786kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Em 2016 passou quase um ano em Lisboa como Artista na Cidade
i

Em 2016 passou quase um ano em Lisboa como Artista na Cidade

FILIPE FERREIRA

Em 2016 passou quase um ano em Lisboa como Artista na Cidade

FILIPE FERREIRA

Faustin Linyekula, encenador: "Não conheço um único país europeu em paz com a história colonial"

Nasceu há 48 anos no antigo Zaire e faz das artes performativas um meio para pensar o colonialismo. Esta semana, Faustin Linyekula traz ao D. Maria II uma peça que é uma declaração de amor a Lisboa.

O novo espetáculo de Faustin Linyekula intitula-se “Lisbon, My Lisbon” e tem estreia absoluta esta quinta-feira na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, onde pode ser visto até ao dia 13. Começa com uma personagem que avisa o público de que “ruínas da memória” e “histórias de sangue e lama” estão na origem da peça.

Depois, com os seis intérpretes todos juntos à boca de cena, na pose de quem está a ser retratado — Diogo Cardoso, Fernando Chainço, Janice Iandritsky, Joana Pialgata, Nádia Yracema e Valentina Parravicini —, o público fica a saber que há um ponto de partida nestas histórias: um Boeing 707 que esteve estacionado no aeroporto de Lisboa durante muitos anos, a partir de 1991. Tinha as palavras “Republique du Zaire” na fuselagem, propriedade de Mobutu Sese Seko, carismático ditador do antigo Zaire (hoje República Democrática do Congo) entre 1965 a 1997.

A partir daqui, desfilam em cena relatos mais ou menos autobiográficos, versões sobre a imagem da Europa e de África, histórias de quem se sente empurrado para as margens ao tentar penetrar no que supõe ser o centro do mundo. Lisboa é símbolo desse centro, símbolo de Europa mas também de periferia, em comparação com as grandes cidades do continente.

[vídeo promocional de “Lisbon, My Lisbon”]

Faustin Linyekula, que assina a encenação e a cenografia, falou com o Observador noite dentro, depois de um ensaio-geral na quarta-feira. É visita assídua de Lisboa desde há duas décadas e até já passou uma temporada a trabalhar em Moçambique. Fala algum português, mas é em língua inglesa que responde às perguntas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A cidade já lhe é bastante familiar. Ainda em novembro do ano passado veio à Culturgest  apresentar “Historia(s) do Teatro II”, um dos espetáculos do festival Alkantara. E em 2016 tinha sido o convidado da bienal Artista na Cidade, iniciativa da então vereadora da Cultura Catarina Vaz Pinto, que atribui ao artista a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal (aliás, a antiga autarca também assistiu ao ensaio-geral desta semana no D. Maria II).

Num discurso emocional, pausado mas aceso, o artista garante-nos que é por amor que procura questionar as relações entre antigas metrópoles e antigas colónias, e não por ódio. Porém hesita em classificar os seus pontos de vista como uma forma de pós-colonialismo (a teoria crítica que reavalia a dominação europeia de África para a contar de outra maneira) — porque o próprio colonialismo ainda não foi ultrapassado, sustenta.

Professor, coreógrafo e bailarino, ou sobretudo contador de histórias, como gosta de dizer, tem-se apresentado por todo o mundo, incluindo no Festival de Avignon. Nasceu há 48 anos em Ubundu, no que é hoje a República Democrática do Congo. Estudou teatro e literatura, passou alguns anos no Quénia e fundou e dirige o centro de formação e criação artística Studios Kabako, em Kisangani, onde faz questão de continuar a viver, apesar da internacionalização.

A peça foi criada a partir de um "workshop" no ano passado onde estavam pessoas sem experiência de palco escolhidas pelo encenador a partir de cartas de motivação (Filipe Ferreira)

A Europa é como uma grande festa do ponto de vista dos africanos, mas depois chegam cá e as portas da festa não se abrem para eles. É um bom resumo do seu novo espetáculo?
Quem vem de uma antiga colónia, Congo, Angola, Moçambique, etc., cresceu com a ideia de que em certa medida também é europeu. O projeto colonial tinha como objetivo fazer de nós europeus, era a isso que chamavam civilização: sermos europeus ou, pelo menos, aproximarmo-nos disso. Crescemos com esta ideia, que é obviamente distorcida, mas que foi imposta à maior parte dos colonizados. Só podiam olhar para si mesmos através dos olhos do colonizador, que foi lá para substituir os deuses, as tradições locais, as línguas. Falo melhor francês do que a língua que falo com a minha mãe. Foi assim que reconstruiram o mundo.

