e agora ganhou já uma Supertaça. Qual é a importância de chegar também a uma Liga dos Campeões pelo Sporting? E, em termos de grupo, havendo essa possibilidade histórica de ganhar a prova em anos consecutivos, é uma das prioridades da temporada?
É sempre. O Sporting entra nas competições sempre com o objetivo de vencer. Não há outra conversa nem há outra mentalidade que não seja ir à procura do que é bonito, que é ganhar as competições. Vamos em busca de ganhar a Liga dos Campeões, ganhar o Campeonato, ganhar tudo o que há para ganhar.

Mas para o Miguel, a nível pessoal, é também um objetivo?
Sim, até porque nunca ganhei uma Liga dos Campeões. Claro que era bonito chegar a esse objetivo.

Ao ver o Sporting, em 2019 e 2021, ganhar a Liga dos Campeões, alguma vez ficou arrependido de ter saído e de não ter continuado aquele projeto onde já podia ter essas duas Champions?
Sim… Olhando para trás, ganhei pouco. No Benfica, ganhei pouco. E vendo o que o Sporting já ganhou, qualquer jogador fica com inveja, como é óbvio. Mas eu vou em busca e acho que vou conseguir.

Na última temporada, antes de voltar aos leões, Miguel Ângelo esteve no Sp. Braga

LUSA

Quando apareceu no Boavista, ainda muito novo, o Miguel era muito comparado ao Ricardinho por aquilo que fazia ainda enquanto júnior. Que papel é que ele teve na sua carreira?
Claro que todos os jogadores olham para o Ricardinho de forma especial, é o melhor de todos os tempos, não há dúvidas. E acho que todos tentamos chegar perto do que ele fez no passado e do que ainda pode fazer.

Mas nessa altura, quando era comparado a ele, como é que encarava isso?
De forma normal, não ligava muito. E não ligo. Cada um tem a sua história, acho que é por aí.

E alguma vez arriscou alguma modalidade que não o futsal?
Gostava de arriscar mas não arrisquei. Gostava muito de basquetebol mas vou deixar para o Travante Williams.

E nunca pensou no futebol? Ainda há pouco o tempo o Pany Varela disse aqui no programa que existia sempre o apelo do futebol mas que depois acabou por cair para o futsal. Nunca teve esse impulso?
Acho que ninguém sabe isto mas eu estive duas semanas a treinar no Sporting à experiência, com 14 anos, em Alcochete. Chamaram-me para Alcochete, eu vim cá uma semana mas o futsal era o futsal, é outro espetáculo. Na altura já jogava futsal no Boavista. Senti que ia ter pouca bola, é diferente, andava um pouco perdido no campo quando fui treinar. Experimentei lateral direito, médio e acabei a avançado.

"O Braz é inteligente nisso, aproveita o bom que tem nos clubes, que é muita coisa. Mas é óbvio que, quando tens oito jogadores [do Sporting] numa Seleção, é muito mais fácil. Conhecemo-nos muito melhor."

O Ricardinho, por exemplo, chegou a ter uma suposta perspetiva de ir treinar com a equipa de futebol do Benfica quando o treinador era Fernando Santos. Vocês, sem ninguém saber, não falam em arriscar e um dia destes irem lá meter-se com o futebol do Sporting?
Acho que não, acho que não. Mas gostava de fazer um jogo 11 contra 11 com o futebol do Sporting. Se pudesse ser.

Se as duas equipas forem novamente campeãs nacionais, é essa a festa que fazem?
Vou propor, vou propor.

O Miguel já tinha passado pelo Sporting, esteve no Benfica, no Sp. Braga, no Boavista. A ideia passa por ficar cá por Portugal ou tem algum fascínio de algum dia experimentar uma liga estrangeira?
Eu fui pai e para fora dificilmente irei. Não me vejo longe da minha família. Estou estável aqui e quero continuar no Sporting por muitos anos.

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