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FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

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Estradas e transportes cheios, nada de filas à porta de supermercados. Assim foi a primeira manhã do novo confinamento em Lisboa e Porto

Com as escolas abertas, a primeira manhã do novo confinamento teve estradas cheias e transportes bem compostos em Lisboa e Porto. Os poucos estabelecimentos a funcionar queixam-se da falta de clientes

É a grande diferença em relação a março: desta vez as escolas, creches e universidades estão a funcionar, o que fez com que a manhã desta sexta-feira, a primeira do novo confinamento, enchesse as ruas de Lisboa e Porto, com os transportes públicos não tão apinhados como de costume, mas, ainda assim, bem compostos, de estudantes a caminho das aulas ou de trabalhadores sem possibilidade de desempenhar funções à distância.

Apesar de em todo o país, ilhas incluídas, ter havido menos trânsito do que nas 24 horas anteriores, confirmaram ao Expresso fontes da GNR e da PSP, o movimento nas estradas esta manhã foi consideravelmente superior ao que se verificou no primeiro dia do primeiro confinamento, em março de 2019. “Estamos em crer que parte substancial do movimento registado durante a manhã se relacionou com a deslocação dos alunos para as escolas, pelo que estamos em crer que rapidamente registaremos o progressivo esvaziamento das ruas”, disse o intendente Nuno Carocha, porta-voz da PSP.

Lisboa e Porto acordaram esta sexta-feira mais sossegadas, mas não desertas

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

No bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, quem olhasse para as filas junto às escolas não suspeitaria que a ordem era para ficar em casa — e que grande parte dos pais depois de largarem os filhos iam voltar para lá, para trabalharem a partir do sofá.

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À porta da Secundária Josefa de Óbidos, que com os Salesianos de Lisboa e a Básica Engenheiro Ressano Garcia forma um triângulo escolar daquela parte do bairro, são vários os pais e encarregados de educação que se mostravam preocupados com a decisão do Governo, que mantém crianças e jovens na vida de todos os dias.

“Na minha lógica, se estiverem em casa também não aprendem muito, mas, da maneira como isto está, achava melhor fecharem as escolas pelo menos até ao dia 30”, confessou à Rádio Observador Júlia Silva, instantes depois de deixar a neta na escola. “Não sei se isto não vai rebentar para o lado das escolas também.”

O movimento em Lisboa não foi tão reduzido como no primeiro confinamento

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Apesar do movimento, terão sido poucos os pais que estacionaram os carros depois de deixarem os filhos, para a habitual bica no café perto da escola. Se, desde que os números da pandemia começaram a aumentar, o movimento já não tem sido grande coisa, esta sexta-feira o Café O Esteves, mesmo junto à Presidência do Conselho de Ministros, esteve ainda mais vazio de clientes.

Ainda não eram 9h, e a proprietária, Maria João Esteves, obrigada agora a trabalhar de porta barrada, apenas em serviço take-away, já se queixava de que à mesma hora, na véspera, já tinha vendido muito mais cafés e sanduíches. Com os escritórios e as lojas da zona encerrados, por determinação do Governo, só restam os professores das escolas da vizinhança para dar gás ao negócio, explica.

Mesmo assim, por muito que o panorama seja tudo menos promissor, desta vez Maria João Esteves decidiu manter o café a funcionar, ao contrário do que aconteceu no primeiro confinamento, em que simplesmente fechou a porta. “Ao menos que dê para pagar a água e a luz”, desabafa.

Em algumas zonas de Lisboa, a vida continuou de forma aparentemente normal, com lojas fechadas. Parecia domingo

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Na zona, a maior parte dos comerciantes não teve a mesma opção. No Jardim da Parada, o quiosque de hambúrgueres mantém-se a funcionar e a Tabacaria Calu, por vender jornais e revistas, também, mas de resto o que se veem mais são portas fechadas, neste bairro que é conhecido como a Meca do comércio local de Lisboa.

Por volta das 10h, parecia domingo, eram tão poucos os carros a passar e tão raras as pessoas a cruzar o jardim, umas com cães pela trela, em passeio higiénico, outras a caminho de um eventual posto de trabalho ou de regresso a casa. “Já no outro confinamento estivemos abertos, para que as pessoas se mantenham atualizadas”, vai explicando Manuel Sousa, proprietário da Calu, garantindo não ter medo de vírus trazidos por clientes, nem mesmo por aqueles que, mais de dez meses depois do início da pandemia e com números tão elevados de mortes e novos casos, continuam a ter relutância em usar a máscara.

“Chamamos-lhe a atenção, não podem entrar dentro do estabelecimento sem a máscara. Só permitimos a entrada de uma pessoa de cada vez, não temos receio de estar abertos. Não notei falta de clientes da parte da manhã. Mas só vieram os habituais do bairro, os que trabalham fora não vieram.”

Filas só mesmo à porta de quiosques e papelarias

No Porto, se às primeiras horas da manhã o movimento na estação de metro da Senhora da Hora, em Matosinhos, até fazia adivinhar um dia calmo, o aproximar das 8h revelou um dia praticamente normal. Da Senhora da Hora até Campanhã, as carruagens do metro chegaram a encher com estudantes e trabalhadores, com o confinamento a ser tema de muitas das conversas durante as viagens.

Na estação de comboios de Campanhã, ponto preferencial de chegada para muitos trabalhadores vindos de outros concelhos, apesar de o cenário ser mais calmo, os passageiros também nunca deixaram de chegar, tornando impossíveis de repetir as imagens desertas de março.

Muitos portuenses aproveitaram a manhã de sol na rua, apesar da ordem para permanecer em casa

Octavio Passos/Observador

Apesar do movimento matinal, pelas ruas do Campo 24 de Agosto, de Campanhã e de Santa Catarina, são mais os estabelecimentos encerrados do que os que estão a trabalhar. Mesmo assim, por muito que a ordem seja para ficar em casa, há quem aproveite o sol sentado em bancos de jardim ou em corridas ou passeios de bicicleta a dois junto à ribeira, e também quem tome o pequeno-almoço na rua, acabado de comprar nos cafés que optaram por não fechar e funcionam agora apenas em take-away, com mesas a impedir a entrada ou fitas em “X” a barrar o acesso dos clientes.

Filas só há mesmo à porta de quiosques e papelarias — parte da extensa lista de mais de 50 tipos de estabelecimentos que neste segundo confinamento têm autorização para permanecerem abertos —, para comprar jornais, cigarros ou até fazer o Euromilhões. No Campo 24 de Agosto, com um supermercado em cada extremo, o ambiente não podia ser mais calmo.

A presença da polícia nas ruas fez-se notar ao longo de toda a manhã

Octavio Passos/Observador

Lembra-se da loucura que foi o primeiro confinamento, com os portugueses a amontoarem-se à porta de super e hipermercados, antes mesmo da hora de abertura, para tentarem abastecer-se de comida e afins, apesar de todas as garantias de Governo e associações do setor de que não existia risco de rutura de stocks e que tudo chegaria para todos? Neste confinamento 2.0 não está a ser assim. Esta quinta-feira de manhã, à porta destes dois estabelecimentos no centro da cidade do Porto, não havia uma única pessoa à espera. Lá dentro, as lojas também estavam praticamente vazias.

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