Que língua fala com a sua mãe?
Suaíli. Mas não penso em suaíli, não é sequer a língua em que sonho. Quando se visita a Europa pela primeira vez, a sensação é a de que até se está em casa. Conhecemos estes lugares, pensamos nós. Mas depois percebemos que não, ninguém está aqui de braços abertos para nos receber. Na verdade, a nossa história comum é completamente negada na Europa.

Quer dar um exemplo?
Há três anos saiu na Bélgica um estudo feito pelas Nações Unidas, segundo o qual 25% dos jovens que terminavam o ensino secundário na Bélgica não sabiam que o Congo tinha sido uma colónia belga.

É chocante?
Muito. Somos ensinados a nunca esquecer que fomos uma colónia da Bélgica. Todos os estados no continente africano foram inventados pelos europeus. Foi na Conferência de Berlim de 1884-85 que a Europa decidiu quem ficava com o quê. As nossas histórias ficaram irmanadas. Mas de repente chega-se aqui à Europa e temos de nos perguntar o que estamos aqui a fazer. A sério que não percebem porquê? Mas como? Veja-se o avião de Mobuto, que esteve parado durante 20 anos no aeroporto de Lisboa. Porque é que quando se vai ao Museu do Ar, em Sintra, a história do avião está completamente apagada? De um lado pintaram as cores da TAP, do outro as cores da Força Aérea. A legenda diz apenas que o até ao fim da Guerra Colonial utilizaram aviões como aquele para transportar tropas e repatriar cidadãos. A legenda diz que aquele avião foi propriedade da TAP e apresenta o número de registo. Eu nem queria acreditar. Sim, a TAP comprou o avião em 1968, vendeu-o a Mobuto em 1981 e em 1991 regressou a Lisboa para ser arranjado. Mas acabou por ficar, deu origem a enormes dívidas, Mobuto morreu entretanto. Se aquele museu serve para lembrar a História, porque é que estes factos não estão lá.

Alkantara Festival revela mais novidades para novembro: “Queremos repensar visões sobre a cidade e a sociedade”

Acha que a legenda é omissa de propósito ou será ignorância?
É de propósito.

Mas porquê?
Não conheço um único país europeu que esteja em paz com a história colonial. Há uma amnésia deliberada. Nunca houve tempo para olhar a história e aceitar os seus factos, os bons e os maus. Aceitar e dizer “esta é a nossa história, o que é que vamos fazer daqui para a frente?”. Do lado europeu, a história colonial foi posta de lado.

"Nunca fiz qualquer trabalho a partir do sentimento de ódio, não desperdiço a minha energia com isso", afirma o artista

Talvez porque em certos aspetos a Europa se envergonhe.
Espero que seja por isso.

Isso significa que a amnésia de que fala também tem origem no reconhecimento de que houve erros.
Mas porque é que a memória é varrida para debaixo do tapete? É isso que vejo.

Não é o que tantas vezes se faz com os traumas?
Quem não enfrenta os traumas nunca será capaz de os superar. Debaixo do tapete, como se não existisse, vão voltar para nos assombrar. Sempre.

Este espetáculo é sobre isso? Todo o seu trabalho é sobre isso?
O meu trabalho é uma declaração de amor. O amor é um sentimento difícil. Por vezes é na família que enfrentamos as batalhas mais difíceis, porque queríamos que a família fosse um lugar perfeito, e não é. Queríamos que fosse o refúgio que nos acolhe quando tudo à volta se desmorona. Mas como nada na vida é perfeito, a família não é perfeita. Como não conseguimos aceitar isso, criam-se tensões, agressões, porque queremos que seja perfeita, mas não é. É uma batalha que é uma declaração de amor.

Neste caso, uma declaração de amor a África e à Europa.
Lisboa, Kisangani… Estamos condenados a estar juntos, quer o reconheçamos ou não, quer gostemos ou não. Os nossos destinos estão unidos.

Quer dizer que o seu trabalho não repensa o colonialismo a partir de uma ideia de ódio.
Não, nem poderia ser. Nunca fiz qualquer trabalho a partir do sentimento de ódio, não desperdiço a minha energia com isso. Quero apenas falar daquilo que me preocupa, que me toca. Gostaria muito que esta relação fosse bela. Quero apresentar a minha verdade, só dizemos a verdade àqueles por quem temos carinho. Caso contrário, passaríamos ao lado.

"Será que alguma vez saímos da era do colonialismo e da mentalidade colonial? Não me parece. Se a ideia de civilizar os outros foi substituída pela ideia de apoio ao desenvolvimento, ainda estamos na estaca zero."

Disse há pouco que a Europa deveria aceitar os aspetos maus do colonialismo, mas também os bons.
Não posso dizer que tenha havido coisas boas.

O encontro entre povos?
Mas o colonialismo não foi um encontro entre povos. Um encontro pressupõe que ambos o queiram, que reconheçam o lado humano do outro. O colonialismo negou a humanidade dos outros, chegou e afirmou “ser humano é isto que nós dizemos”. Foi através deste encontro cheio de violência que acabámos por nos juntar. Agora, perante isto, acredito na possibilidade de convivermos. É neste sentido que falo em aspetos positivos. Mas o convívio tem de ter por base sinceridade, honestidade, abertura, verdade. “Vamos tirar as máscaras, somos isto e estamos aqui.” Há possibilidades de beleza, mas temos de trabalhar para isso.

É esse o papel do teatro? Há quem diga que o teatro serve para mudar o mundo, há quem diga que a criação artística é uma imitação do divino.
Não posso falar do divino. Vejo o meu teatro como uma tentativa de criar um lugar de beleza e de possibilidades a partir das ruínas que tenho entre mãos.  O que faço é falar de nós, dos seres humanos, e de como podemos libertar-nos daquilo que nos prende. Será isto uma forma de tentar mudar o mundo? Talvez. Mas não acredito na revolução como um movimento de massas, vejo a revolução como uma abordagem pessoa a pessoa, vejo a revolução dentro de cada um. Quando estou em Lisboa aproveito para refletir. O mundo é como é, e em vez de apontar o dedo aos outros acho que é mais útil pensar no que está ao meu alcance, o que posso fazer à minha pequena escala. Com um elenco de vozes e contextos diversos, passo bastante tempo a tentar descobrir como é que as nossas histórias podem coexistir no mesmo espaço. É o embrião desse outro espaço em que as pessoas poderiam estar em comunhão, com honestidade e respeito. É este o meu contributo.

É uma perspetiva pós-colonialista?
Será que alguma vez saímos da era do colonialismo e da mentalidade colonial? Não me parece. Se a ideia de civilizar os outros foi substituída pela ideia de apoio ao desenvolvimento, ainda estamos na estaca zero. “Desenvolvimento” significa que os países africanos têm de acompanhar o passo da Europa e do Ocidente, que se consideram a referência. Acontece que há muitas formas de as nações fazerem o seu trajeto, de as pessoas viverem as suas vidas, porque ninguém é mais importante que ninguém. No dia em que alcançarmos esse paradigma, então teremos saído da era colonialista. Oficialmente já estamos no pós-colonialismo, até porque a maioria das nações, exceção feita às antigas colónias portuguesas, se tornou independente na década de 60. Mas a mentalidade e a forma como o mundo funciona é colonial.

Faustin Linyekula durante os ensaios no TNDMII (Filipe Ferreira)

É negativo que países europeus queiram ajudar países africanos? Portugal ajudou Moçambique quando uma parte do país foi atingida por um ciclone em 2019.
Quanto é que a Europa não tira de África, a ponto de tornar impossível que aquelas economias prosperem? Porque é que as grandes farmacêuticas não fabricam vacinas em África? É assim que funciona o capitalismo. As migalhas dadas fazem apenas com que a Europa se sinta bem com ela mesma. Penso que está tudo errado. Quando Portugal foi atingido pela grande crise financeira de 2008, o resto da Europa ajudou Portugal. Mas não foi uma ajuda generosa, porque por detrás dos milhões estava a noção de que se Portugal se afundasse o resto do continente também se afundaria. Ao ajudarem Portugal, ajudaram-se a si mesmos. Além disso, muitas oportunidades de negócio surgiram enquanto Portugal estava mal. Porque é que as rendas das casas em Lisboa estão hoje a preços impraticáveis para quem aqui vive? Não se trata de ajudar, prefiro a ideia de construirmos juntos. Quando construímos juntos, reconhecemos que o outro também tem alguma coisa para nos dar, não necessariamente dinheiro.

Como é que a sua relação com Lisboa se tem desenrolado desde que começou a visitar a cidade, em 2002?
A princípio, senti fascínio. Ao chegar aqui a primeira vez, especialmente depois de ter estado muito tempo em Paris, onde as relações humanas são duras, havia qualquer coisa que me permitia respirar. Lembro-me de ter dito a um amigo que Lisboa me tinha reconciliado com a ideia de Europa. Afinal, havia cidades na Europa que não eram arrogantes. Paris é uma cidade muito arrogante. Foi a primeira impressão.

Depois descobriu arrogância em Lisboa? Racismo?
Não. Descobri que aqui as pessoas também consideram que são o centro do mundo. Paris vê-se como a cidade-luz, os Campos Elísios são a mais bela avenida do mundo, Paris é assim. As relações entre pessoas são contaminadas por esta perspetiva. Para o parisiense os outros é que precisam dele, porque Paris é o farol, é uma cidade rica de um país rico. Claro que há quem se queixe, mas, por favor, França é um país rico. Ao chegar a Lisboa pela primeira vez, percebi como é que a cidade se relaciona com as grandes potências europeias. Portugal é mais pequeno, tem menos população, uma economia mais fraca. Lisboa não se pode dar ao luxo de ser arrogante perante Londres, mas também é arrogante. Todos gostam de saber que há outros mais pequenos.

Não se passa o mesmo em Quinxassa?
Claro, é próprio dos humanos. Quando sabemos o que significa sofrer, porque já o sentimos na pele, na carne — não há 100 anos, mas ontem —, e estamos numa cidade como Lisboa, cheia de edifícios vazios, só podemos imaginar a tragédia humana. A solidariedade e a sensibilidade deveriam ser um pouco mais fortes. Talvez eu seja ingénuo. Um país que foi terra de emigrantes, de onde tantos tiveram de sair, deveria saber melhor o que significa deixarmos a nossa terra.

Em geral, os portugueses têm a ideia de que estão sempre de braços abertos. Será uma imagem distorcida?
Braços abertos para que tipo de estrangeiros? Chineses com cartões de crédito, sim. Franceses que compram casas, sim. Mas basta irmos à Amadora, ao bairro da Cova da Moura, e concluímos que os braços não estão assim tão abertos.

É a primeira que cria um espetáculo baseado numa cidade?
Há alguns anos fiz um trabalho em Filadélfia relacionado com a cidade. Em 2016 comecei algo semelhante aqui, com base em textos literários, que foi apresentado no Teatro Maria Matos. Mas este “Lisbon, My Lisbon” é inteiramente dedicado à minha relação com este lugar.

Como é que descobriu os intérpretes?
Fiz um workshop de duas semanas em outubro. Antes disso, pedimos aos interessados que nos escrevessem cartas de motivação e falassem da sua relação com Lisboa. A iniciativa foi anunciada pelo D. Maria II. Houve muitas cartas que me comoveram, quis conhecer as pessoas. Em outubro, reuni 15 intérpretes que vivem em Lisboa mas não são de cá.

"O meu papel é estar atento e apanhar as histórias que estão dentro de nós e à nossa volta. Agarrá-las e construir alguma cosia que me ajude a mim e os outros, para que tenham outra perspetiva do mundo. Ao fazer isto, procuro também alguma diversão, alegria, riso. A alegria de viver é uma maneira de nos mantermos vivos com dignidade."

Tinham de ter experiência de teatro?
Não. O Diogo, que é o mais jovem de todos, está a estrear-se. Tem 18 anos.

É aquele que tem o cabelo pintado de ruivo?
Exatamente.

O que ele faz em palco é vogueing [dança estilizada muito popular nos anos 80 entre negros homossexuais de Nova Iorque]?
Sim. Ele faz vogue com os amigos, por diversão. Tem apenas alguns meses de formação em performance. A personalidade dele e a carta que escreveu levaram-me a querer conhecê-lo.

Tudo o que faz tem um lado emocional?
Claro, porque as emoções são essenciais. O tríptico é: ação, emoção e reflexão. Procuro que estas três componentes estejam presentes na criação de um espetáculo. Não no fim. Preciso de criar a partir daí.

Para quem não o conhece, como é que se descreve?
Sou descrito como bailarino e coreógrafo, mas adoro apresentar-me como contador de histórias. Penso que o mundo em que vivemos é tão rico em histórias que, ao aperceber-me disso, concluí que não preciso de puxar muito pela imaginação, não preciso de reinventar o mundo. O meu papel é estar atento e apanhar as histórias que estão dentro de nós e à nossa volta. Agarrá-las e construir alguma coisa que me ajude a mim e aos outros, para que tenham outra perspetiva do mundo. Ao fazer isto, procuro também alguma diversão, alegria, riso. É importante não levarmos tudo muito a sério. A alegria de viver é uma maneira de nos mantermos vivos com dignidade. Sobretudo, recuso-me a ser cínico.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora